Videoaula: Ventrículos do cérebro
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Olá a todos! Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre o sistema ventricular. Antes de começarmos a falar sobre o sistema ventricular, vamos antes definir a palavra ...
Leia maisOlá a todos! Aqui é a Amanda, do Kenhub, e sejam bem-vindos à nossa videoaula sobre o sistema ventricular. Antes de começarmos a falar sobre o sistema ventricular, vamos antes definir a palavra ventrículo.
Um ventrículo é uma área oca ou cavidade dentro de um órgão, geralmente preenchida por algum tipo de líquido. Nosso encéfalo possui quatro ventrículos interconectados, e o líquido que os preenche é chamado de líquido cefalorraquidiano ou líquor.
O líquor é um líquido translúcido que possui várias funções importantes no nosso sistema nervoso central, e você pode estar se perguntando de onde vem esse líquido.
Bem, quase todas as partes do nosso sistema ventricular que nós vamos ver nesta videoaula contém um plexo coroide, que inclui células epiteliais que produzem líquor.
Então como eu mencionei, existem quatro ventrículos no encéfalo - dois ventrículos laterais (os ventrículos laterais esquerdo e direito), o terceiro ventrículo, encontrado próximo ao centro do encéfalo e o quarto ventrículo, localizado profundo ao cerebelo.
Antes de avançarmos, vamos nos orientar.
A imagem que você vê agora à direita irá aparecer ao longo desta videoaula, então é importante entender exatamente o que estamos vendo. Basicamente o que nós temos aqui é um local com uma visão do sistema ventricular, que estão coloridos de azul, com o restante do cérebro que os envolve removido, para podermos ver estruturas como o cerebelo, o tronco encefálico e o começo da medula espinhal.
Então vamos começar com os dois maiores ventrículos, que são os ventrículos laterais. Há um ventrículo lateral em cada hemisfério do cérebro, e portanto existe um ventrículo lateral esquerdo e um ventrículo lateral direito, cada um encontrado no seu respectivo lado do cérebro.
Aqui nós podemos ver o ventrículo lateral direito escondido atrás do ventrículo lateral esquerdo, já que estamos vendo estas estruturas de uma perspectiva esquerda. Então vamos dar uma olhada mais de perto nestes ventrículos.
Ambos os ventrículos laterais possuem mais ou menos a forma da letra “C”. Eles possuem um corpo central e três cornos que se projetam para os lobos do cérebro, denominados corno anterior, corno posterior e corno inferior.
A área que nós podemos ver destacada em verde é a parte central do ventrículo lateral, que fica localizada na região do lobo parietal. O teto é formado pelo corpo caloso, e o assoalho pela superfície superior do tálamo e pela cauda do núcleo caudado.
Você pode ter notado que a nossa imagem mudou ligeiramente, então vamos nos familiarizar com ela. Nós ainda estamos vendo os ventrículos a partir do lado esquerdo do corpo, entretanto nós agora podemos ver o cérebro adjacente.
Vamos continuar para os três cornos do ventrículo lateral, começando com o que nós podemos ver aqui, que é o corno anterior. O corno anterior do ventrículo lateral é essencialmente uma extensão do ventrículo lateral para o lobo frontal, motivo pelo qual ele também é chamado de corno frontal.
Os cornos frontais de cada ventrículo lateral são separados medialmente um do outro pelo septo pelúcido. O teto destes cornos é formado pelo corpo caloso, enquanto o assoalho é formado pela cabeça do núcleo caudado. A seguir nós vamos ver o corno inferior do ventrículo lateral, que se estende para o lobo temporal, e portanto é também chamado de corno temporal.
Ele contém parte do sistema límbico e fica adjacente ao núcleo caudado. O assoalho do corno inferior é formado parcialmente pelo hipocampo. Continuando posteriormente nós podemos ver o corno posterior do ventrículo lateral destacado em verde.
Ele se estende variavelmente como uma projeção em forma de dedo até o lobo occipital, motivo pelo qual ele também é conhecido como corno occipital. Seu assoalho contém o calcar avis e o trígono colateral.
O trígono colateral é uma área plana e triangular localizada na transição entre o corno inferior e o corno posterior do ventrículo lateral. Agora que nós discutimos a parte central e os três cornos dos dois ventrículos laterais nós vamos ver este pequeno canal localizado no assoalho do corno anterior.
Este canal é chamado de forame interventricular, e liga os ventrículos laterais ao terceiro ventrículo na linha média do cérebro. O forame interventricular também é bem conhecido como forame de Monro.
Em termos de localização o terceiro ventrículo está localizado no diencéfalo do cérebro. Ele é uma faixa estreita que é limitada lateralmente pelo núcleo medial de cada tálamo e pelo hipotálamo. Superior a este ventrículo está o fórnix e o corpo caloso.
Anteriormente o espaço é limitado pela lâmina terminal e pela comissura anterior. O assoalho do terceiro ventrículo é formado parcialmente pelo infundíbulo, que se insere na glândula hipófise. E finalmente a parede posterior insere-se na parede da pineal.
A cavidade do terceiro ventrículo é marcada por um número de alongamentos e recessos. Todos estes recessos são nomeados de acordo com as estruturas a eles relacionadas. Então inferiormente o terceiro ventrículo continua como recesso infundibular, que se estende para o infundíbulo, e nós podemos ver este recesso aqui destacado em verde.
Superiormente ao recesso infundibular nós temos o recesso supra-óptico. E, como você pode ter deduzido pelo nome, este recesso está localizado aqui, acima do quiasma óptico. Se nós nos movermos posteriormente e ampliarmos a imagem um pouco poderemos ver o recesso pineal do terceiro ventrículo, que fica entre as lâminas superior e inferior da haste do corpo pineal.
Superiormente ao recesso pineal e ao corpo pineal está o último recesso do terceiro ventrículo - o recesso suprapineal, que nós podemos ver aqui destacado em verde. Se nós olharmos imediatamente abaixo do recesso pineal nós veremos esta estrutura anatômica se originando do assoalho do terceiro ventrículo, que é chamada de aqueduto cerebral.
Esta estrutura conecta o terceiro e o quarto ventrículos, e é também bem conhecida como aqueduto de Sylvius. O aqueduto cerebral é muito importante para o fluxo do líquor. Como nós já mencionamos, a maioria das partes do sistema ventricular contém grupos de plexo coroide, entretanto o aqueduto de Sylvius é a única parte importante de sistema ventricular que não contém um plexo coroide.
Próximo ao fim do aqueduto cerebral nós podemos ver o último ventrículo do encéfalo, que é o quarto ventrículo. Este ventrículo se encontra posteriormente à ponte e ao bulbo, e à frente do cerebelo.
O quarto ventrículo se estende do aqueduto cerebral até o obex, que é este ponto aqui, onde ele se estreita para se tornar o canal central da medula espinhal.
O quarto ventrículo possui uma forma característica de um diamante, e por esta razão o assoalho anterior é chamado de fossa romboide, e o teto posterior é chamado de véu medular.
O líquido que é produzido no quarto ventrículo ou que flui por ele pode deixá-lo em direção ao espaço subaracnoide pelas aberturas laterais e por uma abertura mediana única no teto do quarto ventrículo.
A cavidade do quarto ventrículo possui várias extensões, sendo as maiores os dois recessos laterais localizados de cada lado da linha média. Aqui nós podemos ver o recesso lateral esquerdo destacado em verde.
Estes recessos se estendem lateralmente entre o pedúnculo cerebelar inferior e o pedúnculo do flóculo do cerebelo. Os recessos laterais são de grande importância, porque eles se abrem no espaço subaracnoide como as aberturas laterais do quarto ventrículo, também conhecidas como forames de Luschka.
Como eu já mencionei, o quarto ventrículo do encéfalo se estende inferiormente como o canal central da medula espinhal. Esta estrutura cursa por toda a extensão da medula espinhal, e contém líquor.
Agora que nós temos uma compreensão do sistema ventricular, vamos ver algumas notas clínicas relacionadas a este sistema ventricular e o líquor que o preenche. A hidrocefalia é uma das condições clínicas bem conhecidas associadas a malformações do sistema ventricular, e pode ser diagnosticada utilizando uma tomografia computadorizada ou ventriculografia.
Esta condição é caracterizada por um acúmulo anormal de líquor no cérebro devido a um distúrbio em seu fluxo ou devido a uma redução em sua absorção. Isto leva a um aumento de volume do líquor no sistema ventricular, e portanto um aumento da pressão intracraniana.
Durante a infância esta condição pode causar aumento progressivo da cabeça, potencialmente causando convulsões, distúrbios visuais, redução da capacidade mental, deterioração cognitiva, cefaleia, vômitos, visão turva, dificuldade de marcha, tontura e vários outros sintomas.
É portanto importante reconhecer os sinais de hidrocefalia e também ser capaz de identificar possíveis causas para confrontar e tratar esta condição. Antes de nós concluirmos nossa videoaula, vamos rapidamente resumir o que nós discutimos hoje.
Então nós estabelecemos que existem quatro ventrículos no encéfalo. Primeiro nós temos os dois ventrículos laterais, cada um constituído em uma parte central e três cornos - o corno anterior, o corno posterior e o corno inferior.
Em seguida nós vimos que estes ventrículos se comunicam com o terceiro ventrículo através desta estrutura aqui, que é chamada de forame interventricular. Depois nós falamos sobre o terceiro ventrículo e seus quatro recessos - o recesso infundibular, o recesso supra-óptico, o recesso pineal e o recesso suprapineal.
Nós também vimos que o aqueduto cerebral aqui liga o terceiro e o quarto ventrículos. Finalmente nós discutimos o quarto ventrículo, que é contínuo com o canal central da medula espinhal. Então isto nos trás ao fim da nossa videoaula sobre o sistema ventricular.
Eu espero que você tenha aproveitado, e muito obrigado por assistir.