Sacro
O sacro é um osso de formato irregular, composto por um conjunto de cinco vértebras fundidas. Esse osso está localizado na base da coluna vertebral. É considerado como a pedra angular do corpo humano, porque forma um elo entre a coluna vertebral e os ossos ilíacos, além de desempenhar um papel importante na estabilidade do quadril.
O sacro é mais curto e mais largo nas mulheres do que nos homens. Nas mulheres, o sacro também é direcionado mais obliquamente na direção posterior, o que aumenta o tamanho da cavidade pélvica, tornando-o mais adequado para a gravidez prolongada e oferecendo mais espaço para o feto em desenvolvimento.
Marcos ósseos |
Superfície dorsal: - 3 cristas: crista mediana (formada pela fusão dos processos espinhosos S1-S3), crista intermédia (formada pela fusão dos processos articulares L5-S4), crista lateral (formada pela fusão dos processos transversos) - 4 pares de forames sacrais posteriores Superfície pélvica: - Linhas transversais (discos intervertebrais fundidos das vértebras sacrais) - Promontório sacral (margem posterior da abertura pélvica) - 4 pares de forames sacrais anteriores Superfície lateral - articula-se com osso ilíaco Base - articula-se com L5 Ápice - articula-se com o cóccix |
Articulações |
Articulação lombossacral - entre o processo articular superior do sacro e as facetas articulares inferiores de L5 Articulação sacrococcígea - entre o ápice do sacro e a base do cóccix Articulação sacroilíaca - entre a superfície sacral lateral do sacro e a superfície medial do osso ilíaco |
Inserções musculares | Superfície pélvica: músculos piriforme, ilíaco, coccígeo Superfície dorsal: aponeurose do músculo eretor da espinha, músculos glúteos máximos |
Notas clínicas | Espondilolistese, hérnia de disco, degeneração do disco, ciática |
Este artigo discutirá a anatomia do sacro.
Articulações
Articulação lombossacral
A articulação lombossacral (L5 / S1) é constituída pelo processo articular superior do sacro, que se articula com as facetas articulares inferiores de L5. É uma área de grande sobrecarga, uma vez que sustenta todo o peso da coluna, sendo fundamental para sua estabilidade.
Para suportar esse peso e manter sua estabilidade, a orientação da articulação interapofisária L5 / S1 tem orientação coronal, dando mais suporte para a articulação. A articulação lombossacral é unida por um disco intervertebral, que é mais profundo anteriormente, próximo ao corpo vertebral de L5. Essa conformação do disco de L5 / S1 contribui para o ângulo lombossacral.
Articulação sacrococcígea
A articulação sacrococcígea (S5 / C1) é uma anfiartrose (articulação cartilaginosa, semimóvel) localizada entre o ápice do sacro e a base do cóccix. O disco articular sacrococcígeo é mais fino e delicado que o disco intervertebral lombossacral, o que faz bastante sentido, visto que esta última articulação é a principal responsável por dissipar a pressão de sustentação do corpo.
Articulação sacroilíaca
A articulação sacroilíaca é uma articulação sinovial entre as superfícies articulares do sacro e do ilíaco. Há muito debate sobre a amplitude de movimento dessa articulação, com pesquisas sugerindo entre 2 e 18 graus. Acredita-se que esse movimento seja importante para a mobilidade mecânica do quadril.
Além disso, essa articulação permite movimentos simultâneos de rotação e translação associados à marcha. Os movimentos mais leves da articulação sacroilíaca aliviam a pressão nos quadris, diminuindo o risco de fratura pélvica.
Há um equilíbrio delicado entre as articulações sacroilíacas direita e esquerda, pois o ponto de origem do eixo de movimento está precisamente no meio das espinhas ilíacas posteriores. Uma postura inadequada pode fazer com que esse eixo de movimento seja deslocado, podendo comprometer as estruturas que mantêm as duas superfícies articulares no lugar. Como resultado disso, pode ocorrer uma dor sacroilíaca, que é relativamente comum.
Marcos ósseos
A primeira das cinco vértebras sacrais fundidas está localizada na base do sacro. A vértebra S1 é a maior vértebra sacral, e possui facetas articulares superiores côncavas que se projetam posteromedialmente para se articular com L5. Embora seja fundida ao restante do sacro, a vértebra S1 ainda possui processos transversos e pedículos.
Superfície pélvica
A superfície pélvica contém quatro pares de forames que permitem a passagem dos ramos anteriores dos quatro primeiros nervos espinais sacrais.
Superfície dorsal
A linha média da superfície dorsal do sacro apresenta uma projeção óssea conhecida como crista sacral mediana. Essa crista é formada pela fusão dos processos espinhosos sacrais de S1 a S4, e pode ser palpada na superfície dorsal em algumas pessoas. O hiato sacral é uma abertura na região distal do sacro formada pela ausência de fusão dos arcos posteriores da quinta vértebra sacral (S5). O hiato sacral está localizado logo abaixo do tubérculo de S4. Os quatro pares de forames sacrais se encontram imediatamente laterais à crista sacral mediana.
Superfície lateral
A superfície lateral do sacro consiste na fusão dos processos transversos que se estreitam inferiormente. Existe uma superfície articular na região lateral do sacro que se articula com o ilíaco. Posteriormente a essa superfície articular encontramos uma proeminência rugosa contendo três depressões, que são pontos de fixação de alguns ligamentos importantes.
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Canal sacral
O canal sacral tem um formato triangular e é formado pelo canal vertebral na região do sacro, que se estende da base do sacro até o hiato sacral. O canal sacral não abriga a medula, uma vez que ela termina ao nível de L2. No entanto, encontramos o filamento terminal, constituído por longas faixas filiformes de tecido conjuntivo originados do cone medular, e a cauda equina, um conjunto de longas raízes lombares e sacrais provenientes dos nervos espinais.
Ápice
O ápice do sacro é o segmento mais inferior da anatomia sacral. É constituído pelo quinto corpo vertebral sacral e possui uma faceta oval para a articulação com o cóccix. O ápice se projeta posteriormente para aumentar o tamanho da cavidade pélvica.
Inserções musculares
O músculo piriforme fixa-se na superfície pélvica do sacro (S2-S4), e é um dos seus principais músculos. Os músculos ilíaco e coccígeo também se inserem nas superfícies pélvicas súpero-lateral e ínfero-lateral, respectivamente. As aponeuroses dos músculos eretor da espinha e multífido cobrem a superfície dorsal, enquanto o glúteo máximo se fixa às bordas laterais do sacro.
Notas clínicas
A espondilolistese é o deslizamento de uma vértebra sobre a outra, geralmente de L5 sobre S1, como resultado da sobrecarga sobre essa articulação. Existem cinco causas diferentes para o deslizamento, sendo estas:
- Espondilolistese displásica: defeito congênito.
- Espondilolistese ístmica: fratura do istmo (ou pars interarticularis), reduzindo a força da articulação interapofisária no plano sagital e causando a anteriorização da vértebra superior.
- Espondilolistese degenerativa: devido à degeneração dos discos e das articulações.
- Espondilolistese traumática: causada por fraturas agudas do arco neural. Importante diferenciar da espondilolistese ístmica.
- Espondilolistese patológica: doença óssea enfraquecendo o osso. Muitas vezes devido a doença metastática, osteoporose ou tumores.
Além da espondilolistese, existem outras disfunções mais típicas que ocorrem ao redor do sacro devido à sobrecarga, como hérnia e degeneração discais, dor nas articulações interapofisárias e ciática, devido à compressão da raiz nervosa de L5 (componente do nervo ciático).
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