Videoaula: Plexo braquial
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Leia maisPara a maioria das pessoas, sábado é dia de relaxar. Divertir-se e dançar até os pés doerem. Aquelas noites em que você só chega em casa na manhã seguinte e se joga na cama. Até que você acorda mais tarde e não consegue sentir seu braço. Paralisia do sábado à noite? Compressão de nervos? O que pode estar acontecendo? Hmmm. Vamos descobrir à medida que exploramos o plexo braquial.
Antes de começarmos, eu gostaria de lhe dar uma visão geral rápida do que nós vamos falar na videoaula de hoje. Você pode ver o plexo braquial destacado em verde. O plexo braquial faz parte do sistema nervoso periférico. Como você pode ver, o plexo braquial começa no pescoço, entre os músculos escalenos médio e anterior. Ele passa pela axila e segue para o membro superior para inervar os músculos, articulações e pele do membro superior.
Agora que vimos o plexo braquial in situ, vamos ampliá-lo para vê-lo isoladamente. Então, esta imagem parece bem complicada não é? Mas não se estresse, vamos explicá-la bem, para que você a entenda melhor.
A primeira parte do plexo braquial é composta pelas raízes do plexo, que são formadas pelos ramos anteriores ou ventrais dos nervos espinais C5 a T1. Esses ramos dão origem a três troncos - o tronco superior, o médio e o inferior. Cada tronco se divide em uma divisão anterior e uma divisão posterior, que seguem para formar os três fascículos do plexo braquial - o fascículo lateral, o posterior e o medial.
Os nervos de que vamos falar nesta videoaula têm origem em vários níveis do plexo braquial. Um mnemônico simples que você pode usar para lembrar esses níveis é Respire Tipo Dragão Furioso e com Raiva – R para raízes, T para troncos, D para divisões, F para fascículos, e R para ramos. Então espero que, ao final dessa videoaula, você vá disto para isto, à medida que aprendemos sobre cada parte do plexo braquial e seus ramos.
Então vamos começar com as raízes do plexo braquial. Bem, as raízes são a primeira parte do plexo braquial, se originando dos ramos anteriores dos últimos quatro nervos espinais cervicais e do primeiro nervo espinal torácico. Antes de continuarmos, eu quero te mostrar esta ilustração da medula espinal no plano transverso para te relembrar a origem dos ramos anteriores.
Em cada nível vertebral, um par de nervos espinais surge da medula espinal. Os nervos espinais passam através dos forames intervertebrais de cada lado da coluna vertebral antes de se dividirem em um ramo anterior e um ramo posterior. Como nós já sabemos, as raízes do plexo braquial são formadas pelos ramos anteriores de C5 a T1.
Ok, então agora vamos continuar e falar sobre essas raízes. A primeira raiz tem origem no ramo anterior de C5, que emerge acima da quinta vértebra cervical. Da mesma forma, as duas raízes seguintes também se originam acima de suas respectivas vértebras. A segunda raiz tem origem no ramo anterior de C6 e a terceira raiz tem origem no ramo anterior de C7. As coisas mudam um pouco quando chegamos na quarta e na quinta raízes. Como não existe uma oitava vértebra cervical, a quarta raiz, que tem origem no ramo anterior de C8, emerge superiormente à primeira vértebra torácica, enquanto a quinta raiz, que tem origem no ramo anterior de T1, emerge inferiormente à primeira vértebra torácica. Esta transição é muito importante, pois os nervos espinais deixam de surgir acima das suas respectivas vértebras para emergir inferiormente a elas.
Pronto, com isso finalizamos as raízes do plexo braquial, que tem origem nos ramos anteriores de C5, C6, C7, C8, e T1. A seguir vamos falar sobre os troncos, que são a segunda parte do plexo braquial. Os três troncos do plexo braquial se originam das raízes, passam lateralmente sobre a primeira costela e entram na axila.
O primeiro dos três troncos é o tronco superior, realçado aqui em verde. Esse tronco, como você pode ver aqui claramente, é formado pela união dos ramos anteriores de C5 e C6. Dois nervos têm origem no tronco superior: o nervo subclávio e o nervo supraescapular. Nós vamos ver esses dois nervos mais tarde na nossa videoaula.
Por enquanto vamos seguir para o segundo tronco, que é o tronco médio. Ao contrário do tronco superior, o tronco médio origina-se diretamente do ramo anterior de C7. Por fim, o tronco inferior, tal como o tronco superior, é formado por dois nervos, como você pode ver aqui: os ramos anteriores de C8 e T1. Bem, terminamos assim os troncos do plexo braquial, e temos um tronco superior, que se origina dos ramos anteriores de C5 e C6, um tronco médio, que se origina diretamente do ramo anterior de C7, e um tronco inferior, que se origina dos ramos anteriores de C8 e T1.
Então, só para recapitular, até agora nós falamos sobre as raízes e os troncos do plexo braquial. Agora vamos ver as divisões desse plexo. As divisões são as bifurcações dos troncos, e formam a terceira parte do nosso plexo braquial. Como você pode ver neste diagrama, cada um dos troncos que nós descrevemos anteriormente dá origem a um ramo anterior e um ramo posterior.
As três divisões anteriores constituem uma parte do plexo braquial e, em última instância, dão origem aos nervos associados aos compartimentos anteriores do membro superior, enquanto as três divisões posteriores se juntam para constituir a parte do plexo que dá origem aos nervos associados ao compartimento posterior do membro superior.
Ok, então agora está na hora de seguir em frente com os fascículos, que constituem a quarta parte do plexo braquial. Como você pode ver aqui, o fascículo lateral é formado pela união das duas divisões anteriores dos troncos superior e médio.
Esse fascículo dá origem a um ramo conhecido como nervo peitoral lateral, antes de seguir para o membro superior como nervo musculocutâneo. O fascículo posterior é formado pela união de todas as três divisões posteriores, dando origem a três ramos antes de terminar como nervo axilar e nervo radial. Esses ramos são os nervos subescapular superior, toracodorsal e subescapular inferior. O fascículo medial é, na verdade, a continuação da divisão anterior do tronco inferior, e, assim como o fascículo posterior, dá origem a três ramos antes de terminar como nervo ulnar. Esses ramos são os nervos peitoral medial, cutâneo do braço e cutâneo do antebraço. Antes de seguirmos em frente, vamos rever rapidamente o que aprendemos sobre os fascículos do plexo braquial.
O fascículo lateral é formado pela união das duas divisões anteriores dos troncos superior e médio; o fascículo posterior é formado pela união de todas as três divisões posteriores; e, por fim, o fascículo medial é a continuação da divisão anterior do tronco inferior. Finalmente, esses fascículos dão origem aos nervos do membro superior. Vamos falar primeiro sobre os ramos terminais ou principais do plexo braquial.
Em primeiro lugar temos o nervo musculocutâneo, que é o ramo terminal do fascículo lateral do plexo braquial. Esse nervo conduz fibras dos ramos anteriores dos nervos espinais C5, C6 e C7. Na nossa ilustração, podemos ver os ossos da articulação do ombro e o nervo musculocutâneo de uma perspectiva anterior. Esse nervo fornece inervação motora para os músculos do compartimento anterior do braço, que são os músculos coracobraquial, bíceps braquial e braquial. Posteriormente ele se torna o nervo cutâneo lateral do antebraço, que fornece inervação sensitiva para a região lateral do antebraço.
A seguir temos o nervo mediano e, como você pode ver na nossa ilustração, esse nervo é constituído por fibras do fascículo lateral e do fascículo medial do plexo braquial. O nervo mediano conduz fibras dos ramos anteriores de C5 a T1. O componente motor do nervo mediano inerva os músculos flexores do compartimento anterior do antebraço, exceto o flexor ulnar do carpo e parte do flexor profundo dos dedos, que são inervados pelo nervo ulnar, ou nervo cubital. Ele também fornece inervação sensitiva para os músculos tenares e para os músculos lumbricais laterais da mão. O componente sensitivo do nervo mediano dá origem ao ramo palmar, que inerva a parte lateral da palma da mão, e aos nervos digitais palmares, que inervam a superfície palmar dos três dedos e meio laterais da mão.
Ok, então agora vamos ver os ramos terminais do fascículo posterior, que são o nervo axilar e o nervo radial. Aqui temos o nervo axilar, que também é conhecido como nervo circunflexo. Esse nervo transporta fibras dos ramos anteriores de C5 e C6. Ele passa posteriormente ao redor do colo cirúrgico do úmero e fornece inervação motora para os músculos deltoide e redondo menor. Além disso, ele dá origem ao nervo cutâneo lateral do braço, que fornece inervação sensitiva para a pele sobre o músculo deltoide.
O outro ramo terminal do fascículo posterior é o nervo radial, que é o maior nervo no membro superior e transporta fibras dos ramos anteriores de C5 a T1. Assim, ele recebe fibras de todos os cinco nervos espinais do plexo braquial. O nervo radial fornece inervação motora para os músculos do compartimento posterior do braço, ou seja, o tríceps braquial e o ancôneo. Ele também inerva o braquiorradial e os músculos do compartimento posterior do antebraço. Por fim, ele dá origem ao nervo cutâneo lateral inferior do braço e ao nervo cutâneo posterior do braço, que fornecem informação sensitiva para a pele da região lateral inferior do braço e para a pele da região posterior do braço, respectivamente.
E finalmente temos o nervo ulnar, que é o ramo terminal do fascículo medial, e transporta fibras dos ramos anteriores de C8 e T1. O nervo ulnar fornece inervação motora para o flexor ulnar do carpo; para o flexor profundo dos dedos, os dois ventres mediais, os músculos intrínsecos da mão, com exceção dos músculos tenares, e para os dois músculos lumbricais mediais. Ele também fornece inervação sensitiva para as superfícies anterior e posterior do quinto dedo e da metade medial do quarto dedo, e para a área palmar associada a eles.
Então agora descrevemos as partes do plexo braquial, assim como os principais ramos terminais desse plexo. Mas além desses nervos terminais, o plexo braquial também emite alguns outros nervos que têm origem em diferentes partes do plexo. Vamos ver alguns desses nervos agora.
Vamos começar pelos nervos que se originam diretamente das raízes, começando pelo nervo escapular dorsal. O nervo escapular dorsal é um ramo que se origina da raiz de C5 do plexo braquial, fornecendo inervação motora para os músculos romboide e levantador da escápula que, como você pode ver, estão localizados na região posterior e superior do pescoço e do dorso.
Outro nervo importante que se origina das raízes é o nervo torácico longo, que surge dos ramos anteriores de C5 a C7. Esse nervo desce verticalmente pelo pescoço, passa pela fossa axilar e fornece inervação motora para o músculo serrátil anterior.
Agora vamos falar sobre alguns nervos que se originam dos troncos, mais especificamente do tronco superior. O primeiro nervo que vamos ver é o nervo supraescapular, que, como eu acabei de mencionar, tem origem no tronco superior do plexo braquial. Esse nervo transporta fibras dos ramos anteriores dos nervos espinais C5 e C6. Podemos ver aqui os ossos e os músculos da articulação do ombro de uma perspetiva posterior. O nervo supraescapular fornece inervação motora para os músculos supraespinal e infraespinal. Ele também fornece inervação sensitiva para a articulação acromioclavicular e para a articulação glenoumeral.
A seguir temos o nervo subclávio, que também é conhecido como nervo para o músculo subclávio, e tem origem no tronco superior. O nervo subclávio transporta fibras dos ramos anteriores de C5 e C6. Ele fornece inervação motora para o músculo subclávio, que, como você pode ver, está intimamente relacionado com a clavícula.
Ok, então vamos ver alguns nervos que se originam dos fascículos do plexo braquial, começando pelo fascículo lateral. O nervo peitoral lateral tem origem no fascículo lateral e transporta fibras dos ramos anteriores de C5 a C7. Ele fornece inervação motora para o músculo peitoral maior e inerva parcialmente o músculo peitoral menor. Na nossa imagem, nós podemos ver o peitoral maior com o peitoral menor localizado abaixo dele.
Ok, agora vamos ver alguns ramos do fascículo posterior do plexo braquial, começando pelo nervo subescapular superior. Esse nervo transporta fibras dos ramos anteriores dos nervos espinais C5 e C6 e fornece inervação motora para a porção superior do músculo subescapular. Como você pode ver, esse músculo se associa à face anterior da escápula, ou omoplata.
A seguir temos o nervo toracodorsal, que também é conhecido como nervo subescapular médio. Esse nervo tem origem no fascículo posterior e transporta fibras dos ramos anteriores de C6, C7 e C8. O nervo toracodorsal fornece inervação motora para o músculo latíssimo do dorso ou grande dorsal, que é, como o próprio nome diz, um músculo do dorso.
O nervo subescapular inferior, que também tem origem no fascículo posterior, transporta fibras dos ramos anteriores de C5 e C6. Ele fornece inervação motora para a porção inferior dos músculos subescapular e redondo maior.
Finalmente, vamos ver os ramos do fascículo medial do plexo braquial. O nervo peitoral medial tem origem no fascículo medial e transporta fibras dos ramos anteriores dos nervos espinais de C8 a T1. O nervo peitoral medial fornece inervação motora para o músculo peitoral menor e inerva parcialmente o músculo peitoral maior. Em seguida temos o nervo cutâneo medial do braço, que também é conhecido como nervo cutâneo braquial medial. Esse nervo tem origem no fascículo medial e transporta fibras dos ramos anteriores de C8 e T1.
Como o nome sugere, esse nervo fornece inervação sensitiva para a pele da região medial do braço. Temos também um nervo cutâneo medial do antebraço, que se origina logo abaixo da origem do nervo cutâneo medial do braço e também é conhecido como nervo cutâneo antebraquial medial. Novamente, ele tem origem no fascículo medial e transporta fibras dos ramos anteriores de C8 e T1. Como o seu nome sugere, esse nervo fornece inervação sensitiva para a pele da região medial do antebraço.
Ok, então agora que estamos familiarizados com o plexo braquial, vamos para a parte clínica. Nas notas clínicas de hoje, vamos falar sobre a síndrome do desfiladeiro torácico. A síndrome do desfiladeiro torácico consiste em um grupo de condições que são causadas pela compressão do plexo braquial ou dos vasos subclávios quando eles passam pelo espaço entre a clavícula e a primeira costela.
Há três tipos de síndrome do desfiladeiro torácico: neurogênica, venosa e arterial. Vamos focar hoje na síndrome neurogênica, que é a mais relevante para a nossa videoaula. A apresentação dessa síndrome depende da gravidade da compressão do plexo braquial; no entanto, sintomas comuns incluem dor, fraqueza, dormência ou parestesias no pescoço, ombro e braço.
As causas de síndrome do desfiladeiro torácico neurogênica incluem a compressão do plexo braquial quando este passa entre os músculos escalenos anterior e médio, ou ainda anomalias ósseas, como uma costela cervical congênita, trauma e movimentos repetitivos, que podem ocorrer em trabalhos manuais ou esportes. A investigação inclui uma radiografia de tórax para procurar anomalias ósseas e uma ressonância magnética para avaliar o plexo braquial e os tecidos moles envolventes.
O tratamento é inicialmente conservador, incluindo fisioterapia para aumentar a área do intróito torácico, e medicamentos, como anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares. A cirurgia é uma opção para pacientes com sintomas debilitantes e que foram refratários às intervenções mencionadas anteriormente.
Ok, então, antes de terminarmos a nossa videoaula, vamos resumir rapidamente o que nós aprendemos hoje. Primeiro nós vimos as raízes do plexo braquial, que são formadas pelos ramos anteriores dos nervos espinais C5, C6, C7, C8 e T1. Depois falamos sobre os troncos do plexo braquial - o tronco superior, o tronco médio e o tronco inferior, que derivam das raízes do plexo braquial. Nós vimos que cada tronco se divide numa divisão anterior e numa divisão posterior, e que essas divisões seguem para formar três fascículos - o fascículo lateral, o fascículo posterior e o fascículo medial.
Em seguida falamos sobre os ramos do plexo braquial, começando pelos nervos terminais: o nervo musculocutâneo, que tem origem no fascículo lateral; o nervo mediano, que tem origem nos fascículos lateral e medial; o nervo axilar e o nervo radial, que têm origem no fascículo posterior; e o nervo ulnar, que tem origem no fascículo medial.
Depois nós vimos alguns dos outros nervos que se originam dos vários níveis do plexo braquial. Em primeiro lugar, vimos o nervo escapular dorsal e o nervo torácico longo, que emergem das raízes.
Em seguida, vimos os dois nervos com origem no tronco superior - o nervo supraescapular e o nervo subclávio. Depois vimos alguns nervos com origem nos fascículos: o nervo peitoral lateral, originado do fascículo lateral, assim como os nervos subescapular superior, toracodorsal, e subescapular inferior, que se originam do fascículo posterior.
E, finalmente, vimos o nervo peitoral medial, o nervo cutâneo medial do braço, e o nervo cutâneo medial do antebraço, que têm origem no fascículo medial.
Finalmente, terminamos o nosso tutorial com algumas notas clínicas sobre a síndrome do desfiladeiro torácico, e isso trouxe-nos ao final da nossa videoaula sobre o plexo braquial.
Eu espero que você tenha gostado. Obrigado por assistir e bons estudos.