Videoaula: Aparelho lacrimal

Nós todos passamos por momentos como esse, nos quais estamos chorando e chorando um pouco mais... e um pouco mais... e antes de nos darmos conta, estamos horríveis e com o nariz escorrendo como uma torneira.

O que está acontecendo aqui? Por que, quando eu já tenho um rio de lágrimas escorrendo dos meus olhos, meu nariz tem que virar uma cachoeira? A resposta está no aparelho lacrimal, e para a sua sorte, é sobre ele que nós vamos falar nesta videoaula.

Antes de entrarmos na anatomia em si, vamos falar sobre no que consiste o aparelho lacrimal. O aparelho lacrimal é um grupo de estruturas responsáveis por produzir as lágrimas e coletar e drenar o fluido lacrimal. O fluido lacrimal é formado de água e contém vários eletrólitos, proteínas e outras substâncias. Ele funciona como um lubrificante para o olho e o protege de infecções.

Agora vamos para a anatomia! Aqui temos uma rápida revisão sobre o que nós vamos ver hoje. Nós vamos começar com os ossos relevantes ao redor do aparelho lacrimal, para nos orientarmos bem sobre onde os componentes ficam, depois nós vamos para o aparelho lacrimal em si, começando por onde o fluido lacrimal é produzido e terminando no seu ponto de drenagem.

Vamos começar? Primeiro vamos aos ossos que estão envolvidos com nosso aparelho lacrimal. Esta é a imagem que nós vamos ver na maior parte da nossa videoaula e nela nós podemos ver o corte superolateral do olho direito e parte do nariz direito. Nós estamos olhando para o aparelho lacrimal do lado direito desta pessoa. Muitas estruturas superficiais foram removidas, então nós podemos ver os componentes profundos do aparelho lacrimal. Eu vou apontá-los à medida que nós evoluirmos.

Olhando para o aspecto superolateral, nós podemos ver um osso destacado em verde. Ele é uma parte do osso frontal. O osso frontal foi ressecado, em parte, para que nós possamos ver as estruturas abaixo. Vamos tirar a pele e os músculos por um momento e dar uma olhada nos ossos abaixo. A imagem agora à direita mostra mais do osso frontal, que está colorido em laranja. A parte destacada em verde é o processo zigomático do osso frontal e corresponde à parte ressecada da imagem da esquerda. É escondida aqui atrás que nós vamos encontrar a glândula lacrimal, que nós vamos identificar em breve.

Seguindo para a cavidade nasal, nós podemos ver bem dentro dela. A pele e a cartilagem foram removidas, assim como o osso nasal. O que nós podemos ver agora destacado em verde é a concha nasal média. Ela é uma projeção do osso etmoide para dentro da cavidade nasal. Esta imagem à direita é de um osso etmoide isolado. Este é um osso bem estranho, né? A concha nasal média está destacada em verde, de cada lado. A projeção óssea no meio é a placa perpendicular do osso etmoide, que faz parte do septo nasal. Sendo assim, ela está na linha média do crânio. A concha nasal média está de cada lado da cavidade nasal, se projetando para dentro a partir das paredes laterais.

Nesta nova imagem nós estamos olhando para um corte sagital médio do crânio, com o septo nasal removido. A cavidade nasal está aqui, e dentro dela nós podemos ver a concha nasal média, destacada em verde.

Inferior à concha nasal média está a concha nasal inferior. Este é um osso independente, e não uma projeção de de um outro osso. Porém, de maneira similar à concha nasal média, ele se projeta medialmente para dentro da cavidade nasal, deixando um espaço abaixo dele.

Mais uma vez, mudando para um corte sagital médio, nós podemos ver a concha nasal inferior na cavidade nasal inferior até a concha nasal média, que nós identificamos antes.O espaço abaixo da concha nasal inferior é chamado de meato nasal inferior. Este é um importante espaço do aparelho lacrimal, e serve como o final ou um ponto de drenagem do sistema.

OK, então agora que nós identificamos nossos marcos ósseos, vamos para o aparelho lacrimal em si. Bem, como nós mencionamos, o aparelho lacrimal é um grupo de estruturas que ajuda na produção, movimento e drenagem do fluido do globo ocular, normalmente para formar a lágrima. Existem várias estruturas envolvidas - a glândula lacrimal, a carúncula lacrimal, a papila lacrimal, o canalículo lacrimal, o saco lacrimal e o ducto nasolacrimal.

Vamos começar olhando a glândula lacrimal. Vamos voltar para o aspecto superolateral da imagem agora, onde nós identificamos o osso frontal. Como você pode ver, a glândula lacrimal é uma glândula oblonga, do tamanho de aproximadamente uma amêndoa, que fica profundamente ao processo zigomático do osso frontal. A glândula lacrimal é que produz as lágrimas - o fluido aquoso cheio de proteínas e outras substâncias. Ela é formada por duas partes - a parte orbital, que é superior, próxima aos ossos da órbita, e a parte palpebral, que é inferior, próxima à pálpebra - e a glândula lacrimal é o início do sistema lacrimal.

Para que o fluido lacrimal chegue da glândula até o olho, ele passa por canais chamados de ductos excretores da glândula lacrimal, que nós podemos ver agora destacados em verde. Existem cercas de doze ductos, todos transportando fluido da glândula lacrimal até o saco conjuntival no aspecto superolateral do olho. O saco conjuntival é o espaço entre as camadas da conjuntiva que revestem o olho e a pálpebra.

Neste corte sagital do olho e da órbita nós podemos ver a conjuntiva bulbar revestindo o olho em si e a conjuntiva palpebral revestindo o aspecto interno das pálpebras. O espaço entre elas é o saco conjuntival. É no aspecto superolateral deste saco que o fluido é drenado, a partir dos ductos excretores. No aspecto medial do olho, nós podemos ver a carúncula lacrimal destacada em verde. Esta é uma parte vermelha e carnuda no aspecto medial do seu olho, e ela contém algumas glândulas sebáceas e sudoríparas, que secretam um líquido esbranquiçado. Então, sabe quando você acorda com uma remela no canto do seu olho? É sua carúncula lacrimal trabalhando.

A carúncula lacrimal fica dentro do lago lacrimal. É aqui que as lágrimas se acumulam quando o fluido é movido de lateral para medial a partir da glândula lacrimal, no canto medial do olho. Uma vez que as lágrimas se acumulam no lago, nós temos que esvaziar este lago. E como você acha que nós fazemos isso?

Bem, este processo envolve estruturas chamadas papilas lacrimais, que como você pode ver, estão situadas superiormente e inferiormente à carúncula lacrimal. A papila lacrimal está na parte medial de cada margem palpebral ou, em outras palavras, da pálpebra. No centro de cada papila encontramos uma abertura chamada de ponto lacrimal. É através dos pontos lacrimais que o fluido lacrimal é drenado para continuar pelo aparelho lacrimal, entrando na nossa próxima estrutura - o canalículo lacrimal.

Um único canalículo lacrimal é uma estrutura pequena e semelhante a um tubo, que coleta o fluido lacrimal por drenagem. Medial ao olho direito nesta imagem, nós vemos os canalículos superior e inferior destacados em verde. Medialmente, nós podemos ver os dois canalículos se unindo, antes de se abrirem na nossa próxima estrutura, e esta estrutura na qual os canalículos se abrem é chamada de saco lacrimal. O saco lacrimal é a porção superior de um tubo que corre verticalmente, e este tubo vertical é chamado de ducto nasolacrimal.

Após o fluido lacrimal passar para o saco lacrimal, ele viaja inferiormente pelo ducto nasolacrimal até sair pela abertura do ducto nasolacrimal. A abertura do ducto nasolacrimal é um espaço anatômico específico que nós identificamos mais cedo. Você se lembra como ele é chamado? Sim - o meato nasal inferior.

Agora lembre-se de que quando nós falamos sobre o choro e de como quando você chora muito seu nariz pode começar a escorrer. Bem, aqui está o motivo. Quando nós choramos, nossa glândula lacrimal produz mais fluido lacrimal do que o normal. Parte deste fluido em excesso vai acabar escorrendo pelas suas bochechas e o restante vai ser drenado através do ducto nasolacrimal. Mas pelo fato de ter muito mais fluido do que o normal, as lágrimas vão escorrer continuamente do nosso nariz.

E você pode entender como tudo isso se encaixa olhando nosso diagrama aqui. O fluido começa na glândula lacrimal, entra no saco lacrimal ao viajar pelos ductos excretores da glândula lacrimal, depois passa sobre a superfície do globo ocular quando nós piscamos e se acumula no lago lacrimal. Depois ele viaja através dos pontos lacrimais, que estão situados nas papilas lacrimais, e aí ele passa pelos canalículos lacrimais para entrar no saco lacrimal. Ele passa então pelo ducto nasolacrimal, que se abre na cavidade nasal, no meato nasal inferior.

Então, o que aconteceria se este sistema de drenagem lacrimal fosse bloqueado? Bem, se você ficar com o ducto lacrimal entupido, o fluido lacrimal não será drenado de maneira adequada. Isto resultaria em sintomas que incluem o lacrimejamento excessivo, edema da porção medial do olho, onde o canalículo está bloqueado, irritação e uma possível infecção.

E existem muitas causas diferentes que causam um bloqueio do ducto lacrimal, incluindo bloqueio congênito, lesões, tumores, ou mesmo o simples fato de envelhecermos. Quando envelhecemos, os pontos lacrimais ou a abertura dos canalículos se tornam mais finos. Os tratamentos geralmente dependem da causa e podem incluir antibióticos ou a dilatação dos pontos lacrimais. E é isso!

Agora você é um especialista em aparelho lacrimal! Antes de eu te deixar ir, vamos fazer uma breve revisão sobre o que nós vimos hoje. Bem, nós começamos olhando os ossos da área, identificando primeiro o osso frontal, atrás do qual se localiza a glândula lacrimal. Depois fomos até a cavidade nasal e encontramos a concha nasal média - um processo ósseo do osso etmoide. Inferior a ela estava a concha nasal inferior - um osso, por si só. E o espaço abaixo da concha nasal inferior é chamado de meato nasal inferior, e é aqui que está a abertura do ducto nasolacrimal. Depois seguimos para o aparelho lacrimal em si, começando no aspecto superolateral, onde o fluido lacrimal é criado e secretado, e esta é a glândula lacrimal, formada por duas partes - a parte orbital e a parte palpebral. Para chegar da glândula até o olho, o fluido deve viajar através desses ductos excretores da glândula lacrimal, que são aproximadamente doze, no aspecto superolateral do saco conjuntival. Medialmente nós identificamos esta parte rosa e carnuda do olho, chamada de carúncula lacrimal, no lago lacrimal. No aspecto medial de cada pálpebra estão as papilas lacrimais. Em cada papila lacrimal existe uma abertura do sistema de drenagem chamado de ponto lacrimal. O ponto lacrimal se abre no canalículo lacrimal - um superior e um inferior. Os canalículos então se juntam e drenam no saco lacrimal, que é a porção superior deste tubo vertical chamado de ducto nasolacrimal. A abertura do ducto nasolacrimal foi a última estrutura que nós identificamos, no meato nasal inferior. E, finalmente, nós falamos sobre o bloqueio dos ductos lacrimais e suas várias causas e tratamentos.

E assim chegamos ao final da nossa videoaula. Espero que você tenha gostado. Obrigada por assistir e bons estudos!