Videoaula: Pele
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Quando nós pensamos nos órgãos do corpo, nós tendemos a pensar em estruturas internas. Mas você sabia que o maior e, provavelmente, um dos órgãos mais vitais do seu corpo é algo que você vê todos os ...
Leia maisQuando nós pensamos nos órgãos do corpo, nós tendemos a pensar em estruturas internas. Mas você sabia que o maior e, provavelmente, um dos órgãos mais vitais do seu corpo é algo que você vê todos os dias? É claro que eu estou me referindo à sua pele.
Nesta videoaula do Kenhub nós vamos dar uma olhada mais de perto na pele e na sua histologia. Teremos uma visão geral da pele e de suas funções, os tipos de pele que nós temos, suas camadas, as células que a formam e as estruturas acessórias que a ajudam a realizar suas funções. Nós também vamos mencionar um cenário clínico no qual o conhecimento da pele é importante.
A pele é incrível. É o maior órgão do corpo humano, nos cobre da cabeça aos pés e possui várias funções. Ela protege nossos órgãos internos de traumas, de infecções e da radiação UV, regula nossa temperatura e o conteúdo de água do corpo e nos mantém impermeáveis na chuva, sintetiza o hormônio vitamina D na luz do dia e nos deixa sentir e interagir com o mundo ao nosso redor. Sem pele, você pereceria bem rapidamente. E, por isso, ela é um órgão vital.
Entretanto, a pele não é toda igual. Ela muda, dependendo da sua localização no corpo, se adaptando às necessidades específicas daquela área. Mas, de maneira geral, existem dois tipos de pele - pele espessa e pele fina. Primeiro, vamos ver as camadas da pele. Nós vamos usar a pele espessa como exemplo e depois explicaremos a diferença entre as peles espessa e fina.
Existem três camadas principais na pele espessa - a epiderme, que é a camada mais externa, a derme, que é a camada do meio e a hipoderme, que também pode ser chamada de tecido subcutâneo e é a camada mais profunda, que está logo acima da fáscia que cobre os músculos. Estas camadas são subdivididas em subcamadas separadas, que nós vamos ver uma por uma. Nós vamos começar com a camada mais externa - a epiderme - primeiro olhando para os seus componentes e então para as suas cinco subcamadas.
Esta imagem é uma vista ampliada de uma pele espessa, com a epiderme destacada em verde. A epiderme é formada por epitélio escamoso estratificado queratinizado, mas o que isto significa? Vamos entender cada palavra. Epitélio significa que é o revestimento de um órgão ou cavidade. Neste caso, a pele é este órgão. Escamoso se refere ao tipo celular. Células escamosas possuem aparência esticada e plana. Isto faz com que elas sejam eficientes em cobrir uma grande área. Estratificado descreve o arranjo destas células. Estratificado significa que as células estão dispostas em camadas. Esta imagem mostra os queratinócitos estratificados da epiderme. Queratinizado significa que as camadas superiores de células contêm queratina. E é daí que o nome “queratinócitos”, mencionado antes, veio. A queratinização fornece uma maior resistência à abrasão e faz com que as células sejam impermeáveis, entretanto, isto também faz com que a água e os nutrientes não consigam entrar nas células, então elas acabam morrendo. O que resulta na necessidade de uma alta taxa de produção de células na pele. Na verdade, a vida média das células da pele é cerca de dez a trinta dias.
A epiderme pode ser dividida em cinco camadas distintas na pele espessa e quatro, na pele fina. Isto é baseado nos tipos celulares observados em cada nível. Uma dica antes de listarmos as camadas: O termo estrato vem do latim “stratum”, que significa camadas. De superficial para profundo, as camadas são: o estrato córneo, indicado aqui; o estrato lúcido; o estrato granuloso; o estrato espinhoso e o estrato basal. Profundamente ao estrato basal está a membrana basal, que é uma camada de tecido conjuntivo que separa a epiderme da derme. É a parte mais profunda da epiderme, apesar dela classicamente não ser contada como uma de suas camadas.
A epiderme é avascular - ou seja, ela não possui suprimento sanguíneo. Ela, tem, portanto, que receber todos os seus nutrientes e remover todos os seus metabólitos por difusão, através da membrana basal. Isto faz com que as camadas superficiais da epiderme recebam poucos nutrientes.
Agora que chegamos à base da epiderme nós vamos ver as camadas de profundo para superficial, para discutir cada uma delas e saber suas diferenças. Ir de profundo para superficial nos permite seguir o ciclo da vida de uma célula da pele. À medida que formos avançando, nós vamos destacar as características que você pode usar para identificar as células da pele em cada camada e, por sua vez, identificando as células, você será capaz de identificar a camada.
Demos um zoom na nossa imagem, com a derme aqui, a epiderme aqui e o estrato basal destacado em verde. O estrato basal é uma camada celular única da epiderme, que está logo acima da membrana basal. Quando dizemos “células da pele”, o que nós realmente queremos dizer são “queratinócitos” - as células mais abundantes na pele.
No estrato basal, células basais se proliferam e se diferenciam em queratinócitos. Células basais são células-tronco que possuem formato colunar. Elas podem se dividir em mais células basais, para regenerar sua população no estrato basal ou em queratinócitos. O estrato basal é, portanto, o local de nascimento dos queratinócitos.
As células basais estão ligadas à membrana basal, enquanto os queratinócitos são empurrados superficialmente para o estrato espinhoso. Pelo fato da epiderme ser avascular, os queratinócitos ficam progressivamente com menos nutrientes, à medida que eles se movem superficialmente, cada vez mais longe
da membrana basal.
Outras células encontradas no estrato basal são os melanócitos, que são células produtoras de pigmento; células de Langerhans, que são células que estimulam o sistema imune em resposta a um patógeno, e células de Merkel, que são tipos de terminações nervosas. Nós vamos falar mais sobre elas no final da nossa videoaula.
Subindo uma camada, nós temos o estrato espinhoso, destacado aqui em verde. O estrato espinhoso, também chamado de camada de células espinhosas, possui cerca de oito a dez camadas de células. Quando um queratinócito é empurrado em direção ao estrato espinhoso, seu citoesqueleto começa a encolher e as células começam a se achatar.
Você já deve ter notado que os núcleos nesta camada são mais pálidos do que aqueles do estrato basal. Isto se deve a um aumento na síntese de queratina, um processo chamado de queratinização. Queratina é uma proteína fibrosa que dá às células epidérmicas sua alta tolerância ao dano. Os queratinócitos possuem uma aparência espinhosa, cheia de pontas. E é daí que o nome camada de células espinhosas vem.
As numerosas interconexões entre os queratinócitos formam uma rede que fornece proteção aos tecidos que estão abaixo, particularmente contra forças abrasivas, e dá elasticidade e flexibilidade à epiderme. Você também pode encontrar algumas células de Langerhans passeando pelo estrato espinhoso, fazendo o seu papel.
Subindo mais um nível, chegamos ao estrato granuloso. Ele é na verdade a camada profunda rosa da pele que você vê quando uma ferida está cicatrizando. Ela possui cerca de três a cinco células de espessura.
Os queratinócitos possuem um citoplasma mais escuro nesta região, devido à presença de grânulos de querato-hialina, que se coram em roxo escuro com hematoxilina e eosina. Os grânulos de querato-hialina, destacados em verde neste esquema, juntam filamentos de queratina para aumentar a força tênsil das células. Os queratinócitos escurecidos nesta camada perdem seus núcleos e organelas quando eles começam a morrer e se tornarem escamas queratinizadas nas camadas epidérmicas superficiais. Eles também secretam corpos lamelares.
A palavra “lamelar” vem do latim e significa placa fina. Você pode ver um bom exemplo da palavra lamelar na armadura lamelar, que é um tipo de armadura para o corpo usada antigamente no Japão, constituída de pedaços de couro amarrados bem juntinhos em fileiras horizontais. Os corpos lamelares de formato alongado também estão amarrados bem juntinhos, formando uma membrana impermeável, então dá para entender como eles devem contribuir para a impermeabilidade da pele.
Devido ao seu conteúdo granular e sua aparência, os queratinócitos nesta camada às vezes são chamados de células granulares, mas tenha cuidado, pois estes não são os mesmos granulócitos que agem como células imunes no corpo.
Subindo um pouco mais, nós temos o estrato lúcido, também conhecido como camada de células claras. Ele só está presente na pele espessa, e não na pele fina. Possui cerca de três a cinco células de espessura, e você pode pensar que ele deve ser facilmente visível, como o estrato granuloso, mas apesar de possuírem o mesmo número de células de espessura, estes queratinócitos são mais planos e a camada não se cora bem com hematoxilina e eosina, então é difícil de ver. Nós destacamos a camada em verde, para que fique mais claro.
A principal maneira de reconhecer o estrato lúcido é que os queratinócitos não possuem limites claros nem têm uma aparência granular e as camadas são um pouco mais claras - possuem um tom mais claro de rosa - que é uniforme. Esta diferença na uniformidade é mais fácil de ver se dermos um pouco de zoom.
Uma parte do estrato lúcido ainda está destacada em verde, mas se nós seguirmos aqui, acima das células escuras do estrato granuloso, existe uma fina camada rosa uniforme, que é um pouco mais clara do que a camada acima. Se você não conseguir ver isto, não se preocupe, mas volte e tente de novo, pois distinguir entre pequenas diferenças de cores é uma habilidade importante na histologia e você pode melhorar muito com a prática.
Os queratinócitos estão quase no final de sua jornada! Agora eles serão empurrados para o estrato córneo. Nesta pele, o estrato córneo só possui poucas células de espessura, mas na pele espessa, como nós vemos aqui, ele pode ter mais de trinta células de espessura.
Nesta camada, os queratinócitos estão mortos e totalmente queratinizados, mas isto faz com que eles sejam perfeitos na sua função de proteção e impermeabilização. Quanto mais a pele está sujeita a forças abrasivas, mais espesso é o estrato córneo.
Aqui, nós destacamos algumas das células da pele. Nesta camada da epiderme, os queratinócitos também podem ser chamados de corneócitos, o que os identifica como biologicamente mortos, sem capacidade de realizar funções de síntese. Estas características diferenciam as células córneas dos queratinócitos.
À medida que os corneócitos são empurrados mais em direção à superfície, eles se descamam da pele, deixando o corpo. A próxima vez que você verá eles, provavelmente será ao limpar o seu quarto.
Nós seguimos os queratinócitos, desde de sua formação no estrato basal até sua descamação da superfície da pele, mas o que ocorre mais abaixo? Agora nós vamos voltar para a parte mais profunda da epiderme e seguir para baixo, começando na junção dermo-epidérmica.
A junção dermo-epidérmica se refere simplesmente ao nível onde a epiderme e a derme se encontram. Nesta junção, a epiderme se dobra ao redor de uma série de papilas da superfície. “Papila” é latim para mamilo e se refere ao formato destas protusões. Nas lâminas histológicas, elas parecem cumes e, por isso, eles são chamados de cumes epidérmicos ou cumes de Rete, que podem ser vistos claramente aqui, destacados em verde. As funções dos cumes são aumentar a área de superfície na junção, que aumenta a transferência de nutrientes e a resistência às forças de cisalhamento. Os cumes são mais profundos na pele espessa do que na pele fina, porque como você pode esperar, a pele espessa precisa ser mais resistente à abrasão.
Vamos seguir agora e falar sobre a derme. Abaixo da membrana basal, nós podemos ver a derme destacada em verde, na nossa linda ilustração. Neste corte, nós vamos olhar para a composição geral da derme, e depois para suas subcamadas, que são o estrato papilar e o estrato reticular. Esta camada é formada principalmente por tecido conjuntivo e, sendo assim, sua célula mais abundante é o fibroblasto.
A junção da derme e da hipoderme não tem uma barreira tecidual definida como a membrana basal e está mais para uma transição borrada do que uma linha certinha.
Vamos olhar mais de perto as camadas da derme. O estrato papilar, visto nesta imagem aqui, é a camada mais superficial da derme. Ele encontra-se diretamente abaixo da membrana basal e representa cerca de vinte por cento da espessura da derme. O nome estrato papilar vem do fato desta camada formar cumes abaixo da epiderme, que podem ser vistos aqui. Eles também são conhecidos como papilas. Isso por causa do seu formato, já que o termo “papilla” em latim quer dizer mamilo.
As papilas se intercalam com os cumes epidérmicos bem aqui. Sua função é aumentar a área de superfície da junção dermo-epidérmica. Isso resulta numa capacidade aumentada de difusão e aumenta a resistência contra forças abrasivas. Algumas papilas contêm corpúsculos de Meissner, que, como as células de Merkel do estrato basal, são tipos de terminações nervosas.
A derme papilar é formada por tecido conjuntivo frouxo areolar. Este é um tipo de tecido conjuntivo frouxo que contém muitos espaços abertos. “Areolar” é latim para “pequeno espaço aberto”. Estes espaços são preenchidos por fluido intersticial. Este tecido conecta estruturas enquanto se mantém flexível. Os espaços com fluido fornecem um “acolchoamento”.
Vasos sanguíneos são abundantes no estrato papilar, formando os capilares da papila. Estes capilares são responsáveis pelo suprimento de nutrientes à epiderme, através da difusão pela membrana basal. Todas estas funções são feitas pela derme papilar.
Então, o que há nas outras camadas da derme? O estrato reticular, ou derme reticular, é a camada profunda da derme, que é vista aqui. Na verdade ela forma aproximadamente oito por cento da derme. O estrato reticular contém todos os três tipos de tecido conjuntivo denso irregular, que são o colagenoso, o elástico e o reticular. Todas estas fibras ajudam a dar à derme reticular força tênsil e elasticidade. A porcentagem de cada tipo varia conforme a localização, permitindo que algumas áreas de pele sejam mais elásticas ou mais resistentes à tensão.
Pode ser difícil distinguir entre as duas camadas da derme na histologia. O principal método é identificar que a derme reticular possui comparativamente menos células e mais fibras do que a derme papilar. A derme reticular também contém tipos de terminações nervosas chamadas de corpúsculos de Pacini, corpúsculos de Meissner, corpúsculos de Ruffini e bulbos terminais de Krause; vasos sanguíneos maiores, glândulas sebáceas e sudoríparas e raízes de pêlos e unha. Estes podem ser identificados e usados para ajudar a localizar a derme reticular.
Então acabamos com a derme. Agora vamos olhar um pouco mais de perto para a hipoderme, que é a camada destacada em verde na nossa ilustração aqui. Aqui, nós daremos uma olhada no tecido conjuntivo septal e na fáscia profunda, que não é tecnicamente considerada parte da pele, mas que nós veremos mesmo assim, para que você entenda melhor como é a transição da pele para o resto das estruturas do corpo.
A hipoderme, bem aqui embaixo na nossa micrografia, possui vários nomes, podendo ser chamada de tecido subcutâneo, fáscia superficial ou fáscia subcutânea, mas como eu disse, ela nem sempre é necessariamente considerada parte da pele.
Dando um zoom, nós podemos ver que esta camada é formada principalmente por tecido adiposo, que é organizado ao redor do tecido conjuntivo frouxo, como aqui. O tecido adiposo, em verde, é um tecido gorduroso formado por células conhecidas como adipócitos.
A hipoderme possui quatro funções principais. Ela aumenta a mobilidade da pele, fornece isolamento, age como um absorvedor de choques e trabalha no estoque de energia. A hipoderme contém vasos sanguíneos, como a vênula aqui, linfáticos, nervos e terminações nervosas, especificamente, corpúsculos de Pacini.
A camada hipodérmica é identificável na histologia pela presença destas estruturas e pela sua cor rosa clara. A palidez generalizada se deve ao alto teor de gordura, já que o tecido adiposo não se cora com hematoxilina e eosina. Devido ao seu componente de tecido conjuntivo, a hipoderme às vezes é chamada de subcutâneo ou fáscia superficial. Ela está conectada à fáscia profunda abaixo e envia septos de tecido conjuntivo para cima, para a derme, como este septo destacado aqui. Estes septos fornecem pontos de ancoragem para as fibras do tecido conjuntivo e para a derme, aumentando ainda mais a resistência do tecido.
Se voltarmos rapidamente para nossa ilustração das camadas da pele, nós vamos ver que a fáscia profunda, frequentemente chamada de fáscia de revestimento, está destacada em verde. Este é um plano fascial separando a hipoderme das estruturas abaixo. No caso que podemos ver aqui, a estrutura abaixo é um músculo, porém, também pode ser um osso, um vaso sanguíneo, um nervo ou qualquer outra estrutura ou tecido localizado diretamente abaixo da pele.
Lembre-se, a fáscia profunda não faz parte da pele. A razão de termos incluído ela, foi por conta de sua continuidade, para que você entenda como a pele encontra os outros tecidos do corpo. As fáscias profundas revestem todos os músculos, ossos, vasos sanguíneos e nervos no corpo. Elas são contínuas com as camadas de tecido conjuntivo de todas estas estruturas, por exemplo, o epimísio, o perimísio e o endomísio dos músculos e o periósteo e o endósteo dos ossos.
Subsequentemente, fibras da fáscia profunda se juntam e formam ligamentos, tendões e aponeuroses. A fáscia é avascular, mas possui um rico suprimento nervoso, por isso, ela pode causar dor tanto em lesões agudas como nas crônicas. Ela também parece ser capaz de sentir propriocepção, que é a habilidade de sentir a posição do nosso corpo sem olhá-lo. O retreinamento da propriocepção da fáscia, tendões e ligamentos, que como nós acabamos de ver estão todos conectados, é o principal objetivo da fisioterapia após uma lesão e é vital para evitar uma nova lesão. Isto somos nós indo mais profundo do que a pele. Parabéns por ficar até aqui!
Agora, vamos falar sobre os diferentes tipos de pele. Como eu mencionei rapidamente no início da videoaula, existem dois tipos de pele, que são a pele espessa e a pele fina. É importante notar que a pele, na verdade, pode ser categorizada em espessa ou fina, como nós mencionamos antes, e em pilosa ou glabra, que significa sem pêlos. Geralmente essas categorizações se sobrepõem. A pele espessa geralmente não tem pêlos, enquanto a pele fina normalmente tem.
Os pêlos geralmente mal são visíveis a olho nu. Se você não acredita em mim, olhe atentamente e bem de perto para o dorso da sua mão. Para o propósito desta videoaula, nós vamos discutir os tipos: espessa e fina.
Vamos começar com a pele espessa, que é o tipo de pele que temos usado como exemplo durante nossa videoaula até aqui, e aqui você pode ver um corte histológico de pele espessa que nós usamos na maior parte da videoaula.
Pele espessa é encontrada em áreas do corpo onde forças abrasivas são comuns. Por exemplo, a pele espessa está presente nas solas dos pés, nas pontas dos dedos e nas palmas das mãos. Ela também possui mais terminações nervosas e é, portanto, melhor do que a pele fina no que diz respeito à sensibilidade. Isso faz sentido quando você considera que áreas de pele espessa são as partes que nós mais usamos para interagir com o mundo ao nosso redor.
Pele espessa é assim chamada porque a sua camada mais externa, o estrato córneo, é significativamente mais espessa do que a da pele fina e porque ela contém uma camada adicional, o estrato lúcido. O estrato espinhoso também é mais espesso, para dar proteção e elasticidade adicionais. Outra diferença é que a pele espessa possui uma derme mais fina, mas papilas dérmicas e cumes epidérmicos mais pronunciados.
Se isso não for suficiente, você também consegue diferenciar a pele espessa pelas estruturas presentes. Por exemplo, a pele espessa contém muito mais terminações nervosas e mais glândulas écrinas - um dos dois tipos de glândulas sudoríparas. A pele espessa não possui glândulas apócrinas - o outro tipo de glândula sudorípara - pêlos ou glândulas sebáceas.
Agora vamos ver a pele fina para comparação. Este corte, que também está corado com hematoxilina e eosina, mostra uma pele fina. A pele fina cobre todo o resto do corpo. Comparada com a pele espessa, ela é melhor em controlar a temperatura, por causa dos seus pêlos e da maior concentração de glândulas sudoríparas, entretanto, ela não é tão bem inervada.
Quando olhamos para a imagem, vemos logo que a camada externa rosa - o estrato córneo - é muito mais fina, com apenas cerca de duas células, em sua maior parte. A derme é muito mais espessa. A hipoderme não é nem visível neste corte, por causa disso. Além disso, as papilas dérmicas e cumes epidérmicos são muito menores ou nem estão presentes, como neste caso aqui.
A pele fina também só possui quatro camadas na epiderme e não possui o estrato lúcido. O estrato espinhoso também é visivelmente mais fino. A pele fina contém pêlos e músculos associados a eles, glândulas sudoríparas apócrinas e glândulas sebáceas. Em menor número do que na pele espessa, mas ainda presentes, estão as glândulas écrinas e as terminações nervosas.
Agora, você deve estar bem equipado para diferenciar entre a pele espessa e a fina. Vamos dar uma olhada nos tipos de células encontradas em cada camada. Mais uma vez, nós vamos começar com a camada mais externa, a epiderme, e vamos descendo. Vamos começar olhando para os tipos de células encontrados na epiderme que incluem queratinócitos, células basais, melanócitos e células de Langerhans.
Os queratinócitos, que nós podemos ver aqui, são as células mais abundantes. Eles formam mais de noventa por cento das células da epiderme. Nós destacamos algumas no estrato espinhoso, mas a maioria das células na tela são queratinócitos.
Nos diferentes estágios de seu ciclo de vida, os queratinócitos podem ser chamados de outros nomes. Células granulares, destacadas aqui em verde, é o nome dado aos queratinócitos à medida que eles ascendem pelo estrato granuloso. Isto é em referência à sua aparência granular, que é causada pela presença de grânulos de cerato-hialina no seu citoplasma. Estes grânulos, como discutimos antes, são o que vai ajudar as células a se tornarem o próximo tipo de queratinócito, também conhecido como corneócito, mostrado aqui.
Corneócitos, como você pode ver, são queratinócitos que morreram e foram para a grande camada acima. Em outras palavras, eles são os queratinócitos no estrato córneo. Eles são queratinócitos completamente diferenciados, o que significa que eles são a forma final dos queratinócitos. Um corneócito está, na verdade, biologicamente morto, já que não possui atividade de síntese. Isso porque ele perdeu seu núcleo e suas organelas. Corneócitos estão conectados por junções especializadas célula-a-célula, que se degradam à medida que eles são empurrados superficialmente. Eventualmente, as células sofrem descamação e se destacam da pele, se espalhando pelo ambiente. E aqui acaba o conto dos queratinócitos!
Agora, vamos falar sobre o parente do queratinócito - a célula basal - algumas das quais estão destacadas em verde aqui. Elas existem exclusivamente no estrato basal da epiderme, ligadas à membrana basal. Elas são, na verdade, células-tronco que possuem formato colunar. Células basais são capazes de proliferar, o que significa que uma célula basal pode se dividir em duas células basais e se diferenciar em queratinócitos, ou seja, a célula basal pode se tornar um queratinócito. A proliferação dá à pele a capacidade de regeneração, que é o que nos permite fechar feridas sem deixar cicatrizes após lesões pequenas. Como a epiderme é avascular, as células basais só podem receber nutrientes e remover dejetos por difusão através da membrana basal.
A próxima célula para discutirmos é o melanócito, que pode ser visto nesta imagem. Estas células também moram no estrato basal, mas possuem dendritos - longas projeções de membrana celular - que se espalham pelo estrato espinhoso e estrato basal. E como demonstrado na imagem, elas são mais raras que os queratinócitos e as células basais.
Melanócitos são responsáveis pela secreção de melanina, que é o pigmento que te dá o bronzeado. Você deve imaginar que os melanócitos tenham cor marrom, entretanto, este não é o caso. Os melanócitos produzem e liberam a melanina, portanto, as células que se coram de marrom são as células que recebem a melanina dos melanócitos. Na verdade, um melanócito possui citoplasma pálido e núcleo escuro na coloração com hematoxilina e eosina.
A melanina pode dissipar quase toda a radiação UV que a atinge, protegendo assim o DNA das células da nossa pele de serem danificados pela luz UV. Melanócitos fornecem melanina para as células basais e queratinócitos nucleados na epiderme, através dos dendritos. Quando a melanina chega a estas células, ela se junta para formar uma barreira protetora acima do núcleo, perto da superfície da pele, protegendo o núcleo da radiação UV.
Sardas, como as que nós encontramos na nossa lâmina histológica de pele fina, são áreas planas e hiperpigmentadas da pele, como estas deste indivíduo aqui, que são o resultado do aumento da deposição de melanina. É importante lembrarmos que o número de melanócitos é normal em uma sarda, é a produção e a deposição de melanina que estão aumentadas.
Nevos ou pintas, como eles mais comumente são chamados, são diferentes das sardas, pois são lesões elevadas envolvendo os melanócitos. Pinta é o que é criado por um número aumentado de melanócitos normais ou anormais.
Lentigos, o plural de lentigo, são áreas planas e hiperpigmentadas da pele, com aparência semelhante às sardas. A diferença é que os lentigos surgem de um número aumentado de melanócitos, mas são os dermatologistas que precisam aprender mais sobre isso.
Bem, vamos para outra célula protetora da epiderme, conhecida como célula de Langerhans, vista nesta imagem aqui. Este tipo celular na verdade é uma célula imune mais acuradamente chamada de célula apresentadora de antígenos, semelhante às células dendríticas dos outros tecidos. Sua função é pegar antígenos e apresentá-los ao sistema imune para análise.
Uma célula de Langerhans pode ser reconhecida no corte corado com hematoxilina e eosina pelo seu citoplasma claro e núcleo escuro e bem definido. Essas características são bem diferentes das dos queratinócitos ao redor, que possuem citoplasmas rosas e núcleos roxos mais claros. Estas aqui estão no estrato espinhoso, mas elas podem viver em qualquer camada da epiderme, exceto no estrato córneo. Esta característica nos permite diferenciar as células de Langerhans dos melanócitos, já que os melanócitos só estão presentes no estrato basal.
Esses são todos os tipos celulares que a epiderme tem para oferecer, mas e a derme? A derme possui três tipos celulares principais, que são: fibroblastos, adipócitos e macrófagos. Vamos falar brevemente sobre cada um deles.
Os fibroblastos são as células mais abundantes da derme. Eles criam um esqueleto de tecido conjuntivo que conecta a membrana basal da epiderme à hipoderme. Esta rede de fibras oferece uma estrutura para que as células, vasos e nervos da derme se liguem e é bem resistente às forças tracionais. Ela ainda é flexível, portanto permite que a pele deslize até um certo grau, enquanto resiste à abrasão.
Adipócitos ou células gordurosas se organizam ao redor do tecido conjuntivo. Eles fornecem um pequeno grau de preenchimento e isolamento. Assim como todas as células gordurosas, os adipócitos da derme também agem como reservatórios de energia.
Como as células de Langerhans da epiderme, macrófagos são células apresentadoras de antígeno do sistema imune. Eles estão espalhados pela derme para pegar qualquer coisa que entre nesta camada.
Agora, nossa última camada - a hipoderme - que nós podemos ver destacada aqui. Você ficará contente em saber que a hipoderme possui as mesmas células que a derme, que, como nós acabamos de ver, são os fibroblastos, adipócitos e macrófagos. A diferença é que o adipócito é o tipo celular mais abundante nesta camada, ao invés do fibroblasto. Isto indica que a hipoderme é, primariamente, um tecido de depósito de gordura.
A composição da hipoderme varia dependendo da região e da pessoa. Uma pessoa obesa possui adipócitos aumentados, mas ainda tem o mesmo número de adipócitos.
Mas chega de células, vamos discutir agora as estruturas acessórias da pele. Elas incluem vênulas e arteríolas, vasos linfáticos, folículos pilosos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, poros cutâneos, septos de tecido conjuntivo, nervos e terminações nervosas, que nós podemos dividir em cinco tipos diferentes - células de Merkel, corpúsculos de Meissner, corpúsculos de Ruffini, bulbos de Krause e corpúsculos de Pacini.
Isso parece muita coisa para aprender, mas não é, e quando acabarmos, você terá uma noção mais completa do que está acontecendo na sua pele.
Então, começando do início da nossa lista, nós temos as vênulas. Estas pequenas veias que recebem o sangue dos capilares. Múltiplas vênulas se juntam para formar veias. Esta imagem está mostrando uma vênula em um corte transversal, que é na verdade uma parte da espécime histológica de pele fina que nós usamos antes. Aqui está o lúmen da vênula, onde o sangue flui, e estas são as células da parede vascular, que criam esta linha bem demarcada no lúmen. Na verdade, existem até algumas hemácias que ainda estão no lúmen, aqui em cima. Vênulas ficam na hipoderme.
Você se lembra como identificar a hipoderme e a reconhece aqui? Sinta-se à vontade para pausar e tentar. OK, se você se lembra, a hipoderme é o local principal de estoque de gordura, então você deve ser capaz de identificar a hipoderme pela sua abundância em adipócitos.
Arteríolas transportam sangue das artérias até os capilares e têm diâmetro similar ao das vênulas. As arteríolas possuem uma parede vascular mais espessa, mas como nós podemos ver aqui na nossa ilustração, também viajam na hipoderme, então, normalmente é bem difícil diferenciá-las das vênulas nas lâminas histológicas.
Agora veja outro vaso. Vasos linfáticos transportam linfa do espaço extracelular nos tecidos, que é o fluido extracelular que teve seu papel no tecido e agora está sendo drenado pelo vaso linfático, e está no seu caminho para retornar para a corrente sanguínea. Mais uma vez, esta imagem é de uma área diferente do mesmo corte histológico, desta vez mostrando um vaso linfático na derme, em verde. Nós sabemos que isto é um vaso linfático por ser um vaso com diâmetro relativamente grande na derme.
A linfa muitas vezes é esquecida, mas sem uma drenagem linfática adequada, suas veias não dariam conta do recado e suas extremidades iriam inchar como um grande balão d'água, mas falaremos mais disso em uma outra videoaula.
Próxima parada, pêlos. Pêlos estão, sem nenhuma surpresa, presentes na pele pilosa. Este é o nome científico e é o oposto da pele glabra, ou não pilosa. Nós estamos olhando, é claro, mais uma vez para nosso diagrama que representa a pele, com os folículos pilosos destacados. Folículos pilosos são a parte da fibra pilosa abaixo da pele. A haste do pêlo, destacada aqui em verde, é a parte da fibra pilosa acima da pele.
O pêlo é formado por feixes de queratina. As hastes visíveis possuem apenas tecido biologicamente morto, enquanto os folículos pilosos abrigam a matriz do pêlo. E é nela que as células tronco especializadas em formar pêlos, conhecidas como tricócitos, são mantidas. A matriz está presente ao redor da papila, que fornece um rico suprimento sanguíneo. O lúmen do folículo piloso é onde as fibras do pêlo passam pela camada de pele. O lúmen é revestido por epiderme e derme. A papila fica profundamente na pele, ao nível da derme ou da hipoderme.
Se nós dermos uma olhada em uma micrografia de um folículo piloso, nós podemos ver como, na histologia, o pêlo possui algumas características peculiares. Nesta imagem, nós temos um pêlo em um corte transversal e estamos olhando para um folículo. Para começar, ele parece bem diferente. Na borda da região, há uma área bem demarcada e circundada por um anel de células e tecido conjuntivo. Nós dissemos que o lúmen é revestido por epiderme. Esta é a epiderme. O anel de tecido conjuntivo é a membrana basal e o anel de células é o estrato basal. As células são menos queratinizadas do que a superfície da pele, por isso o estrato córneo é mais fino.
Agora vamos ver esta estranha estrutura no meio. Isto é um folículo piloso, identificado pelo centro pálido circundado por células pigmentadas, com núcleos manchados. Estes núcleos manchados indicam que as células possuem natureza fibrosa. O pigmento é a melanina, que vem em três tipos e, os diferentes tipos, formam as diferentes cores de pêlo. Outra forma de identificar as fibras de pêlo é procurar pelo músculo eretor do pêlo, que está destacado em verde na nossa ilustração. Estes são músculos na camada dérmica, que conectam a membrana basal até a base da fibra pilosa. Eles são músculos lisos inervados por nervos simpáticos e são responsáveis por fazer seus pêlos arrepiarem.
Agora vamos seguir, mas não para muito longe, vamos para as glândulas sebáceas. Estas glândulas, que nós vemos aqui em verde, normalmente estão associadas à um folículo piloso e, portanto, são mais encontradas na pele pilosa. Entretanto, elas estão presentes na pele glabra, em menor número. Na histologia, elas se parecem um grande aglomerado de células, como aqui. O seu papel é secretar sebo.
O sebo é formado pelas células produzidas na glândula sebácea que estouraram. É uma substância oleosa feita para proteger e tornar a superfície da pele e as fibras pilosas impermeáveis. Você já achou que seu cabelo estava seco ou oleoso? Estas glândulas são as culpadas.
Que tal falarmos sobre outro tipo de glândula? A glândula sudorípara! Glândulas sudoríparas podem ser de dois tipos - écrinas, como as mostradas aqui, e apócrinas. Este diagrama mostra a estrutura tridimensional das glândulas sudoríparas. Elas são formadas por um tubo, que é enrolado em si mesmo. Na ponta do diagrama aqui, nós podemos ver como ela aparece em um corte transversal, que é como nós estamos vendo ela no microscópio.
Esta aparência de coleção de tubos contrasta com a aparência de aglomerado de células das glândulas sebáceas. Cada tipo de glândula sudorípara secreta uma solução diferente, mas ambas liberam secreções na pele através de poros, como este aqui. Este é o lúmen onde algumas glândulas sebáceas estão juntas e uma glândula sudorípara écrina está logo aqui. Perceba a diferença entre a aparência de células aglomeradas das glândulas sebáceas e a aparência de coleção de tubos das glândulas écrinas.
Aqui está outro exemplo de uma glândula écrina na histologia. Estas glândulas estão presentes em todo o corpo e são responsáveis pela termorregulação. Elas fazem isto ao secretar uma solução de cloreto de sódio diluída, que também ajuda a manter o pH da pele. Glândulas écrinas existem na derme e não estão associadas à folículos pilosos, enquanto uma glândula apócrina, destacada aqui em verde, sempre está associada a um folículo piloso, que, neste caso, pode ser vista aqui em cima.
Voltando para nossas glândulas apócrinas, elas estão localizadas na junção entre a derme e a hipoderme e só são encontradas na axila, na aréola ao redor do mamilo, no períneo ou área entre a genitália e o ânus, no canal auditivo e nas pálpebras. Elas só se tornam ativas durante a puberdade e são responsáveis por fornecer nutrientes para o microbioma da nossa pele - ou seja, as bactérias amigas - e na produção de feromônios. Glândulas apócrinas são responsáveis pelo nosso odor e também pelo nosso cecê.
Seguindo, aqui nós temos um nervo periférico em verde, passando na hipoderme. Nervos periféricos transmitem a sensibilidade dos receptores e levam sinais aos músculos. Eles são reconhecidos histologicamente por serem um feixe bem circunscrito, como nós podemos ver na nossa imagem aqui. Eles também estão contidos por uma bainha de tecido conjuntivo. A bainha de tecido conjuntivo é o epineuro, enquanto o feixe é o fascículo nervoso. O fascículo é bem circunscrito devido ao perineuro, que está revestindo-o intimamente.
Grandes axônios estão encapsulados por uma bainha de mielina formada por células de Schwann. O axônio pode ser observado como este ponto mais escuro dentro de um espaço claro. O ponto é o axônio e o espaço claro é a bainha de mielina. Os núcleos dentro dos fascículos são os das células gliais ou células de Schwann.
Nós mencionamos que os nervos periféricos carregam sensações. Na pele, sinais sensoriais vêm de terminações nervosas especializadas. Existem várias terminações nervosas na pele, então vamos dar uma olhada em cada uma delas.
Existem cinco tipos de terminações nervosas na pele. De superficial para profundo, estas são: células de Merkel, corpúsculos de Meissner, corpúsculos de Ruffini, bulbos terminais de Krause e corpúsculos de Pacini - cada uma nos permite perceber um aspecto diferente do toque, então vale a pena mencionarmos uma por uma.
Vamos começar com as células de Merkel. Se você tiver um olho de águia, você deve ter percebido que esta imagem é a mesma dos melanócitos. Na prática, é impossível diferenciar entre melanócitos e células de Merkel com a coloração hematoxilina e eosina, então estas células aqui podem ser melanócitos ou células de Merkel.
Apesar do melanócito ser mais comum e, portanto, mais provável, células de Merkel possuem formato oval, com citoplasma claro e núcleo escuro. Eles só são encontrados na pele glabra, especialmente na ponta dos dedos. Então se você estiver olhando para pele fina, serão definitivamente melanócitos e não células de Merkel. Sua função específica como terminação nervosa é sentir o toque leve.
Um pouco mais profundamente, estão os corpúsculos de Meissner. O corte corado com hematoxilina e eosina mostra o corpúsculo bem claramente. Encontrado quase exclusivamente na pele glabra, estas terminações nervosas estão presentes nas papilas dérmicas. Elas classicamente possuem formato oval na histologia, com a extremidade mais fina apontando para a superfície da pele.
Eles também possuem uma aparência lamelar, o que significa que eles possuem camadas. Isto, na verdade, é uma ou duas terminações nervosas que se enrolam e se espiralam para cima, em direção à ponta da papila dérmica. Os núcleos que nós podemos ver aqui são células de Schwann. O espiral denso faz com que a terminação nervosa seja mais sensível e, sendo assim, os corpúsculos de Meissner também nos permite perceber o toque leve.
Corpúsculos de Ruffini detectam duas sensações diferentes - esticamento da pele e temperatura. Cada corpúsculo é um arranjo em forma de fuso de um nervo na derme e é especialmente comum na ponta dos dedos, onde eles parecem permitir a detecção de objetos ou superfícies que deslizam sobre a pele. Devido à sua detecção de distensão da pele, eles também fornecem informações sobre a posição das articulações e podem ser usados quando a propriocepção dos dedos for perdida.
Na mesma camada da pele, os bulbos terminais de Krause também estão situados na derme. Ao contrário dos corpúsculos de Ruffini, os bulbos terminais de Krause são encontrados em todo o corpo. Eles não estão nem confinados na pele. Esta micrografia é na verdade da epiglote, na garganta.
Bulbos terminais de Krause também são chamados de corpúsculos bulbosos, devido ao seu formato que lembra um bulbo. Na histologia, o formato vai depender de como eles foram pegos quando o corte foi feito e eles podem aparecer em formato de bulbo ou circular, como é mais o caso aqui. Eles detectam temperatura e são mais sensíveis ao frio.
Aqui está um fato curioso. Bulbos terminais de Krause parecem ser responsáveis pela sensação refrescante ou sabor fresco, como quando comemos menta. Eles também podem modular nossa sensibilidade ao sabor e explicam porque algumas comidas são melhores em temperaturas diferentes.
Agora, o último tipo de terminação nervosa, o corpúsculo de Pacini. Estas são as terminações nervosas mais profundas, localizadas na derme profunda e na hipoderme. Elas também são as maiores, mas em menor número, apesar delas estarem presentes em toda a pele.
Aqui é onde a derme encontra a hipoderme, então nós podemos ver que o corpúsculo de Pacini é bem profundo na derme. Corpúsculos de Pacini podem ser difíceis de notar, mas podem ser identificados pelo seu formato oval e esta aparência lamelar, com toda a estrutura revestida por uma cápsula destacada em verde na nossa micrografia aqui.
Lembre-se que mais cedo nós falamos sobre corpos lamelares e como a palavra “lamelar” significa placa fina em latim. Corpúsculos de Pacini possuem aparência lamelar, pois eles possuem essa aparência e organização similar. Neste desenho de um corpúsculo de Pacini, nós podemos ver que ele é formado por uma terminação nervosa única, que é revestida por camadas concêntricas de tecido conjuntivo. Por que esta complexa estrutura? Ela torna o corpúsculo extremamente sensível. Sendo assim, ele sente a vibração da pele e um corpúsculo de Pacini é capaz de detectar vibrações finas a vários centímetros de distância. Impressionante, dado que ele só tem cerca de um milímetro de tamanho. A detecção da vibração é o que nos permite distinguir entre texturas.
Antes de terminarmos, vamos ver uma condição clínica na qual o conhecimento da pele é importante para um patologista.
Melanoma é um tipo de câncer de pele. Ele surge devido ao crescimento descontrolado de melanócitos, no estrato basal. Clinicamente, ele tem aparência de uma verruga, elevada e pigmentada. Antes de vermos uma imagem clínica dele, vamos ver o que o patologista veria.
Este é um corte da pele da coxa. A área mais branca, bem demarcada aqui, parece estar distorcendo o formato do tecido ao redor dela - como um ninho de minhocas ou algo parecido. Isto é o melanoma.
Ele não é pigmentado na histologia, pois se nós nos lembrarmos, nós dissemos que os melanócitos são produtores de pigmento, mas eles mesmos não são pigmentados. Ao contrário, qualquer um destes melanócitos que continua produzindo melanina, vai liberar melanina nos queratinócitos ao redor e nas células basais, e é isto que dá origem à aparência pigmentada que nós podemos ver na pele a olho nu.
O crescimento excessivo de melanócitos faz com que a área fique elevada e adquira a forma de uma verruga. Aqui está a aparência que estamos falando. Esta é uma foto de um melanoma logo antes de ser removido. Esta linha, fazendo tudo parecer um olho, é a marca onde o cirurgião irá cortar. Este formato é escolhido pois ajuda na aproximação das bordas para fechar a pele após o melanoma ter sido removido e deixará uma cicatriz mais estética quando, esperamos, a condição que ameaça a vida tiver sido curada.
Então, em resumo, hoje nós discutimos a histologia da pele. Agora que chegamos ao fim desta videoaula, vamos resumir tudo sobre o que nós falamos hoje.
Nós vimos as funções da pele, que incluem proteção de trauma, infecção, radiação UV, regulação da nossa temperatura e conteúdo de água, síntese do hormônio vitamina D e nos permite sentir e interagir com o ambiente. Depois nós introduzimos as camadas da pele, ou seja, a epiderme - camada mais externa, a derme e a hipoderme - camada mais interna.
Nós também falamos sobre as camadas dentro de cada uma dessas camadas. Na epiderme da pele espessa, temos o estrato córneo, o estrato lúcido, o estrato granuloso, o estrato espinhoso e o estrato basal - todos empilhados sobre a membrana basal. Mergulhando na derme, nós vimos as duas camadas - o estrato papilar, que é basicamente tudo acima desta linha e o estrato reticular, que é basicamente tudo até a hipoderme. Além disso, nós vimos como a pele está conectada aos tecidos abaixo através da fáscia profunda, aqui embaixo.
Nós também vimos dois tipos de pele - espessa aqui e fina aqui - e as células encontradas na pele. Na epiderme, nós temos queratinócitos, corneócitos, células granulares, células basais, melanócitos, células de Langerhans e, na derme e na hipoderme existem fibroblastos, adipócitos e macrófagos.
Depois nós discutimos as várias estruturas acessórias da pele, incluindo as vênulas e arteríolas, vasos linfáticos, folículos pilosos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, poros cutâneos, septos de tecido conjuntivo, nervos e terminações nervosas.
Então é isso! Bom trabalho por chegar até aqui. Obrigada por assistir esta videoaula de histologia do Kenhub e bons estudos. Nos vemos na próxima!