Anel de Waldeyer
Heinrich Wilhelm Gottfried von Waldeyer-Hartz foi o primeiro a descrever o anel incompleto de tecido linfoide situado na nasofaringe e orofaringe, em 1884. O anel atua como uma primeira linha de defesa contra microorganismos que entram no corpo através das vias nasal e oral.
O anel de Waldeyer consiste em quatro estruturas tonsilares, a saber as tonsilas faríngeas (ou adenoides), tubárias, palatinas (ou amígdalas) e linguais, bem como pequenas coleções de tecido linfático disperso ao longo do revestimento mucoso da faringe - tecido linfoide associado à mucosa (MALT).
Tonsilas faríngeas (adenoides) |
Histologia: epitélio pseudoestratificado colunar ciliado (epitélio respiratório) Suprimento arterial: artérias faríngeas ascendente e palatina, ramo tonsilar da artéria facial, ramo faríngeo da artéria maxilar, artéria do canal pterigóideo, artéria basoesfenoide Drenagem venosa: plexo faríngeo -> veias jugulares internas (VJI) Inervação: plexo faríngeo Drenagem linfática: linfonodos retrofaríngeos e faringomaxilares. |
Tonsilas tubárias |
Histologia: epitélio pseudoestratificado colunar ciliado (epitélio respiratório) Suprimento arterial: ramos das artérias esfenopalatinas e faríngeas ascendentes Drenagem linfática: linfonodos retrofaríngeos e cervicais profundos |
Tonsilas palatinas (amígdalas) |
Histologia: epitélio escamoso estratificado não-queratinizado Suprimento arterial: artéria tonsilar, artéria faríngea ascendente, artéria facial (ramos tonsilar e palatino ascendente), artéria lingual (ramo lingual dorsal) Drenagem venosa: plexo peritonsilar Inervação: ramo tonsilar do nervo glossofaríngeo (NC IX) e nervo palatino menor Drenagem linfática: linfonodos jugulodigástrico e cervicais superiores |
Tonsilas linguais |
Histologia: epitélio escamoso estratificado não-queratinizado Suprimento arterial: ramo lingual dorsal da artéria lingual Drenagem venosa: veia lingual Inervação: nervo glossofaríngeo |
Tecido linfoide associado à mucosa (MALT) | Localizados nos espaços intratonsilares |
- Tonsila faríngea (adenoide)
- Tonsilas tubárias (tonsilas de Gerlach)
- Tonsilas palatinas (amígdalas)
- Tonsilas linguais
- Tecido linfoide associado à mucosa (MALT)
- Notas Clínicas
- Referências
Tonsila faríngea (adenoide)
Situada superior e posteriormente ao tórus tubário (uma elevação ao redor da abertura faríngea da tuba auditiva ou Trompa de Eustáquio), no teto da nasofaringe, a tonsila faríngea é a principal responsável por ‘rastrear’ o ar que entra através das narinas. A tonsila faríngea é revestida por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado (epitélio respiratório). Ao contrário das outras tonsilas, não existem criptas (invaginações na superfície da tonsila) presentes nesse órgão.
O suprimento sanguíneo para a tonsila faríngea se dá através:
- das artérias faríngeas ascendente e palatina
- do ramo tonsilar da artéria facial
- do ramo faríngeo da artéria maxilar
- da artéria do canal pterigóideo
- da artéria basoesfenoide
O sangue venoso volta à circulação através do plexo faríngeo, que drena indiretamente para as veias jugulares internas (VJI). A tonsila faríngea é inervada por ramos do plexo faríngeo, e sua drenagem linfática é feita através de linfonodos retrofaríngeos e faringomaxilares.
Aprofunde o seus conhecimentos sobre as tonsilas faríngeas utilizando nossos materiais de estudo abaixo:
Tonsilas tubárias (tonsilas de Gerlach)
As tonsilas tubárias também se localizam no teto da nasofaringe. Elas são bilaterais e posteriores ao torus tubários, na fossa de Rosenmüller (recesso faríngeo). Devido à relativa proximidade das tonsilas tubárias e do tórus tubário, elas são chamadas algumas vezes de “tonsilas do tórus tubário”. O termo “tonsilas tubárias” também é sinônimo dos termos tonsilas de Eustáquio ou tonsilas de Gerlach.
Essas estruturas linfoides também são revestidas por epitélio respiratório; além disso, criptas estão presentes e são infiltradas por tecido linfático. As tonsilas de Gerlach recebem sangue arterial através de ramos das artérias esfenopalatinas e faríngeas ascendentes. A drenagem linfática é realizada através dos linfonodos retrofaríngeos e cervicais profundos.
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Tonsilas palatinas (amígdalas)
As tonsilas palatinas são conhecidas historicamente somente pelo termo “tonsilas”. Elas são facilmente visualizadas na orofaringe quando inflamadas. Esses agregados linfoides bilaterais situam-se de cada lado no interior de uma incisura tonsilar, limitados anteriormente pelo arco palatoglosso e posteriormente pelo arco palatofaríngeo. Ao contrário da adenoide, as tonsilas palatinas são cobertas por epitélio escamoso estratificado não-queratinizado. Elas possuem ainda muitas invaginações que aumentam a probabilidade de exposição a antígenos (antigénios) externos ao tecido linfático presente nas criptas.
As tonsilas recebem sangue arterial através das seguintes artérias:
- tonsilar
- faríngea ascendente
- facial (ramos tonsilar e palatino ascendente)
- lingual (ramo lingual dorsal)
O plexo peritonsilar (através das veias lingual e faríngea) devolvem o sangue à veia jugular interna. A inervação ocorre através do ramo tonsilar do nervo glossofaríngeo (NC IX) e do nervo palatino menor, enquanto os linfonodos jugulodigástrico e cervicais superiores são responsáveis pela drenagem linfática.
Quer saber mais sobre as tonsilas palatinas? Dê uma olhada nos seguintes recursos:
Tonsilas linguais
As numerosas protrusões localizadas no terço posterior da língua são conhecidas coletivamente como tonsilas linguais. Elas também são cobertas por epitélio escamoso estratificado não-queratinizado. O ramo lingual dorsal da artéria lingual e a veia lingual são responsáveis pelo suprimento vascular e a drenagem venosa destes agregados linfáticos, respectivamente, enquanto o nervo glossofaríngeo os inerva, como o faz com o terço posterior da língua.
Tecido linfoide associado à mucosa (MALT)
O tecido linfoide associado à mucosa (conhecido pelo acrônimo MALT, do inglês “Mucosa-associated lymphoid tissue”) é encontrado ao longo do revestimento mucoso do corpo. A nomenclatura utilizada para descrever o tecido linfoide se adapta à anatomia regional. Por exemplo, MALT no trato gastrointestinal é chamado de Tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal (GALT, do inglês “gut-associated lymphatic tissue”), enquanto o MALT nas vias aéreas é chamado de tecido linfoide associado aos brônquios (BALT, do inglês “bronchus-associated lymphoid tissue”). Na nasofaringe e orofaringe o MALT é encontrado nos espaços intratonsilares (ou seja, entre os agregados tonsilares).
Vamos aprofundar os seus conhecimentos? Aprenda sobre as características histológicas das tonsilas faríngeas fazendo os nossos testes:
Notas Clínicas
Adenoidite e Tonsilite (Amigdalite)
Durante infecções das vias aéreas superiores (IVAS), as tonsilas faríngea e palatinas (amígdalas) podem sofrer aumento de suas dimensões, resultando em adenoidite ou tonsilite (amigdalite), respectivamente. Consequentemente, o tecido linfoide hipertrofiado pode levar a obstrução das vias aéreas. A inflamação possui origem tipicamente bacteriana. Inflamação persistente após tratamento com antibióticos que possuam atividade beta-lactamase pode indicar tratamento cirúrgico. Deve ser mencionado que após uma adenoidectomia alguns pacientes podem ainda apresentar sintomas de adenoidite. Um possível fator causal poderia ser a hipertrofia das tonsilas tubárias (HTT), uma condição na qual as tonsilas tubárias se tornam aumentadas para compensar a ausência da adenoide.
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