Videoaula: Drenagem linfática dos órgãos urinários
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O sistema urinário! A máquina anatômica que tem o papel fundamental de manter o nosso corpo em equilíbrio, removendo do nosso sangue resíduos como a ureia, sais, excesso de água e outras coisas que o ...
Leia maisO sistema urinário! A máquina anatômica que tem o papel fundamental de manter o nosso corpo em equilíbrio, removendo do nosso sangue resíduos como a ureia, sais, excesso de água e outras coisas que o corpo não precisa. Você pode pensar nele como a “descarga” do nosso organismo!
Dito isso, à medida que os órgãos urinários fazem seu trabalho de remoção de toxinas do sangue, eles também produzem suas próprias toxinas e outros resíduos que precisam ser eliminados. Mas como se livrar de todo esse lixo metabólico? Vamos descobrir enquanto exploramos a drenagem linfática dos órgãos urinários.
Para começar esta videoaula, vamos dar uma olhada rápida nos principais órgãos urinários para lembrarmos da sua localização e das suas relações anatômicas. Depois, vamos descobrir os vários grupos de linfonodos que drenam os órgãos urinários, que incluem dois grupos principais – os linfonodos lombares e os linfonodos pélvicos. Finalmente, vamos juntar toda essa informação para aprender sobre a drenagem de cada órgão e o trajeto da linfa, desde os órgãos urinários até o sistema venoso.
O sistema urinário é um importante sistema do corpo composto pelos órgãos urinários, que incluem os rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Este sistema funciona filtrando os resíduos químicos do sangue que, se acumulados, acabam se tornando tóxicos para o organismo. Ele ajuda também a remover o excesso de água e manter a pressão arterial estável.
Uma vez que todos os resíduos do sangue são filtrados pelos rins, os demais órgãos do sistema urinário atuam transportando, armazenando e eliminando esses resíduos na forma de urina. Esse processo é conhecido como micção. Então vamos começar a explorar os linfonodos relacionados aos ureteres, à bexiga urinária e à uretra, começando com estes aqui, que são conhecidos como linfonodos pélvicos.
Esse é um termo genérico que engloba todos os linfonodos localizados no interior da pelve. Eles podem ser divididos em duas subcategorias principais – os linfonodos pélvicos parietais, que ficam adjacentes aos grandes vasos sanguíneos da pelve, e os linfonodos pélvicos viscerais, que ficam junto aos órgãos da pelve.
Os linfonodos pélvicos parietais mais superiores são os linfonodos ilíacos comuns que, como o nome sugere, são encontrados ao redor da artéria e veia ilíacas comuns. Eles também podem ser chamados de linfonodos ilíacos superiores, ou mesmo de linfonodos ilíacos posteriores.
Os linfonodos ilíacos comuns estão no topo da árvore linfática pélvica e, portanto, recebem vasos linfáticos aferentes de toda a região pélvica e dos membros inferiores. Isso inclui todos os órgãos da pelve, exceto os testículos nos homens e os ovários nas mulheres. Vasos eferentes dos linfonodos ilíacos comuns drenam para os linfonodos lombares, que discutiremos mais adiante.
Os linfonodos ilíacos comuns podem ser subdivididos em três grupos - os linfonodos ilíacos comuns laterais, intermediários e mediais. Discutiremos em mais detalhes hoje apenas os linfonodos ilíacos comuns mediais, que também são chamados de linfonodos do promontório, pois recobrem o promontório do sacro. Eles podem ser chamados ainda de linfonodos subaórticos, pois estão localizados abaixo da bifurcação da aorta.
Em seguida, encontramos os linfonodos ilíacos externos, que estão localizados inferiormente aos linfonodos ilíacos comuns. Como você pode imaginar, eles estão intimamente relacionados à artéria e veia ilíacas externas e, mais uma vez, você também pode encontrá-los com alguns nomes diferentes, como linfonodos ilíacos inferiores ou anteriores.
Os vasos linfáticos aferentes dos linfonodos ilíacos externos, ou seja, os vasos que trazem a linfa para esses linfonodos, são provenientes de várias estruturas, como por exemplo, os linfonodos inguinais, que drenam o membro inferior, a parte infraumbilical da parede abdominal, a parte pélvica do ureter, partes da bexiga e da uretra e a genitália. Como você poderia esperar, os linfonodos ilíacos externos drenam para os linfonodos ilíacos comuns. E, assim como os linfonodos ilíacos comuns, eles também podem ser subdivididos nos grupos laterais, intermediários e mediais.
Os linfonodos ilíacos internos encontram-se ao redor da artéria ilíaca interna. Eles estão sendo mostrados aqui, na vista anterior do abdome. Eles também podem ser chamados de linfonodos hipogástricos, o que faz sentido, já que a artéria ilíaca interna costumava ser chamada de artéria hipogástrica. Eles recebem vasos linfáticos vindos de muitas vísceras pélvicas e da parte mais profunda do períneo, além da metade superior do reto e da região glútea do membro inferior.
Assim como os linfonodos ilíacos externos, os linfonodos ilíacos internos também drenam para os linfonodos ilíacos comuns, principalmente para sua cadeia medial. Os linfonodos ilíacos internos também podem ser divididos em três grupos - os linfonodos glúteos superiores, os linfonodos glúteos inferiores e os linfonodos sacrais laterais. E todos os linfonodos ilíacos que acabamos de ver se enquadram no que chamamos de linfonodos pélvicos parietais.
Vamos agora dar uma olhada rápida em alguns dos linfonodos pertencentes à outra subdivisão dos linfonodos pélvicos – os linfonodos pélvicos viscerais.
Como o termo sugere, estes são os linfonodos que envolvem e drenam diretamente os órgãos ou vísceras da cavidade pélvica. Eles podem ser divididos em quatro grupos principais – os linfonodos paravesicais, pararretais, parauterinos e paravaginais, sendo que os dois últimos são encontrados apenas nas mulheres, é claro.
Como estamos falando do sistema urinário, apenas um desses grupos de linfonodos é do nosso interesse hoje: os linfonodos paravesicais, que estão localizados ao redor da bexiga urinária. O termo "vesical" se refere à bexiga urinária, e o prefixo grego "para" significa "ao redor" ou "ao lado". Nos homens, esses linfonodos também estão localizados ao redor da próstata.
Podemos dividir os linfonodos paravesicais em três grupos, de acordo com a sua posição em relação à bexiga – os linfonodos pré-vesicais, os linfonodos vesicais laterais e os linfonodos retrovesicais. Como você pode imaginar, eles drenam linfa principalmente da bexiga e, nos homens, também drenam a linfa da próstata.
Os linfonodos pré-vesicais, também conhecidos como linfonodos paravesicais anteriores, estão localizados entre a superfície anterior da bexiga e a sínfise púbica. Os linfonodos vesicais laterais são encontrados próximos à extremidade inferior do ligamento umbilical medial, lateralmente à bexiga urinária. Os linfonodos retrovesicais, também conhecidos como linfonodos paravesicais posteriores, não são visíveis na nossa ilustração, porém, como o nome sugere, estão localizados ao longo da parede posterior da bexiga.
E com isso terminamos a nossa discussão sobre os linfonodos pélvicos que participam da drenagem linfática dos órgãos urinários. Vamos continuar então para os linfonodos lombares, que também podem ser chamados de linfonodos abdominais parietais.
Os linfonodos lombares são um grande grupo de linfonodos que circundam a aorta abdominal e a veia cava inferior. Eles podem ser subdivididos em três subgrupos – os linfonodos lombares esquerdos ou para-aórticos, os linfonodos lombares intermediários ou interaortocavais, e os linfonodos lombares direitos, ou paracavais.
Os linfonodos lombares esquerdos, por sua vez, podem ser divididos em três grupos. O primeiro deles é o grupo de linfonodos pré-aórticos, localizados anteriormente à aorta abdominal. O próximo é o grupo dos linfonodos aórticos laterais, que estão localizados ao longo da borda lateral da aorta abdominal. Estes são os linfonodos paraaórticos mais desenvolvidos e mais numerosos.
O grupo final dos linfonodos paraaórticos não é visível na nossa ilustração, pois está localizado atrás da aorta abdominal, e por isso esses linfonodos são conhecidos como linfonodos retroaórticos. Eles são os linfonodos paraaórticos menos numerosos.
Assim como os linfonodos lombares esquerdos, os linfonodos lombares direitos são divididos em três grupos. E, mais uma vez, aqueles anteriores à veia cava inferior são os linfonodos pré-cavais, geralmente sendo formados por seis a oito linfonodos. À sua direita, encontram-se os linfonodos cavais laterais. Eles são formados por um linfonodo maior, conhecido como linfonodo caval inferior, que pode ser visto aqui, ao nível da bifurcação aórtica, e dois ou três linfonodos menores, localizados no ângulo entre a veia cava inferior e a veia renal direita.
Agora que mencionamos todos os linfonodos lombares, podemos finalmente falar sobre seus vasos linfáticos aferentes e eferentes.
Os vasos aferentes que vão em direção aos linfonodos lombares são muito numerosos, e transportam toda a linfa recebida pelos linfonodos ilíacos comuns, além de outros linfonodos que drenam as glândulas adrenais, os rins, a parte abdominal dos ureteres, as gônadas, a tuba uterina e parte superior do útero. Além disso, eles também podem receber linfa drenada do trato gastrointestinal, mas esse é assunto para outra videoaula. De forma geral, você pode ver que esse é um grupo de linfonodos muito importante.
Os vasos eferentes dos linfonodos lombares convergem e formam dois vasos linfáticos maiores, o tronco linfático lombar direito, que drena os linfonodos lombares direitos, e o tronco linfático lombar esquerdo, que recebe linfa dos linfonodos lombares esquerdos e intermediários. Ambos estão localizados posteriormente à aorta abdominal e à veia cava inferior.
Os troncos linfáticos lombares direito e esquerdo se unem ao nível da primeira ou segunda vértebras lombares. Às vezes, outro vaso, conhecido como tronco linfático intestinal, se junta a eles para formar uma estrutura maior e mais dilatada, conhecida como cisterna do quilo. A cisterna do quilo possui tamanho e aparência muito variáveis, mas na maioria das vezes se parece com um saco alongado. Ela recebe linfa dos principais troncos abdominais e continua através do tórax como ducto torácico, terminando no ângulo venoso das veias jugular interna e subclávia esquerdas.
Ok, você ficará feliz em saber que isso conclui nossa maratona de grupos de linfonodos. Agora vamos dar contexto a todas essas informações, observando a drenagem de cada órgão urinário individualmente.
Então, como mencionei no início da nossa videoaula, temos quatro órgãos primários nos quais vamos focar aqui – os rins, os ureteres, a bexiga urinária e, claro, a uretra. Vamos começar com os rins.
Cada rim contém uma rede de vasos linfáticos que cursam juntamente com as artérias intrarrenais. Esses vasos linfáticos se unem para formar quatro ou cinco troncos linfáticos renais no hilo do rim, que depois seguem próximos da artéria e veia renais. Do lado direito, esses vasos drenam seu conteúdo principalmente para os linfonodos lombares direitos e intermediários, enquanto do lado esquerdo, os vasos linfáticos eferentes do rim tendem a drenar apenas para os linfonodos lombares esquerdos.
A drenagem linfática dos ureteres é um pouco mais complicada, pois a parte abdominal superior de cada ureter drena diretamente para os linfonodos lombares, enquanto a parte abdominal inferior geralmente drena para os linfonodos ilíacos comuns. A parte intrapélvica dos ureteres, no entanto, geralmente é drenada pelos linfonodos ilíacos internos e paravesicais.
Já nos familiarizamos bastante com a drenagem linfática da bexiga urinária quando vimos os linfonodos paravesicais, que são compostos dos linfonodos pré-vesicais, vesicais laterais e retrovesicais. Seus vasos eferentes seguem principalmente para os linfonodos ilíacos externos. Alguns vasos podem drenar para os linfonodos ilíacos internos e comuns, mas isso é uma exceção.
Surpreendentemente, a uretra tem o padrão mais complexo de drenagem linfática de todos os órgãos urinários, com várias vias de drenagem definidas. Mas para os propósitos desta videoaula, vamos apenas dizer que a linfa drenada das partes membranosa e prostática da uretra masculina, e de toda a uretra feminina, é recebida principalmente por vários grupos de linfonodos ilíacos internos e externos - sejam eles os paravesicais, os glúteos inferiores, os sacrais laterais ou outros.
Nos homens, no entanto, é importante observar que a parte esponjosa da uretra tem uma rota de drenagem um pouco mais longa. A linfa é drenada primeiro para o linfonodo pré-púbico e para os linfonodos inguinais superficiais superomediais. Depois, eventualmente, a linfa também é drenada para os linfonodos ilíacos externos.
Terminamos agora toda a drenagem linfática dos órgãos urinários. Vamos dar uma olhada em uma aplicação clínica do que aprendemos hoje.
O conhecimento sobre o sistema linfático tem um papel fundamental no diagnóstico do câncer, já que os carcinomas podem se espalhar pelo corpo através desse sistema. Exames de imagem ou biópsia de linfonodos aumentados são um meio de avaliar a disseminação de células cancerígenas metastáticas.
Para avaliar a extensão de um tumor de bexiga, ou carcinoma urotelial, os médicos geralmente usam o sistema de estadiamento TNM, no qual a letra T se refere às características do tumor, a letra N se refere ao número de linfonodos acometidos, e a letra M se refere à presença de metástase para outros órgãos.
E, já que estamos falando de linfonodos, vamos falar sobre o estadiamento N do câncer de bexiga. N0 significa que não há células cancerígenas em nenhum linfonodo. N1 que células cancerígenas foram detectadas em um dos linfonodos pélvicos. N2 significa que as células cancerígenas estão presentes em vários linfonodos pélvicos, e, finalmente, N3 significa que as células cancerígenas se espalharam para um ou mais linfonodos fora da pelve.
E isso nos trás ao final da nossa videoaula. Vamos terminar, como sempre, com um rápido resumo dos linfonodos que identificamos hoje.
No início da videoaula, fizemos algumas definições importantes. Descrevemos o sistema urinário e o sistema linfático, que transporta a linfa pelo corpo. Falamos também sobre os linfonodos, que estão envolvidos com a ativação, proliferação e diferenciação dos linfócitos. Em seguida, examinamos os linfonodos envolvidos na principal via de drenagem linfática dos órgãos urinários – vimos os linfonodos ilíacos internos e externos, que drenam para os linfonodos ilíacos comuns e depois para os linfonodos para-aórticos. Estes, por sua vez, drenam para o troncos linfáticos lombares, que termina na cisterna do quilo, uma estrutura que reúne a linfa drenada da parte inferior do corpo. Também vimos alguns linfonodos menores que estão mais diretamente relacionados aos órgãos urinários, tais como os linfonodos paravesicais, que drenam a bexiga urinária. Eles são divididos em linfonodos pré-vesicais, laterais e retrovesicais.
Espero que tenham gostado desta videoaula. Não se esqueça de conferir mais vídeos no nosso site. Obrigado por assistir e bons estudos.