Videoaula: Sistema tegumentar
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Olá a todos! Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos a esta videoaula, na qual nós vamos discutir o sistema tegumentar. Então agora você provavelmente está se perguntando, afinal de contas, o ...
Leia maisOlá a todos! Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos a esta videoaula, na qual nós vamos discutir o sistema tegumentar. Então agora você provavelmente está se perguntando, afinal de contas, o que é o sistema tegumentar?
Bem, basicamente é um sistema de órgãos que lhe envolve e é o maior órgão que recobre a superfície externa do corpo humano, que é a pele. O sistema é formado ainda dos apêndices da pele, como cabelo, unhas, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. Além disso, o sistema tegumentar é também formado de tecido subcutâneo, fáscia profunda, junções mucocutâneas e mamas.
Bem, neste tutorial nós vamos ver os diferentes componentes que formam o sistema, mencionando exemplos de cada um, bem como as suas funções. Então vamos começar. Eu tenho uma pergunta antes de começarmos tudo isso. Eu quero lhe perguntar, o que você vê quando você olha no espelho ou olha para o seu corpo?
Bem, você vê a camada mais externa da sua pele, que é chamada de epiderme. A pele, também conhecida como tegmento, é formada de duas camadas intimamente relacionadas - a epiderme, vista aqui destacada em verde, e a derme, que nós vamos discutir mais tarde.
A pele é a primeira linha de defesa do seu corpo. Ela funciona protegendo o corpo de radiação ultravioleta, variações da temperatura, patógenos e toxinas. A epiderme, que é a camada mais externa da pele, não possui vasos sanguíneos. Ela é densamente povoada por células, e é formada por epitélio escamoso estratificado queratinizado - um tecido que é colonizado com queratinócitos, que são células que produzem uma proteína protetora chamada queratina.
A epiderme possui ainda células produtoras de pigmento, conhecidas como melanócitos, e são estas células que determinam a cor da nossa pele, dependendo da quantidade de melanina que elas produzem. Existem outras células também presentes na epiderme, que são as células de Merkel. Estas são as células que permitem que você sinta toques leves. E as outras células que você encontra aqui são as células de Langerhans - estas são parte do sistema imunológico.
Bem, estas eram as características da epiderme. Agora vamos ver as camadas específicas da epiderme. A epiderme é formada de cinco camadas - o estrato córneo, o estrato lúcido, o estrato granuloso, o estrato espinhoso e o estrato basal. Devemos mencionar que dependendo de qual área da pele nós estamos estudando, a epiderme pode ter quatro ou cinco camadas.
Basicamente, a pele fina é formada por apenas quatro camadas, enquanto a pele mais espessa possui cinco camadas. Mas nós vamos discutir isso com um pouco mais de detalhes mais tarde nesta videoaula. Primeiro vamos ver a camada mais externa da epiderme.
A camada mais externa da epiderme - o estrato córneo - é formada de queratinócitos maduros. Esta camada da epiderme é formada por até vinte camadas celulares de epitélio escamoso queratinizado. As células mortas desta camada ajudam a tornar a pele uma ótima barreira, funcionando principalmente no combate a infecções, bem como protegendo o corpo contra lesões químicas, desgaste e rupturas do dia a dia e desidratação.
Agora, olhando para a camada abaixo do estrato córneo nós encontraremos esta aqui, que é o estrato lúcido. A segunda camada da epiderme só é encontrada em áreas do seu corpo onde a pele é mais espessa, como as palmas das suas mãos. Então eu estou falando sobre as palmas das suas mãos ou também as solas dos seus pés. É aqui que a questão de quatro ou cinco camadas da epiderme aparece.
Então, como eu mencionei mais cedo, a pele fina é formada de quatro camadas de epiderme, ou seja, o estrato lúcido não estaria presente na pele fina. Ao observar estas duas micrografias você pode perceber a diferença no número de camadas presentes na pele espessa e na pele fina.
O estrato lúcido é caracteristicamente mais claro nas lâminas histológicas. Ele recebe o seu nome da palavra em latim "lucid", que significa claro. A próxima camada da epiderme é a camada granular da epiderme, e ela é apropriadamente conhecida como estrato granuloso. Esta camada é formada de queratinócitos maduros, que contêm grânulos nos seus citoplasmas. Você pode ter notado que nós ainda não vimos nenhum núcleo. Isso porque, nessa camada, os queratinócitos perdem as suas organelas, incluindo os núcleos, e depois eles morrem.
Agora continuando, nós vamos ver a camada sob o estrato granuloso, que é o estrato espinhoso. De maneira interessante, esta camada é chamada de estrato espinhoso porque as células nesta camada se encolhem como resultado da fixação histológica durante a preparação das lâminas. Os pontos onde elas se conectam às células vizinhas são chamados de desmossomos, e eles permanecem intactos, e isso faz com que as células pareçam espinhosas.
Os queratinócitos encontrados no estrato espinhoso são menos desenvolvidos. Células dendríticas presentadoras de antígenos do sistema imunológico são encontradas nesta camada, conhecidas como células de Langerhans. Por favor lembre-se que células de Langerhans podem também ser encontradas em outras camadas da epiderme, mas elas são mais abundantes no estrato espinhoso.
Então a última e mais interna camada da epiderme é o estrato basal ou germinativo, vista aqui. As células nesta camada da epiderme são ligadas à membrana basal abaixo dos hemidesmossomos. As células se dividem e crescem nesta camada, e os queratinócitos se originam desta camada da epiderme, que pode conter ainda melanócitos.
Lembre-se que os melanócitos produzem melanina, que é o pigmento responsável por dar cor à pele. A melanina é ainda responsável pela cor do seu cabelo e dos seus olhos. Muito bem, então nós discutimos a epiderme da pele e vimos as cinco subcamadas que formam a epiderme. A próxima camada de pele logo abaixo da epiderme é a derme.
Você irá perceber nesta micrografia que a derme, ao contrário da epiderme, que nós acabamos de ver, não possui células densamente agrupadas. Em vez disso, as células na derme são espaçadas, com fibras dispostas entre elas. A derme está localizada profundamente à epiderme, logo abaixo da membrana basal da epiderme. Aqui você vê a membrana basal destacada e a derme está localizada logo abaixo dela.
Ao contrário da epiderme, a derme contém vasos sanguíneos. Então os nutrientes e o oxigênio se difundem da derme superiormente para a epiderme. E por este motivo, uma parte das funções da derme é suportar e sustentar a epiderme. A derme contém ainda fibroblastos e colágeno. Ela pode ser dividida em duas subcamadas - a derme papilar e a derme reticular.
Então vamos ver estas duas subcamadas da derme. Nós vamos começar com a derme papilar, ou estrato papilar, se você está se sentindo um pouco mais erudito, e esta é a subcamada superficial da derme. As papilas desta camada da derme servem para aumentar a área de superfície para transferência de oxigênio e nutrientes entre a derme e a epiderme. Esta camada é formada de tecido conjuntivo frouxo - tecido conjuntivo areolar, para ser mais preciso.
Em seguida nós vamos continuar um pouco mais profundamente para a subcamada da derme que é conhecida como estrato reticular, ou derme reticular. Esta subcamada da derme é formada por tecido conjuntivo, que envolve os folículos capilares da pele, as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas, os nervos e o plexo dos vasos sanguíneos.
O estrato reticular contém ainda fibroblastos, colágeno, que fornece a força e a resistência, e fibras elásticas.
Agora que nós discutimos as camadas da derme, vamos ver algumas das outras estruturas que podem ser encontradas na derme. Estas estruturas são conhecidas como apêndices e têm várias funções. Agora nós vamos ver o folículo piloso, o músculo eretor dos pelos, vários tipos de glândulas e corpúsculos táteis como este ilustrado aqui para a sensação.
A primeira estrutura que nós vamos ver é o folículo piloso, visto aqui. Como você pode ver nós ampliamos a imagem para você ver um pouco melhor. O folículo piloso é uma invaginação sacular da derme e da epiderme, a partir do qual o pelo cresce.
Os pelos são encontrados na pele por todo o corpo, exceto nas palmas das suas mãos, nas solas dos seus pés e nos seus lábios. Os folículos pilosos sofrem uma atividade cíclica de crescimento e queda. Na extremidade terminal de um folículo piloso ativo há uma expansão conhecida como bulbo piloso. Ela é formada de uma matriz germinativa constituída de células tronco e do bulbo superior, que se origina das células tronco.
Agora vamos ver duas outras estruturas que nós associamos com o folículo piloso. Primeiro, as glândulas sebáceas, que estão intimamente associadas com os folículos pilosos e também são encontrados na derme. Estas pequenas estruturas saculares são formadas de grupos de células chamados de ácinos secretores. O nome vem da palavra em latim para "cacho", porque estas estruturas lembram uma fruta de cachos, como uma framboesa.
As glândulas sebáceas são glândulas exócrinas, que são glândulas que possuem ductos e aberturas para fora do corpo ou para uma cavidade do corpo. Estes ductos se abrem nos canais papilares dérmicos dos folículos pilosos, onde as glândulas secretam uma substância gordurosa e oleosa chamada sebo, que é crucial na criação da barreira epidérmica da pele.
Como você pode ver aqui, as glândulas sebáceas estão intimamente associadas aos folículos pilosos. Outra estrutura associada com o folículo piloso é o músculo eretor do pelo. Este pequeno feixe de músculo liso puxa a haste do pelo, elevando-o, quando se contrai. É este pequeno músculo que é responsável por levantar os seus pelos quando você tem arrepios ou quando está com frio.
Aqui nós vemos uma glândula sudorípara. Assim como as glândulas sebáceas, que nós acabamos de ver, essas glândulas são glândulas exócrinas e estão localizadas na derme. Elas estão distribuídas na pele por todo o corpo, e produzem suor, que é importante para a regulação térmica. Em um dia muito quente, ou quando você está se exercitando, as glândulas sudoríparas produzem suor, que é secretado na superfície da pele através de pequenas aberturas na sua superfície, chamadas de poros sudoríparos.
Aqui você pode ver um poro sudoríparo que se abre na superfície. Curiosamente, existem dois tipos de glândulas sudoríparas - as glândulas sudoríparas apócrinas, que podem ser encontradas tipicamente nas áreas da região axilar, região perineal, mamilos, região periumbilical, prepúcio, bem como no escroto, no pênis, no monte púbico, nos lábios menores e no clítoris.
O outro tipo de glândula sudorípara são as glândulas sudoríparas écrinas. Este tipo de glândula sudorípara é encontrado por todo o corpo. Apesar de nas micrografias parecer que estes dois tipos de glândulas são bem parecidos, devemos notar que as glândulas sudoríparas apócrinas estão intimamente relacionadas aos folículos pilosos, e é por isso que elas são encontradas predominantemente nas regiões que nós acabamos de mencionar.
As glândulas sudoríparas écrinas, por outro lado, são encontradas por todo o corpo, mas principalmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés. A próxima estrutura que nós vamos ver é esta aqui, o corpúsculo tátil, que é uma das formas do sistema tegumentar te ajudar a receber informações sensitivas sobre o ambiente.
Os corpúsculos táteis, como os corpúsculos de Meissner, vistos aqui, viabilizam as capacidades sensoriais da sua pele, como a percepção do toque leve, vibrações de baixas frequências e outras sensações. Há também outros tipos de corpúsculos táteis na pele, alguns dos quais nós veremos em breve quando chegarmos na hipoderme. E aqui estamos agora.
Em seguida nós vamos ver a camada situada sob a derme, chamada de hipoderme, vista aqui. Ela também é conhecida como camada subcutânea. Esta camada é formada de tecido conjuntivo frouxo, particularmente tecido adiposo, vasos sanguíneos e outras estruturas, como tecido nervoso.
O tecido adiposo da hipoderme funciona como armazenamento de energia, absorção de impacto e ajuda a manter o calor, enquanto os vasos sanguíneos são importantes na regulação térmica. Aqui nós vemos o plexo vascular subcutâneo, que é uma série de vasos sanguíneos que irrigam e drenam a hipoderme.
Este plexo sanguíneo hipodérmico, que também é uma rede de vasos sanguíneos, é encontrado ao nível da derme, como você pode ver aqui. Localizado superficialmente ao plexo hipodérmico encontra-se o plexo venoso da derme. Este plexo vascular possui um papel importante na regulação térmica. É importante observar que estes vasos sanguíneos, que são importantes na regulação térmica, são superficiais à camada de gordura na hipoderme, se não esta camada de gordura, que é tão importante no isolamento térmico, iria impedir que estes vasos sanguíneos liberassem calor.
Juntamente com os vasos sanguíneos, nervos subcutâneos também podem ser encontrados na hipoderme. Estes nervos fornecem inervação sensitiva para a pele, e possuem vários receptores sensitivos. Um exemplo são os chamados corpúsculos lamelares.
Os corpúsculos lamelares, que também são conhecidos como corpúsculos de Pacini detectam vibrações de pressão e alta frequência. Estes corpúsculos são maiores que os corpúsculos de Meissner que nós vimos anteriormente nesta videoaula. E logo abaixo da hipoderme há uma camada de fáscia, vista aqui destacada em verde, que separa a hipoderme do músculo subjacente.
A palavra fáscia é uma palavra chique para descrever uma fina camada de tecido conjuntivo fibroso. Ela fornece proteção para os músculos subjacentes e ajuda a reduzir o atrito. A camada muscular está intimamente relacionada à camada fascial. A camada muscular também é muito bem vascularizada.
Ela contém artérias e veias intramusculares, que essencialmente são aqueles vasos sanguíneos que você encontra no interior das camadas musculares. Agora que nós temos uma boa compreensão da composição da pele nós vamos ver algumas notas clínicas sobre condições que podem afetar a pele. Como nós vimos, a pele atua como uma barreira protetora contra danos químicos, radiações ultra-violeta e patógenos.
Bem, quando ela não funciona de forma apropriada podem ocorrer algumas condições dermatológicas, como câncer de pele. Há muitos tipos de câncer de pele, que são diferentes, dependendo dos tipos de células envolvidas e da natureza do câncer. Por exemplo, o carcinoma de células basais é um tipo de câncer que se origina do estrato basal ou germinativo, enquanto o carcinoma de células escamosas envolve as células escamosas do estrato espinhoso.
O melanoma é um tipo de câncer de pele maligno que envolve os melanócitos. Outras condições da pele, como nevos, ou pintas, como você talvez os conheça, podem ser congênitos ou adquiridos, e são causados pelo supercrescimento benigno dos melanócitos. A psoriase, que é uma condição autoimune, causa placas rosas escamosas por todo o corpo, mas pode ser tratada usando fototerapia, imunossupressores, agentes tópicos e terapias alternativas.
O eczema, que é basicamente uma inflamação seca da pele, que também é conhecido como dermatite atópica, é uma condição dermatológica que tem sido ligada a outras desordens de hipersensibilidade, como a asma e a rinite alérgica, e pode ser facilmente tratada com uso de cremes corticoides e hidratantes.
É claro, existem numerosas outras condições dermatológicas, e as que você vê aqui são somente a ponta do iceberg. Então, pessoal, isto nos trás ao final da nossa videoaula, mas antes de nos despedirmos, vamos brevemente rever o que nós estudamos até agora. Então nós vimos que o sistema tegumentar é formado pela pele e seus anexos. Nós vimos que a pele é formada de uma camada externa conhecida como epiderme e uma camada interna conhecida como derme.
Nós também discutimos as cinco subcamadas da epiderme - o estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal ou germinativo. E nós observamos o que distingue estas camadas em termos de tipos de células presentes em cada uma delas. As duas subcamadas da derme também foram discutidas - o estrato papilar e o estrato reticular.
Nós também discutimos a diferença entre a epiderme e a derme, e conforme continuamos com o tutorial nós tivemos a oportunidade de descrever e entender as características da hipoderme e os anexos da pele, como os folículos pilosos, glândulas e fibras musculares. Finalmente nós discutimos a irrigação, inervação e também a importância clínica deste tema, ao descrever algumas condições relacionadas com a pele, como o carcinoma de células basais, o carcinoma de células escamosas, o melanoma, os nevos ou pintas, a psoríase e o eczema. E isto é tudo por esta videoaula. Eu espero que tenham gostado, e eu vejo vocês na próxima.