Videoaula: Principais veias da cabeça e do pescoço
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Você já se perguntou por que os vampiros sempre atacam o pescoço? Talvez seja por causa da grande e suculenta veia jugular que fica logo abaixo dos músculos do pescoço, sem nenhum obstáculo ...
Leia maisVocê já se perguntou por que os vampiros sempre atacam o pescoço? Talvez seja por causa da grande e suculenta veia jugular que fica logo abaixo dos músculos do pescoço, sem nenhum obstáculo ósseo no caminho. A veia jugular interna transporta todo o sangue do cérebro de volta para o coração para ser reoxigenado. Por isso ela é um excelente alvo para qualquer vampiro - fácil de acessar e cheia de sangue! Agora chega dessa conversa macabra sobre vampiros. Todos nós sabemos que eles não existem! Mas, só por desencargo de consciência, eu pegaria uma blusa de gola rolê para assistir a videoaula de hoje, já que nós vamos aprender sobre as principais veias da cabeça e do pescoço.
Vamos começar dando uma olhada nas três principais veias da cabeça e do pescoço - a veia jugular interna, a veia subclávia e a veia braquiocefálica. Depois vamos explorar as principais tributárias de cada uma dessas veias e descrever quais são as áreas de drenagem de cada uma delas. Para finalizar, vamos ver algumas notas clínicas sobre a drenagem venosa da cabeça e do pescoço.
Antes de mergulharmos neste tutorial, vamos recordar rapidamente o que são as veias. As veias são vasos sanguíneos que drenam o sangue desoxigenado do corpo, com exceção das veias pulmonares, que transportam sangue oxigenado dos pulmões até o coração. O sangue venoso retorna ao coração, e dali ele é bombeado até os pulmões para ser reoxigenado. A função das veias da cabeça e do pescoço é trazer o sangue venoso desoxigenado dessas regiões até a veia cava superior, que por sua vez transporta o sangue até o átrio direito do coração.
A maioria das veias contêm válvulas, que mantêm o fluxo de sangue em um sentido unidirecional. Enquanto as artérias possuem ramos, as veias têm tributárias. As tributárias são veias menores que drenam para as veias maiores. Nós vamos conhecer algumas hoje.
Ok, vamos começar a ver as veias da cabeça e do pescoço, começando com a veia jugular interna.
As veias jugulares internas são um par de vasos que se estendem da base do crânio até próximo das extremidades esternais das clavículas. Nesse corte transversal do pescoço podemos ver que a veia jugular interna cursa dentro da bainha carotídea, lateralmente à artéria carótida. Essa veia está situada profundamente ao músculo esternocleidomastóideo, e por isso não é visível na superfície da pele. A veia jugular interna é a principal veia de drenagem do encéfalo. Ela é formada pela junção dos seios sigmóideo e petroso inferior.
Após sua origem, a veia jugular interna se estende inferiormente pelo pescoço até alcançar a veia braquiocefálica, como nós podemos ver nesta vista posterior do pescoço. Ela drena o sangue venoso da maior parte do crânio, do encéfalo, da cavidade oral e de estruturas superficiais da cabeça e do pescoço. As tributárias da veia jugular interna incluem o seio sigmóideo, o seio petroso inferior, as veias meníngeas, o plexo venoso faríngeo, a veia facial comum e as veias tireóideas superior e média. Vamos dar uma olhada rápida em cada uma dessas tributárias.
O seio sigmóideo, que nós já mencionamos, drena o sangue venoso de algumas regiões do encéfalo. Ele é a continuação do seio transverso, e drena para a veia jugular interna, depois de passar pelo forame jugular do crânio.
O seio petroso inferior está localizado na fossa média do crânio e drena algumas estruturas dessa região, além de algumas partes do encéfalo e do ouvido interno. Ele se origina da porção posteroinferior do seio cavernoso, lateralmente à sela turca. Depois, o seio passa pelo forame jugular do crânio e drena o sangue para a veia jugular interna.
Nesta imagem podemos identificar uma das principais veias meníngeas - a veia meníngea média. As veias meníngeas seguem junto com as artérias meníngeas e drenam a dura-máter, que é uma das meninges que envolve o encéfalo. As meninges são membranas que protegem o encéfalo e a medula espinal.
Seguindo para o pescoço, encontramos o plexo venoso faríngeo, uma rede de veias que fica ao redor da faringe. O plexo venoso faríngeo é formado pela união das veias faríngeas, posterolateralmente à laringe. Ele drena a faringe e a região superficial do pescoço, levando o sangue até as veias jugulares internas.
A veia facial comum drena as estruturas superficiais da face. Ela é formada pela união da veia facial e do ramo anterior da veia retromandibular, e segue inferiormente para drenar para a veia jugular interna logo abaixo da mandíbula, como podemos ver aqui.
As últimas tributárias da veia jugular interna são as veias tireóideas superior e média. Essas veias se originam do plexo venoso glandular, e drenam partes da glândula tireoide. Acompanhadas pelas artérias de mesmo nome, elas seguem anteriormente à artéria carótida comum e drenam para a veia jugular interna.
Vamos seguir em frente e dar uma olhada agora na veia subclávia.
A veia subclávia é uma das principais veias do pescoço. Na verdade, também é um par de vasos, ou seja, existe uma veia subclávia direita e uma esquerda. Como seu nome sugere, essa veia está localizada logo abaixo da clavícula. A veia subclávia começa como uma continuação da veia axilar na extremidade lateral da primeira costela. Ao seguir em direção à extremidade esternal da clavícula, ela se junta com a veia jugular interna para formar a veia braquiocefálica, na qual drena seu conteúdo. A veia subclávia drena o membro superior e pequenas partes do pescoço. Suas tributárias são a veia jugular anterior, a veia jugular externa e as veias do membro superior. Vamos dar uma olhada rápida em cada uma dessas tributárias.
As veias jugulares anteriores são um par de vasos que drena as estruturas do compartimento anterior do pescoço. Elas são formadas pela confluência das veias submandibulares, logo abaixo do queixo. Cada uma cursa inferiormente na superfície anterior do pescoço e drena para a veia subclávia correspondente, logo antes delas se juntarem às veias jugulares internas. Em algumas pessoas, a veia jugular anterior também pode drenar diretamente para a veia jugular externa.
A veia jugular externa drena as estruturas superficiais da cabeça, incluindo o couro cabeludo e a face. Ela é formada pela junção da veia auricular posterior e do ramo posterior da veia retromandibular, próximo ao ângulo da mandíbula. Essa veia segue inferiormente ao longo do pescoço superficialmente ao músculo esternocleidomastóideo e drena o sangue para a veia subclávia, logo antes dela se juntar à veia jugular interna. Como uma continuação da veia axilar, a veia subclávia recebe o sangue desoxigenado de todas as veias do membro superior.
Seguindo para a última das grandes veias da cabeça e do pescoço, chegou a vez da veia braquiocefálica. A veia braquiocefálica também é conhecida como veia inominada. Como nós sabemos, ela é formada pela confluência da veia jugular interna e da veia subclávia, posteriormente à articulação esternoclavicular. Todo o sangue venoso da cabeça e do pescoço, do membro superior e da parte superior do tórax é drenado para a veia braquiocefálica que, por sua vez, drena para a veia cava superior, que leva o sangue para o átrio direito do coração.
A veia braquiocefálica recebe quatro tributárias principais, que incluem a veia jugular interna e a veia subclávia, que nós já vimos. As outras tributárias são a veia vertebral e a veia torácica interna. Como seu nome sugere, a veia vertebral segue inferiormente ao longo da coluna vertebral pelos forames transversos das vértebras cervicais até chegar na veia braquiocefálica. Ela se origina de um plexo venoso no trígono suboccipital e drena estruturas como os músculos suboccipitais, os músculos pré-vertebrais do pescoço e a coluna cervical. Depois, termina na base do pescoço e drena para a veia braquiocefálica, medialmente à veia jugular interna.
A veia torácica interna drena a região superior do tórax, a parede torácica e as mamas, e é formada pela continuação das veias musculofrênica e epigástrica superior do tórax. Ela recebe sangue venoso das estruturas adjacentes, seguindo superiormente para drenar para a veia braquiocefálica. Assim como a maior parte das veias do corpo, essa veia contém válvulas, que nesse caso são muito importantes para prevenir o refluxo do sangue, já que a veia segue superiormente.
Antes de terminar, vamos dar uma olhada em algumas notas clínicas relacionadas às veias da cabeça e do pescoço.
Talvez você já tenha ouvido falar do triângulo perigoso da face, também conhecido como triângulo da morte. Esse triângulo é uma região da face que se estende dos cantos da boca até a ponte do nariz. O motivo de ser uma área tão perigosa é justamente por causa da drenagem venosa da face: a veia facial, que drena esta região, se comunica diretamente com o seio cavernoso através da veia angular. Saber essa anatomia é muito importante clinicamente, pois qualquer infecção nessa região será drenada pela veia facial e a infecção pode então se propagar para o seio cavernoso, resultando em uma condição séria chamada de trombose do seio cavernoso.
O seio cavernoso é um seio venoso do encéfalo que abriga nervos cranianos importantes envolvidos nos movimentos oculares. A trombose do seio cavernoso pode levar ao estrabismo convergente se o sexto nervo craniano - o abducente - for lesionado; à visão dupla ao olhar para baixo caso o quarto nervo craniano - o troclear - seja afetado; ou à oftalmoplegia, que é a paralisia ou fraqueza dos músculos extraoculares. Uma infecção que se propaga até a veia facial - e dali até os seios venosos durais - pode ocorrer como resultado de um abscesso facial, ou simplesmente após você espremer aquela espinha no canto do nariz ou perto do seu lábio superior - então pare de espremer essas espinhas!
E agora chegamos ao fim da nossa videoaula! Mas antes de terminar, vamos fazer um breve resumo do que aprendemos hoje.
Na videoaula de hoje aprendemos sobre as principais veias da cabeça e do pescoço. A principal função dessas veias é drenar o sangue venoso até a veia cava superior, que por sua vez drena para o coração. A primeira veia que vimos foi a veia jugular interna. Essa veia drena regiões do encéfalo, do crânio e da cavidade oral, bem como estruturas superficiais da face e do pescoço. Conhecemos as principais tributárias da veia jugular interna, que incluem o seio sigmóideo, o seio petroso inferior, as veias meníngeas, o plexo venoso faríngeo, a veia facial comum e as veias tireóideas superior e média.
Vimos que os seios sigmóideo e petroso inferior se unem para formar a veia jugular interna e drenam algumas regiões do encéfalo. As veias meníngeas drenam as meninges, que revestem o encéfalo; o plexo venoso faríngeo drena a faringe e a região superficial do pescoço; a veia facial comum drena as estruturas superficiais da face; e as veias tireóideas superior e média drenam a glândula tireoide.
Depois vimos a veia subclávia, que é uma das principais veias do pescoço. Ela começa como uma continuação da veia axilar, na extremidade lateral da primeira costela. Essa veia drena o membro superior e o pescoço. Ela possui três tributárias principais, que são a veia jugular anterior, a veia jugular externa e as veias do membro superior. A veia jugular anterior drena algumas regiões do pescoço. A veia jugular externa drena o couro cabeludo e a face. Como uma continuação da veia axilar, a veia subclávia acaba recebendo o sangue de todas as veias do membro superior.
A última veia que vimos foi a veia braquiocefálica, que é formada pela junção da veia jugular interna e da veia subclávia. A veia braquiocefálica drena a cabeça, o pescoço, o membro superior e a região superior do tórax. Suas quatro tributárias principais são a veia jugular interna, a veia subclávia, a veia vertebral e a veia torácica interna. A veia vertebral drena a coluna cervical e os músculos pré-vertebrais, enquanto a veia torácica interna drena a região superior do tórax, a parede torácica e as mamas.
Finalmente, identificamos o triângulo perigoso da face, ou triângulo da morte, e vimos como as infecções superficiais dessa região podem se espalhar até áreas mais profundas, como o seio cavernoso, o que pode levar à trombose do seio cavernoso.
Isso nos trás ao fim dessa videoaula. Nos vemos da próxima vez. Bons estudos!