A face humana
A sociedade atual considera a beleza física de grande importância. Particularmente a anatomia da face afeta o nosso dia-a-dia.
Anormalidades faciais não são incomuns e todo profissional médico deve possuir um conhecimento básico sobre o desenvolvimento facial no útero, quais erros podem ocorrer e quais as opções de tratamento disponíveis para as pessoas sofrendo dessas severas condições.
Histórico embriológico
O desenvolvimento da face se inicia com a porção oral (ou anterior) do canal alimentar, o estomodeu. Ele é cercado por três diferentes projeções da face, derivadas de células da crista neural.
Essas três projeções são conhecidas como:
- proeminência frontonasal
- proeminência maxilar
- proeminência mandibular
Tanto a proeminência maxilar quanto a mandibular se desenvolvem do primeiro arco faríngeo, enquanto a proeminência frontonasal é formada do mesênquima.
As camadas ectodérmicas começam a tomar forma lateralmente à proeminência frontonasal, e se tornam os dois placódios nasais. As fossas nasais são originadas dos placódios por invaginação central, o que deixa linhas de tecido bilateralmente sobre as fossas. Essas linhas de tecido são chamadas proeminências nasais medial e lateral. O segmento intermaxilar é formado pela fusão das proeminências nasais na linha média.
As várias características da face humana possuem diferentes origens embriológicas:
- O lábio superior se desenvolve da proeminência maxilar e da proeminência nasal medial.
- O lábio inferior deriva da proeminência mandibular, à qual é um resultado direto do desenvolvimento do primeiro arco faríngeo.
- O saco lacrimal e o ducto nasolacrimal são as estruturas maduras do sulco nasolacrimal que separa a proeminência nasal e a proeminência maxilar.
- O nariz consiste da tríade de estruturas embriológicas que incluem a proeminência frontonasal, a proeminência nasal medial e a proeminência nasal lateral.
- Ao contrário do nariz, as raízes das bochechas formam uma estrutura única conhecida como proeminência maxilar, que surge do primeiro arco faríngeo, assim como a proeminência mandibular.
- O segmento intermaxilar termina como filtrum, palato primário e arcada superior, contendo os incisivos centrais e laterais.
Anatomia e inervação
A face é ricamente perfundida por um plexo subdérmico, formado principalmente por artérias musculocutâneas que se originam das artérias temporal superficial e facial.
A artéria facial se ramifica da artéria carótida externa, se curva ao redor da borda inferior da mandíbula e sobe ao longo da lateral do nariz. A artéria temporal superficial também deriva da artéria carótida externa e fornece numerosos ramos que suprem diferentes partes da face, incluindo a artéria facial transversa e a artéria temporal média. O sangue venoso da face é drenado pelo plexo subdérmico para o plexo venoso profundo, através de veias comunicantes.
As três divisões do nervo trigêmeo são responsáveis pela sensação somática de toda a face, de acordo com as três origens embriológicas.
- O nervo oftálmico (V1), que se origina da proeminência frontonasal, inerva a porção anterior do escalpo/couro cabeludo, a fronte e o dorso do nariz.
- Derivado da proeminência maxilar, o nervo maxilar (V2) inerva principalmente a porção anterior das bochechas, a porção lateral da face, o lábio superior, as regiões laterais do nariz e a pálpebra inferior.
- O nervo mandibular (V3) se origina da proeminência mandibular e inerva o lábio inferior, o queixo e a parte posterior das bochechas.
Contrariamente, a parte posterior do escalpo (couro cabeludo), a borda inferior da mandíbula e o pescoço não são inervados pelo nervo trigêmeo, mas por ramos diretos do plexo cervical (C2).
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Nota clínica
Os achados patológicos do crescimento da face são variados, e bastante frequentes. Complicações duradouras incluem desfiguração da face, dificuldades de audição, fala, alimentação, deglutição e respiração. As mais comuns e mais conhecidas anormalidades faciais, conhecidas como fendas, são listadas abaixo:
- Lábio leporino (fenda labial) – um defeito de fusão parcial ou completo da proeminência maxilar, com a proeminência nasal medial em um ou ambos os lados. Dependendo da severidade do defeito de fusão, isso pode resultar em um lábio leporino completo, unilateral ou bilateral.
- Fenda palatina (fissura palatina) – As fendas palatinas são divididas em primária e secundária, dependendo se elas estão à frente ou atrás do forame incisivo, respectivamente. As deformidades em fenda primárias (ou anteriores) incluem o lábio leporino lateral, fenda da arcada superior e uma fenda entre os palatos primário e secundário. Atrás do forame incisivo as fendas podem ser ou do palato secundário ou conhecidas como fendas da úvula. Fendas palatinas resultam de um defeito de fusão entre as prateleiras palatinas. Raramente uma fenda irá cursar desde o lábio até o palato secundário.
- Fendas faciais oblíquas – Quando a proeminência maxilar não se funde com a proeminência nasal lateral, o ducto nasolacrimal é exposto.
- Fenda mediana (da linha média) - Esse tipo de anomalia ocorre com a fusão incompleta das duas proeminências nasais mediais, na linha média. Esse defeito em particular pode trazer consequências muito mais sérias que os outros, e está associado a disfunções cognitivas e anormalidades cerebrais.
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