Videoaula: Baço
Você está assistindo uma prévia. Torne-se Premium para acessar o vídeo completo: Estrutura geral do baço.
Unidade de estudos relacionada
Artigo relacionado
Transcrição
Oi pessoal! Aqui é o Rafael do Kenhub. Sejam muito bem-vindos a mais uma videoaula de anatomia, e dessa vez, vamos falar sobre ninguém menos que o baço. E para isso eu vou explorar estas duas imagens ...
Leia maisOi pessoal! Aqui é o Rafael do Kenhub. Sejam muito bem-vindos a mais uma videoaula de anatomia, e dessa vez, vamos falar sobre ninguém menos que o baço. E para isso eu vou explorar estas duas imagens que você está vendo na sua tela. Bem, do lado esquerdo nós estamos vendo a superfície diafragmática do baço e aqui do lado direito, estamos olhando para a superfície visceral do baço.
O baço é um órgão esquecido, um desses órgãos abandonados que você às vezes pergunta para o que serve… Aqui nós temos o baço destacado em uma vista anterior do abdome, na qual você pode ver parte do fígado retraído aqui, o pâncreas, um pouquinho do cólon, e nós temos alguns cortes aqui porque nós removemos algumas estruturas para expormos o baço.
Bem, então o que exatamente é o baço e o que ele faz? Ele é o maior órgão imunológico do corpo. Mede cerca de 12 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 150 gramas, mas seu peso pode variar de pessoa para pessoa. O baço é um órgão altamente vascularizado e tem coloração roxa. Ele é intraperitoneal e está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre a nona e a décima segunda costelas, logo abaixo do diafragma, que nós também vemos parcialmente nesta imagem. Esse órgão é revestido por uma camada de tecido fibroelástico e suas principais funções estão relacionadas às respostas imunes do nosso corpo, realizando síntese de anticorpos, filtragem do sangue, linfopoiese e fagocitose.
Agora, para te ajudar a lembrar da anatomia macroscópica do baço, eu tenho algumas dicas bem legais. O baço possui duas margens (uma superior e uma inferior), duas extremidades (uma extremidade anterior e uma posterior) e duas superfícies, que eu te mostrei antes aqui nas imagens (uma superfície visceral e uma diafragmática).
Então vamos começar com as margens do baço, iniciando pela margem superior, que você está vendo aqui destacada em ambas as imagens. A margem superior do baço também é conhecida como borda superior, e forma o limite entre as superfícies gástrica e diafragmática. Existe também essa margem aqui, que você vê em destaque, que é a margem inferior do baço. Ela também é conhecida como borda inferior, e constitui a margem entre as superfícies diafragmática e visceral.
Agora vamos dar uma olhada nas duas extremidades do baço, começando por essa que está destacada, que é a extremidade anterior do baço. A extremidade anterior do baço é basicamente a porção mais anterior desse órgão, destacada aqui. A outra extremidade, que é a porção que está destacada agora, é conhecida como extremidade posterior do baço, e é a porção mais posterior desse órgão. Por isso, é claro que ela é chamada de extremidade posterior.
Vamos agora dar uma olhada nas superfícies do baço, começando com a superfície diafragmática. Agora, o que nós temos aqui nesta imagem à direita da sua tela é um corte transversal do baço feito no hilo esplênico, que é encontrado mais ou menos aqui, e você pode ver, em ambas as imagens, a superfície diafragmática do baço destacada em verde. Como você pode ver, ela é uma superfície convexa voltada para o diafragma. Então, essa superfície lisa se direciona superiormente e se relaciona com a superfície inferior do diafragma.
A próxima parte do baço que eu vou destacar aqui é conhecida como superfície gástrica do baço, sendo portanto encontrada em sua superfície visceral. A superfície visceral do baço pode ser dividida em três superfícies. Uma delas, que nós vemos agora, é a superfície gástrica sobre a qual estamos falando. Esta é a porção do baço que está em contato direto com a parede posterior do estômago. Essa é uma superfície bastante côncava que se dirige superiormente, ligeiramente para frente e para o meio, e é uma das três superfícies viscerais côncavas do baço.
A próxima superfície visceral é a superfície cólica do baço, vista aqui destacada em verde - Essa superfície está em contato com o cólon. O baço fica sobre a flexura cólica esquerda, ou flexura esplênica, que é a curvatura entre o cólon transverso e o cólon descendente.
A terceira superfície visceral do baço que nós vamos ver é a superfície renal do baço, que pode ser vista agora destacada em verde em ambas as imagens. Ela é a superfície mais inferior do baço e se relaciona com a parte superior da superfície anterior do rim esquerdo.
Bem, até agora nós vimos as margens, as extremidades e as superfícies do baço. Agora vamos ver como esse órgão fica suspenso no espaço peritoneal. O baço é revestido pelo peritônio, e as dobras desse peritônio formam dois ligamentos - dois ligamentos muito importantes. Um deles é o ligamento gastroesplênico, visto aqui destacado em verde. O ligamento gastroesplênico se estende entre a curvatura maior do estômago e o hilo do baço, que é essa área aqui apontada por uma seta, onde todos esses vasos são encontrados. O outro ligamento formado por uma dobra do peritônio é o ligamento esplenorrenal. Esse ligamento conecta o rim esquerdo ao baço, também pelo hilo desse órgão.
Além do peritônio, o baço também é revestido por uma estrutura conhecida como cápsula fibrosa do baço, que é formada por tecido conjuntivo fibroelástico. Como o baço é um órgão muito mole, a cápsula fibrosa ajuda o baço a manter sua forma externa relativamente constante.
A próxima estrutura que nós vamos ver é conhecida como hilo esplênico ou hilo do baço. Esse é o local de entrada e de saída dos vasos esplênicos, localizado entre as superfícies gástrica e renal do baço. Agora, como eu mencionei antes, nós também encontramos aqui os ligamentos gastroesplênico e esplenorrenal, e eu sei que você se lembra muito bem onde ficam essas estruturas. E note que essa parte do baço não é revestida pela cápsula fibrosa do baço e nem pelo peritônio.
Como vimos no slide anterior, os vasos sanguíneos do baço passam pelo hilo esplênico. Um vaso muito importante que passa pelo hilo esplênico e leva sangue oxigenado até o baço é esse que nós vamos ver aqui, destacado em verde nessas duas imagens. Essa é a artéria esplênica. E, como eu disse, ela leva sangue oxigenado para o baço. Esse vaso é o terceiro ramo do tronco celíaco e é também seu maior ramo, e chega até o hilo esplênico passando pelo ligamento esplenorrenal. A artéria esplênica se divide então em seis ramos, e todos eles entram no baço através do hilo.
A próxima estrutura que nós vamos ver é essa veia aqui destacada. Essa é a veia esplênica, que podemos ver se originando no hilo e drenando o sangue venoso que vem das veias esplênicas segmentares. Ela segue atrás do corpo do pâncreas, juntando-se à veia mesentérica superior no seu trajeto até a veia porta hepática.
A próxima estrutura que nós vamos destacar aqui é conhecida como polpa esplênica. De um ponto de vista estrutural, o baço é formado pela polpa esplênica e por trabéculas. A polpa esplênica é uma malha fina de tecido conjuntivo reticular encontrada entre as trabéculas do baço. Existem dois tipos de polpa esplênica. A polpa vermelha, que dá ao baço sua consistência macia e esponjosa, é formada por seios esplênicos repletos de sangue. Na polpa vermelha existem também os cordões esplênicos e a zona marginal, localizada nos limites entre a polpa vermelha e a polpa branca. A função da polpa vermelha é a filtração mecânica das hemácias, ou seja, ela se livra das hemácias velhas e malformadas.
O outro tipo de polpa esplênica é a polpa branca. Ela possui agregados de linfócitos de diferentes tamanhos que são conhecidos como nódulos esplênicos ou folículos linfoides. Esses nódulos esplênicos são formados por folículos linfoides ricos em linfócitos B, e por bainhas linfoides periarteriolares ricas em linfócitos T. A função da polpa branca é proporcionar uma resposta imune ativa através das vias humoral e celular.
A próxima estrutura que nós vamos destacar aqui são as trabéculas do baço. Essas trabéculas são formadas por traves de tecido conjuntivo que se estendem a partir do hilo e da cápsula fibrosa, penetrando no baço e dividindo o tecido esplênico em pequenos compartimentos. Esses pequenos compartimentos contêm vasos sanguíneos, as artérias e as veias trabeculares, que são as próximas estruturas que nós vamos ver. Todos esses pontos estão mostrando as artérias trabeculares, que são pequenos ramos das artérias esplênicas e passam pela polpa esplênica. Elas são circundadas pelos agregados de linfócitos da polpa branca, e esses vasos são extremamente ramificados - então possuem muitos ramos.
As próximas estruturas que vamos ver são essas aqui em azul, mas agora nós estamos destacando-as em verde. Essas são as veias trabeculares. Bem, elas também são encontradas na polpa do baço e recebem sangue desoxigenado das veias da polpa. Elas drenam para a veia esplênica que, por sua vez, drena para a veia porta hepática.
Antes de finalizarmos esta videoaula, eu queria falar sobre algumas notas clínicas. Para ser mais específico, eu vou comentar sobre as duas condições clínicas mais comuns relacionadas ao baço. Elas incluem a esplenomegalia, que é o aumento do baço devido a doenças hematológicas, e a ruptura traumática do baço. O baço não é uma estrutura vital, o que significa que ele não é indispensável para que você permaneça vivo. Por isso o tratamento para ambas essas condições é a remoção completa do órgão, um procedimento conhecido como esplenectomia. Lesões não tratadas do baço podem levar à hemorragia interna maciça e, eventualmente, até à morte.
E com isso concluímos a videoaula de hoje! Bons estudos e nos vemos da próxima vez!