Videoaula: Cavidades do corpo humano
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Você já alguma vez pensou como seriam os nossos corpos se nós removêssemos todos os principais órgãos? Quero dizer, se nós jogarmos fora nosso cérebro ou medula espinal, ou se nos livrarmos dos nossos ...
Leia maisVocê já alguma vez pensou como seriam os nossos corpos se nós removêssemos todos os principais órgãos? Quero dizer, se nós jogarmos fora nosso cérebro ou medula espinal, ou se nos livrarmos dos nossos pulmões e coração, ou até se descartarmos nosso estômago, intestinos e fígado? Sim, eu sei o que você está pensando. Ok, está bem. Remover os órgãos de alguém que está vivo não é uma ideia muito boa, mas e se for a alguém que já não está vivo? Certamente você já ouviu o termo ‘autópsia’ antes - um exame médico especial a um corpo sem vida para determinar a sua causa de morte.
Na maioria dos casos, uma autópsia envolve um exame do corpo internamente, e para isso é preciso fazer uma grande incisão em forma de Y na parede anterior do tronco, para que todos os órgãos principais possam ser removidos para uma avaliação individual. Da mesma forma, se o cérebro precisa ser examinado, a parte superior da cabeça, conhecida como calvária, é removida para permitir que ele seja extraído. O que sobra depois de removermos todos estes órgãos?
Bem, nós temos alguns grandes espaços vazios, certamente. Os espaços dentro do nosso corpo acomodam os nossos órgãos internos mantendo-os sãos e salvos, e é a anatomia desses espaços que nós vamos estudar hoje. Seja bem-vindo ao nosso estudo das cavidades do corpo humano.
Antes de aprendermos a anatomia das principais cavidades do corpo humano, eu acho que é muito importante que nós perguntemos primeiro, qual é a função desses espaços?
Bem, primeiro, eles protegem vários órgãos delicados de serem danificados quando nós nos mexemos. Algumas cavidades oferecem essa proteção através de fortes paredes constituídas por ossos, e o melhor exemplo disso é, obviamente, o seu cérebro, que está bem protegido dentro do seu crânio. Geralmente, dentro das cavidades corporais existe algum tipo de fluido que ajuda a absorver o impacto ou permite um certo grau de movimento entre órgãos adjacentes ou entre os órgãos e a parede da cavidade, protegendo-os de serem danificados. Mas nós vamos falar mais sobre isto daqui a pouco.
Além disso, as cavidades ajudam a compartimentalizar alguns dos importantes órgãos. Imagine se todos os órgãos desde o seu pescoço até à sua pelve fossem capazes de se mover livremente. Você poderia acabar com alguns nós se virasse de cabeça para baixo. Esta compartimentalização das cavidades corporais também pode ajudar a limitar a propagação de infeções. Então, com tudo isso em mente, nós vamos olhar hoje para as cinco principais cavidades do corpo, examinando sua localização, limites, conteúdos, e algumas características importantes de cada uma delas.
A primeira coisa a ter em mente sobre todas as nossas cavidades é que todas as nossas principais cavidades corporais podem ser agrupadas pela sua localização em duas cavidades primárias, que são a cavidade dorsal, encontrada ao longo do aspecto posterior do corpo, e a cavidade ventral, que está localizada mais anteriormente. E nós vamos começar este tutorial olhando para a cavidade dorsal.
A cavidade dorsal é a casa do nosso sistema nervoso central, e pode ser dividida em duas partes que são contínuas uma com a outra - a cavidade craniana que, é claro, abriga o cérebro, e o canal vertebral, que é a casa da medula espinal. Essas cavidades são contínuas uma com a outra através do forame magno, que é um grande buraco na base do crânio, através do qual cursa a extremidade caudal ou inferior do bulbo.
Vamos começar pelo topo com a cavidade craniana.
O crânio é a estrutura óssea mais superior do corpo, e é formado pelos ossos da calota e da face, excluindo a mandíbula. O crânio tem várias cavidades e seios, portanto é em grande parte oco, e nós vamo-nos focar na maior destas cavidades, que é a cavidade craniana.
Os limites ou paredes da cavidade craniana são formados pelos oito ossos cranianos que formam o que é conhecido como neurocrânio - a parte do crânio que contém o cérebro. Vamos agora olhar para a cavidade craniana de diferentes perspectivas para ter uma melhor compreensão deste espaço.
Primeiro, vamos olhar para o topo do crânio, que é chamado de calvária. A calvária é constituída pelas partes superiores do osso frontal, dos dois ossos parietais, e do osso occipital, e estes ossos formam o limite superior ou teto da cavidade craniana.
Olhando de uma perspectiva superior da base do neurocrânio nós podemos ver que há muita coisa acontecendo. Há muitos forames, que são buracos no crânio, através dos quais passam as artérias, veias, e nervos, além de espaços que são conhecidos como fossas. O mais notório destes forames, é provavelmente este aqui, o forame magno, ao qual nos referimos anteriormente.
Os ossos que formam o assoalho da cavidade craniana podem ser divididos em três fossas: as fossas cranianas anterior, média, e posterior. A fossa craniana anterior está logo atrás da testa, e é composta por três elementos ósseos: a placa orbital do osso frontal, a parte superior do osso etmoide, e as asas menores do osso esfenoide.
A fossa craniana média também é formada por três ossos - são eles o corpo e asas maiores do osso esfenoide, os dois ossos temporais, e as partes mais inferiores dos dois ossos parietais. Finalmente, em direção à parte posterior da cabeça, a fossa craniana posterior é constituída pelos dois ossos temporais, pelos dois ossos parietais, e pelo osso occipital.
Só para recapitular, os ossos que formam os limites da cavidade craniana são o osso frontal, o osso etmoide, o osso esfenoide, os dois ossos parietais, os dois ossos temporais, e o osso occipital. Mas então, o que habita este espaço ósseo?
É um conhecimento bem comum que o encéfalo vive lá dentro. Ele é formado pelo cérebro, pelo tronco encefálico, e pelo cerebelo, mas envolvendo o encéfalo há várias camadas protetoras, vamos então dar uma olhada nesta ilustração.
Agora nós estamos vendo um corte coronal da calvária, onde podemos ver a pele e a gordura subcutânea do escalpo aqui, superficialmente ao osso, e estes ossos que vemos aqui são os ossos parietais. A fissura longitudinal está atravessando o plano da imagem entre os dois hemisférios cerebrais.
Por baixo das paredes ósseas da cavidade craniana, há três camadas protetoras, que são as meninges. De superficial para profundo, elas são a dura-máter, a aracnoide-máter e a pia-máter.
A dura-máter é uma membrana forte de duas camadas, que é fixada ao osso e contém os seios venosos ou seios durais entre as suas duas camadas. A camada média é chamada de aracnoide-máter, e é uma fina membrana que recobre o cérebro e tem finas projeções em forma de rede que são conhecidas como as trabéculas aracnóideas e a conectam à pia-máter, mais profunda. É entre estas duas camadas que circula o líquor, e este fluido amortece os movimentos do cérebro dentro da sua cavidade óssea.
A pia-máter é uma camada muito delicada e fina de tecido conjuntivo que está tão firmemente ligado à superfície do cérebro que não se consegue removê-la durante a dissecção. O cérebro, o cerebelo e quase todo o tronco cerebral estão contidos dentro da cavidade craniana. A parte caudal do bulbo continua além do forame magno até à cavidade vertebral.
Ok, então isso é tudo sobre a anatomia da cavidade craniana. Vamos seguir o tronco cerebral para a nossa próxima cavidade - o canal vertebral.
Nós continuamos na cavidade dorsal aqui inferiormente no fino canal vertebral posterior que corre da base do crânio até o sacro, situa-se na linha média do corpo, e contém a medula espinal, as raízes dos nervos espinais, as meninges vertebrais e os vasos sanguíneos.
Vamos primeiro definir exatamente o que significa canal vertebral.
Os elementos ósseos do canal vertebral são, claro, representados pelas vértebras - aqueles ossos que você sente nas suas costas - e eles se parecem com uma destas, dependendo de onde nós estamos olhando na coluna vertebral. Independentemente das suas diferenças, a maioria das vértebras têm muitos marcos ósseos em comum. Então, aquela protuberância que você sente nas suas costas é esta estrutura aqui - o processo espinhoso.
Cada vértebra tem um buraco no centro chamado de forame vertebral, e estes forames quando postos uns em cima dos outros formam o canal vertebral, que abriga a medula espinal. E há vários tipos de ligamentos e outras estruturas de tecido conjuntivo prendendo as vértebras umas às outras e prendendo também os discos intervertebrais entre os ossos, e nós vamos ver isso em maiores detalhes daqui a pouco.
Mas então, o que é que forma os limites do canal vertebral? Com a medula espinal localizada aqui dentro do canal vertebral, nós podemos ver esta estrutura óssea anterior a ela que é chamada de corpo vertebral. A sua parte posterior forma a margem anterior do canal vertebral. Um disco intervertebral está interposto entre dois corpos vertebrais, então o disco intervertebral é considerado o limite anterior do canal vertebral entre dois corpos vertebrais.
O ligamento longitudinal posterior está fixado às superfícies posteriores dos corpos vertebrais, se estendendo por todo o comprimento da coluna vertebral e suportando as articulações intervertebrais. Lateralmente, os limites do canal vertebral são incompletos o que cria espaço para que os nervos espinais deixem a medula espinal para o sistema nervoso periférico. Onde existe uma parede óssea ela é formada pelos pedículos de cada vértebra, e estes são encontrados entre o corpo vertebral e estes processos aqui, que são conhecidos como os processos transversos das vértebras. E finalmente, a margem posterior do canal vertebral é estrutura óssea que é conhecida como a lâmina da vértebra.
Ok, eu agora vou mudar para uma ilustração diferente, que mostra um corte transverso da coluna vertebral in situ para que nós possamos apreciar melhor o conteúdo do canal vertebral.
Então, localizado centralmente no canal vertebral, nós temos a medula espinal bem aqui, que corre ao longo dos três quartos superiores do comprimento do canal vertebral. Cursando na periferia do canal vertebral há um pequeno espaço, conhecido como espaço epidural, que contém a gordura epidural, que protege e amortece a medula espinal, o que é importante, já que a coluna vertebral é uma estrutura algo móvel que se mexe quando o seu tronco se estica ou flexiona.
Fiel ao seu nome, a gordura epidural está fora da dura-máter. Contínua com a camada interna da dura na cavidade craniana, esta camada meníngea também protege a medula espinal, e dentro dela está novamente a aracnoide-máter.
A aracnoide e a dura-máter juntam-se nas radículas espinais e criam uma junção estreita entre os nervos espinais e o mundo externo. O líquor preenche o espaço subaracnóideo, o qual, mais uma vez, amortece e protege a medula espinal.
Tal como acontece na cavidade craniana, nós mal conseguimos ver a pia-máter aqui, já que ela é tão fina e tão firmemente fixada à medula espinal, mas apesar da sua estrutura delicada, a pia-máter desempenha um papel extremamente importante na proteção do cérebro e da medula espinal.
E isto basicamente completa todo o conteúdo do canal vertebral ao longo da maior parte do seu comprimento. Dito isto, a medula espinal sofre algumas alterações aproximadamente ao nível da vértebra L1 ou L2, então vamos ver isso com mais detalhe.
A medula espinal acaba em L1 ou L2 e se torna a cauda equina, que não é mais que um feixe de nervos espinais que deixam o canal vertebral no seus respectivos níveis, e que estão envolvidos pela dura-máter e pela aracnoide até ao sacro, enquanto a pia-máter viaja até ao cóccix como filamento terminal, agindo como uma âncora para a medula espinal.
Ok, então terminamos os dois compartimentos da cavidade dorsal. Vamos agora continuar com a cavidade ventral, que tem maiores dimensões.
A cavidade ventral é composta por um número maior de compartimentos do que a dorsal, e dentro desta região nós encontramos a cavidade torácica, que contém os sacos pleurais, o mediastino superior, e o saco pericárdico, encontrado no mediastino inferior. A cavidade abdomino-pélvica pode ser subdividida nas cavidades abdominal e pélvica. Eu sei que isto parece muita coisa, mas não se preocupe, não é tão complicado como parece. Vamos começar com a cavidade torácica.
Como o nome sugere, a cavidade torácica é o espaço contido dentro da caixa torácica, que é composta pelos corpos vertebrais, pelos doze pares de costelas e pelas cartilagens costais, além do esterno, encontrado anteriormente. Os limites desse espaço são formados principalmente por esta estrutura em forma de caixa criada por estes elementos ósseos.
A margem superior da cavidade torácica é formada posteriormente pelo corpo vertebral da vértebra T1, lateralmente pelas primeiras costela, e anteriormente pelo manúbrio do esterno. E as estruturas formam o que é conhecido como a abertura torácica superior, que é contínua com o pescoço ou região cervical do corpo.
A margem inferior da cavidade torácica é marcada por este grande músculo que é conhecido como o diafragma respiratório, que separa quase totalmente o tórax da cavidade abdominal inferior. E, finalmente, os limites posterior e anterolateral da cavidade torácica são formados pelas paredes musculoesqueléticas constituídas pelos corpos vertebrais, costelas, músculos intercostais e o esterno, que criam um espaço com a forma de uma gaiola.
Todos estes componentes criam uma estrutura única que proporciona capacidade de movimento e proteção, preenchendo assim os requisitos das nossas demandas respiratórias, que exige que o tórax seja dinâmico, mas também funcionando para abrigar e proteger alguns dos órgãos mais importantes do nosso corpo como o coração e os pulmões.
A combinação de ossos para proteção e suporte, articulações cartilaginosas para mobilidade e músculos intercostais para movimento permite a expansão, retração e flexibilidade, sem comprometer a segurança.
O conteúdo deste espaço, como referido anteriormente inclui alguns dos órgãos mais importantes do corpo, e o dano a estes órgãos frequentemente põe as nossas vidas em risco. Alguns exemplos destas estruturas são a traqueia, os brônquios e pulmões, o esôfago, o coração, e os grandes vasos.
Dentro da cavidade torácica, você pode encontrar, frequentemente, duas cavidades adicionais, as cavidades pleurais e a cavidade pericárdica, e é importante definir estes espaços, já que eles são mal interpretados muitas vezes, então vamos tomar um momento para dar uma olhada.
Há duas cavidades pleurais no tórax - uma envolvendo cada pulmão. Embora tecnicamente sejam classificadas como cavidades, elas não correspondem ao verdadeiro sentido da palavra. Elas formam o que é conhecido como um espaço potencial encontrado entre as duas membranas que envolvem os pulmões. Vamos ver rapidamente esta ilustração da cavidade torácica para entendermos a sua localização.
Como você pode ver nesta imagem, o pulmão esquerdo foi removido e para destacar o revestimento mais externo do pulmão, que é uma forte membrana fibrosa, conhecida como pleura parietal. Firmemente, fixada à superfície externa do pulmão está uma camada interna de pleura que é conhecida como a pleura visceral, e esta é a camada serosa - o que significa que produz uma fina membrana de fluido para lubrificar os pulmões e facilitar o seu movimento.
O espaço entre a pleura parietal e a pleura visceral é a cavidade pleural e, como eu mencionei anteriormente, este é um espaço potencial, o que significa que em condições normais não existe realmente um espaço. Contudo, num pneumotórax ou num hemotórax, ar ou sangue pode preencher a cavidade pleural.
A cavidade pleural tem duas funções primárias, ambas extremamente importantes para a respiração. Primeiro, como eu falei há pouco, o fluido seroso lubrificante produzido pela membrana visceral garante um movimento sem atrito entre as pleuras durante a ventilação, e sem isto a respiração seria muito difícil ou mesmo muito dolorosa.
A segunda função da cavidade pleural é prevenir o colapso dos pulmões, e isso está relacionado com a pressão na cavidade pleural, que é conhecida como a pressão intrapleural, e esta pressão intrapleural é inferior àquela encontrada nos pulmões, que é conhecida como pressão intrapulmonar. E isso é muito importante, então eu vou repetir mais uma vez para você. A pressão intrapleural é menor do que a pressão intrapulmonar. E a menor pressão das cavidades pleurais envolvendo os pulmões cria um vácuo que mantém os pulmões expandidos, impedindo que estes colapsem.
Mantendo tudo isto em mente, nós podemos perceber que esta cavidade é um pouco diferente das outras que nós discutimos, mas mesmo assim podemos fazer algumas das mesmas classificações. Os limites da cavidade pleural são a pleura parietal na superfície externa e a pleura visceral na superfície interna. E o conteúdo deste espaço é o fluido pleural.
A cavidade pericárdica é semelhante à cavidade pleural, já que também é um espaço potencial, e está localizado na linha média da cavidade torácica, numa região conhecida como o mediastino inferior, logo abaixo da metade inferior do esterno, e como o nome sugere, e está relacionada com o pericárdio do coração.
Então, nós podemos usar esta ilustração novamente para entender o pericárdio. Aqui nós temos o pericárdio fibroso que é o revestimento mais externo do coração, e esta membrana é contínua em torno do coração e envolve-o, e envolve também a raiz dos grandes vasos, e está também firmemente fixada ao diafragma e ao esterno, ancorando o coração no lugar. E ele protege também o coração, agindo como uma barreira física para os patógenos.
Profundamente ao pericárdio fibroso está o pericárdio seroso, que é composto por duas camadas - o pericárdio parietal, que é fundido e inseparável do pericárdio fibroso e o pericárdio visceral que está fixado à superfície externa do coração e é por vezes chamado de epicárdio.
A cavidade pericárdica é um espaço potencial encontrado entre as duas camadas do pericárdio seroso e é bastante semelhante ao que nós vemos na cavidade pleural, e contém um fluido seroso lubrificante conhecido como fluido pericárdico. Então, a cavidade pericárdica reduz o atrito durante os batimentos cardíacos ao lubrificar as superfícies do epicárdio seroso, facilitando os movimentos livres do coração, e também previne a dilatação excessiva do coração quando o volume de sangue dentro do coração aumenta.
Então, para resumir, nós podemos definir os limites da cavidade pericárdica como o pericárdio parietal e o pericárdio visceral, e o conteúdo desta cavidade é o fluido pericárdico. O acúmulo de excesso de fluido ou sangramento no interior da cavidade pericárdica, causados por trauma, resultam numa condição conhecida como tamponamento cardíaco, e isso causa um aumento da pressão dentro da cavidade pericárdica, diminuindo a capacidade de enchimento das câmaras do coração durante o ciclo cardíaco.
A última região da cavidade torácica que eu quero explorar é o mediastino superior. O mediastino como um todo é o compartimento central da cavidade torácica, com os pulmões localizados de cada lado, e é dividido nos compartimentos superior e inferior, e o mediastino inferior é onde se encontra o coração.
Nós vamos dar uma olhada rápida no mediastino superior neste tutorial, mas se você está interessado em aprender mais sobre isso, confira o nosso site para vídeos e artigos mais detalhados sobre a sua anatomia. Então vamos ver os limites do mediastino superior para entendermos melhor a área da qual estamos falando.
Então, a margem superior é a abertura torácica superior - a abertura do pescoço para o tórax ao nível da primeira costela - e o limite inferior é uma linha imaginária desenhada horizontalmente do nível da quarta vértebra torácica. E lateralmente o mediastino é limitado pela pleura parietal, que nós vimos anteriormente. O limite anterior são o manúbrio e o corpo do esterno, e o limite posterior são os quatro primeiros corpos vertebrais.
Mas o que é que nós podemos encontrar neste espaço? Bem, para uma região relativamente pequena há um grande número de estruturas anatômicas importantes que podem ser encontradas no mediastino superior, como o esôfago e a traqueia, além do arco aórtico seus três ramos. Nesta região também podemos encontrar a veia cava superior, as duas veias braquiocefálicas e o arco da veia ázigos, que está no lado direito da cavidade. Os nervos que nós podemos encontrar aqui são os nervos frênico e vago e, por fim, temos o remanescente do timo.
Ok, eu acho que já chega de falar sobre a cavidade torácica. Vamos continuar a nossa viagem através da cavidade vertebral para a cavidade abdominal.
Então esta cavidade está localizada logo inferiormente ao diafragma, que se você se lembra, era o limite inferior da cavidade torácica, fazendo com que o diafragma seja o limite superior da cavidade abdominal. A cavidade abdominal é limitada anteriormente e lateralmente pelos músculos e tecidos moles da parede abdominal, e posteriormente pelos corpos vertebrais e músculos dorsais.
O limite inferior da cavidade abdominal é frequentemente conhecido como estreito pélvico, que você pode ver aqui, e isto significa que as partes da pelve superiores ao estreito pélvico são consideradas parte da cavidade abdominal e, por isso, essa região da pelve também é conhecida como a falsa pelve.
A cavidade abdominal é a casa do trato gastrointestinal e de vários órgãos digestivos acessórios assim como dos rins e das glândulas adrenais.
Removendo a parede abdominal anterior nós podemos ver o fígado aqui, o estômago, o intestino grosso e parte do intestino delgado, todos escondidos debaixo do omento maior, e se nós removermos alguns destes, nós podemos ver o pâncreas, o baço e o mesentério do intestino delgado.
Profundamente ao mesentério, no espaço retroperitoneal, estão os rins, as glândulas adrenais e os os vasos sanguíneos e nervos associados a estes órgãos, bem como a drenagem linfática.
E isso é tudo sobre a cavidade abdominal - bem fácil.
Por fim, mas não a menos importante das cavidades a explorar hoje é a cavidade pélvica, e como nós fizemos com as outras cavidades, vamos começar definindo os limites desta última cavidade.
Como nós acabamos de ver, o limite entre as cavidades abdominal e pélvica é definido pelo estreito pélvico, visto aqui, e que é formado pelo limite criado pela sínfise púbica, as linhas arqueadas do íleo e as asas do sacro. As margens laterais da cavidade pélvica são formadas pelo corpo do ísquio e posteriormente pelo promontório do sacro.
O aspecto inferior da cavidade pélvica é o assoalho pélvico, que é um grupo de músculos fixados às partes inferiores da pelve óssea e que suportam boa parte do conteúdo pélvico. Esta é a perspectiva superior, olhando de cima para baixo, para a cavidade pélvica, e o assoalho pélvico é primariamente formado pelo que é conhecido como diafragma pélvico, que contém os músculos levantador do ânus e coccígeo, assim como outros tecidos moles.
Claro que o conteúdo da pelve não é tão simples como os das outras cavidades, já que há diferenças claras entre os sexos. Hoje nós vamos começar com a pelve feminina, e aqui você pode ver a parte distal do cólon sigmoide, o reto, os ureteres, que foram cortados, a bexiga, e além desses órgãos nós temos vasos sanguíneos, que irrigam não só a pelve, mas também o membro inferior, e nós também podemos ver a vagina, o útero, e a extremidade proximal das tubas uterinas nesta imagem.
Outros órgãos reprodutores encontrados na pelve feminina são o resto das tubas uterinas, os ovários e o ligamento largo do útero cobrindo estas estruturas.
Na pelve masculina, nós vemos algumas das mesmas estruturas, por exemplo, o reto e a extremidade distal do cólon sigmoide, contudo o volume total do espaço é um pouco menor aqui devido ao ângulo agudo da sínfise púbica, apesar da bexiga ser ligeiramente maior do que a feminina. Estruturas únicas da pelve masculina são as vesículas seminais e a próstata, que estão localizadas posterior e inferiormente à bexiga.
Antes de terminarmos, vamos ver uma condição clínica que está relacionada especificamente a uma das cavidades que nós aprendemos hoje.
Então, vamos voltar à cavidade pericárdica para ver o que acontece quando uma infecção invade esta cavidade. A pericardite é definida como uma inflamação do pericárdio e ocorre frequentemente associada a outras patologias do coração ou tórax. A causa mais frequente de pericardite é a infecção, o que significa que geralmente ela ocorre como uma situação aguda ou de curto prazo. No entanto, ela também pode ocorrer de forma crônica como resultado de uma cirurgia cardíaca ou radioterapia ou mesmo tuberculose.
A inflamação do pericárdio causa um inchaço e subsequente irritação causada pela fricção entre as camadas pericárdicas, isto pode ser bastante doloroso, e a sua apresentação clínica é frequentemente semelhante a um infarto do miocárdio ou um ataque cardíaco. Normalmente o aparecimento é súbito, e piora quando se está deitado ou ao inspirar. Um sinal clássico de pericardite é o barulho de fricção ouvido com um estetoscópio durante o exame clínico. Outros sinais podem ser febre, suor excessivo e falta de ar. Claro que se prossegue com uma avaliação do ECG, análises do sangue e exames de imagem para um diagnóstico mais minucioso.
O tratamento da pericardite depende da sua causa, mais é frequentemente, tratada com aspirina ou ibuprofeno, que serão prescritos junto dos antibióticos e esteroides, se necessário. Em alguns casos realiza-se um procedimento conhecido como pericardiocentese para remover o fluido em excesso da cavidade pericárdica para tratar ou prevenir o tamponamento cardíaco.
E assim terminamos o nosso estudo das cavidades do corpo por hoje. Vamos agora fazer um breve resumo do que nós falamos neste tutorial antes de você ir embora.
Nós começamos com a cavidade craniana e vimos um grupo de oito ossos que constituíam os limites do neurocrânio, que eram o etmoide, o esfenoide, os ossos temporais, os ossos parietais, e o osso occipital. Os conteúdos desta cavidade eram o encéfalo, o cerebelo, o tronco encefálico, as meninges, os vasos sanguíneos, e também os nervos cranianos.
Nós seguimos o tronco encefálico da cavidade craniana até ao canal vertebral, que é a cavidade formada pelos forames das vértebras empilhados uns em cimas dos outros e fixados por ligamentos e outros tecidos moles, e o conteúdo deste espaço era semelhante ao da cavidade craniana, começando primeiro com a medula espinal, as três camadas de meninges, os vasos sanguíneos vertebrais, e os nervos espinais.
Demos uma visão geral no tórax na cavidade torácica e vimos algumas estruturas únicas da parede torácica e como elas são importantes para a proteção e o funcionamento dos órgãos do tórax, e depois vimos especificamente duas cavidades pouco usuais dentro deste espaço - as cavidades pleurais, uma envolvendo cada pulmão, e a cavidade pericárdica em torno do coração.
Nós depois vimos a cavidade pleural, que é o espaço preenchido por fluido entre as pleuras parietal e visceral e vimos como ela ajuda a movimentação dos pulmões dentro do tórax. Em seguida, nós continuamos para a cavidade pericárdica, que era semelhante à cavidade pleural, consistindo nos pericárdios parietal e visceral envolvendo o espaço cheio de fluido que ajuda na movimentação do coração.
Nós depois descemos até à cavidade abdominal e fizemos uma viagem pelos muitos órgãos encontrados aqui, e vimos os limites desta grande cavidade, e, finalmente, vimos a pelve, que era contínua com a cavidade abdominal e envolta pelas paredes ósseas e musculares da pelve, e nós discutimos as diferenças entre a anatomia feminina e masculina.
E chegamos ao fim do nosso tutorial. Eu espero que você tenha gostado tanto de assistí-lo como eu gostei de fazê-lo. Até à próxima, obrigada por usar o Kenhub, e bons estudos.