Tronco celíaco
O tronco celíaco é uma importante artéria que irriga parte dos órgãos do sistema digestório, como o estômago, o baço, o fígado, o pâncreas e uma parte do duodeno. Ele se origina da artéria aorta abdominal ao nível da 12ª vértebra torácica e emite como principais ramos as artérias gástrica esquerda, hepática comum e esplênica.
O trato gastrointestinal se estende desde a cavidade oral até o ânus, e nos permite a absorção de nutrientes provenientes dos alimentos que ingerimos. Tem também uma função importante na proteção do corpo e na eliminação de toxinas e patógenos invasores.
Este artigo descreve detalhes sobre a anatomia do tronco celíaco, que irriga uma parte do trato gastrointestinal, incluindo seus ramos e sua relevância clínica.
Origem | Aorta abdominal ao nível da 12ª vértebra torácica |
Ramos |
Artéria gástrica esquerda, artéria hepática comum, artéria esplênica |
Área de irrigação | Vísceras abdominais, como estômago, baço, fígado, pâncreas e parte do duodeno |
Notas clínicas | Úlcera péptica, aneurisma da artéria esplênica, Manobra de Pringle, Síndrome de compressão da artéria celíaca |
Anatomia do trato gastrointestinal
Partes
O sistema digestório, ou sistema digestivo, é composto por dois componentes principais: o trato digestório primário e o trato digestório acessório. O primeiro tem uma função mecânica, atuando como uma via de condução e armazenamento do alimento/bolo alimentar. Seus órgãos realizam o peristaltismo, e garantem a absorção de nutrientes e eliminação de substâncias não digeridas. Já o trato digestório acessório está mais relacionado à ação química, incluindo órgãos que sintetizam e secretam enzimas essenciais para a digestão, já que participam da quebra dos alimentos.
Irrigação
O tronco celíaco, ou artéria celíaca, se origina da aorta abdominal assim que ela atravessa o diafragma, ao nível da 12ª vértebra torácica. Ela irriga o estômago, o fígado, o pâncreas, o baço e o duodeno. Essa irrigação se dá através dos seus ramos, que são a artéria gástrica esquerda, a artéria hepática comum e a artéria esplênica).
Inervação
A inervação simpática dos órgãos irrigados pelo tronco celíaco é feita pelo nervo esplâncnico torácico maior. Já a inervação parassimpática da região é suprida pelo nervo vago (NC X).
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Ramos
Artéria gástrica esquerda
Este é o primeiro e menor ramo que se origina do tronco celíaco. Ele passa pelo omento menor (que conecta a curvatura menor do estômago ao fígado), seguindo ao longo da curvatura menor do estômago para irrigar sua porção superior.
Neste local, faz anastomose com a artéria gástrica direita. Alguns ramos da artéria gástrica esquerda também irrigam a porção inferior do esôfago.
Artéria hepática comum
Este ramo se origina do tronco celíaco e segue em direção ao fígado, passando para o interior da bolsa omental. A artéria hepática comum então dá origem à artéria gastroduodenal antes de continuar como artéria hepática própria, acima da primeira porção do duodeno.
A artéria gastroduodenal surge em posição posterossuperior à primeira porção do duodeno, dando origem à artéria pancreaticoduodenal superior posterior e a pequenos ramos adicionais antes de se dividir em suas terminações: a artéria pancreaticoduodenal superior anterior e a artéria gastromental direita, esta última responsável pela irrigação da curvatura maior do estômago.
As artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior irrigam a cabeça do pâncreas e as superfícies anterior e posterior do duodeno. Elas se anastomosam com os ramos correspondentes da artéria pancreaticoduodenal inferior, que é o primeiro ramo da artéria mesentérica superior.
Já a artéria hepática própria emite a artéria gástrica direita, que segue entre as camadas peritoneais do omento menor para irrigar a curvatura menor do estômago, onde se anastomosa com a artéria gástrica esquerda.
Próximo ao hilo hepático, a artéria hepática própria se bifurca nas artérias hepáticas direita e esquerda, e ambas penetram no fígado e se ramificam ainda mais, formando as artérias lobares, que irrigam os diferentes segmentos hepáticos.
Artéria esplênica
A artéria esplênica é um ramo tortuoso que segue em direção ao hilo do baço. Ao longo do seu trajeto ela emite várias artérias que irrigam o colo, o corpo e a cauda do pâncreas. Também dá origem à artéria gastromental esquerda, que irriga a curvatura maior do estômago e se anastomosa com a artéria gastromental direita.
Antes de alcançar o hilo do baço, a artéria esplênica emite as artérias gástricas curtas. Essas artérias percorrem o ligamento gastroesplênico para irrigar o fundo do estômago e a porção superior da curvatura maior do estômago, onde se anastomosam com a artéria gástrica esquerda.
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Notas clínicas
Úlcera péptica
Úlcera péptica é o nome dado a uma erosão na mucosa do estômago que geralmente está relacionada à presença da bactéria H.Pylori ou do uso excessivo de medicamentos antiinflamatórios não esteroidais (AINES, como por exemplo a aspirina). Caso se torne suficientemente profunda, a úlcera pode provocar lesão em um vaso importante, resultando em um quadro de hemorragia (normalmente associada à artéria gástrica esquerda).
Aneurisma da artéria esplênica
Os aneurismas da artéria esplênica são raros, mas são o terceiro aneurisma abdominal mais comum, ficando atrás dos aneurismas da aorta abdominal (infrarenais) e das artérias ilíacas. A hipertensão arterial e o tabagismo são fatores de risco para a formação de aneurismas, e os tratamentos de escolha são o tratamento endovascular ou a cirurgia aberta, a depender da complexidade do quadro.
Manobra de Pringle
O fígado é um órgão muito vascularizado, graças à sua irrigação pelas artérias hepáticas e pela chegada de sangue vindo dos intestinos pela veia porta hepática. Durante uma cirurgia no no órgão, para redução da perda sanguínea, pode ser realizada a oclusão temporária do fluxo vascular, com o pinçamento/clampeamento da tríade portal na região do hilo do fígado. A tríade portal consiste no ducto colédoco, artéria hepática própria e veia porta hepática.
Síndrome de compressão da artéria celíaca
O ligamento arqueado mediano faz parte do diafragma e está relacionado com a artéria aorta abdominal. O ponto de inserção deste ligamento pode ser muito baixo em algumas pessoas, levando à compressão do tronco celíaco. Isso pode resultar em dor epigástrica resultante de isquemia, perda de peso e sopro abdominal. O tratamento inclui descompressão cirúrgica que geralmente é realizada por meio de operação laparoscópica.
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