Artérias, veias e nervos do rim
Os rins são órgãos bilaterais, que apresentam o formato de um grão de feijão, estando localizados no retroperitônio. Os órgãos se dispõem na parede abdominal posterior, onde filtram o sangue, mantém a homeostase iônica e produzem urina. O fígado desloca o rim direito inferiormente, e, como resultado, o rim esquerdo encontra-se ligeiramente mais cranial em relação ao direito.
Na sua superfície medial, o rim possui uma concavidade, conhecida como hilo. Nesse ponto entram no órgão as artérias renais e as veias renais, enquanto a pelve (início dos ureteres) deixa o órgão.
O suprimento nervoso de ambas as divisões do sistema nervoso autônomo também entra no rim pelo hilo. A drenagem linfática do córtex renal (camada externa do rim) e da medula renal (camada interna do rim) vão para os mesmos grupos de linfonodos/gânglios linfáticos.
Artérias |
Aorta abdominal: artérias renais-ramos anterior e posterior Ramo anterior das artérias renais: artérias segmentares apical, anterior superior, anterior inferior e inferior artérias interlobares artérias arqueadas artérias interlobulares Rede capilar: arteríolas eferentes capilares peritubulares vasa recta |
Veias |
veias interlobulares veias arqueadas veias interlobares veia renal |
Nervos |
Inervação parassimpática: nervo vago (NC X) Inervação simpática: plexo intermesentérico (S2 a S4) plexo celíaco |
Drenagem linfática |
Plexo linfático subcapsular: vasos linfáticos medulares vasos linfáticos corticais troncos linfáticos lombares linfonodos para-aórticos, pré-cavais, lombares e retrocavais |
Clínica | Infartos renais, hipertensão, nefropatias |
Este artigo irá discutir as artérias, veias e nervos dos rins.
Finalmente, múltiplas patologias-Infartos renais, hipertensão e nefropatias serão abordadas.
Para aprender mais sobre a estrutura renal, verifique a unidade de estudo abaixo:
Suprimento Arterial
A aorta abdominal emite muitos ramos, incluindo as artérias renais. As artérias renais emergem perpendicularmente à aorta abdominal, cursando posteriormente às veias renais, os nervos e o pâncreas.
Após a ramificação da aorta, a artéria renal entra no rim pelo hilo, onde se divide nos ramos anterior e posterior. A divisão posterior segue para fornecer sangue à região posterior do rim, enquanto o ramo anterior se subdivide nas artérias segmentares apical, anterior superior, anterior inferior e inferior; cada uma responsável por seu respectivo segmento.
Os ramos das artérias renais anteriores se subdividem ao nível dos cálices menores em artérias interlobares, que cursam ao redor das bordas das pirâmides medulares. Na base das pirâmides essas artérias são chamadas de artérias arqueadas.
Finalmente, as artérias entram nos néfrons/nefrónios (unidades funcionais dos rins), como artérias interlobulares, onde as arteríolas aferentes levam sangue para ser filtrado no glomérulo. Deve-se mencionar que essas artérias não se anastomosam e não possuem veias correspondentes.
Aprofunde seus conhecimentos sobre as artérias renais com os recursos a seguir:
Rede capilar
Conforme as arteríolas aferentes entram nos glomérulos elas formam uma intrincada rede de capilares comunicantes. Os capilares são revestidos por um epitélio fenestrado único (cada espaço possuindo uma largura de cerca de 70 a 100 nm). A fenestração permite a passagem seletiva de pequenas partículas para os túbulos renais, e mantém no interior dos vasos as células sanguíneas, que são maiores.
Os capilares deixam o glomérulo como arteríolas eferentes, quando então formam leitos capilares ao redor da alça/ansa de Henle do néfron/nefrónio. Nos néfrons/nefrónios corticais (nos quais a alça/ansa de Henle não se estende profundamente para o interior da medula) os leitos capilares são chamados capilares peritubulares; enquanto nos néfrons/nefrónios justamedulares (nos quais a alça/ansa de Henle se estende profundamente para o interior da medula) os leitos capilares são chamados de vasa recta (do latim “vasos retos”). Estes leitos capilares facilitam a regulação da pressão sanguínea e a homeostase iônica, tanto passivamente quanto sob influência hormonal.
Já estudou os as principais artérias do rim? Então desafie-se com o teste abaixo.
Drenagem Venosa
Conforme os capilares deixam o néfron/nefrónio eles se condensam para formar veias interlobulares. De maneira semelhante aos ramos das artérias renais, as veias interlobulares se tornam veias arqueadas na base das pirâmides medulares, e em seguida veias interlobares. Cerca de cinco ou seis veias interlobares se unem para formar cada veia renal. Ao contrário dos ramos das artérias renais, as tributárias da veia renal se comunicam umas com as outras.
Os rins e o sistema urinário podem ser bastante complexos. Por isso preparamos uma apostila de exercícios sobre o sistema urinário para que você aprenda tudo e corte seu tempo de estudos pela metade!
Inervação
As divisões simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo são responsáveis pela inervação dos rins. O fluxo nervoso de T10 a L1 fornece suprimento vasomotor através do nervo esplâncnico tóraco-lombar, depois de fazer sinapse nos gânglios renal e celíaco.
Fibras parassimpáticas do nervo vago também inervam o rim, bem como fibras do plexo intermesentérico (S2 a S4). Fibras aferentes transmitindo dor da víscera cursam ao longo da via simpática. As fibras aferentes que detectam dor que se origina de cálculos renais na pelve ou nos cálices renais cursam através do plexo celíaco para o tronco simpático, pelo trajeto dos nervos esplâncnicos. A náusea e vômitos associados podem ser resultado do curso aferente ao longo da rota vagal.
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Drenagem linfática
Vasos linfáticos superficiais formam um plexos sob a cápsula renal (fina camada que recobre os rins), sendo conhecidos como plexo linfático subcapsular. Juntamente com os vasos linfáticos medulares, eles se comunicam com os vasos linfáticos corticais e cursam junto com as artérias interlobulares, arqueadas e interlobares. Os linfáticos renais então drenam diretamente para os troncos linfáticos lombares (que em seguida drenam para o ducto torácico e a cisterna do quilo) e para os linfonodos/gânglios linfáticos para-aórticos, incluindo os linfonodos/gânglios linfáticos pré-cavais, lombares e retrocavais.
Nota Clínica
Os infartos renais subsequentes à oclusão de qualquer dos ramos arteriais que suprem os rins é preocupante, considerando que não há ramos arteriais comunicantes. Além disso, os ramos segmentares da artéria renal são artérias terminais. Mais ainda, a medula também é suscetível a necrose isquêmica, já que seu suprimento arterial deriva de arteríolas eferentes que deixam o glomérulo. Assim, qualquer forma de vasculite pode reduzir ainda mais o conteúdo já notavelmente baixo de oxigênio da medula.
Os clínicos devem levar em consideração a possibilidade de que alguns casos de hipertensão podem ser resultado de estenose de artéria renal. O estreitamento das artérias renais resulta em isquemia. A tentativa dos rins de corrigir isso é a produção excessiva de renina, que causa uma elevação na pressão renal. Essa patologia pode ser corrigida cirurgicamente.
Outras patologias de significado clínico importante são as nefropatias associadas à doença falciforme. Indivíduos portadores dessa condição ou do traço falcêmico são susceptíveis a insultos renais relacionados à doença. Hematúria e hipostenúria (excreção de urina com baixa concentração de uréia) são anormalidades tipicamente associadas com a doença.
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