Videoaula: Bolsa omental
Você está assistindo uma prévia. Torne-se Premium para acessar o vídeo completo: Localização da bolsa omental com o estômago refletido.
Unidade de estudos relacionada
Artigos relacionados
Transcrição
Oi pessoal! Aqui é a Amanda do Kenhub. Sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre a anatomia da bolsa omental. Nesta videoaula nós vamos discutir o que é a bolsa omental, qual o seu conteúdo, bem como ...
Leia maisOi pessoal! Aqui é a Amanda do Kenhub. Sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre a anatomia da bolsa omental. Nesta videoaula nós vamos discutir o que é a bolsa omental, qual o seu conteúdo, bem como suas relações anatômicas.
Aqui nós vemos a bolsa omental destacada em verde. Esta é uma cavidade dentro do abdome, formada entre a parede abdominal dorsal e as vísceras e membranas omentais, que estão suspensas a partir delas. Por isso seria muito difícil compreender a bolsa omental sem um entendimento da anatomia das vísceras abdominais.
Então antes de nós começarmos a descrever as bordas e as paredes da bolsa, vamos primeiro revisar as principais vísceras da cavidade abdominal associadas à ela, e nós vamos começar olhando os órgãos do trato digestivo e depois veremos os órgãos abdominais da esquerda para a direita. Após fazermos isso, nós vamos seguir descrevendo em detalhes a bolsa omental e seu conteúdo.
Vamos começar com a parte posterior do estômago. A parte posterior do estômago, que é o lado de trás do estômago, forma parte da parede anterior da bolsa omental, e você pode vê-la destacada em verde aqui.
O estômago contém um fluido ácido que ajuda na digestão e na desinfecção do bolo alimentar que ele recebe do esôfago e depois encaminha até o duodeno.
A seguir, nós temos aqui a parte descendente do duodeno e, como nós já dissemos, o duodeno recebe o bolo alimentar do estômago. A parte descendente do duodeno é uma parte importante do trato digestivo, já que é a localização onde a bile e os fluidos pancreáticos encontram o bolo alimentar para ajudar a digerí-lo ainda mais em substâncias absorvíveis.
Também é importante notar que a parte descendente do duodeno é uma estrutura retroperitoneal e não está envolvida na formação de nenhuma borda da bolsa, estando localizada fora dela.
E como esta é uma videoaula focada na bolsa omental, as demais partes do intestino delgado serão omitidas.
Então a próxima parte do trato digestivo que nós vamos discutir é o cólon ascendente, e esta parte do cólon leva o conteúdo fecal para cima, enquanto absorve parte da água, e não está envolvida na formação de nenhuma das paredes da bolsa. Esta parte do cólon está localizada fora da bolsa omental e você verá a seguir que o cólon se dobra para formar a flexura cólica direita.
Então vamos seguir um pouco mais e dar uma olhada nesta estrutura destacada em verde - a flexura cólica direita. E a flexura cólica direita é uma curvatura do cólon no quadrante superior direito do abdome. Ela também é conhecida como flexura hepática, devido à sua posição em relação ao fígado, e é um ponto que marca a transição anatômica entre o cólon ascendente e o transverso.
Bem, agora nós estamos olhando para o cólon transverso e devemos notar que ele está suspenso a partir da superfície dorsal do abdome pelo mesocólon transverso, enquanto ele também se liga ao omento maior. E estas conexões anatômicas mantêm o cólon transverso na borda mais inferior da bolsa omental, ou, melhor dizendo, o cólon transverso forma a margem inferior da bolsa omental. E apesar destas conexões, ele é considerado uma das partes mais móveis do trato digestivo.
Se você olhar para a esquerda, logo atrás do omento maior, você verá a flexura cólica esquerda, também conhecida como flexura cólica esplênica, e esta parte do cólon é o ponto de transição entre o cólon transverso e o cólon descendente.
E finalmente, vamos dar uma olhada no cólon descendente. Então aqui nós podemos ver o cólon descendente destacado em verde, e a principal função desta parte do cólon é armazenar o alimento digerido para se esvaziar no reto.
OK, então agora que nós vimos as principais partes do trato digestivo relacionadas à bolsa omental, vamos voltar nossa atenção para as outras estruturas.
Aqui nós vemos o fígado destacado em verde e, como você pode ver, ele é encontrado no quadrante superior direito do abdome, logo abaixo do diafragma. O fígado é um órgão vital, responsável por uma ampla gama de funções metabólicas. Então perceba que o fígado foi retraído nesta imagem, para revelar as estruturas que ficam abaixo dele. E, falando em bolsa omental, devemos notar que o fígado forma sua margem superior e que o lobo quadrado marca a margem anterosuperior da bolsa.
Essa estrutura vesicular encontrada abaixo do fígado é a vesícula biliar, e a vesícula biliar armazena bile, um fluido produzido pelo fígado para ajudar na digestão. Ela se contrai ritmicamente sob controle da colecistoquinina, que é um hormônio produzido quando alimentos ricos em gordura entram no trato digestivo. Estas contrações empurram a bile para cima, em direção ao duodeno, onde ela emulsifica líquidos presentes na comida.
Bem, enquanto ainda estamos do lado direito, vamos dar uma olhada no rim direito. O rim direito pode ser visto atrás da parte descendente do duodeno e abaixo do fígado. Na verdade, ele é uma estrutura retroperitoneal, assim como a parte descendente do duodeno. No mesmo nível coronal do rim direito e da parte descendente do duodeno, nós vamos encontrar o pâncreas.
O pâncreas é outro órgão retroperitoneal que tem funções tanto endócrinas como exócrinas. Sua função exócrina é secretar enzimas proteolíticas na parte descendente do duodeno, enquanto sua função endócrina é produzir e secretar insulina e glucagon - dois hormônios muito implicados na regulação dos níveis séricos de glicose. E, falando em bolsa omental, o pâncreas forma sua margem póstero-inferior.
Seguindo agora para a esquerda, logo atrás do pâncreas nós vamos encontrar o rim esquerdo, visto aqui destacado em verde. Então perceba que suas margens não estão claramente definidas, isto porque o rim esquerdo não só se localiza no espaço retroperitoneal, como pâncreas, mas também é coberto por uma camada de gordura retroperitoneal. Então nunca se esqueça que, assim como o pâncreas, o rim esquerdo é retroperitoneal.
A glândula suprarrenal esquerda está localizada logo acima do rim, como seu nome sugere, e ela forma parte da borda esquerda da bolsa omental. Ela é uma glândula endócrina de importância vital, responsável pela produção de hormônios esteróides e catecolaminas. Os esteróides induzem uma ampla variedade de efeitos no corpo, ajudando a regular a pressão arterial e controlando o crescimento e o desenvolvimento do gênero, permitindo que seu corpo resista a situações ambientais estressantes. Já as catecolaminas são mais implicadas no ajuste fino do nosso corpo em situações potencialmente perigosas, realizando a redistribuição de sangue ao coração, cérebro e rins e aumentando a frequência cardíaca e a disponibilidade de glicose.
Finalmente, seguindo um pouco mais à esquerda, nós encontramos o baço e, ao contrário dos rins e do pâncreas, o baço não é um órgão retroperitoneal. Ele age como um filtro do sangue, removendo hemácias velhas e disfuncionais da circulação, enquanto também ajuda o corpo com a resposta imune.
OK, agora que nós completamos nossa revisão das vísceras do abdome relacionadas à bolsa omental, vamos seguir para discutir as partes membranosas da cavidade abdominal que estão relacionadas à bolsa, e nós vamos mudar momentaneamente para uma vista onde a bolsa está um pouco maior.
Então agora estamos olhando para o omento menor, e perceba que o estômago não foi retraído, mas está na sua localização anatômica verdadeira. A estrutura destacada é o omento menor, que também é o teto da bolsa omental. Nós também podemos ver o forame de Winslow, marcado com a seta. Perceba que o omento menor forma parte da parede anterior da bolsa omental e nós vamos abrir a bolsa e retrair o estômago de novo, para explorar melhor suas relações com as estruturas membranosas do peritônio.
OK, então nesta imagem, nós cortamos o omento maior, que é uma prega do peritônio visceral conectada ao cólon transverso e ao estômago, e dividimos uma parte em particular do omento maior para revelar o espaço conhecido como ligamento gastrocólico. Esta divisão é feita em cirurgias para fornecer acesso ao pâncreas ou à parte posterior do estômago. O ligamento gastrocólico é uma parte do omento maior que conecta a curvatura maior do estômago ao cólon transverso e este ligamento também é importante, pois ele forma parte da margem anterior da bolsa omental.
E agora vamos examinar outros ligamentos laterais à bolsa. Estamos seguindo para o compartimento esquerdo da parede da bolsa omental e ele consiste no ligamento gastroesplênico, que como seu nome sugere, conecta o estômago ao baço. Este ligamento contêm os vasos gástricos curtos e os vasos gastroepiplóicos esquerdos.
Agora vamos voltar nossa atenção para o lado direito da bolsa omental, para o ligamento hepatoduodenal. Este ligamento forma uma ponte de tecido conjuntivo entre o fígado e o duodeno, e, como seu nome sugere, ele na verdade é uma porção do omento menor que se dobra ao redor de estruturas que são coletivamente conhecidas como tríade portal. Estas estruturas são a artéria hepática própria, a veia porta e o ducto biliar comum. Este ligamento é uma estrutura muito importante na nossa discussão sobre a bolsa omental, pois ele forma a borda anterior do forame epiplóico. E o forame epiplóico é a única rota de comunicação entre a bolsa omental e a cavidade peritoneal.
Então a maior parte do assoalho da bolsa omental é formada pelo peritônio parietal, já que os órgãos que você pode ver dentro da bolsa estão localizados abaixo do peritônio parietal, no espaço retroperitoneal.
Entretanto, parte do assoalho da bolsa é formado por uma membrana livre - o mesocólon transverso. E o mesocólon transverso se estende da margem inferior do pâncreas até o cólon transverso e separa a bolsa omental da cavidade peritoneal, abaixo.
Então agora que você já conhece a maior parte das vísceras abdominais e suas relações com a bolsa omental, vamos começar a colocar o que nós aprendemos em ordem.
Então, para começar, vamos tentar definir o que é a bolsa omental e, como você deve ter adivinhado, a bolsa é uma cavidade quase completamente fechada dentro da cavidade peritoneal. Sua superfície superior é formada pela superfície inferior do fígado, a frente da bolsa é demarcada pelo lobo quadrado do fígado acima e pelo cólon transverso na sua parte mais inferior, enquanto o omento menor e o ligamento gastrocólico preenchem as regiões entre eles.
A parte inferior da bolsa é coberta pelo mesocólon transverso, que suspende o cólon transverso, e a margem posteroinferior da bolsa é o pâncreas e o rim esquerdo.
Agora seguindo para as bordas medial e lateral da bolsa, sua borda medial é formada pelo forame de Winslow - uma abertura abaixo do ligamento hepatoduodenal - e sua borda lateral, ou esquerda, consiste no rim e na supra-renal esquerdos e no ligamento gastroesplênico.
OK, agora que vimos as relações anatômicas da bolsa, está na hora de seguirmos para discutir a vascularização desta região. Então nós vamos começar com o tronco celíaco, que é o primeiro ramo solitário da aorta, que dá origem a três ramos principais, todos encontrados durante a exploração da bolsa omental. O tronco celíaco está localizado no espaço retroperitoneal.
A artéria gástrica esquerda é um dos ramos do tronco celíaco e supre a curvatura menor do estômago e você pode ver a artéria seguindo superiormente para se distribuir nesta região. A artéria hepática comum é um ramo do tronco celíaco responsável pelo suprimento do fígado, do duodeno e das outras estruturas ao redor, e nós vamos explorar seus ramos mais à frente nesta videoaula.
A artéria esplênica pode ser vista cursando na margem superior do pâncreas e esta artéria supre o corpo e a cauda do pâncreas e o baço.
A artéria gastroduodenal é um dos ramos da artéria hepática comum e supre a parte proximal do duodeno e a cabeça do pâncreas, e esta artéria possui dois ramos principais, que nós vamos ver agora.
O primeiro ramo da artéria gastroduodenal que você pode ver aqui destacado em verde é a artéria gastromental direita. Esta artéria supre a curvatura maior do estômago e o ligamento gastrocólico e corre da esquerda para a direita no ligamento gastrocólico. Ela se anastomosa com a artéria gastromental da artéria esplênica.
O próximo ramo da artéria gastroduodenal é a artéria pancreaticoduodenal superior, e este ramo particular da artéria gastroduodenal supre a cabeça do pâncreas e a parte proximal do duodeno. Ela, ao descer, se divide em dois ramos: um posterior e um anterior, que se anastomosam com os respectivos ramos da artéria pancreaticoduodenal inferior da artéria mesentérica superior.
Agora vamos ver o outro ramo da artéria hepática comum - a artéria hepática própria. E esta artéria se origina da artéria hepática comum e é a artéria que como nós já discutimos, corre junto com o ducto biliar comum e com a veia porta, dentro do ligamento hepatoduodenal. Ela supre o fígado e a vesícula biliar.
A artéria destacada agora é a artéria cólica média e esta artéria é um ramo da artéria mesentérica superior, que como você pode ver, supre o cólon transverso e está localizada no mesocólon transverso, junto com a veia cólica média.
Aqui nós vemos a veia cólica média destacada em verde e esta veia drena na veia mesentérica superior e corre dentro do mesocólon transverso, junto com a artéria cólica média.
Bem, agora que nós falamos sobre todas as partes da bolsa omental, vamos usar alguns minutos para discutir algumas patologias. Existem várias patologias que podem afetar a bolsa omental, e a condição mais comum que podemos encontrar nesta área é um abscesso ou um pseudocisto, que normalmente surgem como complicações de pancreatite aguda.
Bem, a pancreatite aguda é a inflamação aguda do pâncreas, na qual suas enzimas digestivas atacam o parênquima pancreático. Sintomas desta condição podem variar de uma dor abdominal transitória até uma necrose pancreática que ameaça a vida. E também é possível que estas mesmas enzimas digestivas lesionem gradualmente o peritônio parietal que recobre o pâncreas, permitindo que todos os sucos digestivos e o parênquima liquefeito entrem na bolsa omental, e isto é o que nós chamamos de pseudocisto. Se este pseudocisto ficar infectado, aí ele se torna uma coleção de pus e se torna um abscesso.
Então muito fluido é perdido na pancreatite aguda, especialmente quando vasos são erodidos e ocorrem sangramentos, então um dos primeiros passos no manejo agudo da pancreatite é a ressuscitação agressiva com fluidos para manter um débito urinário adequado. Os pacientes são também orientados a evitar se alimentar pela boca, já que esta forma de alimentação pode levar ao dano do pâncreas, que secreta mais fluidos digestivos e, uma vez que esta condição tende a ser bem dolorosa em pacientes hospitalizados, ela normalmente é tratada com analgésicos opióides - uma classe bem forte de medicações analgésicas.
Pseudocistos podem se desenvolver cerca de um mês após o ataque inicial e eles normalmente se resolvem espontaneamente, então a não ser que eles comecem a causar problemas, não há necessidade de aspirá-los. Ocasionalmente, esses cistos se tornam infectados e transformam-se em abscessos, e nesses casos é recomendado a administração de antibióticos e a drenagem do abscesso, normalmente guiada por TC.
OK, então chegamos ao fim da nossa videoaula, mas antes de eu deixar você ir, vamos fazer uma revisão do que vimos hoje.
Primeiro vamos recapitular as bordas anatômicas da bolsa omental. Bem, a borda superior é criada pela superfície inferior do fígado. A borda esquerda é criada pelo rim esquerdo, glândula supra-renal esquerda e ligamento gastroesplênico. A borda inferior é criada pelo mesocólon transverso. A borda anterior é ocupada por várias estruturas - superiormente, há o lobo quadrado do fígado, inferiormente o cólon transverso e a maior parte da área anterior é ocupada pelo ligamento gastrocólico e pelo omento menor. E finalmente, do lado direito não há uma borda, mas nós temos o forame de Winslow.
Das artérias que nós encontramos na bolsa omental, devemos ser capazes de reconhecer o tronco celíaco e seus três ramos principais - a artéria gástrica esquerda, a artéria hepática comum e a artéria esplênica.
E, finalmente, você deve ser capaz de se lembrar de dois outros ramos arteriais visíveis - a artéria gastroduodenal e, seu ramo, a artéria gastromental.
Muito bem, então este é o fim da nossa videoaula
de hoje. Obrigada por assistir.
Bons estudos!