Videoaula: Artérias do encéfalo II
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Olá a todos!
Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre as artérias do cérebro observadas de um ponto de vista basal. Você já deve ter notado que a anatomia vascular do ...
Leia maisOlá a todos!
Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre as artérias do cérebro observadas de um ponto de vista basal. Você já deve ter notado que a anatomia vascular do cérebro é bonita e complexa, mas isso náo significa que ela deve ser difícil de ser aprendida.
A anatomia vascular do cérebro tem sido objeto de estudo desde a antiguidade, com séculos de pesquisa levando a resultados escassos, principalmente porque a maioria dos anatomistas escolhia estudar a vascularização do cérebro de uma perspectiva difícil.
Foi somente no final do século XVII que um médico britânico chamado Thomas Willis decidiu estudar a base do cérebro, preparando espécimes de uma maneira que deixava a base do cérebro intacta. Ao fazer isso, Willis foi capaz de identificar um padrão nesta complexidade vascular, e este mesmo padrão é o que nós vamos discutir no resto desta videoaula.
Conforme nós discutimos as artérias do cérebro, nós vamos analizá-las vistas de uma perspectiva basal do cérebro, que é basicamente a parte inferior da superfície do cérebro. Nós vamos dividir as artérias que suprem o cérebro em duas circulações, de acordo com qual parte do cérebro estas artérias suprem, ou seja, as artérias da circulação anterior, que suprem a parte anterior do cérebro e incluem a artéria carótida interna, a artéria comunicante posterior, a artéria coroideia anterior, a artéria comunicante anterior, a artéria frontobasal medial e a artéria frontobasal lateral; e as artérias da circulação posterior, que, como você já deve ter adivinhado, suprem a parte posterior do cérebro, e estas incluem as artérias vertebrais, a artéria espinhal anterior, posterior, a artéria cerebelar inferior, a artéria basilar, a artéria cerebelar ântero-inferior, a artéria labiríntica, a artéria pontina, a artéria cerebelar superior e a artéria cerebelar posterior.
Nós vamos estudar ainda as conexões anastomóticas entre estas duas circulações, conhecida como círculo ou polígono de Willis. Então vamos começar.
Como você pode observar, a vascularização arterial está destacada em duas cores diferentes, isso é porque Willis a dividiu em duas circulações mais simples, a circulação anterior, que você pode ver destacada em rosa, e a circulação posterior, que você pode ver destacada em azul.
A principal diferença entre estas duas circulações são as suas origens. Se nós olharmos para a circulação anterior, nós vamos ver que ela se origina das artérias carótidas internas na frente, enquanto a circulação posterior se origina das artérias vertebrais.
As duas circulações finalmente se anastomosam, formando um círculo ao redor do hipotálamo e do nervo óptico na base do cérebro, e este círculo ficou conhecido como círculo de Willis, homenageando as contribuições de Thomas Willis para a anatomia vascular do cérebro.
Então vamos olhar mais de perto cada uma destas circulações. Aqui nós podemos ver as artérias carótidas internas destacadas em verde, e a artéria carótida interna se origina no pescoço, na bifurcação da artéria carótida comum. Ela emite ramos no pescoço, entra no crânio através do canal carotídeo e emerge na cavidade craniana após um trajeto tortuoso no canal carotídeo.
Nesta ilustração a maior parte da porção intracraniana da artéria carótida interna foi removida, exceto pela parte que serve como ponto de origem para a circulação anterior. A artéria carótida interna emite dois ramos que constituem a circulação anterior - um ramo menor para o parênquima cerebral e um ramo anastomótico que se comunica com a circulação posterior - além dos dois principais ramos, que são a artéria cerebral anterior e a artéria cerebral média.
O menor ramo é a artéria coroideia anterior, e o ramo comunicante é a artéria comunicante posterior. E agora vamos continuar a examinar cada um destes ramos em maiores detalhes. Nós vamos começar estudando estas artérias na ordem em que elas se originam a partir da artéria carótida interna.
A primeira artéria da circulação cerebral a emergir da artéria carótida interna é a artéria comunicante posterior. Este ramo serve como uma ponte entre a circulação anterior e a posterior, e você pode estar se perguntando se é realmente importante conhecer esta artéria.
Bem, a oclusão desta artéria terá pouco impacto clínico se nem a circulação anterior nem a circulação posterior forem afetadas, entretanto aneurismas na artéria comunicante posterior podem gradualmente se apresentar com sintomas.
Observe que a artéria comunicante posterior cursa bem próxima a um nervo craniano. Se um aneurisma se tornar grande o suficiente para comprimir este nervo craniano, nós podemos esperar que a função deste nervo irá ser reduzida, e isto leva a achados clínicos.
E o nervo em questão é o nervo oculomotor, e os sintomas que nós podemos observar incluem paralisia do nervo oculomotor, uma condição caracterizada por uma pupila dilatada e limitação da movimentação no olho do mesmo lado da lesão.
A segunda artéria da circulação cerebral a se originar da artéria carótida interna é a artéria coroideia anterior. E esta diminuta artéria pode em um primeiro olhar parecer insignificante, entretanto, é um vaso muito importante, já que fornece irrigação sanguínea para muitas estruturas cerebrais profundas, como os núcleos da base e a cápsula interna.
Uma oclusão deste vaso pode portanto levar a uma hemiplegia contralateral. E uma hemiplegia contralateral é basicamente a ausência de movimentos e reflexos no lado do corpo oposto ao lado da lesão.
O próximo ramo da artéria carótida interna que nós vamos ver é a artéria cerebral anterior, vista aqui destacada em verde, e este é um grande ramo da circulação anterior, já que ele irriga a totalidade da superfície frontal medial do cérebro.
Devido a este fato, nós temos que saber e lembrar a sua abreviação, que é ACA, e nós vamos agora trocar para um corte da vista medial do cérebro, só para ver a extensão do córtex cerebral irrigado pela artéria cerebral anterior.
Aqui nós vemos a artéria cerebral anterior direita, conforme observada de uma vista medial do cérebro. Então dê uma boa olhada na artéria cerebral anterior e seus ramos, e tente imaginar a extensão do córtex cerebral irrigado por estes vasos.
Esta área do córtex inclui regiões motoras, regiões sensitivas e regiões associadas à vontade e ao comportamento. Assim, caso ocorra uma oclusão no início da artéria cerebral anterior, toda esta a superfície do córtex cerebral pode morrer.
Então os achados clínicos de uma oclusão da artéria cerebral anterior certamente variam, baseado na localização da oclusão, mas eles podem incluir déficits motores e sensitivos do membro inferior e da pelve, além de funções motoras mais complexas e alterações da personalidade.
Muito bem, então vamos agora dar uma olhada em uma artéria pequena, que conecta as duas artérias cerebrais anteriores uma à outra logo que elas atingem a fissura longitudinal do cérebro. E esta artéria forma uma anastomose entre as artérias cerebrais anteriores direita e esquerda, e, conforme você pode observar, também forma parte do círculo de Willis. A artéria cerebral anterior emite um ramo mais importante na superfífice basal, do cérebro, que é a artéria frontobasal medial, vista aqui destacada em verde, e ela supre a parte orbital do lobo frontal, que também é conhecida como córtex orbitofrontal.
E esta região está envolvida no processo cognitivo de tomada de decisão, então um infarto na artéria frontobasal medial levaria a problemas na capacidade de tomar decisões.
Então nós vamos concluir a nossa discussão sobre a circulação anterior com a artéria cerebral média e seus ramos, e você pode ainda encontrar esta artéria abreviada como ACM.
Se você olhar de perto esta ilustração, você pode se perguntar onde a artéria carótida interna termina e onde a artéria cerebral média começa. E este ponto de transição é a origem da artéria cerebral anterior. Em outras palavras, a artéria cerebral média emerge da artéria carótida e é o maior ramo terminal da ACI.
A artéria cerebral média irriga a superfície lateral do cérebro, incluindo regiões dos lobos frontal, temporal e parietal. E por último nós vamos ver um importante ramo da artéria cerebral média, e este será a artéria frontobasal lateral, e esta artéria emerge anteriormente, superiormente e lateralmente para vascularizar o giro frontal inferior.
Então agora vamos continuar para a circulação posterior, e esta é a parte da circulação que nós podemos ver destacada em azul. E como nós já discutimos, esta parte da circulação cerebral se origina das artérias vertebrais. Então vamos olhar mais de perto.
A artéria vertebral, que você pode ver destacada aqui é uma estrutura vascular pareada, que emerge no pescoço como um ramo da artéria subclávia, e entra no crânio através do forame magno. E nesta ilustração você pode ver a parte intracraniana das artérias vertebrais direita e esquerda e, dentro do crânio, estas artérias cursam ao longo das laterais da medula oblongata.
Existem alguns pontos chave a se saber sobre as artérias vertebrais. O primeiro é que elas se unem logo abaixo da ponte e formam a artéria basilar, o segundo é que elas fornecem suprimento sanguíneo para a medula oblongata e a medula espinhal, e o último é que elas suprem a parte inferior do cerebelo.
Note como cada artéria vertebral emite um pequeno ramo, e que estes pequenos ramos se unem para formar uma única artéria, e esta artéria é a artéria espinhal anterior. Como você pode ver, ela supre parte da medula oblongata e a medula espinhal, e esta não é a única artéria espinhal.
Na verdade, existem mais duas artérias espinhais posteriores, mas o nosso objetivo nesta videoaula é estudar o suprimento sanguíneo do cérebro, então nós vamos deixar o suprimento sanguíneo da medula espinhal para outra videoaula.
Muito bem, então finalmente, vamos dar uma olhada nos ramos que vão para a parte inferior do cerebelo, que você pode ver destacados aqui, e estes são as artérias cerebelares póstero-inferiores, abreviadas como PICA. E as artérias cerebelares póstero-inferiores são responsáveis por suprir a parte inferior do cerebelo.
E agora vamos continuar para a artéria basilar. E aqui nós vemos a artéria basilar destacada em verde. Além disso, nós também nos lembramos que as duas artérias que contribuem para a sua formação são as artérias vertebrais, que se unem para formá-la. A artéria basilar é formada ao nível da junção pontomedular, e cursa superiormente e anteriormente no meio da base da ponte.
Ela emite muitos ramos importantes ao longo de seu curso, e finalmente se divide nas artérias cerebrais posteriores direita e esquerda, ao nível da junção pontomesencefálica. O nível que agora é mostrado com uma seta é o nível onde a superfície do mesencéfalo termina e a da ponte começa. E como você pode observar, a artéria basilar emite muitos ramos que nós vamos estudar de baixo para cima.
Então vamos começar com a artéria cerebelar ântero-inferior, e esta artéria também é conhecida como AICA. Como você pode ver, este é o primeiro ramo da artéria basilar depois de sua formação, e esta artéria supre a lateral da ponte e o cerebelo. O infarto desta artéria pode levar a paralisia facial e perda sensorial na distribuição do nervo trigêmeo, e isso acontece porque os núcleos recebem sua vascularização dessa artéria.
Então continuando superiormente, agora nós estamos vendo a artéria labiríntica, que pode ser um ramo da artéria basilar ou da artéria cerebelar ântero-inferior, AICA. E esta artéria acompanha o nervo vestibulococlear até o ouvido interno, e supre o ouvido interno.
Você pode encontrar alguma literatura onde esta artéria é chamada de artéria auditiva interna, ou simplesmente artéria auditiva. Os ramos que nós estamos vendo agora são conhecidos como artérias pontinas, e estas diminutas artérias se originam de cada lado da artéria basilar, e elas, é claro, vascularizam a ponte.
Muito bem, vamos agora ver a artéria cerebelar superior. Esta artéria também é abreviada como ACS, e a artéria cerebelar superior é o último ramo da artéria basilar, antes que ela se divida nas duas artérias cerebrais posteriores, e esta artéria supre a superfície superior do cerebelo e se anastomosa com ramos da AICA e da PICA.
Ela emite ainda alguns ramos para o corpo pineal e o véu medular anterior. A última artéria da circulação posterior que nós vamos discutir é a artéria cerebral posterior, e como você pode ver ela se origina da artéria basilar, conforme a artéria basilar se bifurca. A artéria cerebral posterior é abreviada como ACP, e ela supre a superfície inferior e a parte posterior do cérebro e principalmente regiões do córtex occipital e temporal inferior.
Além destas regiões corticais, a PCA também supre algumas estruturas cerebrais profundas na parte posterior do cérebro. Então a obstrução tromboembólica da artéria cerebral posterior resulta em infartos occipitais e temporais inferiores, e infartos do córtex occipital geralmente se manifestam clinicamente como hemianopsia homônima contralateral. Isto significa que o paciente irá perder a mesma metade do campo visual de cada olho.
Em casos mais extensos, as lesões occipitais podem resultar em cegueira, que nesse caso pode ser chamada de cegueira cortical, e lesões temporais inferiores podem resultar em problemas na nomeação e discriminação de elementos visuais, problemas de memória e orientação espacial.
Muito bem, então no início desta videoaula nós vimos brevemente o circulo arterial de Willis, e nós vamos terminar a nossa discussão revendo o circulo arterial cerebral. Então vamos dar uma olhada nos seus componentes. E como nós discutimos anteriormente, o círculo arterial ou círculo de Willis, é um círculo anastomótico onde a circulação anterior encontra a posterior e vice versa, e os vasos que contribuem com a sua formação são os seguintes:
Da circulação anterior nós temos a artéria cerebral anterior e a artéria comunicante anterior, enquanto da circulação posterior nós temos a artéria cerebral posterior e a artéria basilar, e as duas circulações se unem através da artéria comunicante posterior.
Note que a artéria carótida interna e a artéria cerebral média não são consideradas partes do círculo arterial cerebral. Muito bem, então isto é tudo para você hoje. Eu espero que você tenha aproveitado esta videoaula e tenha uma compreensão melhor do cérebro.
Então obrigado por assistir e bons estudos!