Adenoide (tonsila faríngea)
A adenoide, nome popularmente conhecido da tonsila faríngea, consiste em uma massa de tecido linfoide localizada na parede póstero-superior da nasofaringe. A tonsila faríngea, juntamente com as tonsilas palatinas (conhecidas popularmente como amígdalas) e as tonsilas linguais, fazem parte de um conjunto de tecido linfático associado a mucosas, denominado MALT (do inglês mucosa associated lymphoid tissue), e constituem a maior parte do anel linfático de Waldeyer. Por estar localizado na entrada dos tratos respiratório e alimentar, esse anel é o primeiro contato de microrganismos e patógenos com nosso corpo, tendo portanto importante função de proteção imunológica.
- Localização
- Inervação
- Drenagem linfática
- Irrigação arterial
- Drenagem venosa
- Notas clínicas
- Referências
Localização
A adenoide é uma estrutura de tecido linfoide com formato piramidal. O ápice da pirâmide se estende anteriormente até o septo nasal, e a base fica em contato com a parede posterior da nasofaringe. Sua superfície tem invaginações, com pregas que formam criptas. Posterior e superiormente à tonsila faríngea, temos a bolsa nasofaríngea (bursa de Luschka), que está na linha mediana e corresponde ao local de fixação da notocorda ao endoderma da faringe primitiva.
Microscopicamente, a tonsila faríngea é revestida pelo mesmo epitélio do trato respiratório, o epitélio pseudoestratificado colunar ciliado. Esse epitélio reveste as regiões laterais e inferiores, e em algumas regiões dispersas é possível encontrar epitélio escamoso estratificado não queratinizado, que reveste as pregas da mucosa. Entre a superfície superior e as superfícies adjacentes dos ossos esfenoide e occipital existe uma camada de tecido conjuntivo (hemicápsula) constituído de fibras reticulares. Tal tecido de revestimento envia prolongamentos para o parênquima linfoide, dividindo-o em 4 a 6 lobos. Muitas glândulas seromucosas estão presentes nesse tecido conjuntivo, e seus ductos estendem-se através do parênquima linfoide.
Inervação
A tonsila faríngea é inervada pelos seguintes nervos:
- Nervo glossofaríngeo (NC IX), através do plexo faríngeo
- Ramos palatinos posteriores do nervo maxilar
- Fibras do ramo lingual do nervo mandibular
Drenagem linfática
A linfa da tonsila faríngea é drenada para o espaço parafaríngeo e para os linfonodos retrofaríngeos.
Irrigação arterial
A tonsila faríngea recebe irrigação de 6 artérias:
- Artéria faríngea ascendente: essa artéria se origina da parte inferior da artéria carótida externa. Possui ramos anteriores que irrigam a faringe e estruturas associadas.
- Artéria palatina ascendente: ramo da artéria facial que passa superiormente entre os músculos estiloglosso e estilofaríngeo. Na porção superior do seu trajeto, passa entre os músculos constritor superior da faringe e pterigóideo medial.
- Ramo tonsilar da artéria facial: esse ramo emerge internamente ao músculo pterigóideo medial e ao músculo estiloglosso. A artéria então continua entrando na tonsila palatina e na maior parte da porção posterior da língua.
- Ramo faríngeo da artéria maxilar: a artéria maxilar é o sétimo ramo da artéria carótida externa. O ramo faríngeo se origina em sua terceira porção.
- Artéria do canal pterigóideo: esse é outro ramo da terceira porção da artéria maxilar, e irriga a parte superior da faringe e da tuba auditiva.
- Artéria basisfenoide: se origina a partir das artérias hipofisárias inferiores, que irrigam o leito da tonsila faríngea.
Drenagem venosa
A drenagem venosa se dá pelo plexo venoso submucoso interno e pelo plexo venoso faríngeo externo. Depois de emergir da superfície lateral da tonsila, as veias se unem às veias faríngeas que perfuram o músculo constritor superior da faringe para se juntarem ao plexo venoso faríngeo.Podem drenar também para as veias jugular interna ou facial.
Notas clínicas
Hipertrofia de adenoide
A tonsila faríngea pode sofrer infecção durante a infância e não sofrer o processo de atrofia de forma significativa. Infecções podem fazer com que as tonsilas faríngeas permaneçam inchadas e aumentadas de tamanho, mesmo depois do fim da infecção. Esse aumento do tecido pode dificultar a respiração, resultando em voz anasalada e respiração bucal, além de causar problemas durante o sono, como apneia e agitação noturna. Nesses casos, pode ser necessária a remoção cirúrgica da adenoide para eliminar a obstrução.
Disfunção da tuba de auditiva
A tuba auditiva (também conhecida como trompa de Eustáquio) conecta a orelha média à nasofaringe. A inflamação e o inchaço da tonsila faríngea podem obstruir a abertura da tuba auditiva, causando infecção do ouvido médio (otite média). O bloqueio da tuba auditiva traciona internamente a membrana timpânica, criando uma pressão negativa na cavidade timpânica, que pode levar à perda auditiva leve a moderada.
Apneia obstrutiva do sono
Essa condição ocorre usualmente em crianças durante o sono, devido ao bloqueio das vias aéreas pelo crescimento da tonsila faríngea. Os episódios de obstrução podem ocorrer durante a noite, causando um padrão de sono interrompido. Se a criança tem evidências dessa obstrução durante o sono, pode haver a indicação de tonsilectomia e adenoidectomia.
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