Videoaula: Introdução ao sistema linfático
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Olá pessoal! Aqui quem fala é a Amanda do Kenhub, e na videoaula de hoje vamos dar uma olhada no sistema linfático.
Aqui está uma visão geral de parte do sistema linfático contido no tronco, com ...
Leia maisOlá pessoal! Aqui quem fala é a Amanda do Kenhub, e na videoaula de hoje vamos dar uma olhada no sistema linfático.
Aqui está uma visão geral de parte do sistema linfático contido no tronco, com todos estes vasos e linfonodos que você pode ver em amarelo. Parece bem complicado e um pouco aleatório, mas não se preocupe, porque o objetivo deste tutorial é guiá-lo e mostrar que não é assim tão complicado nem aleatório como pode parecer à primeira vista.
O sistema linfático desempenha algumas funções muito importantes no nosso corpo, por isso antes de darmos mais detalhes sobre a sua anatomia e função, vamos primeiro perceber por que é que nós o temos. Para fazer isso, eu preciso de ampliar até ao nível celular. Aqui nós podemos ver um corte de tecido corporal como ela aparece no microscópio. Por enquanto você não precisa de se preocupar com os detalhes do que está acontecendo aqui, mas para os que estão interessados, esta é uma lâmina de tecido da pele. Estou apenas usando isto como um exemplo para representar de maneira geral para vocês o que está acontecendo em quase todo o corpo.
Cada uma destas manchas roxas que você vê na imagem é o núcleo de uma célula individual, e o pequeno espaço branco entre as células é conhecido como espaço intersticial. Este espaço está preenchido com um fluido conhecido como fluido intersticial. Esse fluido é constituído por plasma sanguíneo, linfócitos, que são células brancas, resíduos de células circundantes e muitas outras substâncias, dependendo de qual tecido no corpo estamos estudando. A maioria do fluido intersticial é reabsorvido para o sangue através dos capilares, mas uma pequena proporção não é reabsorvida desta forma. Essa pequena fração que sobra de fluido ainda precisa de ser reabsorvida em algum lugar para manter a composição do fluido intersticial, que é essencial para o funcionamento normal das células ao redor. Deixar isso seria como deixar seus sonhos entupirem. Tudo poderia deixar de funcionar em breve.
É essencial que essas substâncias extras sejam eliminadas, e é aí que o sistema linfático intervém. Este sistema age essencialmente como uma via de retorno alternativa para as substâncias que são deixadas para trás pelo resto do sistema circulatório e, como nós vamos ver, também desempenha um papel essencial no funcionamento normal do sistema imunológico do corpo. Então, sem mais demora, vamos continuar a videoaula e falar sobre a função, estrutura e organização do sistema linfático. Primeiro vamos falar sobre a sua função em mais detalhes.
Como nós acabamos de discutir, o sistema linfático é responsável principalmente por limpar o fluido dos espaços intersticiais dos tecidos, bem como remover substâncias que não podem ser reabsorvidas pelos leitos capilares venosos. Ele também devolve os linfócitos ou células brancas dos órgãos linfáticos para a corrente sanguínea. Isso é essencial para o funcionamento normal do sistema imunológico do corpo. Além disso, o sistema linfático também é responsável por transportar lipídios dos alimentos ou gorduras que são absorvidos no intestino. Esses são conhecidos como quilomícrons e o sistema linfático transporta-os para outras partes do corpo, que podem continuar o seu processamento.
O fluido transportado pelo sistema linfático é conhecido como linfa. É importante mencionar que a composição da linfa não é a mesma em todo o corpo. Tal como o fluido intersticial, a sua composição varia dependendo da região do corpo e tende a ser semelhante à do fluido intersticial correspondente. Agora que já temos uma compreensão básica das suas várias funções, vamos falar sobre a estrutura e a organização do sistema linfático.
Podemos considerar que o sistema linfático possui duas divisões principais: a vasculatura e os órgãos. Nós vamos falar primeiro da vasculatura. Lembra da rede aleatória que vimos no início da videoaula? Você provavelmente ficará feliz de saber que não é nada aleatória. Na verdade, os vasos linfáticos cursam paralelamente com o restante do sistema circulatório. Também de forma semelhante ao restante do sistema circulatório, o sistema linfático é constituído por capilares de paredes finas, que são os menores componentes da vasculatura linfática e coletam fluido dos espaços intersticiais das células.
Depois nós temos os vasos linfáticos que são maiores e recebem linfa dos capilares linfáticos. Nós podemos vê-los na imagem aqui, alguns deles estão destacados a verde. É ao longo desses vasos que você vai encontrar os linfonodos, que também podem ser vistos nesta imagem, novamente destacados em verde. Os linfonodos são dilatações do sistema linfático encontradas ao longo do corpo. Além de filtrar a linfa, eles também são um dos locais onde ocorre a formação de linfócitos.
Os linfócitos, que são um dos tipos de células brancas, são os soldados da primeira linha do corpo na luta contra as doenças e infecções. Por causa disso, os linfonodos também são considerados parte do sistema imunológico. Além dos capilares linfáticos, vasos linfáticos, e linfonodos, nós temos os troncos linfáticos principais. Estes recebem linfa dos vasos linfáticos e linfonodos, e a sua função é drenar a linfa de volta ao sistema venoso através dos dois ductos linfáticos. O primeiro desses ductos é o ducto torácico localizado aqui, como indicado pelo nosso círculo azul, e o segundo é o ducto linfático direito, que se localiza aqui.
Se nós ampliarmos essa imagem, eu posso mostrar para vocês onde esses ductos drenam para as veias subclávias, perto da sua junção com as veias jugulares internas. Os nomes dados aos locais onde os ductos linfáticos drenam nas veias subclávias são ângulo venoso direito e ângulo venoso esquerdo. Então, na nossa imagem aqui, nós podemos ver as veias subclávias, as veias jugulares internas e esses ângulos - os ângulos venosos direito e esquerdo - e é nesses pontos que a linfa regressa ao sistema venoso.
Agora que eu já lhe apresentei uma das duas divisões principais do sistema linfático - vamos agora continuar para uma pequena visão geral dos órgãos linfáticos. A partir desta imagem aqui, nós conseguimos ter uma boa visão geral das localizações dos órgãos linfáticos que nós vamos apresentar para você. A principal função desses órgãos é preparar uma resposta imune específica - ou seja, uma resposta imune que seja dirigida unicamente contra um antígeno específico ou uma doença. Por essa razão, eles estão localizados principalmente em locais de entrada prováveis de microorganismos infecciosos. Esses órgãos podem ser divididos em órgãos linfáticos primários e órgãos linfáticos secundários.
Os órgãos linfáticos primários, como muitas coisas em anatomia, têm outro nome, e também podem ser chamados de órgãos linfáticos centrais. É nesses órgãos que as células imunes são produzidas, maturadas e selecionadas. Eu vou agora fazer uma breve introdução de dois exemplos desses órgãos.
O primeiro deles localiza-se aqui, e se nós olharmos mais de perto, podemos ter uma visão melhor do que é chamado de timo. Este órgão é o local de maturação e seleção dos linfócitos T. Agora é provavelmente um bom momento para mencionar que há diferentes tipos de linfócitos produzidos ao longo do corpo, e os linfócitos T são um desses tipos. Contudo, eu não vou entrar em detalhes sobre os diferentes tipos durante esta videoaula. Por enquanto, saiba apenas que o timo é o local de maturação e seleção dos linfócitos T.
Outro órgão primário do sistema linfático é a medula óssea. Aqui nós podemos ver o fêmur destacado em verde, e se nós ampliarmos e olharmos para dentro do osso podemos ver aqui um exemplo da medula no seu interior. Este é o local de desenvolvimento, maturação e seleção dos linfócitos B. Por isso, o timo está associado com os linfócitos T e a medula óssea está associada com os linfócitos B.
Os órgãos linfáticos secundários, também conhecidos como órgãos linfáticos periféricos, estão relacionados com vários outros processos imunes como a formação de anticorpos, a proliferação linfática e a apresentação de antígenos. Eles são populados por linfócitos imunocompetentes. O primeiro dos órgãos linfáticos secundários está localizado aqui, e é conhecido como baço. Nós podemos vê-lo melhor nesta imagem aqui, com as suas estruturas circundantes. O baço é, de fato, o único órgão imune que está diretamente integrado na corrente sanguínea. É semelhante em estrutura a um grande linfonodo, e atua principalmente como um filtro para o sangue.
Outro órgão linfático secundário que eu apresentei no início da videoaula está distribuído por todo o corpo, e se eu ampliar aqui, podemos ver que estou falando dos linfonodos. Aqui, especificamente, vemos os linfonodos axilares destacados em verde. Os linfonodos variam muito em tamanho, dependendo da sua localização, no entanto, quando há uma infecção, eles tendem a aumentar, e às vezes podem até ser sentidos sob a pele. Se você já sentiu aqueles “caroços” que às vezes aparecem sob sua mandíbula quando você está com um resfriado ou com gripe, sabe exatamente do que estou falando.
Em seguida temos o anel linfático faríngeo, também conhecido como anel de Waldeyer. Ele se localiza aqui dentro do círculo azul na sua tela, e se refere ao nome dado a um grupo de estruturas mais frequentemente conhecidas como as tonsilas. Infelizmente, nem sempre podemos confiar que nós, humanos, não vamos consumir algo que pode ser ruim para nós. Como todo mundo sabe, os bebês sempre colocam as coisas mais nojentas nas suas bocas, o que talvez explique parcialmente porque é que nós temos tantos órgãos linfáticos situados nessa região. Especificamente, o anel de Waldeyer inclui as tonsilas faríngeas, que são essas estruturas daqui de cima destacadas pelo círculo azul, bem como as tonsilas palatinas, que são as estruturas destacadas agora pelo círculo azul. Devido à sua localização, essas tonsilas podem ser relativamente fáceis de ver em você mesmo, como demonstrado nesta imagem aqui.
E depois, finalmente, nós temos as tonsilas linguais, que estão localizadas no fundo da sua língua e, como você pode ver nesta imagem aqui, são as estruturas mais inferiores destacadas pelo círculo azul.
Finalmente, o último órgão do sistema linfático que eu vou falar hoje é o tecido linfoide associado à mucosa, que se encontra nas superfícies mucosas. Na nossa imagem à direita nós podemos ver as tonsilas linguais, e as manchas destacadas em verde representam o tecido linfoide associado à mucosa. Este tipo de tecido linfático pode ser encontrado nas superfícies mucosas em todo o corpo e pode ser definido de acordo com a localização do corpo em que se encontra. Por exemplo, o tecido linfoide associado aos brônquios encontra-se nos pulmões, e o tecido linfoide associado ao tubo digestivo encontra-se, curiosamente, no tubo digestivo. É também aqui que são encontradas as placas de Peyer e o apêndice vermiforme - esta estrutura de forma irregular que vemos aqui destacada em verde.
Só para acabar o tutorial, eu quero fazer um breve resumo do que nós falamos hoje. Eu comecei apresentando o sistema linfático e dando uma visão geral de algumas das suas principais funções, que incluíam a limpeza de fluido dos espaços intersticiais, que são os espaços cheios de fluido encontrados entre as células; o retorno dos linfócitos dos órgãos linfáticos para a corrente sanguínea; e o transporte dos lipídios alimentares digeridos, conhecidos como quilomícrons.
Em seguida nós falamos sobre a estrutura geral e a organização do sistema linfático. Primeiro, eu apresentei a vasculatura linfática, que é semelhante à do resto do sistema circulatório, já que é constituída por capilares linfáticos que recebem o fluido intersticial e o drenam para os vasos linfáticos, que também são os locais onde se encontram os linfonodos, que como mencionei anteriormente, são dilatações de vários tamanhos encontradas em vários locais ao longo do corpo.
E, finalmente, os troncos linfáticos principais. Esses servem para drenar a linfa de volta ao sistema venoso através dos dois ductos linfáticos, que são o ducto torácico e o ducto linfático direito. Esses ductos drenam para o sistema venoso nos ângulos venosos direito e esquerdo.
Em seguida nós vimos os órgãos linfáticos, que podem ser divididos em órgãos primários e secundários. Os órgãos primários são o local de produção, maturação e seleção das células imunes, e incluem o timo e a medula óssea. Os órgãos linfáticos secundários têm várias funções, incluindo a formação de anticorpos, a proliferação linfática, e a apresentação de antígenos, e são populados com linfócitos imunocompetentes. Os exemplos de órgãos linfáticos secundários que vimos foram o baço, os linfonodos e o anel de Waldeyer. Esse anel é composto por três estruturas principais, as tonsilas faríngeas, as tonsilas palatinas e as tonsilas linguais.
E, finalmente, o último órgão linfático secundário que eu falei para você foi o tecido linfoide associado à mucosa. Este tecido apresenta variações de acordo com a superfície mucosa do corpo que estamos considerando. Por exemplo, o tecido linfoide associado ao tubo digestivo, e é aí que nós podemos encontrar as placas de Peyer e o apêndice vermiforme, destacado aqui em verde.
E isso conclui a nossa videoaula de hoje, sobre o sistema linfático. Espero que tenha sido útil e obrigada por assistir.