Videoaula: Relações peritoneais
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Você provavelmente já ouviu dizer que o trato gastrointestinal dentro do seu abdome possui vários metros de comprimento. Mas você já se perguntou como que essas dobras de intestino não se embaralham ...
Leia maisVocê provavelmente já ouviu dizer que o trato gastrointestinal dentro do seu abdome possui vários metros de comprimento. Mas você já se perguntou como que essas dobras de intestino não se embaralham ou saem do lugar quando você corre, pula ou dança? Felizmente, vários dos nossos órgãos abdominais são mantidos no lugar por uma membrana serosa chamada de peritônio.
Membranas serosas revestem várias cavidades do corpo, onde elas secretam um fluido seroso lubrificante para reduzir a fricção do movimento dos músculos. E nesta videoaula, nós vamos falar sobre o peritônio e sua relação com os órgãos do abdome e da pelve.
Então, para começar, eu gostaria de fazer uma pequena revisão, iniciando pela diferenciação em dois tipos de peritônio, que são o peritônio visceral e o peritônio parietal, e descrever suas interações com os órgãos, para depois discutirmos as bordas e estruturas do abdome e da pelve e como elas se relacionam ao peritônio. No abdome, nós vamos ver as reflexões peritoneais, as estruturas intraperitoneais e retroperitoneais e, na pelve, nós vamos ver os órgãos, os músculos, os sacos e algumas outras estruturas. E finalmente, nós vamos discutir a importância clínica do peritônio.
Mas, primeiro, vamos falar sobre a estrutura do peritônio. O peritônio é um tecido escamoso seroso de dupla camada chamado de mesotélio. E existem duas camadas de peritônio, como eu mencionei antes, e elas são conhecidas como peritônio parietal e peritônio visceral. Estas duas camadas de peritônio são contínuas uma como a outra e existe um espaço virtual entre elas, preenchido por fluido seroso. Este espaço permite que as camadas deslizem entre si sem esforço, como você pode ver na nossa imagem. Juntas, ambas as camadas ancoram os órgãos e fornecem suporte para os seus movimentos.
Então nós vamos ver estas duas camadas, começando com o peritônio parietal, que vamos ver em mais detalhes agora.
Esta é uma camada de tecido seroso adjacente à cavidade abdominal. E nesta imagem, nós podemos vê-la ao longo dos limites do abdome. O peritônio parietal é sensível à pressão e a dor encontrada aqui é bem localizada, ao contrário da dor advinda da segunda camada de peritônio, que é, claro, o peritônio visceral.
Esta também é uma camada de tecido seroso que está em contato direto com os órgãos abdominais. Nós podemos vê-la aqui no fígado, e também conseguimos ver uma parte do trato gastrointestinal.
O movimento de comida pelo estômago e intestinos faz com que estes órgãos se estiquem, já que o peritônio visceral permite a distensão, porém, quando em demasia, a distensão do peritônio visceral é dolorosa e não é bem localizada. Por isso a dor originada aqui é sentida em outros lugares do corpo e é chamada de dor referida.
E agora que nós acamados de ver as estrutura do peritônio em si, vamos descobrir como ele se organiza no abdome. O peritônio pode ou não revestir completamente um órgão, então vamos dar uma olhada na aparência deles.
Órgãos que são completamente revestidos pelo peritônio são chamados de órgãos intraperitoneais e a maior parte das estruturas intraperitoneais estão associadas com o trato gastrointestinal, já que esta organização fornece suporte, mas também permite a movimentação. Por exemplo, o cólon transverso pode ter uma aparência assim. O lúmen, no qual o alimento passa, estaria aqui, e esta aqui é a parede do cólon. Já aqui, nós podemos ver o peritônio revestindo completamente o cólon.
Órgãos retroperitoneais, por outro lado, não estão completamente dentro da cavidade peritoneal. Na verdade, o peritônio cobre apenas a superfície anterior dos órgãos retroperitoneais, como você pode ver aqui. Os órgãos possuem uma superfície livre na parede abdominal posterior.
E algo importante de se observar é que os órgãos retroperitoneais, como os rins, tipicamente possuem menor mobilidade do que os órgãos intraperitoneais, pois suas funções não requerem expansão ou a mistura de seu conteúdo.
E nós vamos ver tanto os órgãos intraperitoneais, quanto os órgãos extraperitoneais por região. Vamos começar com os órgãos abdominais.
O abdome é limitado pelo diafragma, pela borda da pelve e pelas paredes abdominais anterior e posterior. Então vamos começar olhando a parede abdominal anterior.
Esta aqui é a fáscia de Camper e ela é uma das duas camadas que formam a fáscia superficial da parede abdominal anterior. E a fáscia de Camper fica diretamente abaixo da pele do abdome anterior e é uma camada de tecido adiposo subcutâneo, que varia em espessura de pessoa para pessoa. Ela é a camada mais externa, ou mais superficial, da fáscia do abdome anterior e é contínua com a fáscia superficial da coxa e com a fáscia dartos do pênis.
A camada profunda da fáscia superficial da parede abdominal anterior é conhecida como fáscia de Scarpa e ela é formada por uma membrana fascial que se encontra profundamente à fáscia de Camper, que acabamos de ver. E a fáscia de Scarpa é uma camada fina de tecido conjuntivo, que é formada por fibras delgadas que lembram uma teia de aranha. A fáscia de Scarpa é contínua com a fáscia da região urogenital, de forma que o fluido que se acumula no escroto ou nos lábios maiores pode ascender até a parede abdominal, profundamente a esta camada. A fáscia de Scarpa fica entre a fáscia de Camper e os músculos da parede abdominal. E nós podemos ver um destes músculos aqui - o músculo reto abdominal.
Bem, o músculo reto abdominal é o músculo mais medial dentre os músculos da parede abdominal anterior e ele é formado por duas colunas de músculos, uma de cada lado de uma banda espessa de tecido conjuntivo denso, chamada de linha alba. As fibras musculares do reto abdominal são organizadas no eixo superior-inferior, de forma que quando este músculo se contrai, a coluna é fletida. O reto abdominal também comprime a cavidade abdominal e, ao fazer isto, ele empurra os órgãos abdominais contra o diafragma, ajudando na exalação.
Vamos usar alguns minutos para olharmos para o diafragma. Bem, o diafragma marca a parte mais superior do abdome e é um músculo esquelético que se insere em um tendão central próximo à coluna. Ele reduz a pressão intratorácica quando se contrai. A redução da pressão faz com que os pulmões se expandam, resultando na inalação. Apesar deste músculo estar entre o tórax e o abdome o diafragma recebe sua inervação de um nervo que emerge no pescoço - o nervo frênico.
O recesso subfrênico é o espaço diretamente inferior ao diafragma, que fica em cima do fígado e do baço, e pode mover-se vários centímetros durante a inspiração. E alguns dos ligamentos que estabilizam o fígado podem ser encontrados nesta área.
Um ligamento - o ligamento falciforme - se estende inferiormente a partir da superfície frontal do fígado e se fixa na parede abdominal anterior. A sua parte mais distal é chamada de ligamento redondo do fígado.
A seguir, vamos falar sobre as reflexões do peritônio. Durante o desenvolvimento fetal, a migração dos órgãos abdominais faz com que o peritônio se dobre sobre si mesmo em algumas áreas, criando reflexões peritoneais, que dividem o abdome em dois espaços - o saco maior e o saco menor.
O saco menor, também conhecido como bolsa omental, é limitado anteriormente pelo omento menor, superiormente pelo fígado e pelo diafragma, posteriormente pelo peritônio, que reveste a parede abdominal posterior e seus órgãos e, inferiormente, pelo mesocólon transverso e omento maior.
O omento maior, na verdade, é a maior reflexão peritoneal, que começa na curvatura maior do estômago e vai até o cólon transverso, como uma camada de peritônio gorduroso e, parte do saco menor fica entre suas duas camadas, como acabamos de ver.
O omento menor, bem aqui, é uma reflexão peritoneal menor que se fixa na curvatura menor do estômago e na superfície inferior do fígado. Como seu nome sugere, ele normalmente é menor do que o omento maior e fica anterior ao saco menor, aqui.
A extensão mais superior do saco menor é chamada de recesso superior da bolsa omental. E como você pode ver, ela fica posterior ao fígado, logo abaixo do diafragma. O saco menor se comunica com o saco maior através do forame omental, que é uma pequena abertura para a veia porta, artérias hepáticas e ducto cístico.
O saco maior é a maior parte da cavidade peritoneal, que abriga o intestino e é limitado anteriormente pela parede abdominal anterior, pelo fígado, pela parede abdominal posterior e pela pelve.
Agora, vamos dar uma olhada em algumas das estruturas dentro do peritônio. Lembre-se que as estruturas intraperitoneais são aquelas que são completamente revestidas pelo peritônio.
Bem, este é o estômago. É um órgão oco em formato de J que recebe o alimento do esôfago como um bolo alimentar. Nesta ilustração, nós podemos ver o estômago a partir de uma vista anterior. A menor parte do J é chamada de curvatura menor e ela é fixada ao omento menor. A maior parte do J é chamada de curvatura maior e o estômago é formado por três camadas de músculo liso em diferentes orientações, que misturam seu conteúdo enquanto as glândulas presentes em sua mucosa quebram as proteínas e outras macromoléculas.
Após ter sido misturada e parcialmente digerida no estômago, a comida que você ingeriu segue até o intestino delgado, e a primeira parte do seu intestino delgado é chamada de duodeno. O duodeno tem formato de C e possui quatro partes, que são: a primeira parte, ou parte superior, a parte descendente, a parte horizontal e a parte ascendente. Nesta ilustração, a parte do duodeno que você está vendo destacada em verde é a parte horizontal, ou a parte inferior do C. É muito importante saber que somente a parte superior do duodeno é intraperitoneal, enquanto as três partes distais são todas retroperitoneais.
Bem, todas essas estruturas destacadas aqui fazem parte do lúmen do intestino delgado, que é bem ondulado e, nesta imagem, podemos ver essas convoluções em vários locais e, a medida que o alimento passa pelo intestino delgado, os pequenos microvilos absorvem as proteínas, gorduras e nutrientes que foram quebrados no estômago e, como você pode ver, o intestino delgado é longo e dobra-se sobre si mesmo. Ele é suspenso pelo mesentério, que lhe fornece suporte.
Então este aqui é o mesentério e além de fornecer suporte ao intestino, o mesentério também transporta os vasos sanguíneos e nervos que suprem o intestino delgado e parte do intestino grosso.
Um ramo da artéria mesentérica superior, a artéria cólica média, viaja até o cólon transverso, e nós podemos vê-la aqui, pois a artéria cólica média passa pelo plano sagital médio.
O cólon transverso, visto aqui, é a segunda parte do intestino grosso e se estende pelo abdome desde o cólon ascendente, na flexura cólica direita, até o cólon descendente, na flexura cólica esquerda. Por conta da sua proximidade com o estômago, o cólon transverso precisa de certa mobilidade e é suspenso pela próxima estrutura que nós vamos ver, que é o mesocólon transverso.
E apesar da maior parte do intestino grosso ser retroperitoneal, uma camada de peritônio se estende a partir do mesocólon transverso e circunda completamente o cólon transverso, por isso ele é considerado um órgão intraperitoneal.
Então vamos seguir para algumas estruturas acessórias do sistema digestivo que nós podemos ver na nossa imagem aqui. Este grande órgão sólido é o fígado, que se localiza na parte superior do abdome e retira as toxinas do sangue vindo do intestino. Ele se fixa à parede abdominal anterior através do ligamento falciforme e normalmente está restrito ao lado direito do corpo, mas em alguns casos ele pode se estender para à esquerda também.
O sangue do baço e dos intestinos delgado e grosso chegam ao fígado através da veia porta, e nós só conseguimos ver uma pequena parte dela aqui, mas esta veia é bem grande. Ela é formada pela união da veia mesentérica superior e da veia esplênica. E cerca de 75% do suprimento sanguíneo do fígado passa através da veia porta. O restante do suprimento sanguíneo do fígado vem da artéria hepática própria, que está aqui e, quando ela chega ao fígado, a artéria hepática própria se divide em duas artérias menores chamadas de artérias hepáticas esquerda e direita. A artéria hepática própria é a continuação de outra artéria que se origina do tronco celíaco.
Agora vamos seguir para falar sobre algumas das estruturas retroperitoneais do abdome. Então lembre-se que os órgãos retroperitoneais são aqueles com um lado revestido pelo peritônio e um lado em contato com a parede abdominal posterior.
E a primeira estrutura que possui estas características é o esôfago - e você pode vê-lo destacado em verde na nossa imagem. Ele é uma estrutura oca e é um órgão do sistema digestivo que transmite o alimento da faringe até o estômago. Ele se esvazia no estômago na junção esofagogástrica.
O pâncreas está aqui e ele é um órgão endócrino que secreta insulina das ilhas de Langerhans e glucagon das células alfas. Juntos estes hormônios mantêm um nível saudável de glicose no sangue. Como você pode ver na nossa ilustração aqui, o pâncreas é um órgão retroperitoneal, exceto por sua cauda, que é intraperitoneal.
Este grande vaso aqui é a aorta abdominal. E a aorta é a maior artéria do corpo. Ela se origina diretamente do coração e dá origem a vários ramos pareados e não pareados, como o tronco celíaco, que nós vimos antes. O tronco celíaco se origina diretamente da aorta abdominal, como o primeiro ramo não pareado da aorta abdominal. Ele é uma pequena artéria com três ramos principais que fornece suprimento sanguíneo para o intestino e seus órgãos acessórios. O tronco celíaco dá origem a vários ramos, como a artéria gástrica esquerda, a artéria hepática comum e a artéria esplênica.
Desta perspectiva, nós só conseguimos ver a artéria hepática comum e a artéria esplênica, então vamos dar uma rápida olhada nelas.
A artéria esplênica é uma grande artéria tortuosa que cursa em direção ao baço do lado esquerdo do corpo e ela está parcialmente dentro do pâncreas e fornece parte do suprimento sanguíneo deste órgão também.
E aqui nós temos a veia esplênica e esta veia recebe sangue do baço, do pâncreas e da veia mesentérica inferior. Ao invés de passar dentro do pâncreas, como a artéria esplênica, a veia esplênica passa posteriormente à ele e não é tortuosa.
A maioria das artérias que cursam no mesentério se originam da artéria que nós vamos ver a seguir, que é a artéria mesentérica superior.
A artéria mesentérica superior é o segundo ramo não pareado da aorta abdominal e passa inferiormente ao duodeno. Ela se divide em várias artérias para alcançar todo o intestino delgado e a primeira metade do intestino grosso. E desta perspectiva nós podemos ver alguns de seus ramos menores em meio à gordura do mesentério.
Outro grande vaso retroperitoneal que cursa à direita da aorta abdominal é a veia cava inferior. Nesta imagem ela não está destacada em verde, mas você pode vê-la circulada em azul, seguindo abaixo até aqui. E ela carrega o sangue venoso drenado dos membros inferiores, pelve e abdome.
Vamos voltar nossa atenção para alguns órgãos retroperitoneais adicionais, começando com os rins. E eles não estão evidentes na nossa imagem, então eu vou colocar um corte coronal do abdome com os rins destacados em verde, para que eu possa te mostrá-los mais claramente.
E como você pode ver, eles repousam diretamente na parede abdominal posterior e são recobertos pelo peritônio apenas anteriormente. Ainda nesta vista, vamos dar uma olhada no ureter, que você pode ver destacado agora em verde. Os ureteres transportam a urina dos rins até a bexiga urinária e eles também são retroperitoneais.
Vamos virar um pouco nossa imagem e dar uma olhada nas glândulas suprarrenais. E aqui você pode ver a glândula suprarrenal esquerda destacada e, agora, nós podemos ver a glândula suprarrenal direita destacada. As glândulas suprarrenais estão situadas no aspecto superior de cada rim. E elas também são conhecidas como glândulas adrenais. Elas são consideradas órgãos retroperitoneais e produzem os hormônios adrenalina e noradrenalina, que também são chamados de epinefrina e norepinefrina, respectivamente.
A artéria renal é outro ramo pareado da aorta que supre os rins e as glândulas adrenais com sangue oxigenado. Esta é a veia renal, que a acompanha. As veias renais drenam o sangue desoxigenado dos rins das veias adrenais para a veia cava inferior.
A veia renal esquerda também recebe sangue da veia gonadal esquerda, que drena o sangue dos ovários ou dos testículos.
OK, então agora que nós vimos os órgãos intraperitoneais e retroperitoneais do abdome vamos dar uma olhada nas estrutura da pelve.
Bem, as estruturas da pelve são subperitoneais, o que quer dizer que elas são inferiores ao peritônio do abdome e nós estávamos olhando para a pelve masculina até então, então nós vamos falar sobre os órgãos da pelve compartilhados por homens e mulheres e do sistema reprodutor masculino.
Então vamos começar com a bexiga urinária e, este órgão, é claro, é encontrado tanto na pelve masculina como na feminina, mas ele varia um pouco em sua localização para compensar a diferença entre os órgãos reprodutores.
Bem, a bexiga é revestida internamente por um tipo especial de célula epitelial chamada de urotélio e as múltiplas camadas de músculo liso que formam a parede da bexiga são coletivamente chamadas de músculo detrusor. A bexiga recebe a urina produzida pelos rins e a armazena até a micção e, quando a bexiga está cheia, o músculo detrusor se contrai e a urina é expelida através da uretra. E esta ação, é claro, é a mesma em homens e mulheres.
Seguindo para cima, existe uma pequena corda de tecido conjuntivo estabilizando a bexiga na parede abdominal anterior, conhecida como úraco e, em humanos, ela é recoberta por uma camada de peritônio parietal chamada de prega umbilical mediana. O úraco é um remanescente do alantóide, que é uma estrutura que drena a bexiga urinária fetal.
Nossa próxima estrutura é a próstata e ela é um órgão reprodutor masculino então, obviamente, não é encontrada na pelve feminina. A próstata produz uma secreção leitosa que protege o esperma da acidez da parede vaginal. Ela contém a primeira parte da uretra masculina, que é chamada de uretra prostática.
Posterior à bexiga urinária nos homens está o reto, que é a parte do intestino grosso. E nesta imagem nós estamos olhando para um corte transversal, então nós podemos ver as pregas retais transversas dentro dele. O reto recebe o conteúdo do cólon descendente e o armazena até que a defecação ocorra e, na pelve feminina, o reto não está posterior à bexiga, mas sim ao útero.
Bem, a posição das estruturas dentro da cavidade pélvica cria recessos entre os órgãos e estes recessos são nomeados a partir dos órgãos que os limitam. Então vamos dar uma olhada nos recessos encontrados na pelve masculina.
Bem, este é o espaço retropúbico e ele é encontrado logo atrás dos ossos púbicos e da sínfise púbica. O espaço retropúbico normalmente é preenchido por tecido conjuntivo e ele é limitado posteriormente pela bexiga urinária.
Em homens, existe outro espaço entre a bexiga urinária e o reto chamado de recesso retovesical, pois a palavra “vesical” significa bexiga.
A pelve masculina só possui um espaço. Entretanto, na pelve feminina, a presença do útero cria dois espaços. Então aqui nós temos a pelve feminina sem o peritônio cobrindo os músculos e os órgãos, e esta é a bexiga e, aqui, está o reto. Primeiramente, nós temos um recesso vesicouterino entre a bexiga urinária e o útero e, aqui, nós temos um recesso retouterino entre o útero e o reto. Todos os três recessos abrigam dobras do intestino delgado e qualquer fluido que possa se acumular na cavidade peritoneal.
Muito bem, agora vamos dar uma olhada em algumas estruturas do sistema reprodutor masculino. Então vamos começar com algumas estruturas associadas com o pênis.
O pênis é o órgão reprodutor masculino e o corpo esponjoso, aqui em verde, é o corpo mais ventral do pênis e contém a uretra esponjosa. Os corpos cavernosos são os corpos mais dorsais e,apesar de só conseguirmos ver um deles aqui, existem dois corpos cavernosos, um de cada lado de uma veia dorsal. Eles possuem uma rede de vasos sanguíneos que formam o tecido eretor do pênis.
Esta pequena estrutura de tecido conjuntivo é o ligamento suspensor do pênis e ele se conecta à sínfise púbica e à superfície dorsal do pênis, para manter o pênis próximo ao púbis.
Já esta pequena estrutura é a glândula bulbouretral, também chamada de glândula de Cowper, e ela é uma glândula pareada que se encontra logo posterior ao bulbo do pênis. As glândulas bulbouretrais secretam mucoproteínas que lubrificam a uretra durante a ejaculação. Uma glândula homóloga existe nas mulheres, apesar de ter um nome diferente, e esta é a glândula vestibular maior, que lubrifica a vagina, e não a uretra.
Muito bem, agora que nós vimos os órgãos da pelve, vamos dar uma olhada em alguns músculos.
O esfíncter anal externo circunda o - você adivinhou - o ânus. Ele é uma faixa circular de músculo esquelético que se contrai para prevenir o vazamento do conteúdo do reto e fica tonicamente contraído, mas se relaxa durante a defecação. Aqui está outra faixa circular de músculo esquelético, conhecida como esfíncter uretral externo, e ele circunda a uretra e se contrai para prevenir a perda de urina.
Em homens os músculos do esfíncter uretral são muito mais simples e circundam apenas a uretra, entretanto, a presença da vagina nas mulheres faz com que o músculo esfíncter uretral seja um pouco mais complicado. Nas mulheres ele é formado por três partes - um músculo esfíncter uretral, ao redor da uretra; um músculo ureterovaginal, que circunda a uretra e a vagina e um músculo compressor da uretra, que circunda a uretra anterior e a empurra contra a vagina.
Este músculo esquelético aqui é o bulboesponjoso, ele se origina de uma rafe mediana e se espalha como uma pena ou uma flecha. Ele cobre o bulbo do pênis e, assim, contribui na ereção.
E, finalmente, vamos dar uma olhada em algumas outras estruturas de tecido conjuntivo da pelve para depois discutirmos a importância do peritônio.
Bem, a sínfise púbica é uma articulação fibrocartilaginosa entre os dois ossos púbicos na frente da pelve e, aqui você pode ver a sínfise púbica por uma vista anterior. Esta articulação permite alguma mobilidade da pelve, o que é particularmente importante durante o parto.
A fáscia retoprostática é uma fina camada de tecido conjuntivo entre o reto e a próstata e é encontrada logo inferior ao recesso retovesical.
E, finalmente, isto aqui é o diafragma urogenital, que é uma coleção de músculos e tecido conjuntivo que previne que o assoalho pélvico se colapse. O esfíncter uretral externo que nós vimos antes faz parte o diafragma urogenital, juntamente com o levantador do ânus, as membranas perineais e vários outros músculos urogenitais.
Muito bem, obrigada por ficar comigo nesta videoaula até agora. Antes de fazermos o nosso resumo, vamos só dar uma olhadinha em algumas notas clínicas que são relevantes para o peritônio.
Bem, nós incluímos esta imagem do omento maior só para te dar outra perspectiva de sua localização e, apesar de ser uma dobra de tecido adiposo, o omento maior tem um papel ativo na defesa imunológica. O omento possui pontos leitosos cheios de agregados linfóides que fornecem proteção ao reconhecer antígenos, patógenos e partículas da cavidade peritoneal e eles podem até promover inflamação e fibrose.
Agora chegamos ao fim! Então vamos fazer um resumo do que aprendemos.
Nesta videoaula nós discutimos o peritônio e sua relação com os órgãos do abdome e da pelve. Primeiro nós distinguimos os dois tipos de peritônio, que são o peritônio visceral, que reveste diretamente a superfície dos órgãos, e o peritônio parietal, adjacente à cavidade abdominal. Depois nós descrevemos a organização das estruturas em relação ao peritônio - estruturas intraperitoneal, que são completamente revestidas pelo peritônio, e estruturas retroperitoneais, que possuem uma superfície livre na parede abdominal anterior.
A seguir nós olhamos para os músculos, órgãos e algumas outras estruturas no abdome e na pelve e começamos com alguns componentes da parede abdominal anterior, que inclui a fáscia de Camper, a fáscia de Scarpa e o reto abdominal. E alguns componentes do limite superior do abdome: o diafragma, que é o principal músculo respiratório e o recesso subfrênico, que é um espaço logo inferior à ele.
Depois de passarmos pelos limites do abdome, nós nomeamos algumas áreas onde o peritônio se reflete sobre si mesmo criando espaços, que incluem o omento maior, uma grande reflexão peritoneal que pende da grande curvatura do estômago, e o omento menor, que é uma pequena reflexão peritoneal fixada na curvatura menor do estômago. Essas dobras criam uma cavidade peritoneal separada em dois sacos - o saco maior, que possui grande parte da cavidade peritoneal, e o saco menor, próximo aos órgãos digestivos acessórios - e eles se comunicam através do forame omental, que fica posterior à veia porta.
Dentro da cavidade peritoneal o recesso superior da bolsa omental representa a parte mais superior do saco menor. Depois que vimos as reflexões e os espaços do abdome nós começamos olhando para as estruturas dentro dele, começando com as estruturas intraperitoneais. Estas incluem: o estômago, a parte superior do duodeno, o jejuno e o íleo do intestino delgado, a parte transversa do intestino grosso, o fígado, o mesentério e o mesocólon transverso.
Depois nós vimos as principais estruturas retroperitoneais, que incluem: a maior parte do pâncreas, exceto sua cauda, as partes horizontal, descendente e ascendente do duodeno, as partes ascendente, descendente e distal do intestino grosso, a aorta abdominal, a veia cava inferior e, finalmente, os rins - incluindo as artérias e veias renais, as glândulas suprarrenais e o esôfago.
Depois de ver as estruturas do abdome, seguimos para a pelve, começando com alguns órgãos e espaços que eles criam. A bexiga urinária, que armazena urina até que estejamos prontos para expeli-la, é mantida seu lugar pelo úraco, um remanescente do alantóide. A próstata, um órgão reprodutor masculino localizada inferior à bexiga urinária e anterior ao reto, que é a parte final do intestino grosso.
Vimos que dentro da pelve os órgãos criam um espaço retropúbico, entre o osso púbico e a bexiga urinária, e o espaço retovesical, entre a bexiga urinária e o reto. Bem inferior ao espaço retovesical fica uma fina linha de fáscia chamada de fáscia retoprostática.
Então nós vimos algumas partes do sistema reprodutor masculino, que inclui o corpo cavernoso do pênis, que contém tecido erétil, o corpo esponjoso do pênis, que contém a uretra esponjosa, o ligamento suspensório que mantém o pênis próximo aos ossos púbicos e as glândulas bulbouretrais que secretam um fluido que neutraliza a acidez na uretra. E, finalmente, o músculo bulboesponjoso que cobre o bulbo do pênis.
Depois nós vimos alguns outros músculos e estruturas de tecido conjuntivo da pelve. O esfíncter anal externo que previne a perda do conteúdo do reto e o esfíncter uretral externo que previne que o conteúdo da bexiga urinária se perca. A sínfise púbica, uma articulação fibrocartilaginosa entre os dois ossos púbicos e o diafragma urogenital, que é uma coleção de músculos e tecido conjuntivo que previne que o assoalho pélvico se colapse.
Então é isso! Agora sim chegamos ao fim da nossa videoaula.
Obrigada por assistir. Bons estudos e nos vemos da próxima vez!