Videoaula: Tipos de movimentos corporais
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Olá a todos! Quem fala é o Amanda, do Kenhub, e seja bem-vindo a esta videoaula de anatomia, na qual vamos conversar sobre os movimentos corporais. Nesta videoaula nós vamos aprender sobre os ...
Leia maisOlá a todos! Quem fala é o Amanda, do Kenhub, e seja bem-vindo a esta videoaula de anatomia, na qual vamos conversar sobre os movimentos corporais. Nesta videoaula nós vamos aprender sobre os diferentes movimentos que o corpo é capaz de realizar e a terminologia que utilizamos para descrevê-los. Nós vamos começar com uma visão geral dos movimentos corporais e em seguida vamos estudar cada um dos diferentes tipos de movimentos e onde eles são possíveis no corpo. Então nós podemos falar sobre os motivos deste conhecimento ser importante clinicamente e dar uma olhada breve em uma condição clínica chamada artrite, um tipo de artropatia. E para finalizar teremos um resumo do que foi abordado. Vamos começar com uma visão geral dos movimentos do corpo.
Todos os movimentos serão discutidos em relação à posição anatômica, que você vê aqui na tela. Se você precisar de relembrar isso, eu recomendo que você assista o início da videoaula, ou então leia a primeira parte do artigo sobre termos direcionais e planos corporais, que você pode encontrar aqui no site do Kenhub. Mas agora você pode observar aqui na tela que, na posição anatômica, os braços estão relaxados ao lado do corpo, as pernas separadas, mais ou menos alinhadas com os ombros, e a cabeça virada anteriormente.
Movimento é a alteração na posição de um objeto em relação a um ponto fixo - esta é essencialmente a definição que nós temos para movimento. Quase todos os movimentos nas articulações do seu corpo são de alguma forma rotacionais, o que significa que a parte que está mais distante está se movendo ao redor de um ponto. Este ponto é chamado de fulcro.
No corpo, este ponto geralmente é a articulação. Em alguns casos um eixo pode ser uma descrição mais apropriada do que um fulcro. Enquanto um fulcro é um ponto, um eixo é uma linha reta ao redor da qual os movimentos rotacionais acontecem. Cada movimento específico acontece em um plano em particular, por exemplo, o plano sagital ou o plano coronal. Você pode ver aqui um diagrama esquemático de uma articulação em bola e soquete. A parte cinza é o soquete, e ela é fixa. O fulcro está na base do soquete, e a parte azul se move ao redor deste fulcro no plano sagital, por exemplo. Isto pode parecer complicado, mas estes termos nos permitem descrever os movimentos das partes do corpo de maneira precisa. Vamos dar um exemplo usando os termos que nós acabamos de descrever e, para isso, nós vamos usar o joelho.
Se você se apoiar em uma perna e dobrar somente seu joelho, a parte inferior de sua perna e seu pé se moverão, enquanto sua coxa permanece parada. O objeto - a coisa que se move - é a parte inferior da perna, o ponto fixo é a coxa e o plano através do qual o movimento ocorre é o plano sagital. O fulcro - ponto ao redor do qual o movimento acontece - é então a articulação do joelho. O ponto azul pulsando aqui é o eixo ao redor do qual o movimento de dobradiça do joelho acontece. Todos os tipos de movimentos corporais podem ser descritos utilizando estes princípios. Agora que nós temos uma compreensão geral do movimento, nós podemos falar sobre o conceito de antagonismo. Muitos dos movimentos corporais se dão em pares. Isto acontece porque eles trabalham em direções opostas um ao outro, como estes rapazes estão fazendo aqui. Nós chamamos isto de antagonismo e descrevemos os movimentos como antagônicos um ao outro. Então agora nós podemos continuar para os diferentes tipos de movimentos.
O corpo é capaz de vários movimentos complexos - não é surpresa você ser capaz de requebrar até o chão na pista de dança. Entretanto, nós podemos descrever os movimentos individuais dentro de certos padrões ou tipos de movimento. Nós vamos discutir estes tipos de movimento, começando com os movimentos principais e mais grosseiros, que são a flexão e extensão, flexão lateral, abdução e adução, e rotação - primeiro dos membros e depois da cabeça e tronco. Nós vamos falar sobre os movimentos menos comuns de articulações específicas, como a elevação e a depressão, protrusão e retrusão, circundução, supinação e pronação, desvio, oposição e reposição, flexão plantar e dorsiflexão, e inversão e eversão.
Existem vários diferentes tipos de movimentos, mas nós iremos dividi-los, e quando acabarmos você será capaz de descrever qualquer movimento que o corpo humano pode fazer.
Então vamos começar com a flexão e extensão. Para isso vamos precisar de um diagrama. Aqui está aquele desenho do joelho dobrando novamente. Ele está mostrando a flexão do joelho. As palavras flexão e extensão são separadas por uma barra, o que significa que estes são movimentos antagonistas. Estes movimentos se opõem um ao outro. A flexão é o movimento do objeto em uma direção, e a extensão é o movimento do objeto na outra direção. Tanto a flexão quanto a extensão acontecem sempre no plano sagital. Este é o plano sagital, representado aqui. É um plano vertical que cursa de frente para trás no corpo, cortando-o ao meio, como você pode observar aqui destacado em verde nesta imagem.
Então, nós vamos voltar ao joelho para dar uma definição apropriada para cada termo. A flexão é o movimento que diminui o ângulo de uma articulação no plano sagital. Quando o joelho se dobra aqui, o ângulo na articulação do joelho - ou seja, o ângulo na parte posterior do joelho - se reduz, de cerca de cento e oitenta graus para noventa graus, nesta imagem, apesar de poder se reduzir ainda mais. A extensão por outro lado aumenta o ângulo da articulação no plano sagital. Este ângulo posterior ao joelho aumenta, neste caso, aproximadamente de cento e trinta e cinco graus para cento e oitenta.
Flexão/extensão ocorre sempre no plano sagital e nós sempre isolamos o movimento, como se o resto do corpo estivesse na posição anatômica. Em outras palavras, se nós rodarmos as nossas pernas de forma que os nossos joelhos apontem para fora, e em seguida dobramos o joelho, nós ainda chamamos isto de flexão. As articulações capazes de realizar flexão e extensão podem ser consideradas simples ou compostas. Mas, estes termos não são específicos. Eles só estão sendo utilizados para se referir às articulações capazes de somente um tipo de movimento ou articulações que são capazes de mais de um tipo de movimento, respectivamente.
Uma articulação em dobradiça possui um movimento muito limitado em qualquer direção que não seja o plano sagital. Estas articulações em dobradiça são os joelhos, os cotovelos, as articulações interfalangeanas dos dedos das mãos e do polegar e as articulações interfalangeanas dos dedos dos pés. As articulações interfalangeanas são as articulações no interior dos dedos das mãos e dos pés, incluindo os polegares e os dedos dos pés, sem incluir as articulações nas bases de cada dedo. As articulações nas bases são capazes de um movimento adicional, que nós vamos discutir mais tarde. Esta é uma lista de articulações simples.
As articulações compostas, ou seja, articulações capazes de mais movimentos além da flexão e extensão, são então as articulações intervertebrais do pescoço, demonstrando flexão nesta imagem, e as articulações da coluna vertebral, que aqui estão demonstrando extensão da coluna. Nestes dois exemplos da coluna, o ângulo da articulação é considerado o lado anterior, ou ventral da coluna.
O ombro também é capaz de flexão, demonstrada aqui, que consiste no movimento anterior desde a posição basal, até a posição sobre a cabeça. O ponto final da extensão do ombro é mais limitado, demonstrado aqui. Você pode provar isto tentando você mesmo. O mesmo acontece com o quadril. Outras articulações incluem as articulações metacarpofalangeanas das mãos, destacadas aqui. Elas são as articulações na base de cada dedo e são mais comumente conhecidas como "juntas". As outras articulações são as metatarsofalangeanas - articulações do pé que ficam na base de cada dedo. Estas são todas as articulações capazes de realizar flexão e extensão.
Agora vamos discutir um movimento semelhante, que é conhecido como flexão lateral. É hora de olhar uma imagem. Aqui nós temos o plano coronal destacado em verde. É o plano vertical cursando através do corpo de lado a lado. E a flexão lateral é uma redução no ângulo de uma estrutura mediana no plano coronal. Esta imagem mostra a flexão lateral da coluna lombar e, diferente da flexão e da extensão, onde cada termo informa automaticamente uma direção, aqui nós precisamos dar a direção da flexão lateral, por exemplo, flexão lateral direita. A direção é sempre da perspectiva da pessoa realizando o movimento, e aqui é referido o lado no qual o ângulo da articulação é reduzido. Nós podemos ver que o ângulo ao longo do lado direito da coluna está reduzido de cento e oitenta graus, para aproximadamente cem graus.
Da mesma forma que na região inferior da coluna, também conhecida como coluna vertebral lombar, a flexão lateral também pode acontecer na porção cervical da coluna, ou seja, no pescoço. A coluna torácica possui uma flexão lateral muito limitada, praticamente nula, o que protege os pulmões de serem esmagados toda vez que nós nos inclinamos para um lado.
Estamos prontos para continuar para o próximo grupo de movimentos, que são a abdução e a adução, e, novamente nesta outra imagem, você pode ver estes movimentos no plano coronal. Abdução e adução são movimentos antagônicos. Como a flexão lateral, a abdução e a adução se dão no plano coronal. A forma mais fácil de descrever a abdução e a adução é em relação à linha média, e é assim que nós fazemos para estes movimentos. Este diagrama está demonstrando a abdução do braço no ombro. A abdução, algumas vezes chamada de AB-dução de forma didática, então AB-dução, é um movimento no plano coronal na direção oposta à linha média.
Lembre-se que abduzir algo significa levar aquilo embora. Então, no nosso exemplo do ombro, o braço está se movendo para longe da linha média, e pode continuar acima da cabeça. O outro movimento é a adução, ou A-dução, que é o movimento em direção à linha média. Uma maneira conveniente de se lembrar qual é qual é saber que quando está AB-duzindo, você está ABrindo a parte do corpo, levando-a para longe da linha média - este é só um truque que você pode usar.
No diagrama nós vemos o modelo retornando o braço da posição de AB-dução para a posição de A-dução. O ponto final da adução, ou A-dução é aqui. A amplitude normal de movimento da posição anatômica até o ponto mais interno é cerca de quarenta e cinco graus.
Existem algumas articulações no corpo onde a abdução e a adução acontecem. Obviamente há o ombro, como eu mencionei antes, mas também no quadril ocorre abdução ou AB-dução, para longe da linha média nesta imagem aqui, e nas articulações metacarpofalangeanas dos dedos, que estão A-duzindo ou aduzindo nesta imagem. Com os dedos das mãos e dos pés nós consideramos a linha média como sendo a linha média do membro, que cursa através do dedo médio, e não a linha média do corpo. No polegar não é a articulação metacarpofalangeana que está aqui e sim a articulação carpometacarpal do polegar, vista aqui em verde, que permite a abdução e adução do polegar.
Então isso é tudo que temos sobre abdução e adução das articulações e agora vamos continuar para a rotação.
A rotação é um pouco diferente em diferentes áreas, então nós vamos dividi-la em rotação dos membros e rotação da cabeça e do tronco. Nós vamos falar dos membros primeiro, e vemos aqui destacado em verde o plano transverso, que é o terceiro plano corporal mais importante. A rotação é um movimento ao redor de um eixo ou fulcro, no plano transverso. Isso vale para os membros, a cabeça e o tronco, na posição anatômica.
No caso dos membros, nós podemos pensar nisso como a rotação ao redor do eixo longo do membro. Ou seja, o eixo passando através do membro, ao longo de seu comprimento, por exemplo, do ombro até o centro do braço, e através do dedo médio. Então no membro, da mesma forma que os outros movimentos, a rotação pode ser descrita em duas direções - rotação externa, também conhecida como rotação lateral e rotação interna, também conhecida como rotação medial. Nós vamos analisar uma de cada vez.
Este desenho demonstra bem nosso modelo realizando uma rotação lateral de seu ombro. A rotação lateral é o movimento do membro de uma forma giratória, de forma que o aspecto anterior da articulação se afasta da linha média, ou seja, se move externamente. Isso é melhor demonstrado quando o braço está dobrado em noventa graus, porque o antebraço corresponde à frente da articulação do ombro. Então, no diagrama, o antebraço está apontando para fora, longe da linha média - você pode observá-lo claramente aqui, rodado externamente.
Agora nós continuamos e estamos olhando na tela enquanto a rotação medial está acontecendo. A rotação medial é a rotação do aspecto anterior da articulação em direção à linha média. Novamente, o que o modelo está demonstrando é o cotovelo dobrado noventa graus e nós podemos observar que a mão se move posteriormente ao longo do corpo. Para comparação, aqui nós temos a rotação lateral do quadril. Desta vez nós mantivemos a perna estendida e o pé aponta na direção da rotação. No caso da rotação lateral ou externa, isso significa para longe da linha média, conforme demonstrado. E, para completar, aqui está a rotação medial do quadril, com o pé apontando em direção à linha média.
Então lembre-se que a rotação ocorre nos membros, ao redor das articulações do quadril no membro inferior e do ombro no membro superior. O ombro e o quadril são os fulcros para cada movimento, já que cada um é o ponto ao redor do qual a rotação ocorre. O eixo é uma linha reta que passa pelo centro do ombro ou quadril, e o plano é o plano transverso.
Agora nós vamos passar da rotação dos membros para a rotação da cabeça e do tronco. Aqui nós estamos mostrando a rotação da cabeça. A rotação da cabeça e do tronco também são movimentos giratórios no plano transverso. Estes movimentos ocorrem em torno de um eixo longitudinal longo - neste caso, este eixo longo é a coluna vertebral. Da mesma forma que ocorre na rotação dos membros, nós precisamos mencionar uma direção. Já que as estruturas rodando aqui estão na linha média, nós não podemos usar termos como externo e interno, então nós usamos direita e esquerda. Nós tendemos a descrever esses movimentos de forma mais completa, informando então o movimento, que é rotação, a parte que nós percebemos se movendo, e então a direção.
Por exemplo, se a modelo gira sua cabeça para a esquerda, nós descrevemos isto como sendo a rotação da cabeça para a esquerda. As articulações capazes de rodar a cabeça e o tronco são encontradas na coluna vertebral cervical ou pescoço e na coluna vertebral torácica, que é vista rodando nesta imagem. A coluna vertebral lombar tem uma capacidade de rotação reduzida, já que ela deve sustentar a pesada carga do corpo sobre ela. A coluna lombar realiza a maior parte da flexão, extensão e rotação lateral da coluna, então ela realmente não pode fazer tudo, e o fato dela não rodar muito a torna mais estável.
Então acabamos de conversar sobre os movimentos mais comuns e mais importantes que precisamos conhecer. Agora vamos ver os movimentos específicos de algumas articulações. Estes podem ser menos comuns no corpo, mas sua especificidade ajuda a realizar funções vitais, e nós vamos começar com a depressão e elevação da mandíbula.
O diagrama está demonstrando a depressão da mandíbula. A depressão e a elevação são um par de movimentos possíveis somente na mandíbula. Eles ocorrem na articulação temporomandibular, ou ATM, que é uma articulação que ocorre entre o osso temporal e a mandíbula. A articulação fica posicionada logo anterior ao canal auditivo externo.
Aqui está um diagrama dos ossos mostrando a mandíbula para nos ajudar. A depressão e a elevação são a translação de um objeto em movimento inferior e superior, respectivamente. Translação significa que o movimento é realizado sem rotação. Todos os movimentos que nós discutimos até agora foram movimentos rotacionais em diferentes planos, mas a mandíbula é diferente, devido à constituição anatômica da ATM. Sua estrutura permite que a mandíbula essencialmente seja puxada para fora de seu soquete. No caso da depressão da mandíbula, o côndilo mandibular é puxado diretamente inferiormente para fora da articulação. Você pode estar se perguntando, mas qual é a função disto?
Bem, quando a ATM está fechada, a força dos músculos e a profundidade do soquete a tornam muito estável. Isso então reduz o risco de lesões. E se você lesionar de forma grave a sua mandíbula, você não poderá comer, o que não é bom de uma perspectiva evolutiva. O preço de se ter um soquete profundo entretanto é uma amplitude de movimento limitada. De fato, somente com a rotação da ATM, você só pode abrir a sua boca em cerca de vinte milímetros, mais ou menos. A habilidade de translação da mandíbula nos permite desestabilizar temporariamente a nossa mandíbula, ao puxá-la para fora de seu soquete profundo. Não mais limitada pelas bordas do soquete, a mandíbula então ganha um aumento de amplitude do movimento, e pode se abrir amplamente para obter mais alimento.
Então nossa modelo aqui é capaz de encarar uma grande refeição e não ficar restrita a migalhas, como um pássaro. Isto é realizado através de uma combinação de depressão, rotação no plano sagital, que pode ser pensado de maneira semelhante à extensão, mas não é chamado assim, e outro movimento, chamado protrusão, sobre o qual vamos falar em seguida. Quando nós fechamos a mandíbula, o oposto ocorre, e a mandíbula é puxada por músculos poderosos de volta à uma posição estável no interior da ATM.
E como prometemos, a protrusão é a próxima a ser estudada, junto com seu movimento oposto, a retrusão. Aqui nós estamos observando a nossa modelo realizando uma protrusão isolada da mandíbula. Protrusão e retrusão são a translação anterior e posterior de um objeto, respectivamente. Em outras palavras, na protrusão, a parte que se move é puxada anteriormente, sem nenhuma rotação, o que podemos observar aqui, com a seta indicando a direção do movimento.
Voltando para o nosso amigável crânio mostrando a mandíbula, vamos observar como a protrusão ajuda na abertura ampla da boca. A protrusão da mandíbula se refere primeiramente ao côndilo da mandíbula - esta parte bem aqui. Para puxar a mandíbula para fora de seu soquete, seria necessária uma grande energia para puxá-la diretamente para baixo. Ao invés de fazer isto, a protrusão puxa o côndilo para anteriormente, usando a frente do soquete como uma alavanca e isso é mais fácil. Pense como tentar pular uma grande altura comparado a caminhar um plano inclinado da mesma altura. O côndilo termina anterior à sua posição de repouso, mais ou menos aqui. Agora a mandíbula está livre para se mover e abrir mais amplamente.
Nós podemos ver agora a retrusão demonstrada aqui, o côndilo da mandíbula está sendo arrastado posteriormente. Você pode também ouvir os termos protração e retração. Eles não são os mesmos que protrusão e retrusão, mas algumas vezes são utilizados de forma errada em substituição a estes. Protração e retração significam protrusão e retrusão somados a movimento lateral. Uma vaca mastigando pasto é um bom exemplo de protração e retração.
Deixando de lado a mandíbula, vamos descer no corpo para o nosso próximo movimento especial, que é conhecido como circundução. Aqui nós temos a circundução do membro superior. Ela é melhor definida como o membro superior expressando um movimento cônico a partir de um ponto no ombro, com a ponta do cone aqui. Ele se manifesta em tempo real como desenhar um círculo com o membro. Este movimento é um movimento composto, ou seja, é uma interação complexa de outros movimentos. No ombro ele é realizado por um número quase infinito de rápidas mudanças em flexão, extensão, abdução e adução.
O ombro não é a única articulação capaz de realizar circundução. As outras articulações capazes de realizar este movimento são os quadris, os dedos e, claro, os polegares. Por que nós precisamos deste movimento? Bem, ele permite uma ampla gama de movimentos e isto significa que nós podemos interagir com o mundo ao nosso redor de uma forma mais fluida. Isso, por sua vez, nos permite manipular líquidos, entre outras coisas. Um exemplo dos dias de hoje, misturar alimentos ficaria muito mais difícil usando somente a flexão e a extensão, mas por favor não tentem isto em casa.
Continuando com os antebraços para um par de movimentos chamados de supinação e pronação, aqui temos uma visão do antebraço realizando a supinação. Este movimento é específico do antebraço. Existem duas articulações envolvidas neste movimento - as articulações radioulnares proximal e distal. A proximal fica aproximadamente aqui, e a distal fica aqui no punho. A supinação e a pronação são o ato de colocar a palma da mão na posição supina ou prona, respectivamente. Para isso, é importante lembrar que na posição anatômica, as palmas estão voltadas anteriormente, então quando a modelo está deitada na posição anatômica, as palmas estão voltadas para cima, ou, em outras palavras, supinadas.
Outra forma rápida de lembrar é utilizar uma piadinha - quem não ama piadinhas? Bem, se suas palmas ficam para cima você segurar uma tigela de sopa, então as suas mãos estão "sopinadas". Como você pode ver, nós somos muito criativos na anatomia.
Vamos continuar aqui e agora nós viramos a seta para demonstrar que a pronação é o oposto. Para que este movimento ocorra, o rádio é puxado para cima sobre a face medial da ulna na extremidade distal, enquanto permanece lateral à ulna, proximalmente. A habilidade de girar o antebraço desta forma nos permite muito mais destreza nas nossas mãos, permitindo-nos trocar uma lâmpada, ou então torcer espaguete ao redor de um garfo. Eu acho que isto é bom para todos os amantes de massa por aí.
Agora chegando ao punho, nós temos o movimento especial conhecido como desvio. Nós temos este esqueleto aqui, visto do aspecto anterior, com a ulna destacada em cada braço. O esqueleto está na posição anatômica. É importante lembrar qual lado é a ulna e qual lado é o rádio no punho. Nós fazemos isso porque a mão pode ficar em várias posições diferentes quando é examinada em uma clínica. Como podemos observar aqui, o lado ulnar é o lado do dedo mínimo - isto é medial, na posição anatômica - e o lado radial é o lado do polegar - isto é o primeiro dedo - e é lateral na posição anatômica.
Agora estamos observando o desvio ulnar, algumas vezes chamado de flexão ulnar. Desvio é um termo mais preciso, já que este movimento envolve múltiplos ossos, e portanto múltiplas articulações no punho, ao contrário da flexão de uma única articulação. Os ossos envolvidos são os ossos do carpo, o rádio e a ulna. O desvio ulnar é uma redução do ângulo entre uma linha reta através da mão e do lado ulnar do antebraço. O movimento de desvio no punho ocorre no plano coronal, em direção à linha média, e é mais parecido com a adução (A-dução).
A direção oposta é o desvio radial, demonstrada aqui. Desta vez, o ângulo sendo reduzido é o ângulo entre uma linha reta através da mão e o rádio, no punho. Na posição anatômica, isto se dá para longe da linha média, no plano coronal, então é mais parecido com a abdução (AB-dução). Lembre-se que o punho é a única articulação capaz de desvio. O desvio pode ocorrer em outras articulações como as metacarpofalangeanas, mas somente quando a articulação está doente, ou seja, quando alguma coisa está errada com ela.
O último movimento específico relacionado ao membro superior é um que é mencionado várias vezes em referência à evolução - a oposição e a reposição. Nós estamos falando sobre o famoso polegar opositor. Aqui está este movimento demonstrado. A oposição do polegar é um movimento composto que leva o polegar ao redor e através da palma, para ser pressionado contra outro dedo. Isto nos permite segurar fortemente um objeto, enquanto também fornece destreza, permitindo bastante precisão, como na pinça fina.
A adução, abdução e flexão dos dedos os leva em direção ao polegar para ajudar a segurar. Ao longo da evolução, isto nos permitiu agarrar árvores, segurar lanças e fabricar objetos com uma precisão delicada, porém firme. A primeira articulação carpometacarpal destacada neste diagrama torna possível este movimento. Carpometacarpal se refere à articulação entre o osso do carpo do punho e o metacarpo da mão. Neste caso, o metacarpo é a parte do polegar que nós consideramos o primeiro dedo, então é o primeiro metacarpo. A articulação então é nomeada primeira articulação carpometacarpal.
Esta articulação é descrita como uma articulação em sela, graças à sua forma. O metacarpo cavalga sobre a extremidade distal do osso do carpo. O formato da articulação permite a flexão, extensão, abdução, adução, circundução, oposição e reposição. A primeira articulação carpometacarpal é a única articulação em sela do corpo.
Agora estamos vendo o reverso da oposição do polegar, chamado reposição. Nós podemos ver que a extremidade do polegar está de volta em sua posição normal de repouso, junto ao dedo indicador, no lado radial da mão. Estes são todos os movimentos do membro superior, então nós podemos continuar para os membros inferiores.
Vamos continuar para o membro inferior até o tornozelo, na verdade, para falar sobre flexão plantar e dorsiflexão. Na articulação do tornozelo que, como o punho, possui múltiplos ossos e articulações, nós temos dois pares únicos de movimentos - flexão plantar / dorsiflexão e inversão / eversão. Nós vamos lidar com o primeiro antes.
Nosso modelo está nos mostrando a flexão plantar. E agora está demonstrando a dorsiflexão. Estes dois movimentos são antagônicos, apesar de ambos possuírem flexão em seus nomes. A razão para isto é que usar os termos extensão e flexão poderia ser um engano, e além disso, existem múltiplas articulações envolvidas, então a mecânica não é tão simples como a flexão de uma única articulação, da mesma forma que a flexão palmar / dorsiflexão no punho. Note que a diferença é que palmar se refere à palma da mão, e plantar se refere à superfície plantar ou sola do pé. Então qual direção é qual?
A resposta está no nome se nós soubermos a terminologia do pé, na flexão plantar, plantar se refere à superfície plantar do pé, também conhecida como sola do pé. Então a flexão plantar é um movimento inferior em direção à superfície plantar do pé. Isto é demonstrado pela seta no diagrama. Uma maneira fácil de lembrar isto é que na flexão plantar, você está "plantando" a sola de seu pé no chão, empurrando o chão para correr.
Agora, a dorsiflexão é uma abreviação para flexão dorsal - dorsal significa a parte posterior. Se você já ouviu alguém falando sobre a espinha dorsal de um tubarão ou golfinho, dorsal significa que a espinha está na parte posterior das costas. Então, no caso do pé, dorsal significa em direção ao dorso, em outras palavras, a parte de trás do pé. Isto se refere a este lado. A dorsiflexão é o movimento do pé em direção ao seu dorso.
Nós prometemos mais um par de movimento único no tornozelo, e eles são a inversão e a eversão. A boa notícia é que este também é o último movimento antes de completarmos esta videoaula. Esta é a inversão do pé, que você vê agora. Em várias formas, ela é parecida com o desvio, no punho. Os múltiplos ossos envolvidos no tornozelo são os ossos do tarso e a tíbia. A inversão e a eversão são a redução do ângulo articular no plano coronal. Isto é parecido com adução - A-dução - no caso da inversão, e abdução - AB-dução - no caso da eversão.
A inversão vira a superfície plantar do pé medialmente, ou seja, em direção à linha média. A eversão, demonstrada aqui, vira a superfície plantar lateralmente - em outras palavras, para fora, ou para longe da linha média. A inversão e a eversão nos permitem caminhar sobre terrenos irregulares enquanto permanecemos estáveis o suficiente para poder trocar rapidamente de velocidade ou direção. Isso é bem favorável, já que significa que nós não somos pegos por um grande felino se esgueirando, ou nos dias de hoje não somos atingidos por um carro que nós não ouvimos chegando.
Chegamos ao fim. Nós passamos por todos os tipos de movimento do corpo humano. Dê um tapinha em suas costas como parabéns, e enquanto faz isso, relembre os movimentos que você está utilizando, para se testar rapidamente.
E como sempre fazemos em todas as nossas videoaulas, vamos adicionar uma nota sobre a relevância clínica destes conhecimentos recém adquiridos. Hoje nós vamos introduzir a artrite, que é um grupo de condições que envolve as articulações. Como um exemplo de artrite, aqui está um paciente com artrite reumatoide das mãos. Note o desvio ulnar dos dedos, que é um dos muitos achados característicos desta condição.
As artrites são um grupo de condições. O termo artrite significa simplesmente "inflamação de uma articulação". As artrites possuem suas próprias causas, que podem ser infecciosas, o que é conhecido como artrite séptica se for devido a bactérias; autoimune, como a artrite reumatoide ou artrite psoriática; devido a rupturas ou microtraumatismos repetitivos, para usar termos mais técnicos, levando a osteoartrite, ou congênita, por exemplo na síndrome de Ehlers-Danlos. Ao conhecer os movimentos e combinar com o conhecimento da anatomia articular, você pode entender onde o problema está dentro da articulação, como aqui, no desvio ulnar dos dedos.
Uma dica para examinar articulações - se você não tem certeza de quais movimentos são possíveis em uma articulação em particular, você pode testar em você mesmo segurando o lado proximal da articulação e observando quais movimentos você ainda é capaz de realizar. Isto se chama isolar a articulação. Quando você quer testar uma articulação específica em um paciente você deve fazer o mesmo para isolar a articulação e garantir que eles não possam compensar o movimento com o movimento de outra articulação, e assim você poderá confirmar que a anormalidade se deve à articulação que está sendo examinada.
E isso, meus amigos, é o final desta aula, mas antes de finalizarmos eu gostaria de relembrar o que nós cobrimos nesta videoaula. Primeiro nós introduzimos os princípios do movimento e como descrevê-los. Em seguida nós começamos a analisar os tipos de movimentos do corpo, dando definições e listando em quais articulações cada movimento é possível. Nós descrevemos a flexão e a extensão como movimentos rotacionais no plano sagital, a flexão lateral como movimento rotacional de uma estrutura da linha média no plano coronal, abdução/adução como movimento rotacional em uma estrutura fora da linha média no plano coronal, rotação de um membro como movimento rotacional ao redor do eixo longo daquele membro, e rotação da cabeça e do tronco como movimento rotacional no plano coronal, ou, em outras palavras, ao redor do eixo longo da coluna vertebral.
Tendo estudado isto tudo, nós começamos a ver movimentos mais específicos. Começando na cabeça, nós vimos a mandíbula realizando depressão e elevação, o que nós dissemos que é a translação inferior e superior, respectivamente, e protrusão e retrusão, que é a translação anterior e posterior, respectivamente. Estudamos ainda a protração e a retração, que são protrusão e retrusão somados a movimentos laterais.
Nossa próxima imagem nos mostrou a circundução no ombro, com o membro desenhando a forma de um cone, e nós descobrimos que o quadril e o polegar também podem realizar este movimento. Examinando o antebraço identificamos a supinação e a pronação, que são o movimento giratório do rádio sobre a ulna para supinar ou pronar a palma da mão, respetivamente. O punho nos deu o desvio, que também é conhecido como flexão ulnar ou radial, dependendo da direção. E nós discutimos que a ulna é do lado do dedo mínimo da mão, enquanto o rádio fica no lado do polegar. Na mão nós estudamos a oposição e reposição do polegar, e aprendemos a sua importância.
Depois de finalizar o membro superior, nós completamos a nossa busca pelos tipos de movimento no tornozelo, com a flexão plantar e a dorsiflexão - que são movimentos rotacionais do tornozelo no plano sagital em uma direção plantar ou dorsal - e inversão ou eversão, que são movimentos rotacionais do tornozelo no plano coronal. Nós mencionamos que os termos flexão palmar e dorsiflexão podem ser utilizados para descrever a flexão no punho. Por último, nós demos uma razão para a necessidade de se saber sobre os tipos de movimentos ao introduzir o cenário clínico da artrite reumatoide, e ainda colocamos uma dica para examinar articulações.
E este é o fim desta videoaula. Obrigado por assistir, e nos vemos no próximo.