Videoaula: Artérias da cabeça
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Um poderoso cérebro - esse é o centro de controle da homeostase ou equilíbrio fisiológico do nosso corpo. Responsável por executar as funções cognitivas e os microajustes de quase todas as funções ...
Leia maisUm poderoso cérebro - esse é o centro de controle da homeostase ou equilíbrio fisiológico do nosso corpo. Responsável por executar as funções cognitivas e os microajustes de quase todas as funções corporais, sem que você tenha que pensar muito sobre isso. Ele não é pequeno, sob nenhum aspecto! Para fazer tudo isso, nosso cérebro consome cerca de 20% da energia corporal todos os dias, o que significa que ele precisa de um grande volume de sangue oxigenado para suprir sua alta demanda metabólica. Mas como é que o sangue chega até o cérebro? Na videoaula de hoje nós vamos ver alguns dos vasos sanguíneos responsáveis pelo transporte desse sangue oxigenado e tão nutritivo até o e muito mais, ao explorarmos as artérias da cabeça.
Então na videoaula de hoje, nós vamos ver como o sangue arterial chega até a cabeça usando essa ilustração de uma vista lateral direita da cabeça e do pescoço. Antes de começarmos, eu queria que você soubesse que este tutorial tem muitos detalhes. Na verdade, nós vamos falar sobre cerca de 70 artérias hoje! Mas não desanime. Nós vamos conversar sobre elas lentamente e vamos dividir essa grande família de vasos em três grandes grupos.
Nós vamos ver a anatomia e os ramos da artéria carótida externa, da artéria carótida interna e, finalmente, da artéria vertebral. Sinta-se à vontade para assistir esta videoaula por partes, para ter certeza que você dominou a anatomia de um grupo antes de seguir para o próximo. Muito bem, então sem mais delongas vamos começar com esse grande vaso destacado em verde, que é o tronco braquiocefálico.
O tronco braquiocefálico também é chamado de “artéria inominada” ou “artéria braquiocefálica”, e é o maior vaso que leva sangue oxigenado para o lado direito da cabeça e do pescoço, e também para o membro superior direito. Ele se origina diretamente do arco aórtico, como você pode ver aqui, como o primeiro ramo único da aorta. Ou seja, não existe um par de troncos braquiocefálicos, ele é um vaso único. Ele segue superiormente, passa pela traqueia, e se bifurca, ao nível da junção esternoclavicular, em seus dois ramos: a artéria subclávia direita; e a artéria carótida comum direita, sendo que a artéria carótida comum direita continua seguindo superiormente até o pescoço e a cabeça.
Aqui você pode ver a artéria carótida comum destacada em verde. Ao contrário do tronco braquiocefálico, essa grande artéria é bilateral, o que quer dizer que existe uma artéria carótida comum direita e uma esquerda. Mas apesar dela ser bilateral, é importante saber que ela possui origens diferentes em cada um dos lados.
Como nós já vimos, a artéria carótida comum direita se origina da bifurcação do tronco braquiocefálico, aproximadamente ao nível da articulação esternoclavicular direita, e segue superiormente pelo pescoço em seu trajeto até a cabeça. Do lado esquerdo, a artéria carótida comum se origina diretamente do arco aórtico, como seu segundo ramo. Ela segue superiormente e passa pelo mediastino superior, até chegar ao lado esquerdo do pescoço.
A partir desse ponto, as artérias carótidas comuns direita e esquerda seguem um trajeto semelhante e possuem o mesmo padrão de ramificação. Ambas seguem superiormente até se bifurcarem na bifurcação carotídea, aproximadamente ao nível da quarta vértebra cervical, dando origem à artéria carótida interna e à artéria carótida externa. Um fato interessante é que a bifurcação da artéria carótida comum esquerda é um pouco mais alta do que a da direita em 50% da população.
Esta próxima estrutura está localizada logo abaixo da bifurcação carotídea, e é conhecida como corpo carotídeo. O corpo carotídeo é uma estrutura oval que age como uma antena, medindo a composição química do sangue que passa pelas artérias carótidas comuns. Essa informação é então enviada para o centro respiratório do tronco encefálico. O corpo carotídeo é muito pequeno, e difícil de ser encontrado numa dissecção anatômica.
E o que faz essa pequena estrutura ser tão especial? Bem, ela é formada por quimiorreceptores, compostos por células do tipo 1, ou glômus, e por células do tipo 2, ou células de sustentação. Esses quimiorreceptores são responsáveis por monitorar o pH e os níveis de oxigênio e gás carbônico do sangue, e, portanto, eles são capazes de detectar estados de hipóxia, acidose e hipercapnia. O corpo carotídeo é inervado pelo nervo do seio carótico, um ramo do nervo glossofaríngeo que, como você provavelmente já sabe, é o nono nervo craniano.
O seio carotídeo, ou seio carótico, é uma dilatação situada na base da artéria carótida interna, logo acima da bifurcação carotídea. É uma estrutura importante que envia informações sobre a pressão arterial para o hipotálamo. Ele contém barorreceptores, que são mecanorreceptores que detectam alterações na pressão arterial, e é inervado pelo nervo para o seio carótico, também conhecido como nervo de Hering, um ramo do nervo glossofaríngeo.
Como nós vimos, a artéria carótida comum se bifurca em dois ramos, e nós vamos explorar cada um deles em detalhes, começando pela artéria carótida externa. A artéria carótida externa segue superiormente, passa abaixo da glândula submandibular e dentro da glândula parótida, e dá origem a vários ramos ao longo do seu trajeto. Geralmente são oito ramos que vão irrigar as estruturas da cabeça, do pescoço e da face. Esses ramos são: artéria tireóidea superior, artéria faríngea ascendente, artéria lingual, artéria facial, artéria occipital, artéria auricular posterior, artéria maxilar e artéria temporal superficial.
Então vamos dar uma olhada nesses ramos, começando pela artéria tireóidea superior, destacada em verde. Essa artéria se origina da artéria carótida externa ao nível do osso hioide. Ela segue pela porção superior da glândula tireoide, dando origem aos ramos que vão irrigar os músculos infra-hióideos e o músculo esternocleidomastóideo.
Vamos ver agora a artéria laríngea superior, um ramo da artéria tireóidea superior. Esse vaso passa abaixo do músculo tireo-hióideo, acompanhando o trajeto do ramo laríngeo interno do nervo laríngeo superior. Podemos ver a artéria laríngea superior destacada aqui, em uma vista posterior do pescoço, com os tecidos e músculos removidos para expor a laringe, a traqueia e a epiglote. Ela irriga a mucosa, o músculo e as glândulas da laringe. Você terá uma ideia disso só de olhar para a distribuição dos ramos dessa artéria. Como muitos vasos do pescoço, as artérias laríngeas superiores direita e esquerda se anastomosam.
O próximo ramo que nós vamos ver é a artéria faríngea ascendente, que é o menor ramo da artéria carótida externa. Ela sobe pela faringe e dá origem aos ramos que irrigam os músculos pré-vertebrais, a faringe, o ouvido médio e as meninges cranianas.
A artéria lingual segue profundamente ao músculo hipoglosso, dando origem a dois ramos - a artéria profunda da língua e a artéria sublingual. Como seu nome sugere, a artéria lingual, através de seus ramos, irriga os músculos intrínsecos da língua, bem como o assoalho da cavidade oral.
O próximo ramo da artéria carótida externa é bem importante, então preste bastante atenção nele. Essa é a artéria facial, que, como seu nome sugere, irriga as estruturas da face. Ela segue inicialmente ao redor da borda inferior da mandíbula, antes de se curvar superiormente e seguir em direção ao ângulo da boca, terminando perto da porção medial do olho. A artéria facial, como as outras artérias que discutimos até agora, também dá origem a vários ramos que podem ser divididos em ramos cervicais e ramos faciais, dependendo da região que eles irrigam.
Nós não vamos discutir todos os ramos da artéria facial em detalhes nessa videoaula, mas nós vamos ver os principais, começando com a artéria submentual, que é essa pequena artéria aqui, cursando ao longo da porção inferior da mandíbula. A artéria submentual, o maior ramo cervical da artéria facial, segue anteriormente sobre o músculo milo-hióideo, passando abaixo do ventre anterior do músculo digástrico, e inferiormente ao corpo da mandíbula. Ela irriga os músculos e a pele da região submentual.
A próxima artéria que nós vamos ver - a artéria labial inferior - se origina perto do ângulo da boca, segue profundamente ao músculo abaixador do ângulo da boca e perfura o orbicular da boca; a artéria irriga os músculos e a membrana mucosa do lábio inferior, bem como as glândulas labiais. A artéria labial inferior forma uma anastomose com sua correspondente contralateral, e com o ramo mentual da artéria alveolar inferior, que nós vamos conhecer daqui a pouco.
Finalmente, vamos ver a artéria labial superior. Essa artéria, que podemos ver aqui na vista anterior, irriga o lábio superior e dá ramos que irrigam o septo nasal e a asa do nariz.
E isso nos traz ao ramo terminal da artéria facial, que é a artéria angular. Você pode ver nesse destaque na imagem que a artéria angular sobe pela face, seguindo em direção ao ângulo medial do olho. Aqui, ela se anastomosa com os ramos da artéria oftálmica, estabelecendo uma comunicação entre a circulação das artérias carótidas interna e externa. Olhando agora para uma vista anterior, podemos ver melhor o trajeto da artéria, que passa sobre a maxila e segue em direção ao ângulo medial do olho. A artéria angular irriga várias estruturas da face, incluindo o saco lacrimal e a área nasal, bem como o músculo orbicular do olho.
Agora que acabamos de ver a artéria facial, vamos ver os últimos quatro ramos da artéria carótida externa, começando pela região posterior da cabeça, onde encontramos a artéria occipital. Essa artéria se origina da artéria carótida externa, próximo à borda inferior do ventre posterior do músculo digástrico. Nessa imagem podemos ver apenas essa pequena parte proximal da artéria, mas se nós olharmos para a artéria de uma vista posterior do crânio, veremos que ela tem vários ramos na superfície posterior do crânio.
A seguir temos a artéria auricular posterior. Aqui nós vemos a parte proximal da artéria. A artéria auricular posterior se origina acima dos músculos digástrico e estilo-hióideo, segue superior e posteriormente por trás do meato acústico externo, e irriga a glândula parótida, o nervo facial, a aurícula da orelha, o couro cabeludo na região posterior à orelha, e a musculatura adjacente.
Agora só faltam dois ramos terminais da artéria carótida externa. O primeiro deles é a artéria temporal superficial. Aqui nós vemos a origem da artéria, ou sua extremidade proximal, mas na verdade ela se origina profundamente à glândula parótida. Nessa ilustração temos uma visão mais clara de como ela se relaciona com a glândula parótida em sua posição anatômica. Após sua origem, a artéria temporal superficial segue superiormente sobre o processo zigomático do osso temporal para irrigar a região temporal do couro cabeludo. O pulso dessa artéria pode ser palpado e você pode sentí-lo logo à frente do trago da orelha.
Agora vamos voltar para o outro ramo terminal da artéria carótida externa, que é a artéria maxilar. Dos dois ramos terminais da artéria carótida externa, a artéria maxilar é o maior, e irriga toda a região maxilofacial. Ela também dá origem a aproximadamente 15 ramos. Para ajudar a lembrar de todos eles, nós podemos dividir a artéria maxilar em três partes. A primeira é conhecida como parte mandibular, que passa profundamente ao colo da mandíbula. A segunda é a parte pterigóidea, encontrada entre as duas cabeças do músculo pterigóideo lateral. E, finalmente, a terceira parte, a pterigopalatina, entra na fossa pterigopalatina.
Vamos entrar em detalhes sobre os ramos da artéria maxilar, começando com o primeiro ramo da parte mandibular, que é a artéria auricular profunda. Esse vaso passa pela parede óssea do meato acústico externo, através da fissura timpanoescamosa, e irriga a pele desse canal e parte da membrana timpânica. A artéria timpânica anterior é uma pequena artéria que também passa pela fissura timpanoescamosa do osso temporal e irriga o ouvido médio. A razão pela qual ela não é mostrada na nossa ilustração principal de hoje é que a artéria timpânica anterior também pode se originar como um ramo da artéria auricular profunda, que nós acabamos de ver. Lembre-se, toda anatomia está sujeita a variação.
Vamos ver agora a artéria meníngea média, que tipicamente se origina como o terceiro ramo da primeira parte da artéria maxilar. Após sua origem, a artéria passa superiormente pelo forame espinhoso, e então segue para irrigar os ossos do crânio e a dura-máter craniana. É importante observar que a artéria meníngea média dá origem a dois ramos antes de se bifurcar nas suas divisões anterior e posterior. Esses ramos são conhecidos como ramo timpânico superior e ramo gangliônico.
A próxima é a artéria meníngea acessória. Essa artéria se origina como um ramo da artéria maxilar, mas também pode se originar da artéria meníngea média, quando passa a ser chamada de ramo acessório da artéria meníngea média. A artéria meníngea acessória segue superiormente e entra no crânio pelo forame oval. Ela irriga as meninges, especificamente a dura-máter que recobre o assoalho da fossa média do crânio, e o cavo trigeminal. A artéria meníngea acessória também irriga o gânglio trigeminal.
A artéria alveolar inferior também se origina da parte mandibular da artéria maxilar. Ela segue anteroinferiormente e passa pelo forame mandibular, juntamente com o nervo alveolar inferior. Ela segue anteriormente para irrigar os dentes inferiores, ou mandibulares, e o corpo da mandíbula. A artéria alveolar inferior se bifurca na região do primeiro pré-molar nos ramos incisivo e mentual, sendo este último visualizado aqui, destacado em verde.
A próxima artéria - a artéria massetérica - também se origina da segunda parte, ou porção pterigóidea, da artéria maxilar. Essa pequena artéria acompanha o nervo lingual e segue lateralmente através da incisura mandibular, onde irriga o músculo masseter.
Depois encontramos os ramos pterigóideos da artéria maxilar, que também se originam de sua segunda parte. Eles variam em número e origem e irrigam os músculos pterigóideos lateral e medial.
A seguir, vemos a artéria bucal, que também se origina da parte pterigóidea da artéria maxilar. Também conhecida como artéria bucinadora, a artéria bucal cursa obliquamente, entre o músculo pterigóideo medial e a inserção do músculo temporal, até atingir a superfície externa do músculo bucinador, que ela irriga juntamente com o tecido da bochecha logo acima.
As artérias temporais profundas se originam da região superior da artéria maxilar e sobem profundamente ao músculo temporal, que elas irrigam. Elas também irrigam a parte escamosa do osso temporal, bem como o pericrânio, que é o revestimento externo do crânio. O ramo mais proximal ao longo da maxila é conhecido como artéria temporal profunda posterior, enquanto o mais distal é chamado de artéria temporal profunda anterior. Um terceiro ramo, a artéria temporal profunda média, também pode estar presente.
Vamos para a terceira e última parte da artéria maxilar, que é a parte pterigopalatina. Nossa primeira artéria de interesse nessa região é a artéria palatina descendente. Ela se divide nas artérias palatinas maior e menor, que irrigam o palato duro e o palato mole, respectivamente.
A artéria alveolar superior posterior, também chamada de artéria dental posterior, é o nosso próximo ramo. Ela desce ao longo da superfície posterior da maxila e irriga os dentes pré-molares e molares maxilares, bem como o seio maxilar e a gengiva da cavidade oral superior.
Seguindo ao longo da parte pterigopalatina da artéria maxilar, nosso próximo vaso de interesse é a artéria infraorbital. Esse vaso passa pela fissura orbital inferior, incisura infraorbital da órbita e forame infraorbital, onde dá origem às artérias alveolares superiores anteriores e médias. A artéria infraorbital irriga os dentes caninos e os incisivos maxilares, bem como partes do nariz, da pálpebra superior e do lábio superior.
A seguir vamos ver esse pequeno vaso aqui que é a artéria esfenopalatina. Ela se origina da terceira parte da artéria maxilar - a parte pterigopalatina. Também conhecida como artéria nasopalatina, a artéria esfenopalatina passa pelo forame esfenopalatino e entra na cavidade nasal logo atrás do meato superior. Aqui, ela irriga a cavidade nasal, e dá origem a ramos nasais posteriores. A artéria esfenopalatina termina no septo nasal, onde dá origem aos ramos septais posteriores.
A próxima artéria que nós vamos ver é esse vaso aqui, que é o ramo faríngeo da artéria maxilar. Esse vaso também se origina da parte pterigopalatina da artéria maxilar e irriga a faringe e o teto do nariz.
E, finalmente, o último ramo da artéria maxilar é a artéria do canal pterigóideo. Esse ramo variável segue posteriormente pelo canal pterigóideo e dá origem a ramos para a tuba auditiva, cavidade timpânica e porção superior da faringe. Ela também costuma formar uma anastomose com a artéria carótida interna.
E com essa maratona nós acabamos a artéria carótida externa e seus ramos. Se você precisar de uma pausa, agora é uma boa hora para isso, mas se você estiver pronto para seguir, vamos continuar e voltar lá na bifurcação carotídea para aprender sobre a artéria carótida interna.
Então estamos de volta à bifurcação da artéria carótida comum, que dá origem à artéria carótida externa, que nós já vimos, e à artéria carótida interna, que você pode ver destacada em verde. A artéria carótida interna segue superiormente a partir de sua origem na bifurcação carotídea dentro de um revestimento fascial conhecido como bainha carotídea, e entra no neurocrânio pela base do crânio, através do canal carotídeo. Dentro do crânio, é uma artéria extremamente importante para a circulação cerebral, como nós veremos ao explorar seus ramos.
Anatomicamente, essa artéria pode ser dividida em segmentos. Uma forma de descrever ou classificar os segmentos da artéria carótida interna foi descrita em 1996 por Bouthilliers e colaboradores, e ficou conhecida como os segmentos de Bouthilliers. Basicamente, essa classificação divide a artéria carótida interna em sete segmentos baseados na posição de cada parte da artéria. Esses segmentos são: o cervical, o petroso, o lacerum, o cavernoso, o clinóideo, o oftálmico e o comunicante, ou terminal.
Como muitas outras grandes artérias, a artéria carótida interna dá origem a vários ramos, que podem ser classificados de acordo com seus segmentos de origem. Felizmente, os ramos da artéria carótida interna são mais diretos do que os da artéria carótida externa. A primeira coisa que precisamos lembrar é que os segmentos ímpares, com exceção do segmento C7, não possuem ramos. Já os segmentos pares possuem ramos, porém eles são pequenos e inconstantes nos segmentos C2 e C4.
O principal vaso que você precisa conhecer desses segmentos é o tronco meningo-hipofisário, que você pode ver destacado aqui, se originando do segmento C4. Esse é um vaso de calibre relativamente pequeno, mas é bem consistente na sua presença, então vale à pena darmos um pouco mais de atenção a ele. Como seu nome sugere, o tronco meningo-hipofisário irriga duas estruturas principais. A primeira é a meninge, que ele irriga através de vários ramos meníngeos, e a segunda é a hipófise, através da artéria hipofisária inferior. Esses ramos podem se originar, de forma alternativa, do quarto segmento da artéria carótida interna, quando o tronco meningo-hipofisário não está presente.
Vamos continuar agora no segmento C6, ou segmento oftálmico, e ver um dos ramos mais proeminentes da artéria carótida interna, que é a artéria oftálmica. Esse vaso se origina após a artéria carótida interna deixar o seio cavernoso, anteromedialmente ao processo clinoide anterior. Ele segue anteriormente através do canal óptico, sendo acompanhado pelo nervo óptico, e entra na órbita. A artéria oftálmica dá origem a numerosos ramos que são divididos nos grupos orbital e ocular, dependendo das estruturas que eles irrigam.
Hoje nós não vamos ver todos os ramos da artéria oftálmica individualmente, você vai aprender mais sobre eles quando estudar sobre o olho e a órbita. Mas eu quero chamar sua atenção para dois de seus ramos, sendo o primeiro a artéria supraorbital. Após a sua origem, a artéria supraorbital passa anteriormente ao longo da borda medial dos músculos reto superior e levantador da pálpebra superior. A artéria continua seu trajeto e passa pela incisura supraorbital para irrigar os músculos e a pele da fronte.
O outro ramo da artéria oftálmica que nós vamos ver rapidamente é a artéria supratroclear. Não a confunda com a artéria supraorbital! A artéria supratroclear é um dos ramos terminais da artéria oftálmica e segue mais medialmente dentro da órbita. Ela deixa a órbita pela incisura supraorbital e sobe para irrigar a fronte e o couro cabeludo e, por isso, ela também pode ser chamada de artéria frontal.
Agora vamos voltar para a artéria carótida interna e ver outro ramo do segmento C6, a artéria hipofisária superior. Esse pequeno vaso se origina da porção medial posterior da artéria carótida interna e dá origem a vários pequenos ramos para o nervo óptico e o quiasma, bem como para a hipófise, daí seu nome.
Seguindo para o último segmento da artéria carótida interna, o C7, o próximo vaso que nós vamos ver é a artéria comunicante posterior. Esse vaso forma uma anastomose entre a artéria carótida interna e a artéria cerebral posterior ipsilateral, completando o que é conhecido como círculo ou polígono de Willis. Quando você estudar os vasos associados à artéria vertebral, você vai esbarrar com esse vaso novamente e aprender um pouco mais sobre a sua importância.
A próxima é a artéria coróidea anterior, que é pequena em calibre, mas grande em importância por causa das estruturas que ela irriga. Ela se origina da superfície posterior do segmento C7 da artéria carótida interna e dá origem a ramos para as estruturas profundas do encéfalo, como os núcleos da base, o tálamo, o trato óptico, o hipocampo, o corpo amigdaloide e o plexo corióideo do ventrículo lateral.
Estamos quase acabando com a artéria carótida interna, e agora nós vamos ver o primeiro dos seus dois ramos terminais: a artéria cerebral anterior. Essa artéria bilateral está situada na base do cérebro e irriga o aspecto medial do hemisfério cerebral até o lobo parietal. Bem, eu não vou entrar nos ramos da artéria cerebral anterior agora. Essa é uma videoaula para outro dia. Mas eu vou mencionar um importante vaso relacionado à artéria cerebral anterior, que é a artéria comunicante anterior.
Como você pode ver nessas duas imagens, a artéria comunicante anterior passa entre as artérias cerebrais anteriores direita e esquerda. Esse pequeno vaso forma uma anastomose entre essas artérias e também completa a parte anterior do círculo de Willis.
E, finalmente, nós temos a artéria cerebral média, que se origina da última parte da artéria carótida interna e é o maior de seus dois ramos terminais. Olhando para a base do crânio, nós podemos ver a artéria cerebral média seguindo pelo sulco lateral, onde dá origem a numerosos ramos que irrigam a maior parte da superfície lateral do hemisfério cerebral, bem como parte da cápsula interna e dos núcleos da base.
E assim terminamos a artéria carótida interna e seus principais ramos. Se você quiser, faça uma pausa e respire um pouco. Nós estamos quase no fim! Só falta uma parte da videoaula. E se você estiver pronto, vamos dar o sprint final e olhar a última grande artéria da cabeça: a artéria vertebral. Vem comigo para saber mais.
Agora estamos de volta onde começamos, no tronco braquiocefálico, mas dessa vez nós vamos trocar a artéria carótida comum por esse vaso aqui, que é a artéria subclávia. A artéria subclávia é um vaso bilateral que irriga a cabeça, o pescoço e os membros superiores. Ela dá origem a vários ramos que irrigam o pescoço, como por exemplo o tronco costocervical e o tronco tireocervical. Mas nessa videoaula eu quero focar nessa artéria aqui, a artéria vertebral.
Esse par de artérias, uma de cada lado do corpo, pode ser dividido em quatro partes - a parte cervical, que sobe após a sua origem dentro de um espaço piramidal formado pelos músculos escaleno e longo do pescoço; a parte vertebral, que se estende da vértebra C6 até C2, passando pelos seus forames transversos; a terceira parte, conhecida como atlântica, suboccipital, ou, ainda, extradural, se estende do atlas, ou C2, em direção ao crânio, passando por um sulco no arco posterior do atlas e chegando até o forame magno, onde perfura a dura-máter; e a última parte, conhecida como parte intracraniana ou intradural, que se estende até a convergência das duas artérias vertebrais que origina a artéria basilar, na borda inferior da ponte.
Vários ramos musculares e espinais se originam das três primeiras partes da artéria vertebral. Eles irrigam vários músculos do pescoço, bem como as vértebras cervicais, a dura-máter espinal e a medula espinal. Outro importante grupo de vasos que se origina da parte atlântica da artéria vertebral, ou segmento V3, são os ramos meníngeos da artéria vertebral, que irrigam a dura-máter da fossa do cerebelo.
Seguindo para a parte intracraniana ou segmento V4, chegamos até a artéria cerebelar inferior posterior, também conhecida pela abreviação PICA, derivada do termo em inglês. Ela se origina da artéria vertebral e converge com a sua companheira contralateral. Se nós olharmos para a artéria cerebelar inferior posterior na base do crânio, podemos ver que ela dá origem a uma rede de ramos ao longo da superfície posteroinferior do cerebelo, que ela irriga.
O próximo vaso que nós vamos ver é a artéria basilar, que é formada pela convergência das artérias vertebrais direita e esquerda na junção bulbopontina. Ela segue ao longo da superfície ventral ou anterior da ponte, dentro da cisterna pontina, e dá origem a vários ramos bilaterais, que incluem a artéria cerebelar inferior anterior, às vezes a artéria labiríntica, que irriga a cóclea e o aparato vestibular - apesar dela também poder ser um ramo da artéria cerebelar inferior anterior -, as artérias pontinas, a artéria cerebelar superior e, finalmente, a artéria cerebral posterior.
Vamos dar uma olhada mais de perto nesse último vaso, a artéria cerebral posterior. Esse é um vaso bilateral que se origina da bifurcação da artéria basilar. Ele irriga a porção posteromedial do lobo temporal, bem como o lobo occipital, como você pode ver por essa rede de vasos que se originam das artérias cerebrais posteriores para essas regiões do cérebro.
Agora tente se lembrar da anatomia da artéria carótida interna e você vai reconhecer esse importante vaso aqui, que é a artéria comunicante posterior. Ela forma uma anastomose entre a artéria cerebral posterior e a artéria carótida interna, conectando as circulações anterior e posterior do cérebro. As artérias comunicantes posteriores completam o famoso círculo de Willis e, acredite em mim, não tem como aprender as artérias da cabeça sem falar sobre essa estrutura.
Então, só para nos lembrarmos, o círculo ou polígono de Willis, que é anatomicamente chamado de círculo arterial do cérebro, se refere a um anel de artérias interconectadas na base do crânio. Você pode ver essas artérias destacadas aqui em verde.
Ufa! Foram muitas artérias! Você ficará feliz em saber que nós chegamos ao final da nossa jornada arterial de hoje. Antes de terminarmos, vamos finalizar nossa videoaula com uma nota clínica.
Nós acabamos de ver o círculo de Willis. Mas apesar de termos falado tanto sobre a sua importância, você talvez fique surpreso ao saber que encontrar um círculo de Willis perfeito na prática clínica não é muito comum. É isso mesmo! Como quase tudo em anatomia humana, existe muita variação anatômica no círculo de Willis, e ele só é completo em uma a cada cinco pessoas, pois alguns vasos estão frequentemente ausentes ou são mal desenvolvidos. Por exemplo, o círculo de Willis pode ser incompleto devido à hipoplasia de uma ou duas artérias comunicantes posteriores, à hipoplasia ou ausência do segmento A1 de uma das artérias cerebrais anteriores, ou à ausência da artéria comunicante anterior.
E assim terminamos nossa maratona sobre as artérias da cabeça. Vamos resumir rapidamente o que nós vimos hoje.
Primeiro nós vimos a artéria carótida comum em sua bifurcação, onde ela dá origem às artérias carótidas externa e interna. Depois, vimos os ramos da artéria carótida externa, que incluíam a artéria tireóidea superior, a artéria faríngea ascendente, a artéria lingual, a artéria facial, a artéria occipital, a artéria auricular posterior, a artéria maxilar e a artéria temporal superficial.
Depois nós vimos que a artéria carótida interna é dividida em sete segmentos, que são os segmentos cervical, petroso, lacerum, cavernoso, clinóideo, oftálmico e comunicante. Você se lembrará que os segmentos ímpares, exceto o C7, não possuem ramos, e que os segmentos pares possuem vários ramos pequenos, exceto o C6, que dá origem à artéria oftálmica e à artéria hipofisária superior. O segmento comunicante, ou C7, é o ponto de maior destaque quando se diz respeito aos ramos da artéria carótida interna. Ele dá origem à artéria comunicante posterior, à artéria coróidea anterior, à artéria cerebral anterior e à artéria cerebral média.
Nossa última parada foi a artéria vertebral e seus quatro segmentos. Nós focamos no segmento V4, que dá origem à artéria cerebelar inferior posterior antes de se unir com sua correspondente contralateral para formar a artéria basilar. Nós rapidamente vimos os ramos desse vaso, antes de finalizarmos na artéria cerebral posterior e, finalmente, nós juntamos tudo dando uma rápida olhada no círculo arterial de Willis.
Então é isso! Você definitivamente está de parabéns por assistir esta videoaula. Muito bem! Obrigada por assistir e bons estudos!