Videoaula: Articulação coxofemoral

Olá pessoal! Nesta videoaula vamos aprender sobre a articulação coxofemoral, incluindo seus movimentos, sua vascularização e sua inervação.

A articulação coxofemoral, também conhecida como articulação do quadril, é uma articulação sinovial esferoide que conecta os membros inferiores à cintura pélvica. Nesta imagem podemos ver a pelve aqui, e o fêmur direito aqui, conectados pela articulação coxofemoral. A articulação coxofemoral é multiaxial, o que significa que ela gira em torno de mais de um eixo, permitindo, assim, uma maior gama de movimentos. Além disso, é uma articulação projetada para fornecer estabilidade e sustentação de peso.

Como podemos ver nesta imagem, a cabeça do fêmur se articula com a superfície do acetábulo da pelve. A superfície acetabular é côncava, como podemos observar nesta ilustração. Tanto a superfície do acetábulo quanto a cabeça do fêmur são cobertas por cartilagem hialina, com exceção de uma pequena área aqui no centro da cabeça do fêmur, chamada fóvea da cabeça do fêmur, sobre a qual vamos falar daqui a pouco. A cartilagem hialina é aquela cartilagem simples, que encontramos em muitas superfícies articulares.

Então vamos falar um pouco mais sobre o acetábulo. O acetábulo é a parte da pelve onde o ílio, o ísquio e o púbis se unem. Como mencionamos agora há pouco, possui um formato côncavo, e envolve quase toda a cabeça do fêmur, o que contribui para a estabilidade da articulação. Podemos ver a superfície acetabular destacada em verde, e já aprendemos que ela é coberta por cartilagem hialina. Como podemos ver na imagem, no centro do acetábulo existe uma superfície não-articular, conhecida como fossa acetabular. Essa parte do acetábulo contém tecido conjuntivo frouxo e um coxim adiposo móvel, e não é coberta por cartilagem.

O lábio do acetábulo, ou labrum acetabular, é o anel fibrocartilaginoso que circunda a borda óssea do acetábulo. Ele cruza inclusive sobre a incisura acetabular, que é esta região apontada pela seta azul, onde é conhecido como ligamento transverso do acetábulo. O lábio do acetábulo aumenta a estabilidade da articulação coxofemoral, aprofundando a concavidade acetabular e aumentando a sua área de articulação com a cabeça do fêmur.

Agora vamos falar sobre a cabeça do fêmur, esta estrutura arredondada que forma a esfera da articulação esferoide do quadril, e que fica dentro da concavidade do acetábulo. A cabeça do fêmur é toda coberta por cartilagem hialina, exceto por esta pequena área bem no centro, chamada de fóvea da cabeça do fêmur, que mencionamos mais cedo. Na fóvea encontramos o ligamento da cabeça do fêmur, que conecta a fóvea à fossa acetabular, ao ligamento transverso do acetábulo e às margens da incisura acetabular. Vamos destacar algumas dessas estruturas na imagem para que você possa entender um pouco melhor. Aqui temos a fóvea da cabeça do fêmur; este é o ligamento da cabeça do fêmur, que conecta a fóvea à fossa acetabular; ao ligamento transverso do acetábulo, que vemos aqui; e as margens da incisura acetabular, demonstradas pelas linhas azuis. 

Vamos seguir em frente agora e falar sobre a cápsula articular, que podemos ver nesta imagem, cobrindo a cabeça do fêmur e o acetábulo. Proximalmente, na pelve, a cápsula articular da articulação coxofemoral se liga ao lábio e ao ligamento transverso do acetábulo - que não podemos ver nesta imagem porque eles estão abaixo dessa cápsula fibrosa aqui. Distalmente, a cápsula se insere na linha intertrocantérica do fêmur, que está destacada aqui em verde. Como tinha que ser, é uma cápsula fibrosa forte, reforçada por três ligamentos, que pode acomodar uma ampla gama de movimentos.

Os três ligamentos que reforçam a cápsula articular do quadril são o ligamento iliofemoral, o ligamento pubofemoral e o ligamento isquiofemoral. Anterior e superiormente, a cápsula articular é reforçada pelo ligamento iliofemoral, que conecta a espinha ilíaca ântero-inferior à margem acetabular e à linha intertrocantérica do fêmur. Este é o ligamento mais forte da articulação coxofemoral. Inferior e anteriormente encontramos o ligamento pubofemoral, que se origina da crista obturatória e do ramo superior do púbis, e é incorporado à cápsula e à parte medial do ligamento iliofemoral. E, posteriormente, a cápsula é reforçada pelo ligamento isquiofemoral, que podemos ver aqui de uma vista posterior. Ele conecta a parte isquiática da margem acetabular ao colo do fêmur. Como podemos ver, as fibras desses três ligamentos estão dispostas em espiral ao redor da articulação coxofemoral, o que ajuda a estabilizar a articulação, puxando a cabeça do fêmur medialmente para dentro do acetábulo. Isso reduz a força muscular que é necessária para manter o corpo na posição ereta e evita a hiperextensão do quadril, assim como a abdução excessiva.

Agora vamos falar sobre os movimentos da articulação coxofemoral. Os movimentos do quadril incluem a flexão – que é o movimento da perna para frente; a extensão – que é o movimento da perna para trás; a abdução – movimento da perna lateralmente, para longe da linha média do corpo; a adução – movimento da perna medialmente, em direção à linha média do corpo; a rotação medial – rotação da coxa para dentro, ou seja, internamente, em direção à linha média do corpo; a rotação lateral – rotação da coxa para fora, ou seja, externamente, na direção oposta à da linha média do corpo; e a circundução – movimento cônico de 360° da perna.

A vascularização da articulação coxofemoral é realizada principalmente pelas artérias circunflexas femorais medial e lateral – a medial mostrada à esquerda, e a lateral à direita. Ambas essas artérias se originam da artéria femoral profunda. A articulação coxofemoral também é irrigada pelo ramo acetabular da artéria obturatória, que cursa no ligamento da cabeça do fêmur, que você pode ver em verde.

E por fim, para terminarmos esta videoaula, a inervação da articulação coxofemoral é realizada por 4 nervos: a face anterior da articulação é inervada pelo nervo femoral; a face inferior é inervada por um ramo articular da divisão anterior do nervo obturatório; a face póstero-superior é inervada pelo nervo glúteo superior; e a face lateral é inervada por um ramo articular do nervo ciático.

Isso encerra a nossa videoaula. Obrigado por assistir, e até a próxima!