Videoaula: Testículos e epidídimo
Você está assistindo uma prévia. Torne-se Premium para acessar o vídeo completo: Os testículos e o epidídimo são órgãos reprodutores masculinos envolvidos na produção, desenvolvimento e armazenamento de esperma (17 estruturas).
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Apresentando as jóias da coroa, dos espécimes masculinos? Sim, nós estamos falando, é claro, dos mais valiosos bens de todos os homens - os testículos. No que diz respeito a aprender a anatomia destes ...
Leia maisApresentando as jóias da coroa, dos espécimes masculinos? Sim, nós estamos falando, é claro, dos mais valiosos bens de todos os homens - os testículos. No que diz respeito a aprender a anatomia destes pequenos órgãos, pode ser quase tão doloroso quanto um golpe abaixo da cintura. Mas não se preocupe, nós vamos ser gentis.
É hora de delicadamente aprender sobre a anatomia do testículo e do epidídimo. Durante esta videoaula nós vamos estudar as estruturas vistas nesta ilustração. Nós vamos explorar toda a estrutura e função dos testículos, incluindo as numerosas camadas fasciais que os envolvem.
Nós então vamos explorar as diferentes partes do epidídimo, seguido pelo ducto deferente, e nós vamos discutir por que estes órgãos funcionam como uma linha de montagem industrial para a maturação do esperma. Em seguida vamos nos lembrar sobre o suprimento neurovascular dos testículos, e vamos concluir com algumas notas clínicas.
Muito bem, mãos à obra, vamos começar com a estrutura e função dos testículos. Okay, todos nós sabemos que os testículos são um par de órgãos sexuais primários nos homens, e localizam-se na região subpúbica da pelve, juntamente com o restante dos componentes reprodutivos masculinos.
Os testículos são órgãos ovoides bilaterais, com comprimento de cerca de quatro centímetros e diâmetro de três centímetros em um homem adulto. Eles possuem dois papéis funcionais - produção de esperma e secreção de testosterona. Os testículos se situam no interior do escroto - uma bolsa cutânea fibromuscular que se pendura fora do corpo e contém os testículos, o epidídimo e as partes distais dos cordões espermáticos direito e esquerdo.
Estas estruturas estão contidas em várias camadas fasciais, que atuam protegendo e regulando os testículos, começando mais superficialmente com a pele escrotal, a fáscia dartos, a fáscia espermática externa, o músculo cremaster e a fáscia cremastérica, e a fáscia espermática interna.
O testículo por sua vez também é revestido por várias camadas, que são conhecidas como túnicas. Estas são a túnica vaginalis, a túnica albugínea e a túnica vascular. A palavra túnica em latim significa roupa, e é frequentemente usada em biologia para descrever as camadas que envolvem imediatamente um órgão.
A túnica mais externa é a túnica vaginalis, que consiste em duas camadas chamadas de visceral e parietal. Esta camada na verdade é derivada do peritônio e levada com os testículos conforme eles descem do abdome. Se nós observarmos a nossa ilustração de perto nós veremos que apesar de parecer que há duas camadas separadas, na verdade elas são contínuas entre si.
A camada visceral é a mais interna, e é firmemente aderida à maior parte do testículo, exceto o seu hilo. A camada parietal é a mais externa, e é refletida sobre o polo anterior do epidídimo em direção à parede escrotal. Ela é separada da camada visceral pela cavidade da túnica vaginalis.
Esta cavidade é preenchida por uma pequena quantidade de líquido lubrificante, que é secretado por membranas serosas em ambas as camadas, e funciona fornecendo amortecimento para os testículos. A próxima camada, a túnica albugínea, é uma camada espessa, rica em colágeno, que se encontra sob a camada visceral da túnica vaginalis.
O colágeno dá a ela uma coloração branca e fornece resistência. A túnica albugínea envolve apenas o testículo, e não contém o epidídimo. A última camada é a túnica vascular, que é frequentemente esquecida, já que encontra-se aderida muito firmemente à túnica albugínea. Por isso é difícil ilustrá-la, e ela é melhor visualizada sob um microscópio, usando uma secção transversa fina do testículo e uma coloração tricrômica.
A túnica vascular é uma camada rica em tecido vascular, e contém um plexo de vasos sanguíneos que se estende sobre o aspecto interno da túnica albugínea, fornecendo nutrientes para as células do testículo. Muito bem, eu acho que nós podemos deixar estas camadas um pouco e focar na estrutura interna dos testículos.
Ao longo da borda posterior do testículo, as túnicas albugínea e vascular se projetam internamente para formar o mediastino testicular. Este é uma formação de tecido conjuntivo fibroso, e atua como um portão para a entrada e saída dos vasos sanguíneos.
O mediastino testicular abriga também a rede testicular, que nós vamos ver mais tarde. Se nós olharmos mais de perto o mediastino testicular, você é capaz de ver que parece haver uma rede fibrosa se irradiando para dentro do testículo? Bem, esta rede fibrosa é chamada de septos ou séptulos testiculares.
Assim como o mediastino, os septos testiculares são derivados das túnicas albugínea e vascular. Consequentemente, eles são formados de fibras colágenas e são recheadas com tecido vascular. Estes septos possuem um papel muito importante em definir os lóbulos testiculares e levar nutrientes a eles.
Na verdade, há cerca de duzentos e cinquenta a trezentos destes lóbulos em cada testículo, com aqueles no centro sendo geralmente maiores do que aqueles nas extremidades superior e inferior. Mas qual o objetivo destes lóbulos e o que são estes túbulos contidos neles?
Cada lóbulo é tipicamente formado por três túbulos seminíferos contorcidos. Há ainda túbulos seminíferos retos, mas estes vão aparecer mais à frente. Os túbulos seminíferos contorcidos possuem a função de fornecer um ambiente confortável para a espermatogênese, que é apenas uma palavras chique para a diferenciação das células germinativas em espermatozóides.
Há duas células masculinas específicas para auxiliar neste trabalho - as células de Sertoli, que formam a maioria do epitélio tubular, e as células de Leydig ou intersticiais, que habitam o interstício. E nós podemos dar uma rápida olhada nestas células se nós ampliarmos a lâmina histológica.
As células de Sertoli desenvolvem o processo espermatogênico, e as células de Leydig sintetizam e secretam vários andrógenos, incluindo a testosterona, que é importante na regulação da espermatogênese. Nós podemos ver ambos os tipos celulares nesta lâmina histológica, mas se você quiser mais informações sobre elas, por favor confira o nosso conteúdo sobre a histologia dos testículos.
Agora apenas imagine por um segundo que você é um espermatozoide. Você começará a sua jornada nestes túbulos seminíferos contorcidos, e terá aproximadamente sete metros para viajar entre este ponto e o meato urinário. Se nós fizermos uma comparação de um espermatozoide com o tamanho humano, isso seria o equivalente a viajar cerca de duzentos e sessenta quilômetros.
Para viajar tamanha distância, a conservação da energia é essencial, e enquanto nós podemos simplesmente entrar em um ônibus, este luxo não está disponível para um espermatozoide. Portanto, outros meios de conservação da energia devem estar disponíveis. Consequentemente os espermatozoides só são móveis depois de passarem pelo epidídimo.
Enquanto eles não são móveis, eles precisam do fluxo líquido causado por contrações peristálticas de músculos lisos nos túbulos contorcidos para o seu transporte. O fluxo de líquido primeiro transporta os espermatozoides para os túbulos seminíferos retos.
A espermatogênese não ocorre aqui, e estes túbulos servem como intermediários entre os túbulos seminíferos e a rede testicular. Como nós vimos anteriormente, os túbulos seminíferos retos são cercados por músculo liso, que ajuda no fluxo de líquido.
A rede testicular está localizada no mediastino testicular e é formada por uma rede de ductos que se anastomosam, que não são envolvidos por músculo liso como os túbulos seminíferos. A rede testicular funciona para condensar os numerosos túbulos seminíferos em aproximadamente quinze dúctulos eferentes.
Estes dúctulos eferentes perfuram a parte superior da túnica albugínea e deixam o testículo. Os dúctulos eferentes ajudam a garantir absorção de água do fluido produzido pelos testículos. Os dúctulos são, mais uma vez, envolvidos por uma fina camada de músculo liso, que se contrai de maneira peristáltica para manter o fluxo de líquido.
Estes dúctulos são inicialmente retos, mas rapidamente se tornam alargados e altamente contorcidos, formando a cabeça do epidídimo. Isso nos leva para fora do testículo e para a segunda parte deste vídeo - a estrutura e função do epidídimo.
O epidídimo é uma estrutura tubular curva ou arqueada, que situa-se sobre boa parte do aspecto posterior do testículo. Ele é dividido em três regiões principais - a cabeça, o corpo e a cauda. Como nós discutimos antes, a região da cabeça do epidídimo é envolvida pela camada parietal da túnica vaginalis.
O restante do epidídimo não é recoberto por nenhuma túnica. A região da cabeça se prende à extremidade superior do testículo pelos dúctulos eferentes, e é formada de cerca de quinze ductos. Estes ductos se unem para formar um único ducto do corpo do epidídimo, que é contorcido e mantido unido por bandas de tecido conjuntivo fibroso.
Você vai notar nesta ilustração que alguns dúctulos eferentes cursam diretamente para o corpo, e, apesar de isto ser verdade, a grande maioria deles forma a cabeça. O ducto único do corpo do epidídimo forma a cauda na parte inferior do epidídimo. A cauda do epidídimo então continua como ducto deferente.
O epidídimo não é apenas um tubo para a passagem do esperma. Ele também possui um papel fundamental na maturação do esperma. Veja, os espermatozoides que acabaram de se diferenciar precisam desenvolver-se mais para se tornarem móveis e férteis. Assim, o epidídimo atua como uma espécie de linha de montagem biológica onde espermatozoides imaturos entram através dos dúctulos eferentes e o esperma maduro pronto para a ejaculação deixa através do ducto deferente.
O processo de maturação compacta o DNA na cabeça do espermatozoide e altera a membrana plasmática da região da cabeça, tornando-a menor e mais afilada. O epidídimo, se desenrolado, mediria mais de seis metros de comprimento. Assim, um espermatozoide tipicamente leva doze dias para passar através dele, o que é tempo suficiente para que amadureça.
Como o espermatozoide ainda é imóvel, os tubos epididimários são envolvidos por músculo liso, que se contrai em um movimento peristáltico, empurrando os espermatozoides em direção ao ducto deferente. O ducto deferente é a continuação da cauda do epidídimo, e possui cerca de quarenta e cinco centímetros de comprimento, e atua levando os espermatozoides para fora do escroto para os ductos ejaculatórios.
Como esta ilustração demonstra, o ducto deferente começa algo contorcido, mas em seguida se retifica conforme sobe no cordão espermático atrás do testículo. Ele deixa o escroto através do canal inguinal, e em seguida deixa o cordão espermático no anel inguinal profundo.
Antes de finalizarmos, vamos rapidamente refrescar as nossas memórias sobre o suprimento neurovascular do testículo e do epidídimo. O testículo é suprido pelas artérias testiculares, que se originam diretamente da aorta abdominal, logo abaixo do nível das artérias renais, nos lembrando das origens do testículo na cavidade abdominal.
Eles são drenados por um plexo venoso conhecido como plexo pampiniforme, que se esvazia nas veias testiculares. A veia testicular direita drena para a veia cava inferior, enquanto a veia testicular esquerda se esvazia na veia renal esquerda. A drenagem linfática do testículo cursa junto das artérias testiculares, e drena para os linfonodos lombares.
E, finalmente, os testículos recebem a sua inervação simpática através do plexo espermático, que se origina dos gânglios para-aórticos. E isso conclui a nossa viagem pelo testículo e epidídimo.
Vamos terminar a nossa videoaula com algumas notas clínicas. Muito bem, a torção testicular é uma condição espontânea que ocorre em homens, mais frequentemente logo após o nascimento ou durante a puberdade.
Ela ocorre em cerca de uma para cada quinze mil homens com idade abaixo de vinte e cinco anos a cada ano, e se apresenta como dor testicular súbita severa. O testículo pode se tornar edemaciado e deslocado superiormente no escroto, devido ao encurtamento do cordão espermático
Esta condição geralmente é diagnosticada pela ultrassonografia. O tratamento envolve a distorção física do testículo através do escroto, ou, em casos mais severos, cirurgia na qual o escroto é aberto para se ganhar contato imediato com o cordão torcido.
O diagnóstico e manejo rápidos são críticos para proteger o testículo de infartos ou dano permanente, e, se corrigido em até seis horas, o prognóstico é muito bom, sem sequelas significativas. Entretanto, mais do que seis horas podem resultar em infertilidade e eventual necrose testicular.
Uau, que jornada! Vamos resumir o que nós vimos hoje. Nesta videoaula nós cobrimos a jornada que um espermatozoide percorre desde os túbulos seminíferos até o ducto deferente, e todas as estruturas que são envolvidas para tornar isto possível.
Nós começamos com as camadas do estículo, que são a túnica vaginalis, a túnica albugínea e a túnica vascular. Em seguida nós vimos a estrutura interna do testículo, e como ele é dividido em lobos pelos septos testiculares, que são continuações da túnica albugínea. Estes lobos são preenchidos por túbulos seminíferos altamente contorcidos, que são onde os espermatozoides se diferenciam - graças à ajuda das células de Sertoli e de Leydig.
A partir dali o espermatozoide cursa através dos túbulos seminíferos retos para a rede testicular, no mediastino testicular. A rede testicular serve para condensar múltiplos túbulos em cerca de quinze dúctulos eferentes, que transportam o espermatozoide para fora do testículo e para a cabeça do epidídimo.
Nos epidídimos, conforme o espermatozoide passa pelas regiões da cabeça e do corpo ele amadurece e sofre modificações, se tornando móvel. O espermatozoide então é armazenado na região da cauda, pronto para ser empurrado para o ducto deferente durante a ejaculação.
Finalmente, nós vimos o suprimento neurovascular do testículo. Nós vimos que o suprimento arterial vem das artérias testiculares, com a drenagem venosa ocorrendo através do plexo pampiniforme e das veias testiculares. Nós vimos então a drenagem linfática terminando nos linfonodos lombares, e finalmente a inervação simpática através do plexo espermático.
E isso nos trás ao final deste video. Eu espero que você tenha gostado desta videoaula. Obrigado mais uma vez por assistir. E se você é um nerd de verdade, por que não continuar e conferir o nosso conteúdo sobre a histologia dos testículos?