Videoaula: Histologia do linfonodo
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O que você gosta de fazer? Ah, eu gosto de dançar. E de rock? Mas não de música sertaneja. Sair com os amigos e... Meditar. E eu também gosto de sair. Sair e conversar às vezes. Uau, eu também! Nós ...
Leia maisO que você gosta de fazer? Ah, eu gosto de dançar. E de rock? Mas não de música sertaneja. Sair com os amigos e... Meditar. E eu também gosto de sair. Sair e conversar às vezes. Uau, eu também! Nós temos tanto em comum, né?
Você já participou de paquera rápida? Nós todos sabemos que as chances de conhecer o amor da sua vida não são tão altas, mas muitos vivem ansiosos esperando trombar com a pessoa certa na hora certa e encontrar aquela pessoa que se encaixa perfeitamente.
Os linfócitos do nosso corpo conhecem essa história muito bem, e passam boa parte do seu tempo andando por aí procurando aquele que possui um antígeno muito específico que se encaixa perfeitamente nos anticorpos na sua superfície. Um lugar para onde eles vão para fazer isso são os nossos linfonodos, onde eles procuram célula por célula durante horas, talvez dias, por aquela que contém o antígeno com o qual eles estão destinados a se ligarem. É como se fosse uma paquera turbinada, mas quando eles encontram o par perfeito eles não se apaixonam, mas se multiplicam, criando mais anticorpos para matar o antígeno invasor e toda a sua família, ou conseguir alguém para matá-los para ele. Pense nisso como um Tinder que deu muito, muito errado.
Então vamos ver o que esse papo de paquera imunológica quer dizer explorando a histologia do linfonodo. Nós combinamos então que o nosso principal assunto de hoje são os linfonodos. Nós vamos, é claro, ver a sua estrutura geral e anatomia macroscópica, mas o nosso principal foco hoje é a microanatomia dessas estruturas, ou seja, a sua histologia.
Então vamos dar uma breve visão geral das estruturas que nós vamos estudar nesta videoaula. Nós vamos começar vendo a localização e a distribuição geral dos linfonodos pelo corpo. Em seguida nós vamos ver a estrutura geral ou organização de um linfonodo. Depois nós vamos chegar na parte principal desta videoaula e estudar a histologia do linfonodo. E na lâmina histológica nós vamos ver algumas das estruturas anatômicas macroscópicas que nós identificamos antes, bem como algumas outras estruturas que não podem ser identificadas em um nível macroscópico. Então, finalmente, nós vamos como sempre finalizar com algumas notas clínicas.
Muito bem pessoal, eu espero que você esteja pronto para aprender sobre os linfonodos, porque nós vamos começar agora a falar sobre os linfonodos no corpo. Muito bem, vamos começar com o básico. O que são linfonodos e por que nós precisamos deles? Bem, para responder a essa pergunta nós temos que ver o quadro geral, nesse caso, o sistema linfático. O sistema linfático tem duas funções principais. A primeira é coletar líquido intersticial, também conhecido como linfa, que envolve todas as células do seu corpo, que em seguida será reintroduzido na corrente sanguínea. A segunda função é monitorar e destruir patógenos ao filtrar essa linfa.
O sistema linfático consiste de órgãos linfoides primários, a medula óssea e o timo, bem como vários órgãos linfoides secundários, que incluem, entre outros, os linfonodos, o baço, o tecido linfoide associado à mucosa, as tonsilas (palatina e faríngea) e as placas de Peyer, encontradas no intestino delgado. Estes por sua vez estão todos conectados por vasos linfáticos, que completam a estrutura do sistema linfático.
Mas hoje você já sabe que nós vamos voltar a nossa atenção para a constituição de um linfonodo. Há cerca de 400 a 450 linfonodos espalhados por todo o corpo, particularmente em áreas vulneráveis à entrada de patógenos. Você pode ver a ampla rede de vasos linfáticos na imagem na tela. Cada linfonodo é basicamente um ponto de encontro onde diferentes tipos de células conhecidas como células apresentadoras de antígenos vêm para exibir informações sobre os antígenos estranhos ao corpo que elas encontraram, formando o sistema de vigilância do corpo. Essas células se misturam com linfócitos patrulheiros, que chegam ao linfonodo para ver se o antígeno único que eles são criados para neutralizar entrou no corpo. Se eles encontrarem o seu antígeno adversário, uma resposta imune é iniciada e um exército de linfócitos específicos é criado para combater o antígeno estranho por todo o corpo.
Agora que nós entendemos a ideia do sistema imunológico, vamos ver a organização geral de um linfonodo. Se você ampliar, irá perceber que ele tem uma forma parecida com um feijão. Na sua superfície convexa você encontra vasos linfáticos aferentes, levando linfa para o linfonodo. Na superfície côncava oposta nós encontramos vasos sanguíneos e vasos linfáticos eferentes levando a linfa para longe do linfonodo. Essa região de onde os vasos eferentes deixam o linfonodo é chamada de hilo do linfonodo. O linfonodo é dividido em camadas. De superficial para profundo, essas são a cápsula, o córtex superficial, o córtex profundo e a medula.
Vamos ver algumas estruturas dignas de nota que nós vamos discutir nesta videoaula. O seio subcapsular está localizado logo abaixo da cápsula. A cápsula emite trabéculas para o parênquima do linfonodo, dividindo-o em lóbulos. No córtex de cada lóbulo nós encontramos numerosas estruturas conhecidas como nódulos linfoides. Na medula nós encontramos os cordões medulares e os seios medulares, que são espaços que os envolvem.
Mas não há motivos para aprender somente em ilustrações, não é mesmo? Vamos ver algumas lâminas histológicas de verdade. Esta é a lâmina histológica na qual nós vamos focar hoje. Como você pode ver, ela claramente possui o mesmo formato geral da imagem que nós estávamos vendo, já que ambas mostram uma secção sagital de um linfonodo. Nós temos essa superfície convexa aqui, onde encontramos vasos linfáticos aferentes entrando no linfonodo, e a superfície côncava aqui é onde nós encontramos o hilo do linfonodo. É aqui que os vasos linfáticos eferentes deixam o linfonodo, e também é aqui o ponto de entrada e saída da vascularização linfonodal.
A cápsula que recobre o linfonodo é formada de tecido conjuntivo denso, principalmente colágeno, mas também pequenas quantidades de fibras elásticas e músculo liso podem estar presentes. Ela forma uma pequena camada de proteção ao redor do linfonodo. Profundamente à cápsula nós encontramos um espaço conhecido como seio subcapsular, que recebe a linfa de vasos aferentes, mas nós vamos discutir isso em maiores detalhes mais tarde na videoaula.
Como nós mencionamos antes, esse tecido conjuntivo denso da cápsula emite extensões a partir da sua superfície interna para o corpo do linfonodo, formando as chamadas trabéculas. As trabéculas formam as divisões básicas do órgão, conhecidas como lóbulos, e fornecem suporte estrutural para os vasos sanguíneos que entram no linfonodo. Linfonodos menores podem ter somente um ou alguns lóbulos com um pequeno número de trabéculas, entretanto linfonodos maiores têm muito mais trabéculas e contêm muitos lóbulos.
Nós vimos que um linfonodo possui uma grande quantidade de componentes funcionais, mas sem algum tipo de rede estrutural nós teríamos uma sopa de linfócitos. Esse obviamente não é o caso. Cada linfonodo é preenchido por uma estrutura de fibras reticulares formadas por fibroblastos reticulares, que criam um tipo de esqueleto, dando ao linfonodo sua integridade estrutural.
Em uma lâmina histológica os fibroblastos reticulares podem algumas vezes serem identificados como grandes células de coloração pálida entre os linfócitos, mais basófilos e portanto mais escuros. Entretanto, sua estrutura é obscurecida em grande parte pelos numerosos linfócitos que formam a maior parte do parênquima do linfonodo.
Continuando, nós encontramos talvez a camada mais movimentada do linfonodo, que é conhecida como córtex. Nós dizemos mais movimentada porque ela está cheia de linfócitos que circulam para dentro e para fora do linfonodo, bem como células apresentadoras de antígenos, algumas das quais apresentam materiais estranhos ao corpo, conhecidos como antígenos, para avaliação. O parênquima do linfonodo também é cheio de uma estrutura de fibras reticulares formada por fibroblastos reticulares, que criam uma espécie de esqueleto, dando ao linfonodo sua integridade estrutural.
O córtex é subdividido em duas regiões - o córtex superficial, também conhecido como córtex externo ou nodular, e o córtex profundo, frequentemente chamado de paracórtex.
Vamos vê-los mais de perto na nossa secção histológica. Nós vamos começar vendo o córtex superficial, que é talvez a camada mais complexa em um linfonodo. Primeiramente, como você o identifica? Essa é uma pergunta fácil de responder. O córtex superficial contém estruturas arredondadas chamadas nódulos ou folículos linfoides, que só são encontradas nessa camada. Esses nódulos são basicamente agregados de linfócitos em uma região. Aí encontramos também células especializadas, conhecidas como células dendríticas foliculares, ou ainda células dendríticas nodulares.
É aqui que as coisas ficam um pouco mais complicadas, porque nós precisamos entender os tipos e funções das células presentes em um linfonodo. Os principais tipos de células presentes nos linfonodos não seriam uma surpresa, já que nós acabamos de ver essas células formando os nódulos linfoides. Os dois principais tipos de linfócitos encontrados nos linfonodos são os linfócitos T e os linfócitos B. Ambos os tipos são produzidos na medula óssea e podem ser subdivididos em várias classificações de linfócitos, mas nós não vamos entrar em muitos detalhes sobre isso hoje.
Os linfócitos B amadurecem na medula óssea, enquanto o processo de amadurecimento dos linfócitos T ocorre no timo. É por isso que eles são chamados de linfócitos B e linfócitos T, baseado no seu local de maturação. A letra B está relacionada à bone marrow (medula óssea em inglês). Os linfócitos maduros então entram na corrente sanguínea e circulam pelo corpo.
Vamos primeiro falar sobre os linfócitos B, já que isso nos trará de volta ao nosso córtex superficial, porque os linfócitos B são as células predominantes nessa camada. Isso significa que os nódulos que nós vimos antes são principalmente agregados de linfócitos B. Células B inativas inicialmente vão para o que são chamados nódulos linfoides primários, que aparecem como um agregado escuro e uniforme de pequenos linfócitos. Se eles encontrarem seus antígenos exibidos em outra célula, conhecida como célula dendrítica folicular, eles serão estimulados a se multiplicar, amadurecer e se diferenciar.
Em contraste, se você observar esse nódulo aqui você irá notar que o seu centro na verdade é mais claro que a borda ao seu redor. Isso ocorre porque agora nós estamos vendo um nódulo linfoide secundário. Aqui os linfócitos B começam a se diferenciar, e as células ativadas rapidamente se proliferam, enchendo o centro de um nódulo e empurrando as células inativas para a periferia. Essas células inativas que são empurradas para a periferia criam uma borda escura visível nos nódulos secundários, conhecida como zona do manto. Ela é cheia de pequenos linfócitos com núcleos grandes que se coram intensamente, motivo pelo qual elas são mais escuras. Outras células encontradas em menor quantidade na zona do manto incluem células dendríticas foliculares, linfócitos T auxiliares e macrófagos, que nós vamos discutir em mais detalhes em breve.
A área profunda à zona do manto em um nódulo linfoide secundário é chamada de centro germinativo, e você pode vê-la destacada em verde agora. O centro germinativo talvez seja a parte mais movimentada e empolgante de todo o linfonodo, porque é onde a proliferação e a diferenciação dos linfócitos B ativados está acontecendo.
Os centros germinativos são organizados em duas regiões distintas - uma região escura e uma região clara. Nós dizemos distintas, porque essas duas regiões não são somente diferentes uma da outra em aparência, mas também são formadas por linfócitos B em diferentes estágios do desenvolvimento. Nós temos células B de memória, que têm um papel semelhante às células T de memória e iniciam uma resposta muito mais rápida a um antígeno familiar. O outro tipo de célula mais comum em que um linfócito B pode se diferenciar é o plasmócito. Essas células atacam antígenos, que são basicamente quaisquer substâncias exógenas ao corpo, secretando altos níveis de anticorpos, que neutralizam invasores externos ou levam à sua destruição por outros tipos de células imunes, como os macrófagos. Observe que a zona clara geralmente se orienta em direção à cápsula, enquanto a zona escura se orienta em direção à medula.
A zona escura é formada por células B mitóticas, chamadas de centroblastos. Estas são basicamente células B que começaram a se proliferar e estão se multiplicando ativamente. Os centroblastos na zona escura ainda não são capazes de responder aos antígenos apresentados à eles. As células filhas dos centroblastos na área escura então se movem para a zona clara e se tornam conhecidas como centrócitos. Nesse ponto essas células são menores e possuem um núcleo lobulado, comparado aos seus centroblastos precursores. Elas pararam de se proliferar e agora têm a capacidade de se ligar a um antígeno. Esse antígeno é apresentado aos centrócitos mais uma vez pelas células dendríticas foliculares, e é a presença dessas células com os centrócitos que dá a essa parte do centro germinativo uma aparência mais clara. Se não houver nenhum estímulo novo ou contínuo, a proliferação de centroblastos na zona escura será interrompida após algumas semanas, com redução do tamanho da zona escura em relação à zona clara.
Você pode estar se perguntando porque é interessante apresentar antígenos para centrócitos nesse estágio. Bem, os linfócitos na verdade competem uns com os outros por uma chance de se ligar ao antígeno apresentados a eles, e apenas aqueles com a maior afinidade pelo antígeno conseguem se ligar. Os outros centrócitos sofrem apoptose, ou morte celular programada. Pode parecer meio inapropriado ou até soar como desperdício, mas essa é uma forma de garantir que os linfócitos tipo B que chegaram ao estágio final de maturação vão fazer o trabalho mais eficiente possível em reconhecer e destruir patógenos. Macrófagos especificamente conhecidos como macrófagos de corpos tingíveis também estão presentes, e seu trabalho é limpar as células apoptóticas.
Muito bem, uma última coisa antes de deixarmos o córtex superficial do linfonodo. Dê uma olhada nele mais de perto. Você vê alguma coisa irregular? Nós sabemos que o córtex superficial deve ser, bem, superficial. Mas aqui nódulos linfáticos, normalmente encontrados apenas na periferia de um linfonodo, se espalharam pelo linfonodo. O que nós estamos vendo aqui é um linfonodo reativo com o que é conhecido como hiperplasia folicular. Essa reação causa o aparecimento de nódulos no córtex profundo e na medula, em vez de se limitarem ao córtex externo, e isso por sua vez reduz a área que as outras estruturas ocupam no linfonodo. Você quer saber exatamente qual o nome da condição que nós estamos vendo? Fique aqui até o final desta videoaula para descobrir.
Nós estamos finalmente indo para a camada do linfonodo profunda ao córtex superficial, chamada de córtex profundo, também conhecida como paracórtex. Ela é caracterizada por uma abundância de linfócitos com coloração escura, mas não tem os nódulos característicos do córtex superficial. Em vez disso, ela contém o que são conhecidos como unidades corticais profundas, que se localizam nas áreas de coloração escura do córtex que não possuem nódulos. Cada lóbulo de um linfonodo contém uma única unidade cortical profunda, que dessa vez é populada por linfócitos T, que, assim como as células B, se proliferam quando estimulados.
Para ser mais específico, nós estamos falando sobre células T auxiliares, que apresentam antígenos para as outras células, e células T citotóxicas, que são aquelas que atacam e matam os patógenos. Nós temos uma estrutura única no paracórtex, chamada de vênulas endoteliais altas. Essas vênulas são formadas de endotélio cúbico, em comparação ao endotélio escamoso, mais tipicamente encontrado em vênulas normais. Essas vênulas endoteliais altas permitem passagem livre de linfócitos da corrente sanguínea para os linfonodos.
Você pode se perguntar por que essa passagem é importante. Os linfócitos constantemente circulam pelos nossos corpos na corrente sanguínea, mas param em vários linfonodos através destas vênulas endoteliais altas para coletar amostras de antígenos obtidos por vários tipos de células apresentadoras de antígenos.
Uma destas células apresentadoras de antígenos que são encontradas no paracórtex são as células dendríticas interdigitantes. Essas não devem ser confundidas com as células dendríticas foliculares. Elas não têm nenhuma relação em termos de origem e função. Elas apenas tem uma forma parecida uma com a outra.
Já que a quantidade de antígeno no sangue é normalmente muito pequena, os linfócitos tem poucas chances de acidentalmente se encontrar com eles. O que acontece é que essas células dendríticas se ligam a um antígeno. Elas se tornam ativadas e se movem para os linfonodos. Elas então apresentam esse antígeno para os linfócitos T no paracórtex dos linfonodos; uma organização bem inteligente se você pensar bem.
Quando há uma resposta imune dominada por linfócitos T, o córtex profundo pode se expandir consideravelmente, entretanto, ele não irá formar nódulos, como nós vimos no córtex superficial. Isso nos trás à camada mais profunda do nosso linfonodo, a medula. Você pode imediatamente distingui-la do córtex, porque ela não tem a mesma estrutura densamente agrupada de linfócitos. Em vez disso, os linfócitos são distribuídos em cordões medulares cercados por seios medulares.
Vamos ver mais de perto essas estruturas na nossa lâmina histológica. Assim como no córtex profundo, a medula se torna ocupada por nódulos linfáticos em caso de hiperplasia folicular, mas não se preocupe, nós ainda podemos identificá-la. Apenas procure por áreas que não são tão escuras e tão densamente agrupadas, e ali está a medula, certo? Então o que nós vamos realmente encontrar nessa região? Bem, a região da medula é populada por plasmócitos, que são linfócitos B maduros, como nós vimos antes, bem como por linfócitos T e outras células B.
Os linfócitos dessa região são distribuídos em cordões medulares. Esses cordões se estendem a partir do córtex profundo para o centro do linfonodo. Em lâminas histológicas eles aparecem como pequenas proeminências escuras e agrupados de pequenos linfócitos junto aos seios medulares, mais claros, que contêm menos linfócitos do que os cordões.
Outros tipos de células encontradas na medula são macrófagos e células fibroblásticas reticulares. As células reticulares produzem fibras de reticulina, que formam a rede reticular que sustenta a arquitetura de cada camada de um linfonodo.
Nós já estamos familiarizados com o nosso linfonodo reativo, mas você deve estar curioso para ver um linfonodo normal. Nós odiamos te desapontar, então aqui está. Esse é um linfonodo encontrado próximo à glândula parótida. Você pode ver que ele possui duas regiões claramente definidas - a região escura externa, o córtex, e a região clara interna, que nós sabemos ser a medula.
Agora vamos voltar para o nosso muito mais empolgante e familiar linfonodo reativo. Antes de aprendermos sobre os seios medulares vamos dar um passo atrás e ver a circulação da linfa pelo linfonodo. A linfa entra em um linfonodo através de vasos aferentes na sua superfície convexa e passa por uma rede de seios, para então ser coletada na medula, e em seguida deixa o linfonodo por vasos linfáticos eferentes no seu hilo.
Vamos ver mais de perto o trajeto da linfa por um linfonodo na nossa lâmina histológica. Começando na superfície externa convexa do linfonodo, nós vamos encontrar os vasos linfáticos aferentes penetrando na cápsula. Eles trazem linfa do corpo para o linfonodo. Os vasos aferentes possuem válvulas para garantir o fluxo unidirecional de linfa, e você irá encontrar vários deles ao longo da margem convexa do linfonodo. Cada lóbulo do linfonodo vai ter um vaso aferente. As suas paredes são formadas por uma única camada de epitélio escamoso, cercada por uma camada de músculo liso, que, ao se contrair, permite que a linfa circule pelo corpo sem uma bomba central. Finalmente, esses vasos são cobertos por uma camada de adventícia, ou tecido conjuntivo fibroso.
Os vasos linfáticos aferentes drenam a linfa para um espaço entre a cápsula e o córtex superficial, conhecido como seio subcapsular, algumas vezes também chamado de seio marginal. Em um linfonodo a formação reticular consiste em uma rede que é densamente populada por linfócitos. Onde os linfócitos são mais difusos, canais ou seios são formados. Esses canais são revestidos por endotélio, que permite a movimentação livre de linfócitos e macrófagos conforme a linfa avança por um linfonodo. A circulação da linfa não termina aqui.
A linfa do seio subcapsular drena para seios trabeculares, também conhecidos como seios corticais radiais. Os seios são encontrados ao longo das trabéculas, penetrando no córtex e se estendendo em direção à medula. Os seios trabeculares então transportam a linfa para os seios medulares, envolvendo os cordões medulares.
Assim como os outros seios no linfonodo, os seios medulares são caracterizados por uma rede de fibras reticulares com alguns pequenos linfonodos dispersos.
Por fim, a linfa dos seios medulares é coletada em um ou alguns vasos linfáticos eferentes, que então a carregam para reintroduzi-la na corrente sanguínea ou para ser filtrada por outros linfonodos. Assim como os vasos aferentes, esses vasos possuem válvulas e têm a mesma estrutura em três camadas na sua parede vascular. Esses vasos deixam o linfonodo em seu hilo, que é também o local onde a artéria e a veia associadas ao linfonodo entram.
Muito bem, pessoal, e assim vimos a histologia do linfonodo. Mas, lembra-se da condição misteriosa que afetava o nosso linfonodo mais cedo? Será que devemos discutir um pouco mais sobre ela?
O que nós estamos vendo nesse caso é chamado de hiperplasia folicular. É a alteração reativa mais comum observada em linfonodos, causando alargamento de um linfonodo devido ao aumento do número de nódulos secundários no córtex superficial. Há várias condições que podem afetar os linfonodos, mas aqui estão várias características distintivas que você pode procurar em uma lâmina histológica para ajudá-lo a identificar a hiperplasia folicular.
Você pode esperar encontrar nódulos de vários tamanhos, pequena densidade de nódulos e grandes áreas interfoliculares. Esses nódulos, no caso de hiperplasia folicular, não tendem a se estender além da cápsula do linfonodo. Dentro dos nódulos você espera encontrar uma zona do manto bem definida, e polarização nos centros germinativos, ou seja, você pode distinguir os sinais claros e escuros. Você provavelmente observou que todas essas três características se encaixam perfeitamente na nossa lâmina histológica.
Então, a grande questão é, o que causa isso? Este pode ser um sintoma de diversas condições, por exemplo, artrite reumatoide, sífilis, doença de Castleman, e outras condições, mas pode frequentemente ser um achado benigno incidental de etiologia desconhecida. É bem comum em crianças e adolescentes. Nesses casos, frequentemente afeta um único linfonodo e resolve-se espontaneamente. Também pode ocorrer em adultos, mas nesses casos o envolvimento de vários linfonodos é mais comum, e pode resultar no desenvolvimento de linfoma maligno. Outras condições, especialmente linfoma folicular, podem imitar os sintomas da hiperplasia folicular, então o médico assistente pode escolher observar ou investigar o linfonodo afetado mais a fundo, e então prescrever o tratamento apropriado.
Muito bem pessoal, isso finaliza a nossa videoaula de hoje, mas antes de sair correndo, deixe-me resumir o que nós aprendemos hoje. Nós começamos vendo a forma geral de um linfonodo, com vasos aferentes entrando em sua superfície convexa e vasos eferentes deixando o hilo na superfície côncava. Nós então identificamos a cápsula, que envia extensões chamadas trabéculas para o corpo do linfonodo, e observamos que o linfonodo é formado ao redor de uma rede de fibras reticulares.
Abaixo da cápsula nós vimos o córtex superficial populado por nódulos linfáticos. Nós identificamos os nódulos primários, com aparência nodular formada por linfócitos B quiescentes. Os nódulos secundários tinham duas zonas distintas. A zona do manto ao redor da periferia era mais escura e continha linfonodos inativos, enquanto o centro germinativo, mais claro, era o local de proliferação ativa de células B. O centro germinativo era subdividido em uma zona escura de centroblastos mitóticos e uma zona clara de centrócitos, a afinidade dos centrócitos com os antígenos foi testada.
A partir daqui nós continuamos para o córtex profundo, que é populado principalmente por linfócitos T. Nós vimos que ele não tem nódulos, mas contém vênulas endoteliais altas, que permitem o movimento livre de linfócitos do sangue para os linfonodos.
E, finalmente, nós continuamos para a camada mais interna, a medula. Nós vimos que os linfócitos eram muito mais difusos aqui, e formavam agregados chamados de cordões medulares.
A partir daqui nós discutimos o fluxo da linfa por um linfonodo, começando com vasos linfáticos aferentes penetrando na cápsula. A linfa então continuava para o seio subcapsular, seguindo para os seios trabeculares, e, finalmente, para os grandes seios medulares junto aos cordões medulares. Aqui a linfa era coletada e deixava o linfonodo através dos vasos linfáticos eferentes, no seu hilo.
Nós finalmente vimos uma condição chamada de hiperplasia folicular, e aprendemos a identificá-la em lâminas histológicas.
Esperamos que você tenha gostado dessa videoaula. Nos vemos na próxima, e bons estudos!