Videoaula: Omento maior
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Todos nós entendemos os deveres dos policiais. Sim, estou falando sobre aqueles super-heróis da vida real que nos protegem, protegem nossas propriedades, e investigam crimes. Não estou falando daquele ...
Leia maisTodos nós entendemos os deveres dos policiais. Sim, estou falando sobre aqueles super-heróis da vida real que nos protegem, protegem nossas propriedades, e investigam crimes. Não estou falando daquele pessoal simpático que você pode encontrar em uma noite temática de polícia e ladrão em um clube local. Mas você sabia que você na verdade tem um policial dentro do seu abdome? Bom, hoje vamos falar sobre esse oficial, que é o omento maior.
Antes de começarmos a falar sobre o omento maior, é importante que nos orientemos, e nesta ilustração, que terá um grande destaque neste tutorial, podemos ver uma visão anterior da cavidade abdominal. As camadas da parede abdominal anterior, incluindo a pele, a gordura e os músculos, foram dissecadas, e isso foi feito para revelar as membranas e órgãos dentro do abdome.
Aqui podemos ver o omento maior e algumas estruturas associadas, como o intestino delgado, o intestino grosso, o estômago e o fígado. Se eu lhe dissesse que o omento maior é a maior dobra do peritônio visceral na cavidade abdominal, isso pode não significar muito para você. Então, acho importante que eu te dê algumas informações básicas e defina alguns termos importantes.
Vamos começar com o peritônio. Se olharmos para a nossa imagem, podemos ver o peritônio destacado em verde no plano sagital mediano e este é o plano que efetivamente corta o corpo em duas metades iguais. Assim, a membrana serosa contínua do peritônio é o que reveste a cavidade abdominal e envolve os órgãos abdominais. Pode ser dividido em duas partes - o peritônio parietal e o peritônio visceral.
O peritônio parietal é a porção do peritônio que reveste a cavidade abdominal, como você pode ver nessa imagem aqui, enquanto o peritônio visceral envolve os órgãos abdominais ou as vísceras. E entre essas duas camadas, há um espaço virtual conhecido como cavidade peritoneal, que contém uma pequena quantidade de fluido lubrificante.
O peritônio é constituído por muitas dobras e ligamentos, e a maior dobra do peritônio visceral na cavidade abdominal é o omento maior. Então, agora você definitivamente sabe do que estou falando.
Agora que nos orientamos e aprendemos algumas informações básicas, deixe-me dar-lhe um rápido resumo sobre o que falaremos no tutorial de hoje. Começaremos com a estrutura e a função do omento maior, seguido com o seu suprimento sanguíneo, e depois veremos algumas estruturas associadas. E, finalmente, concluiremos nossa videoaula com algumas notas clínicas relacionadas ao omento maior.
Então, vamos começar falando sobre a estrutura do omento maior.
O omento maior também é conhecido como epíplon, que é derivado da palavra grega “epipleo”, significando flutuar na superfície de algo - que neste caso, é a superfície dos intestinos. O omento maior é geralmente fino e tem uma aparência perfurada. Contém quantidades variáveis de tecido adiposo ou gordura e consiste em um folheto anterior e um folheto posterior, cada um composto por duas camadas. Portanto, o omento maior é constituído por quatro camadas no total.
Então, se voltarmos à nossa imagem mostrando a cavidade abdominal no plano sagital mediano, podemos ver a organização do omento maior com muito mais clareza. O folheto anterior desce a partir da curvatura maior do estômago e depois se dobra por baixo dele mesmo para se tornar o folheto posterior. O folheto posterior então se dirige superiormente para se anexar a esta estrutura aqui, que é o cólon transverso.
Ok, agora que estamos familiarizados com a estrutura do omento maior, vamos seguir e falar sobre a sua função.
Então, esta é a parte do tutorial na qual vamos descobrir porque ele é chamado de policial do abdome. Então, uma das funções do omento maior é a deposição de gordura, pois contém quantidades variáveis de tecido adiposo. Macrófagos encontrados em alguns pontos esbranquiçados do omento maior ajudam a combater infecções do peritônio e também podem fisicamente limitar a disseminação de infecções intraperitoneais. O omento maior muitas vezes se adere a órgãos viscerais inflamados dentro do abdômen, o que, acredita-se, limita a propagação da infeção. E as duas últimas funções são a razão de ser comumente chamado de policial doabdome.
Agora para o suprimento de sangue. O suprimento sanguíneo do omento maior é derivado dessas artérias aqui - as artérias gastroepiplóicas direita e esquerda. E essas artérias cursam ao longo da grande curvatura do estômago para se anastomosarem entre si dentro do folheto anterior do omento maior. Elas emitem muitos ramos omentais, cujas origens podemos ver aqui, e que percorrem a extensão do omento maior suprindo-o com sangue oxigenado. A drenagem venosa do omento maior espelha o suprimento arterial, drenando para as veias gastroepiplóicas.
Vamos avançar para agora estudar algumas relações ou estruturas associadas ao omento maior, porque conhecer as relações do omento maior é muito importante na prática clínica na palpação abdominal, e mais ainda em cirurgias abdominais.
Então vamos voltar para a nossa imagem original e começar com o fígado - especificamente, o lobo direito do fígado. Assim, superiormente ao omento maior, podemos ver o lobo direito do fígado, e o lobo direito do fígado está localizado no quadrante superior direito do abdome, que também é conhecido como o hipocôndrio direito. Se olharmos para o fígado por si só, podemos ver claramente que o lobo direito é o maior dos dois lóbulos.
Do lado esquerdo do lobo direito está, é claro, o lobo esquerdo do fígado. O lobo esquerdo está localizado no epigástrio em direção ao hipocôndrio esquerdo e, como acabamos de mencionar, o lobo esquerdo é o menor dos dois lobos. Observe que há mais dois lobos acessórios do fígado - o lobo caudado e o lobo quadrado. Esses lobos se originam do lobo direito e estão localizados na superfície visceral do fígado, portanto não podemos vê-los nessas imagens.
Vamos dar uma olhada em alguns ligamentos peritoneais associados ao fígado, começando com o ligamento falciforme do fígado. E como você pode ver, esse ligamento separa os lobos direito e esquerdo do fígado e conecta o fígado à parede abdominal anterior. À direita do ligamento falciforme, podemos ver outro ligamento peritoneal, que é o ligamento redondo do fígado, também conhecido como ligamento venoso.
O ligamento redondo do fígado é um ligamento fibroso que é, na verdade, o remanescente da veia umbilical esquerda fetal, que normalmente se oblitera logo após o nascimento. Então, se dermos uma olhada no fígado por si só, podemos ver o ligamento falciforme aqui e, no seu espaço ou borda livre, podemos ver o ligamento redondo.
Escondido sob o lobo direito do fígado, podemos ver essa pequena estrutura aqui, que é a vesícula biliar. Se levantarmos o fígado para cima, podemos ver esse órgão parecido com uma bolsa um pouco melhor, e a vesícula biliar armazena a bile, que é produzida pelo fígado.
A próxima estrutura sobre a qual vamos falar é o estômago, e o estômago faz parte do trato gastrointestinal e está envolvido na digestão. E como mencionamos anteriormente, é também o local de fixação do folheto anterior do omento maior.
Vamos avançar e falar sobre o intestino grosso, começando com o cólon ascendente. O cólon ascendente é a segunda parte do intestino grosso e vem depois do ceco, que podemos ver se olharmos para o intestino grosso isoladamente. Como podemos ver em nossa primeira imagem, está localizado à direita do omento maior e sobe do quadrante inferior direito do abdome até o quadrante superior direito.
Se dissecarmos o omento maior e alguns dos órgãos abdominais, também poderemos ver a flexura cólica direita. E a flexura cólica direita é o ponto de transição entre o cólon ascendente e o cólon transverso. Então vamos olhar o cólon transverso.
O cólon transverso é a terceira parte do intestino grosso e podemos vê-lo aqui destacado em verde. Como mencionamos anteriormente, é o local de fixação do folheto posterior do omento maior. Enquanto estamos aqui, vamos falar sobre o suprimento sanguíneo do cólon transverso, só para você saber o que estamos vendo.
Em nossa imagem, o omento maior foi levantado para cima para que possamos ver as estruturas sobre as quais estamos prestes a falar mais claramente. E cursando dentro do mesocólon transverso - uma dobra de peritônio que liga o cólon transverso à parede posterior do abdome - podemos ver a artéria cólica média. E a artéria cólica média é um ramo da artéria mesentérica superior que irriga o cólon transverso. Imediatamente inferior à artéria cólica média está a veia cólica média - uma tributária da veia mesentérica superior - e a veia cólica média drena o cólon transverso e segue o trajeto da artéria cólica média.
Agora de volta ao intestino grosso. Se olharmos para a esquerda do omento maior, poderemos ver uma estrutura destacada em verde, que está em continuidade com o cólon transverso. Essa estrutura é denominada flexura cólica esquerda. Assim, na ilustração a seguir, o omento maior e vários órgãos foram dissecados para nos dar uma visão melhor da flexura cólica esquerda, que também é conhecida como flexura esplênica porque, como você pode ver, esta flexura está bem próxima ao baço. A flexura cólica esquerda é o ponto no qual o cólon transverso vira para baixo, para se tornar o cólon descendente.
Vamos então dar uma olhada no cólon descendente. Mais uma vez, levantamos o omento para cima para que possamos ver o cólon descendente, que é a quarta parte do intestino grosso e desce do quadrante superior esquerdo do abdome para o quadrante inferior esquerdo. Observe que o intestino grosso consiste em cinco partes, e a quinta parte é conhecida como o cólon sigmoide, que podemos ver aqui.
Agora vamos seguir em frente e falar sobre o intestino delgado, começando com o jejuno.
Então, como mencionamos anteriormente, o omento maior flutua na superfície dos intestinos, então temos que levantá-lo para cima para ver essa estrutura. O jejuno é contínuo com o duodeno, que é a primeira parte do intestino delgado; portanto, é a segunda parte do intestino delgado e, como podemos ver, ocupa a parte central da cavidade abdominal. Em seguida, podemos ver a terceira e última parte do intestino delgado que é o íleo. O íleo conecta-se ao intestino grosso através da junção ileocecal.
Inferiormente ao íleo e descendo em direção ao abdome inferior, podemos ver a bexiga. E a bexiga armazena a urina produzida pelos rins antes que ela deixe o corpo através da uretra.
Então, antes de irmos para as nossas notas clínicas, tem mais uma estrutura que devo mencionar. Se temos um omento maior, então devemos ter, é claro, um omento menor. Assim, o omento menor é uma dupla camada de peritônio visceral que se fixa da curvatura menor do estômago e da parte proximal do duodeno até o fígado.
Ok, hora de algumas notas clínicas sobre o omento maior.
Uma omentectomia refere-se à remoção cirúrgica completa ou parcial do omento, e esta cirurgia é geralmente recomendada para os pacientes se células cancerosas invadirem ou se metastatizarem para o omento maior. Mais frequentemente, esses cânceres têm origem no estômago, nos ovários ou no intestino grosso e, à medida que as metástases se desenvolvem, o omento maior torna-se espesso; na radiologia, isso é chamado de “bolo omental”. E isso definitivamente não é algo que você gostaria de servir.
Ok, obrigado por permanecer comigo. Agora chegamos ao final da nossa videoaula. Antes de terminarmos, no entanto, vamos resumir rapidamente, claro, o que aprendemos hoje.
Então, hoje, nós estudamos o omento maior e falamos sobre sua estrutura e como ele se liga à curvatura maior do estômago e ao cólon transverso. Nós então falamos sobre sua função como o policial do abdome. Nós falamos sobre seu suprimento sanguíneo, que é derivado das artérias gastroepiplóicas direita e esquerda. Então falamos sobre algumas estruturas associadas, incluindo o fígado, o estômago, os intestinos grosso e delgado e, finalmente, concluímos nosso tutorial com algumas notas clínicas sobre o omento maior.
Isso nos leva ao final do nosso tutorial sobre o omento maior. Espero que tenha gostado. Obrigado por assistir. Bons estudos!