Parede abdominal
A parede abdominal circunda a cavidade abdominal, funcionando como uma cobertura flexível e protegendo os órgãos internos de danos. Ela é limitada superiormente pelo processo xifoide e margens costais, posteriormente pela coluna vertebral e inferiormente pelos ossos pélvicos e ligamento inguinal.
A parede abdominal pode ser dividida em duas partes: paredes abdominais anterolateral e posterior. Essa complexa estrutura é formada por várias camadas, de superficial para profunda: pele, fáscia superficial, músculos e suas respectivas fáscias e peritônio.
Camadas da parede abdominal |
De superficial para profundo: - Pele - Fáscia superficial - Músculos - Fáscia transversal - Gordura extraperitoneal (fáscia extraperitoneal) - Peritôneo |
Funções | Proteção dos órgãos abdominais internos Estabilização e rotação do tronco Aumento da pressão intra-abdominal (que ocorre na tosse, defecação, vômito) |
Músculos da parede abdominal anterolateral | Músculo oblíquo externo do abdome Músculo oblíquo interno do abdome Músculo transverso do abdome Músculo reto abdominal Músculo piramidal |
Músculos da parede abdominal posterior | Músculo psoas maior Músculo ilíaco Músculo quadrado lombar Músculo psoas menor |
A propósito, você sabia que – tecnicamente falando – cada um de nós tem um abdômen em tanquinho? Eles são formados pelas intersecções tendíneas dos retos abdominais, um músculo tímido que normalmente se esconde atrás de uma camada gordurosa da fáscia de Camper e, por isso, é invisível na maioria das pessoas. Leia sobre essas e outras estruturas da parede abdominal no artigo a seguir.
- Parede abdominal anterolateral
- Parede abdominal posterior
- Nota Clínica
- Referências
- Artigos relacionados
Parede abdominal anterolateral
Anatomia de superfície
Vamos começar dando uma olhada na anatomia de superfície da parede abdominal anterolateral antes de nos aprofundarmos na descrição de cada camada. A parede abdominal anterolateral recobre a superfície anterior e lateral do abdômen. Ela pode ser dividida em várias áreas topográficas, que são utilizadas para descrever a localização dos órgãos abdominais e da dor associada a eles:
- Quatro quadrantes, que são divididos pelos planos transumbilical horizontal e mediano vertical. As quatro áreas resultantes são chamadas de: quadrante superior direito, quadrante superior esquerdo, quadrante inferior direito e quadrante inferior esquerdo.
- Nove regiões abdominopélvicas, que são divididas pelo plano subcostal superior, que passa abaixo da margem costal da décima costela e pelo plano intertubercular, que conecta os tubérculos das cristas ilíacas. Verticalmente elas são divididas por dois planos hemiclaviculares, que dividem cada clavícula ao meio e vão até a metade do caminho entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca ântero-superior. Os quatro planos criam nove regiões abdominais, como você pode ver na figura: hipocôndrio (direito e esquerdo) e epigástrio superiormente, flancos (direito e esquerdo) e região umbilical no meio e fossa ilíaca (direita e esquerda) e hipogástrio inferiormente.
Dê uma olhada no material abaixo, que explica em detalhes a topografia abdominal e a divisão em regiões, usando diagramas gráficos:
Fáscia
A pele é a camada mais superficial da parede abdominal anterior. Em gestantes, pessoas obesas e naqueles com distensão abdominal, ela pode apresentar linhas alongadas denominadas estrias, normalmente situadas nas regiões umbilical e hipogástrica. A fáscia superficial está localizada logo abaixo da pele e é formada por tecido conjuntivo. Na parede abdominal anterior, superior ao umbigo, ela é similar e contínua à fáscia superficial do corpo e é formada, em sua maior parte, por uma camada. Entretanto, inferior ao umbigo, ela é dividida em duas camadas:
- Fáscia superficial de Camper, uma camada mais espessa e gordurosa que pode ter um grau variado de espessura. Por exemplo, ela é bem grossa em indivíduos obesos e muito fina em pessoas com pouca gordura corporal.
- Fáscia profunda de Scarpa, uma membrana mais fina e densa, que circunda a camada muscular da parede abdominal. Ela é firmemente presa à linha alba e à sínfise púbica e se funde com a fáscia lata (fáscia profunda da coxa), logo abaixo do ligamento inguinal.
Nos homens, a fáscia de Camper se continua sobre o pênis e se funde à fáscia de Scarpa para formar a fáscia superficial do pênis. Esta última se estende até o escroto, onde contém fibras musculares lisas e torna-se a túnica dartos. A fáscia de Scarpa se continua no períneo para formar a fáscia superficial do períneo, chamada de fáscia de Colles. Nas mulheres, ela se continua nos lábios maiores e no períneo anterior.
Músculos
Se nos aprofundarmos na parede abdominal anterolateral, abaixo da fáscia superficial vamos encontrar a camada muscular. Ela é formada por cinco pares de músculos e suas respectivas aponeuroses. Os músculos da parede abdominal anterolateral são divididos em dois grupos principais:
- Músculos laterais planos, situados de cada lada do abdômen, incluem três músculos: oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdômen.
- Músculos anteriores verticais situados bilateralmente à estrutura fibrosa mediana chamada de linha alba. Eles são chamados de músculos retos abdominais e piramidais.
Músculos abdominais laterais
Vamos dar uma olhada nos músculos abdominais laterais primeiro. Esses músculos planos fazem parte do sistema de tensão da musculatura da parede abdominal. Através de sua força sobre a parede abdominal, eles aumentam a pressão intra-abdominal e, por isso, possibilitam processos de esvaziamento (como defecação e micção) e exalação (músculos expiratórios). A contração unilateral desses músculos resulta na rotação do tronco.
Músculo oblíquo externo do abdômen |
Origem: Superfície externa das costelas 5-12 Inserção: Linha alba, tubérculo púbico, metade anterior da crista ilíaca Inervação: Nervos intercostais baixos (T7-T11), nervo subcostal (T12), nervo ilio-hipogástrico (L1) Função: Contração bilateral - Flexão do tronco, compressão das vísceras abdominais, expiração Contração unilateral - Flexão lateral do tronco (ipsilateral), rotação do tronco (contralateral) |
Músculo oblíquo interno do abdômen |
Origem: Fáscia toracolombar, crista ilíaca anterior, arco iliopectíneo Inserção: Bordas inferiores das costelas 10-12, linha alba, junção com o músculo cremastérico, linha pectínea do púbis (via tendão conjunto) Inervação: Nervos intercostais baixos (T7-T11), nervo subcostal (T12), nervo ilio-hipogástrico (L1), nervo ilioinguinal (L1) Função: Contração bilateral - flexão do tronco, compressão das vísceras abdominais, expiração Contração unilateral - flexão lateral do tronco (ipsilateral), rotação do tronco (ipsilateral) |
Músculo transverso do abdômen |
Origem: Cartilagens costais das costelas 7-12, fáscia toracolombar, crista ilíaca anterior, arco iliopectíneo Inserção: Linha alba, aponeurose do músculo oblíquo interno do abdome, crista púbica, linha pectínea do púbis Inervação: Nervos intercostais baixos (T7-T11), nervo subcostal (T12), nervo ilio-hipogástrico (L1), nervo ilioinguinal (L1) Função: Contração bilateral - Compressão das vísceras abdominais, expiração Contração unilateral - Rotação do tronco (ipsilateral) |
O músculo oblíquo externo é o mais externo deles, suas fibras têm sentido inferomedial. Logo abaixo dele está o músculo oblíquo interno, com suas fibras em sentido superomedial. O músculo lateral mais profundo é o transverso do abdômen, que possui fibras horizontais. A fáscia transversa está localizada abaixo do transverso do abdômen.
O músculo obliquo externo é um músculo lateral plano que vai da 5ª à 12ª costela ventromedialmente até a camada anterior da bainha do reto. Em sua origem, ele está fortemente conectado aos músculos serrátil anterior e latíssimo do dorso. Ventralmente, o músculo oblíquo externo possui uma grande aponeurose que se estende medialmente até a linha alba e caudalmente até a crista ilíaca e osso púbico. Sua margem inferior forma o ligamento inguinal.
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Originário da fáscia toracolombar, da crista ilíaca e do arco iliopectíneo, o músculo oblíquo interno se insere cranialmente nas cartilagens costais mais baixas e, ventralmente, na linha alba. Em homens, fibras caudais se estendem até o cordão espermático e se fundem para formar o músculo cremaster. As linhas semilunares (línea semilunaris) são formadas pelas divisões da aponeurose do oblíquo interno e correspondem às margens laterais do músculo reto abdominal. Elas se estendem da extremidade da 9ª cartilagem costal até o tubérculo púbico.
O músculo transverso do abdômen é o mais profundo dos três músculos abdominais laterais. Ele vai da superfície interna das últimas cartilagens costais, da fáscia toracolombar, arco ileopectíneo e crista ilíaca horizontalmente até a linha alba. Fibras caudais também estão envolvidas na formação do músculo cremaster. A fáscia transversal separa a parede abdominal anterior da gordura extraperitoneal. Posteriormente, a fáscia transversal é contínua com a fáscia toracolombar.
As aponeuroses desses músculos formam a bainha do reto, que é dividida em camadas anterior e posterior. A posterior só está presente nos três quartos superiores da bainha do reto e seu limite inferior é demarcado pela linha arqueada horizontal. Este é o local onde a artéria e veia epigástrica inferior perfuram o reto abdominal. Acima da linha arqueada, a camada anterior é formada pela aponeurose dos oblíquos interno e externo, enquanto a camada posterior é formada pela aponeurose dos músculos oblíquo interno e transverso do abdômen. Abaixo da linha arqueada, a camada anterior da bainha do reto é formada pela aponeurose de todos os três músculos laterais do abdômen, enquanto a camada posterior só é coberta pela fáscia do músculo transverso e pelo peritônio.
Músculos da parede abdominal anterior
O grupo muscular anterior inclui o músculo reto abdominal e piramidal. Eles são quase completamente envolvidos pela bainha do reto, formada pela aponeurose dos músculos abdominais laterais. A única exceção é a porção posterior do último quarto do músculo reto abdominal, abaixo da linha arqueada, que é coberta somente pela fáscia transversal e pelo peritônio. Imediatamente abaixo da bainha do reto está a fáscia transversal, abaixo da qual estão as duas camadas mais profundas da parede abdominal: gordura extraperitoneal e peritônio.
Músculo reto abdominal |
Origem: Sínfise púbica, crista púbica Inserção: Processo xifóide, cartilagens costais das costelas 5-7 Inervação: Nervos intercostais (T7-T11), nervo subcostal (T12) Função: Flexão do tronco, compressão das vísceras abdominais, expiração |
Músculo piramidal |
Origem: Sínfise púbica, crista púbica Inserção: Linha alba Inervação: Nervo subcostal (T12) Função: Tensão da linha alba |
Os músculos retos abdominais são um par de músculos longos e retos, que correm verticalmente de cada lado da parede abdominal anterior. Eles são separados pela linha alba. O termo reto abdominal indica que as fibras musculares estão dispostas em uma linha reta vertical na região abdominal do corpo. Cada músculo é formado por quatro corpos musculares conectados por três tendões mais finos, conhecidos como intersecções tendíneas. O formato desses segmentos pode ser visível através da fáscia superficial e da pele nos indivíduos com pouca gordura corporal, resultando no aspecto de “tanquinho”.
O músculo piramidal é um músculo triangular pequeno que se localiza anterior ao músculo reto abdominal e pode estar ausente em aproximadamente 20% da população. Ele está contido na bainha do reto abdominal e se origina dos ossos pélvicos, onde está ligado à sínfise púbica e à crista púbica através de fibras tendíneas. Suas fibras correm superior e medialmente para se inserirem na linha alba, tensionando-a durante as contrações musculares.
Profundamente à fáscia transversal e superficial ao peritônio parietal estão estruturas que criam várias dobras peritoneais, divididas por fossas. O ligamento umbilical mediano, um remanescente do uráculo, se localiza na linha média e forma a prega umbilical mediana do peritônio parietal. Lateral à ela, de ambos os lados, estão as fossas supravesicais, lateralmente limitadas pelo par de ligamentos umbilicais mediais, que são remanescentes das artérias umbilicais. Cada ligamento medial umbilical é coberto por uma prega umbilical medial. As fossas mediais inguinais são laterais às pregas umbilicais mediais. As pregas umbilicais laterais são formadas pelos vasos epigástricos inferiores. Lateral a eles está a fossa inguinal lateral.
Dê uma olhada nos conteúdos a seguir para mais informações sobre a anatomia dos músculos abdominais anterolaterais!
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Neurovasculatura
Como vimos, a parede abdominal anterolateral é uma grande estrutura formada por múltiplas camadas de pele, tecido conjuntivo e músculos. Essa estrutura requer suprimento sanguíneo abundante, que é fornecido por numerosos vasos sanguíneos. As artérias da parede abdominal anterolateral podem ser divididas em duas camadas: superficial e profunda. Os ramos superficiais incluem:
- Artéria musculofrênica, que é um ramo da artéria torácica interna. Ela supre a parte superior da porção superficial da parede abdominal anterolateral.
- Artéria epigástrica superficial e, lateral a ela, artéria circunflexa ilíaca superficial. Elas são ramos da artéria femoral e suprem a parte inferior da parede.
As camadas profundas da parede abdominal anterolateral são supridas pelas seguintes artérias:
- Artéria epigástrica superior, um ramo terminal da artéria torácica interna. Ela corre na bainha do reto, atrás do músculo reto e supre a parte superior da parede.
- Artéria epigástrica inferior e artéria circunflexa ilíaca profunda, ambas ramos da artéria ilíaca externa, suprem a parte inferior da parede. A artéria epigástrica inferior entra na bainha do reto depois de perfurar a fáscia transversal e acaba se anastomosando com a artéria epigástrica superior.
- As décima e a décima primeira artérias intercostais e a artéria subcostal suprem a parte lateral da parede abdominal.
Existe uma rede de veias superficiais que se espalham de maneira radial a partir do umbigo e algumas pequenas veias paraumbilicais, que interconectam essa rede. As veias profundas seguem as artérias de mesmo nome.
A pele e o peritônio da parede abdominal anterolateral são inervados pelos nervos espinhais T7 a L1, que seguem uma direção inferomedial. Eles dão ramos cutâneos laterais e anteriores ao longo do seu curso. Músculos da parede abdominal anterior são supridos pelos seis últimos nervos torácicos, pelo nervo ilio-hipogástrico e pelo nervo ilioinguinal.
Região inguinal
A parede abdominal anterior tem canais pareados que ocorrem naturalmente nas regiões laterais inferiores conhecidos como canais inguinais. Os túneis intramusculares oblíquos variam de 3 a 5 cm de comprimento em um adulto. Eles servem como um conduto que permite a passagem das gônadas masculinas de seu ponto de origem intra-abdominal até seu destino final no saco escrotal. Cada canal inguinal se origina superolateralmente ao anel inguinal profundo, localizado na metade medial do ligamento inguinal de Poupart. O canal então termina-se no anel inguinal superficial, que fica aproximadamente 1cm superolateral ao tubérculo púbico.
Nas mulheres, o ligamento redondo do útero passa através de cada canal. Os canais inguinais masculinos transportam o cordão espermático, que contém o ducto deferente e seus vasos, nervos e linfáticos relacionados, bem como tecido conjuntivo. Os anéis inguinais superficial e profundo são pontos de fraqueza na parede abdominal, que levam a predisposição a hérnias inguinais.
Dê uma olhada no recurso abaixo que explica a complexa, e às vezes confusa, anatomia do canal inguinal!
Parede abdominal posterior
Fáscia
Assim como na parede abdominal anterolateral, a fáscia da parede abdominal posterior também fica imediatamente abaixo da pele e do tecido subcutâneo. A fáscia toracolombar é uma área grande, com o formato aproximado de um diamante, de tecido conjuntivo formado pelas partes torácica e lombar da fáscia profunda.
A fáscia toracolombar é contínua com a fáscia transversal da parede abdominal anterolateral e é dividida em três camadas: anterior, média e posterior. Os músculos intrínsecos profundos do dorso estão entre as camadas posterior e média, enquanto o músculo quadrado lombar fica entre as camadas média e anterior. Mais profundo à camada anterior está o músculo psoas maior com a fáscia do psoas.
Músculos
A parede abdominal posterior é estabilizada pela 12ª vértebra torácica e todas as vértebras lombares, juntamente com seus discos intervertebrais correspondentes. Três ou quatro músculos estão presentes na parede abdominal posterior, dependendo do indivíduo: psoas maior, ilíaco, quadrado lombar e psoas menor. O último é variável, estando presente em cerca de 40% da população.
Músculo psoas maior |
Origem: Corpos vertebrais de T12-L4, discos intervertebrais entre T12-L4, processos costais das vértebras L1-L5 Inserção: Trocanter menor do fêmur Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinhais L1-L3 Função: Articulação do quadril: flexão quadril/coxa; tronco: flexão lateral |
Músculo ilíaco |
Origem: Fossa ilíaca Inserção: Trocanter menor do fêmur Inervação: Nervo femoral (L2-L4) Função: Articulação do quadril: flexão coxa/quadril; tronco: flexão lateral |
Músculo quadrado lombar |
Origem: Crista ilíaca, ligamento iliolombar Inserção: Borda inferior da costela 12, processos costais das vértebras L1-L4 Inervação: Nervo subcostal (T12), ramos anteriores dos nervos espinhais L1-L4 Função: Contração bilateral - Fixa as costelas 12 durante a inspiração, extensão do tronco Contração unilateral - Flexão lateral do tronco (ipsilateral) |
Músculo psoas menor |
Origem: Corpos vertebrais de T12 e L1 Inserção: Eminência iliopúbica, linha pectínea do púbis Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinhais L1-L3 Função: Articulação do quadril: flexão coxa/quadril; tronco: flexão lateral |
O psoas maior é um músculo triangular e bilateralmente pareado que forma parte do assoalho da goteira paravertebral. Ele se une ao músculo ilíaco para formar o músculo iliopsoas, o mais forte flexor do quadril de todo o corpo humano. O iliopsoas é importante para ficar de pé, correr e andar. O músculo quadrado lombar se liga medialmente aos processos costais de L1-L4 e superiormente à borda inferior da 12ª costela.
O músculo pareado age estabilizando as conexões caudais do diafragma, enquanto sua contração unilateral leva à flexão lateral do tronco. Contrações bilaterais deprimem a caixa torácica durante a inspiração e estendem o tronco. O psoas menor é um músculo variável, presente em apenas cerca de 40% da população. Sua contração leva a uma fraca flexão lateral do tronco.
Vasos e nervos
Ramos derivados da aorta descendente suprem a parede abdominal posterior. Eles incluem o par de artérias subcostais, que correm logo abaixo das 12ª costelas e quatro pares de artérias lombares, que se originam da região posterior da aorta. Um quinto par variável de artérias lombares pode surgir da artéria sacral mediana. Artérias subcostais e lombares se anastomosam umas com as outras e com a epigástrica superior, com a última artéria intercostal e com as artérias iliolombares, suprindo a parede abdominal posterior e as estruturas relacionadas. A drenagem venosa da parede abdominal posterior é feita principalmente pelas veias lombares, que se esvaziam na veia cava inferior.
Existem muitos nervos e vasos que cursam pela cavidade abdominal e estão relacionados à parede abdominal posterior. Eles incluem: aorta abdominal e seus principais ramos, veia cava inferior com suas tributárias, plexo lombar, cadeia de gânglios simpáticos e plexo simpático. O plexo lombar é formado pelas divisões dos nervos espinhais L1 - L4 com contribuição de T12, que se fundem na superfície anterior do psoas maior. Aprenda mais sobre os vasos e nervos da parede abdominal posterior usando o conteúdo a seguir.
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Nota Clínica
Os principais órgãos de preocupação associados à parede abdominal posterior são os rins. Os rins aumentados podem ser palpados em um paciente em decúbito dorsal usando uma técnica chamada de palpação. Uma vez que todos os protocolos clínicos sejam seguidos (introdução e informação ao paciente, etc.) e o paciente esteja adequadamente exposto, a mão esquerda é colocada com a palma para cima no ângulo costovertebral (ângulo entre a 12ª costela e a coluna vertebral) e a mão direita colocado no quadrante superior direito (ou esquerdo) com a palma voltada para baixo. Peça ao paciente para respirar fundo e com inspiração máxima, pressione a mão direita para baixo na tentativa de avaliar qualquer aumento renal.
As hérnias da parede abdominal posterior são extremamente raras. No entanto, a suscetibilidade à sua ocorrência pode ser induzida iatrogenicamente após nefrectomia. A área de fraqueza ocorre em um ponto onde a margem caudal do latíssimo do dorso se opõe à borda livre do músculo oblíquo externo. Isso é chamado de triângulo lombar de Petit. Antes das cirurgias laparoscópicas, o triângulo de Petit era um local comum para acessar cirurgicamente e/ou remover os rins.
Um achado patológico infrequente, mas digno de nota, conhecido como abscesso no psoas pode ocorrer como um insulto primário (infecção por S. aureus, ou P. aeruginosa) ou secundário (E. coli, espécies de Streptococci ou M. tuberculosis). Os pacientes podem ser febris e sentir dor no flanco e abdominal. Eles também podem apresentar plexopatias lombares, dependendo do grau de inflamação do músculo e do plexo lombar adjacente. Eles também podem experimentar outros sintomas inespecíficos, como perda de peso, náusea e mal-estar. A drenagem cirúrgica, juntamente com a terapia antimicrobiana adequada, deve ser suficiente para tratar esses abscessos.
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