Videoaula: Regiões do corpo
Você está assistindo uma prévia. Torne-se Premium para acessar o vídeo completo: Aprenda as principais regiões do corpo humano.
Unidade de estudos relacionada
Transcrição
Aprender uma nova linguagem pode parecer uma tarefa desafiadora. Como iniciantes, nós precisamos começar aprendendo as regras mais simples e as palavras básicas que formam a fundação da nova ...
Leia maisAprender uma nova linguagem pode parecer uma tarefa desafiadora. Como iniciantes, nós precisamos começar aprendendo as regras mais simples e as palavras básicas que formam a fundação da nova linguagem. Somente quando essa base estiver firme e sem defeitos, nós podemos aos poucos construir nosso conhecimento.
Assim como aprender uma linguagem, aprender anatomia também requer a construção de bases fortes. Avançar em anatomia é impossível sem antes dominar o alfabeto anatômico. Hoje, nós vamos aprender sobre os as bases da linguagem anatômica. Bem-vindos a essa curta e leve videoaula sobre as regiões do corpo. Antes de começarmos, vamos dar uma olhada no que vamos cobrir nessa videoaula.
Nós vamos começar respondendo a pergunta - o que é uma região do corpo - e qual é a relevância da abordagem da anatomia por regiões. Depois, nós vamos olhar para as duas principais divisões anatômicas do corpo, começando com a região axial e seguindo com a região apendicular.
Durante o caminho nós também veremos as principais divisões de cada uma dessas regiões E finalmente, nós vamos falar sobre a relevância desses tópicos na prática clínica.
Mas, vamos começar do início. O que é uma região do corpo ou uma região anatômica? É uma área do corpo definida por marcos anatômicos dados por estruturas evidentes que são facilmente palpáveis ou visíveis. Para simplificar, é a parte do corpo que, por causa do seu formato, se distingue facilmente das outras regiões. Esses formatos são criados por várias estruturas encontradas abaixo da pele, como ossos, músculos e ligamentos. Assim como um mapa, uma região do corpo se refere a uma certa área. Você pode pensar no corpo como um país e nas regiões do corpo como estados. Essa abordagem no estudo do corpo humano é chamado de anatomia regional.
Você deve estar se perguntando porque nós precisamos dividir o corpo em regiões anatômicas. Essa é uma maneira de compartimentalizar o corpo, de forma que seja mais fácil aprender a enorme quantidade de informações disponíveis sobre sua anatomia. Esses conceitos também são fundamentais para a comunicação efetiva na prática clínica diária.
Nessa videoaula nós vamos usar imagens de corpos femininos e masculinos para demonstrar as regiões em questão. Entretanto, é importante notar que em sua maioria, as regiões são exatamente as mesmas e não são específicas de um sexo ou outro.
Falando de maneira ampla, o corpo pode ser dividido em duas áreas primárias - as regiões axial e apendicular. A região axial é formada pela cabeça, pescoço e tronco e a região apendicular é formada pelas extremidades ou membros superiores e inferiores. Tanto a região axial quanto a apendicular possuem uma superfície anterior e uma posterior.
Agora que nós entendemos a definição de região e a necessidade de dividir o corpo em regiões, vamos começar com a região axial. Axial vem da palavra axis, ou eixo, e se refere às partes do corpo que estão no centro e ao redor das quais existem outras estruturas - nesse caso, os membros. Como eu mencionei antes a região axial inclui a cabeça, o pescoço e o tronco. Vamos de cima para baixo, começando com a cabeça.
A cabeça é a parte mais superior do corpo e está conectada ao tronco pelo pescoço. As superfícies anterior e posterior da cabeça combinadas são frequentemente chamadas de região cefálica, que vem da palavra grega para “cabeça”. A cabeça é uma estrutura anatômica complexa que pesa cerca de cinco quilos. Ela contém o encéfalo e os órgãos sensitivos especiais, então não há dúvidas de que essa é uma parte importante e vital para nós.
Se nós descermos um pouco teremos o pescoço conectando a cabeça ao tronco. Ele também é uma parte da região axial e contém uma superfície anterior e posterior. Essa região também pode ser chamada de região cervical e assim como a cabeça, o pescoço também contém várias estruturas vitais, como as vias aéreas e grandes vasos sanguíneos, que ficam dentro de uma área relativamente pequena. O pescoço é robusto o suficiente para suportar o peso de cinco quilos 24h por dia, 7 dias por semana e ainda é móvel o suficiente para permitir a movimentação da cabeça em várias direções. O pescoço também é contínuo com o tronco, que também é conhecido como torso.
O tronco do corpo humano não é muito diferente do tronco de uma árvore. Na árvore, o tronco é a principal coluna de madeira à qual os ramos e as raízes estão conectados. De maneira semelhante, o tronco humano é a parte central do corpo à qual o pescoço com a cabeça e os membros estão conectados.
O tronco pode ainda ser dividido em quatro sub-regiões ou partes. No aspecto anterior nós temos o tórax, abdome e pelve. No aspecto posterior nós temos o dorso. Vamos começar com a primeira região do aspecto anterior do tronco. O tórax, também conhecido como região torácica, é a região localizada entre o pescoço e o abdome.
A palavra tórax tem sua origem no grego antigo e no latim e significa “armadura”. O tórax inclui a parede torácica, formada principalmente por ossos e músculos e a cavidade torácica. A cavidade torácica contém órgãos vitais dos sistemas respiratório e cardiovascular, como o coração e os pulmões, bem como várias outras estruturas internas. Isso explica porque uma ferida penetrante na região torácica é potencialmente fatal.
O abdome, ou região abdominal, é a região do corpo localizada entre o tórax e a pelve. Assim como o tórax, o abdome também é formado por uma parede e uma cavidade. A margem costal e o processo xifoide são facilmente palpáveis e formam a borda entre a parede abdominal e a parede torácica.
A pelve, ou a região pélvica, é a parte inferior do tronco. Ela se estende entre o abdome e os membros inferiores e é limitada pelos ossos da cintura pélvica. Ela contém a cavidade pélvica, que é contínua superiormente com a cavidade abdominal. Então, como você pode ver, apesar de serem descritos separadamente, o abdome e a pelve na verdade são contínuos entre si, formando a parte inferior do tronco. Em algumas fontes, inclusive, toda essa área é referida como região abdominopélvica. O tórax, abdome e pelve são regiões da superfície anterior do tronco.
Já a superfície posterior do tronco é formada por uma única região, que é o dorso, a área localizada entre o pescoço e as nádegas. O dorso inclui a coluna vertebral, que protege a medula espinal, e vários músculos do dorso. As escápulas e os músculos que formam a região escapular estão localizados no aspecto posterior do tronco, mas na verdade são classificados como parte do membro superior. Entretanto, devido a sua localização, nós cobrimos essa parte em detalhes na nossa videoaula das regiões do dorso.
Agora que finalizamos a região axial, vamos seguir para a região apendicular. Apendicular significa algo relacionado a um apêndice ou membro, então não é nenhuma surpresa que a região apendicular inclua os membros superiores e inferiores. Eles são frequentemente chamados de braços e pernas, mas como você vai aprender hoje, esses termos não são muito corretos.
Primeiro nós vamos dar uma olhada no membro superior. O membro superior é fundamental no nosso dia-a-dia. Ele é uma alavanca com múltiplas articulações que se move livremente em relação ao tronco a partir do ombro. Sua função primária é manobrar a mão para deixá-la em posições onde ela possa manipular os objetos. Graças ao membro superior, nós somos capazes de agarrar, escrever, levantar e arremessar, entre vários outros movimentos. O membro superior é organizado em várias regiões menores - ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho e mão. Cada compartimento tem seus próprios músculos, bem como seu próprio suprimento neurovascular.
Vamos dar uma rápida olhada em cada um deles. Indo de proximal para distal, a primeira região é o ombro, que é a parte que conecta o membro superior e o tronco. Nela encontramos a articulação do ombro, que é a articulação mais móvel do corpo, que permite colocar o membro superior em uma ampla gama de posições.
A próxima região é o braço. No coloquial, o termo braço se refere a todo o membro superior, mas em termos anatômicos, se refere somente à parte localizada entre o ombro e o cotovelo. O braço é o segmento mais longo do membro superior e sua parte óssea é formada pelo úmero.
O cotovelo é a menor região do membro superior e conecta o braço e o antebraço. Você provavelmente já sabe onde ele fica. A maioria de nós já bateu esse osso em alguma superfície uma ou duas vezes - eu já! Essa região contém a articulação do cotovelo, que permite o movimento do antebraço.
O antebraço é o segundo segmento mais longo do membro superior. Ele se estende entre o cotovelo e o punho e contém com o rádio e a ulna. O antebraço ajuda o ombro, braço e cotovelo na aplicação de força e no posicionamento preciso da mão no espaço.
O punho é a região que conecta o antebraço e a mão. Essa também é uma região pequena, embora complexa, onde nós encontramos a articulação do punho e os pequenos ossos carpais.
A mão é a parte mais distal do membro superior. É uma estrutura altamente evoluída, com a habilidade única de segurar objetos. Grande parte da importância da mão se justifica pela ação de oposição em forma de pinça realizada pelo polegar, que permite que a ponta do polegar entre em contato com a ponta dos outros dedos. Isso é o que te permite segurar aquele copo de café que você tanto precisa! A mão possui várias outras pequenas subdivisões e você pode aprender tudo sobre elas na nossa videoaula sobre as regiões do membro superior.
Agora que nós exploramos as diferentes regiões do membro superior, está na hora de descermos um pouco mais, até o membro inferior. Enquanto o membro superior foi moldado pela evolução em uma parte do corpo humano bastante móvel, o membro inferior, ao contrário, se desenvolveu para prover estabilidade e locomoção. O membro inferior também tem várias regiões com seus próprios limites e conteúdos. Essas regiões são: quadril, glúteo, coxa, joelho, perna, tornozelo e pé.
Vamos começar vendo essas subdivisões pela região mais proximal e lateral, conhecida como região do quadril. É a área que contém a parte proximal do fêmur, e mais importante ainda, a articulação do quadril.
A região glútea, também conhecida como nádegas, pertence à superfície posterior do membro inferior e está localizada inferiormente à parte inferior do tronco. Ela fica atrás da pelve e se estende da crista ilíaca dos ossos pélvicos até a prega glútea. Esta é uma região com muitos músculos e um ótimo local para a aplicação de injeções intramusculares.
Descendo pelo membro inferior, a próxima região é a coxa, também conhecida como região femoral, pois ela contém a maior parte do fêmur, o osso da coxa. A coxa é a parte mais superior do membro inferior livre e fica entre as regiões glútea e pélvica proximalmente e a região do joelho distalmente. A transição do tronco para o membro inferior livre ocorre abruptamente na região inguinal ou virilha. Posteriormente, a prega glútea separa as regiões glútea e femoral.
A região do joelho está localizada entre a coxa e a perna e contém a articulação do joelho. Essa articulação é a maior e possivelmente a articulação que mais sofre estresse biomecânico no corpo. Similar ao braço no membro superior, o termo perna também é usado na linguagem comum para se referir a todo o membro inferior, entretanto, em termos anatômicos a perna significa estritamente a região do membro inferior localizada entre o joelho e o tornozelo.
A perna inclui a maior parte da tíbia, ou osso da canela e da fíbula. O tornozelo é a região que conecta a perna e o pé. Ele contém a articulação do tornozelo, que permite o movimento do pé e age como um absorvedor de choque durante a marcha.
O pé é a parte mais distal do membro inferior e a última região que nós vamos cobrir hoje. É uma estrutura resiliente que suporta o peso do corpo enquanto nós estamos em pé, andando, correndo ou pulando.
E assim finalizamos todas as regiões que queríamos cobrir nessa videoaula. O corpo é complexo e várias dessas regiões são subdivididas em áreas ainda menores. Se você estiver preparado para mergulhar ainda mais fundo nas especificidades da linguagem anatômica, dê uma olhada nas nossas videoaulas detalhadas sobre as regiões específicas do corpo.
Agora chegou a hora de falarmos sobre as aplicações práticas da abordagem da anatomia em regiões. Embora não haja uma condição clínica específica para esse assunto, vale a pena mencionarmos que os conceitos discutidos aqui são fundamentais para nossa prática clínica.
É importante que profissionais de saúde conheçam os termos descritivos usados para as regiões do corpo para localizar precisamente e diagnosticar diferentes lesões e doenças. Por outro lado, ter uma linguagem em comum também é essencial para uma comunicação clara e acurada entre os profissionais de saúde. Eu tenho certeza que você não gostaria de ser admitido para uma cirurgia de joelho e acabar saindo do hospital sem um apêndice, certo?
Muito bem pessoal, isso é tudo o que eu queria te ensinar hoje. Antes de terminarmos vamos recapitular o que aprendemos.
O corpo é dividido em regiões. Falando de maneira mais ampla, existem duas regiões primárias - a axial e a apendicular. A região axial inclui: cabeça, pescoço e tronco, que por sua vez é formado pelo tórax, abdome e pelve na sua superfície anterior e pelo dorso na sua superfície posterior.
A região apendicular se refere aos membros superiores e inferiores, ou extremidades, que também são divididas em partes menores.
O membro superior é formado pelo ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho e mão. O membro inferior é formado pelo quadril, região glútea, coxa, joelho, tornozelo e pé.
Absorver bem esses conceitos é fundamental não só para facilitar o seu aprendizado em anatomia, mas também para estabelecer uma comunicação eficiente entre profissionais de saúde.
E isso é tudo por hoje. É assim que dividimos nosso corpo!
Espero que você tenha gostado dessa videoaula e nos vemos da próxima vez.