Videoaula: Regiões do membro inferior
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Mapas são ótimos para nos ajudar a encontrar os nossos destinos. Mas eles não são úteis só em viagens, sabia? Às vezes mapear as coisas pode ser bem útil no estudo da anatomia. O que? É isso mesmo! O ...
Leia maisMapas são ótimos para nos ajudar a encontrar os nossos destinos. Mas eles não são úteis só em viagens, sabia? Às vezes mapear as coisas pode ser bem útil no estudo da anatomia. O que? É isso mesmo! O corpo pode ser mapeado em diferentes regiões. Hoje, nós vamos focar só nas regiões do membro inferior.
Dividir o membro inferior em regiões específicas nos ajuda a identificar melhor onde cada região fica, o que está ao redor delas e o que encontramos dentro de cada uma. Sem mais dúvidas do que é uma prega glútea ou um sulco interdigital. Tudo está explicado nesta videoaula sobre as regiões do membro inferior!
Vamos começar nossa jornada de hoje olhando para as diferentes regiões nas superfícies anterior e posterior do membro inferior, e vamos explorar os limites e o conteúdo de cada uma delas. Nós vamos finalizar vendo algumas notas clínicas que vão nos ajudar a consolidar nossa compreensão e aplicar nosso conhecimento. Simples assim.
Antes de nos aprofundarmos, vamos gastar apenas alguns segundos para destacar a localização anatômica exata do membro inferior. Anteriormente, o membro inferior começa logo abaixo desta estrutura aqui, que é conhecida como ligamento inguinal. Posteriormente, o membro inferior começa no aspecto proximal da região glútea. Não seria nem necessário dizer que o membro inferior termina nos dedos.
E hoje nós vamos conhecer as sete regiões principais do membro inferior. Elas são: a região glútea, o quadril, a coxa, o joelho, a perna, o tornozelo e o pé. A maior parte dessas regiões pode ser dividida em superfícies anterior e posterior, e são formadas por sub-regiões menores, que nós vamos explorar durante nosso percurso de proximal para distal ao longo do membro inferior.
Vamos começar com a região glútea. Sim, estou falando sobre a sua amada máquina de rebolar - difícil não encontrá-la no nosso mapa anatômico. A região glútea, também conhecida como nádega, fica posterior aos ossos pélvicos e se estende da parte superior do osso ilíaco, conhecida como crista ilíaca, até a prega glútea, inferiormente. Se você está fazendo agachamentos na academia tenho certeza que você sabe que a região glútea é formada principalmente por músculos - alguns grandes e outros pequenos.
O principal conteúdo desta região inclui os três grandes músculos glúteos superficiais e o grupo profundo de músculos glúteos, também chamados de músculos internos do quadril. O grande nervo do membro inferior - o nervo ciático - também passa pela região glútea ao sair da pelve.
Nossa próxima parada é a região do quadril. Esta região está localizada anterolateralmente à região glútea, e se estende também desde a parte superior do osso ilíaco - a crista ilíaca - até a área logo abaixo da parte óssea palpável do quadril, que é formada pelo trocânter maior do fêmur. E isso é tudo o que nós vamos falar sobre a região do quadril.
Agora vamos conhecer a região da coxa. Esta região também é conhecida como região femoral , pois em latim a palavra “femur” significa “coxa”, e como nós sabemos, o nome do longo osso localizado aqui também é fêmur. A coxa é formada por uma região anterior e uma posterior. Vamos começar dando uma olhada na anterior primeiro.
A região anterior da coxa, também conhecida como região femoral anterior, é limitada superiormente pelo ligamento inguinal e inferiormente pela borda proximal do joelho. Vamos tirar a pele e a fáscia e dar uma olhada no que tem dentro da região anterior da coxa. Ela é formada principalmente pelo grupo de músculos quadríceps femoral, que nós costumamos chamar de quadríceps. Como seu nome sugere, o grupo de músculos conhecido como quadríceps femoral é formado por quatro músculos - o reto femoral, o vasto lateral, o vasto medial e o vasto intermédio.
Na região anterior da coxa existe uma pequena sub-região triangular conhecida como triângulo femoral, também conhecida como trígono femoral. Esta região é nomeada pelo seu formato triangular e sua localização dentro da coxa. O triângulo se localiza no aspecto anteromedial da coxa, e é formado pelo ligamento inguinal superiormente, o músculo sartório lateralmente e o músculo adutor longo medialmente. E é claro que este não é um triângulo qualquer. É importante saber sobre ele, pois é aqui que podemos localizar várias estruturas anatômicas importantes da coxa. De lateral para medial, são elas: o nervo femoral, a artéria femoral, a veia femoral e os linfonodos femorais, que são mais comumente conhecidos como linfonodos inguinais. Essas estruturas estão cursando a partir do membro inferior ou em sua direção, através do triângulo femoral. Como a artéria femoral é superficial aqui, esse é também o local onde você pode palpar o pulso femoral. Então assim finalizamos a região anterior da coxa.
Agora vamos seguir para a região posterior da coxa ou região femoral posterior. Esta região começa na prega glútea e termina logo acima da região poplítea. Como a coxa anterior, essa região é formada principalmente por músculos. Os músculos da coxa posterior são conhecidos como músculos do jarrete ou, no mundo anatômico, como músculos isquiocrurais. Os músculos do jarrete são três: o bíceps femoral, o músculo semitendinoso Eo músculo semimembranoso. O nervo ciático, que nós mencionamos antes, continua da região glútea para entrar na coxa posterior, como nós podemos ver aqui nesta imagem.
Pegue os seus mapas, nós vamos para o sul, até o joelho. O nome dessa região é derivado da palavra em Latim “genu”. A região do joelho é formada principalmente pelos côndilos do fêmur distal e da tíbia proximal, bem como pela patela. Ela também possui vários tendões, ligamentos e outras estruturas que ajudam no suporte da articulação. Olhando de uma perspectiva anterior nós podemos ver que esta região começa na borda distal da coxa anterior e termina na borda proximal da perna anterior. Outra maneira, talvez mais fácil de descrever o joelho anterior, seria a área ao redor da patela.
Vamos agora virar e ver a parte posterior do joelho, que também é conhecida como região poplítea. A região poplítea é caracterizada pela fossa poplítea, que tem formato de diamante e é um espaço bem definido e preenchido por gordura. A fossa poplítea é limitada superiormente pelos tendões dos músculos do jarrete, da coxa posterior. Inferiormente, ela é limitada pelos dois tendões do grande músculo superficial da coxa - o músculo gastrocnêmio. A região poplítea contém várias estruturas importantes, como a artéria e a veia poplíteas (com seus nomes apropriados), bem como os dois principais nervos da perna: os nervos tibial e fibular comum.
Agora vamos viajar para a próxima parte do membro inferior, que é a perna. Apesar de ser uma palavra que você deve ter aprendido quando tinha uns dois anos e fez dodói nesta região, o termo perna na verdade causa um pouco de confusão para muitos adultos quando aprendem anatomia. Isto porque para os anatomistas a perna é somente a região entre o joelho e tornozelo, e não todo o seu membro inferior. Bom saber!
Então vamos começar com a parte anterior da perna, também conhecida como região crural anterior, que começa na borda distal do joelho e termina em uma linha imaginária acima das partes proeminentes do seu tornozelo, que são conhecidas como maléolos medial e lateral. A região anterior da perna é definida principalmente pela borda anterior da tíbia, que é o osso da canela. A parte externa ou anterolateral da perna é definida pelos músculos tibial anterior e fibular longo, enquanto a parte interna ou medial da região anterior da perna é formada principalmente pela parte medial da cabeça do músculo gastrocnêmio.
Vamos seguir então para a região posterior da perna, ou região crural posterior, que se localiza na superfície posterior da perna, entre a fossa poplítea e a região do tornozelo. Esta região contém os grande músculos da panturrilha - gastrocnêmio e sóleo - bem como os vários músculos profundos da perna posterior. Ela também contém a artéria e veia tibiais posteriores, além do nervo tibial. Fique à vontade para assistir a videoaula sobre os músculos da perna quando você estiver preparado para aprender mais sobre esta área.
Seguindo agora para a ponte anatômica entre a perna e o pé, agora estamos olhando para a região do tornozelo. Esta região também é conhecida como região talocrural. Olhando a partir de uma perspectiva anterior nós podemos ver que esta região é limitada superiormente pela borda distal da perna anterior, e inferiormente pela borda proximal da região dorsal do pé. A região talocrural anterior é definida pelas extremidades distais da tíbia e da fíbula, que formam as protrusões ósseas da região do tornozelo, conhecidas como maléolos medial e lateral, respectivamente. Entre eles encontra-se o osso mais proximal do pé, o tálus. Esta região também contém os tendões distais dos músculos anterolaterais da perna, que agem no pé, bem como vários vasos e nervos da pena que passam pela articulação do tornozelo.
Logo atrás da região talocrural anterior, nós encontramos a região posterior do tornozelo. Esta região é limitada superiormente pela borda distal da perna posterior e inferiormente pela borda proximal do calcanhar do pé, que é conhecida como região calcânea. Mais uma vez, a região talocrural posterior é marcada pelos maléolos medial e lateral, que são separados por um grande tendão dos músculos da panturrilha - o tendão calcâneo - que é comumente chamado de tendão de Aquiles. Entre o tendão calcâneo e os maléolos existem duas pequenas sub-regiões conhecidas como regiões retromaleolares medial e lateral. Ambas dão passagem aos tendões de alguns dos músculos posteriores e laterais da perna no seu trajeto distal, para se inserirem no pé. A região retromaleolar medial também dá passagem para a artéria tibial posterior e, portanto, essa é a região na qual você pode checar seu pulso tibial posterior.
Mais embaixo, na extremidade distal do membro inferior, nós chegamos no pé. O pé, ou região pedial, é formada por várias pequenas regiões, que nós vamos explorar agora. Identificando as de proximal para distal, a primeira região que nós vamos conhecer é a região calcânea. Calcânea é um termo derivado da palavra em latim “calx” que significa calcanhar.
A região proximal do pé é formada por vários ossos, conhecidos como ossos tarsais, e a região calcânea é marcada por uma protrusão posterior do maior deles, conhecido como calcâneo, bem como pelo grande coxim de gordura da região, que fornece amortecimento. Movendo distalmente, nós encontramos as regiões dorsal e plantar do pé.
Vamos começar com o dorso do pé. Os termos dorso ou dorsal em latim se referem à parte de trás. Mas porque a parte da frente do pé seria chamada de parte de trás? Durante os primeiros dias de desenvolvimento do feto, a planta do pé está voltada para cima, enquanto o dorso do pé fica inferiormente, ou voltada para trás, como seu nome sugere. Entretanto, durante o desenvolvimento os membros começam a rodar, o que essencialmente inverte tudo. O dorso do pé, que originalmente estava localizado no aspecto inferior, agora está voltado para cima, enquanto o aspecto plantar aponta inferiormente.
O dorso do pé contém várias estruturas, incluindo as superfícies dorsais dos ossos do pé, os ossos tarsais, os metatarsais e as falanges do pé. Ele também contém os músculos extensores do pé, as estruturas neurovasculares do aspecto dorsal do pé, além dos tendões dos músculos anteriores da perna.
A região dorsal do pé pode ser dividida em várias regiões menores, como a região metatarsal, como nós podemos ver aqui destacada aqui nesta imagem. Esta é a região que fica sobre os ossos metatarsais. Distal aos ossos metatarsais, nós encontramos os dedos.
Os dedos podem ser numerados de um a cinco, com o maior dedo, ou hálux, sendo o primeiro dedo e o dedo mínimo, o quinto dedo. Entre os dedos nós encontramos os espaços interdigitais, que estão destacados nesta imagem.
Nos lados medial e lateral do pé nós encontramos as bordas medial e lateral do pé. O lado medial também é conhecido como borda tibial do pé, já que o osso tibial da perna se localiza no aspecto medial. O aspecto lateral do pé é portanto conhecido como borda fibular, já que a fíbula se localiza no aspecto lateral. Como você sabe, nossos pés não ficam completamente planos sobre o chão. Ao longo das partes tarsal e metatarsal do pé existe um arco proeminente comumente chamado de arco do pé. Apesar de parecer que só existe um arco, na verdade existem três. Os dois primeiros são os arcos transversais.
Os arcos transversais, como o nome sugere, estão orientados transversalmente no pé O arco transversal proximal é o maior dos dois, e é formado por quatro dos ossos tarsais - os três ossos cuneiformes e o osso cuboide, lateralmente. O arco transversal distal se localiza mais distalmente, próximo aos dedos e é formado pelas cabeças dos cinco ossos metatarsais. Por causa do arco transversal distal, só a cabeça do primeiro e do quinto osso metatarsal ficam em contato com o chão. Vários músculos do perna e do pé, além dos ligamentos ao redor, ajudam a dar suporte a estes arcos e fazem com que eles se adaptem aos movimentos do pé, nos ajudando a andar e a correr.
O terceiro arco do pé é o arco longitudinal. Este arco é formado por uma parte medial e uma lateral, que se localizam de cada lado do arco transversal. A parte medial é formada pelos ossos tarsais e metarsais mediais, que, reforçando, são amplamente suportados pelos ligamentos, músculos e tendões. A parte lateral do arco longitudinal é menos proeminente que o aspecto medial, e é suportada pelos ossos tarsais laterais e pelos quarto e quinto ossos metatarsais.
Agora chegamos ao nosso destino final. Como você pode ver no nosso mapa, alcançamos o extremo sul, ou a planta do pé. A planta do pé também é conhecida como região plantar do pé. Esta região é encontrada no aspecto inferior do pé, e é a parte do pé que fica em contato com o chão. Esta região contém os músculos intrínsecos da planta do pé, bem como os tendões do compartimento posterior da perna. Ela também contém as artérias e as veias da planta do pé. Assim como na superfície dorsal nós temos a superfície dos primeiro ao quinto dedos, aqui nós encontramos as superfícies plantares desses dedos. No aspecto distal da planta do pé nós encontramos a eminência do hálux. Esta eminência faz parte da bola do pé. A protrusão nesta região é causada pela volumosa articulação entre a falange proximal do hálux, os pequenos dois ossos sesamoides e a cabeça do primeiro osso metatarsal, bem como um coxim de gordura bem definido para o amortecimento.
Nós viajamos por todo o membro inferior e localizamos cada região e seus conteúdos. Antes de finalizarmos eu queria voltar rapidamente para o norte, no triângulo femoral, onde nós vamos dar uma olhada em algumas notas clínicas.
A artéria femoral é uma das maiores artérias da coxa e, portanto, é de importância vital na vascularização do membro inferior. Como nós mencionamos antes, a artéria femoral é facilmente palpada no triângulo femoral. O pulso pode ser localizado no aspecto medial da coxa proximal, no ponto inguinal médio.
Como em qualquer outra artéria do corpo, uma placa aterosclerótica pode causar estreitamento ou oclusão das artérias do membro inferior. Quando isso ocorre é muito importante remover cirurgicamente este bloqueio para restaurar o fluxo normal de sangue para o membro inferior. Isso pode ser feito por um procedimento conhecido como angioplastia por balão. Uma angioplastia é um procedimento médico no qual um balão é inserido dentro da artéria para aliviar o bloqueio e permitir a colocação de um stent, que manterá a artéria aberta. O conhecimento da localização exata da artéria femoral dentro do triângulo femoral ajuda os cirurgiões a encontrarem facilmente a artéria e remover o bloqueio de maneira rápida e eficiente.
E assim completamos nossa videoaula sobre as regiões do membro inferior. Agora nós sabemos onde encontrar todas as regiões e listar o conteúdo de cada uma delas. Parabéns por ter chegado até aqui sem ter se perdido pelo caminho.
Antes que você guarde esse mapa, deixe-me resumir rapidamente o que nós aprendemos. Na videoaula de hoje nós criamos um mapa das regiões do membro inferior e seus conteúdos. A primeira região que nós vimos foi a região glútea. Lateralmente à região glútea, de cada lado, nós identificamos a região do quadril, que foi definida como a região ao redor da grande proeminência do fêmur, conhecida como trocânter maior.
Logo abaixo da região glútea nós identificamos a coxa, ou região femoral. Esta região é dividida nas subdivisões anterior e posterior. No aspecto anteromedial da coxa anterior, nós identificamos uma pequena sub-região - o trígono femoral.
Seguindo distalmente, nós chegamos ao joelho. A região anterior do joelho também é conhecida como região patelar, devido a presença da patela. A região posterior do joelho é conhecida como região poplítea e é marcada pela fossa poplítea.
Seguindo para a perna, nós identificamos as suas regiões anterior e posterior. Elas também são conhecidas como as regiões crurais anterior e posterior. Juntas elas formam toda a região localizada entre o joelho e o tornozelo.
Distalmente à perna nós temos o tornozelo. Esta região também possui uma superfície anterior e uma posterior. A região posterior do tornozelo contém duas sub-regiões, conhecidas como regiões retromaleolares lateral e medial. Essas regiões ficam escondidas atrás dos maléolos.
O pé é dividido em várias regiões menores, sendo a primeira a região calcânea ou região do calcanhar. Essa região é marcada pela protrusão do grande osso tarsal - o calcâneo.
Depois nós vimos a região dorsal do pé, localizada no aspecto superior do pé. Logo acima dos ossos metatarsais nós identificamos uma sub-região da superfície dorsal - a região metatarsal do pé. Distal aos cinco metatarsais nós também vimos os cinco dedos e os espaços interdigitais. Nos aspectos medial e lateral do pé nós encontramos a borda medial - ou tibial - e a borda lateral- ou fibular - do pé.
Seguindo, nós vimos os três arcos do pé. Nós identificamos os arcos transversais proximal e distal centralmente, e o arco longitudinal. Os aspectos medial e lateral do arco longitudinal dão suporte aos arcos transversais. Nós identificamos a planta do pé como a região inferior desta estrutura, e no aspecto distal da planta do pé nós vimos a eminência do hálux ou protrusão da articulação do hálux.
E na parte final dessa videoaula nós vimos algumas notas clínicas sobre a artéria femoral, dentro do triângulo femoral. Nós identificamos o ponto correto para palpar o pulso femoral. Nós também exploramos complicações ateroscleróticas da artéria femoral, e como esses bloqueios podem ser resolvidos por um procedimento conhecido como angioplastia femoral.
E isso nos trás ao fim dessa videoaula. Espero que você tenha gostado de mapear as diferentes regiões do membro inferior.
Bons estudos!