Nervo ulnar
O nervo ulnar é um ramo terminal do fascículo medial do plexo braquial. Ele contém principalmente fibras dos ramos anteriores dos nervos espinais de C8 e T1, mas às vezes também pode conter fibras de C7.
A partir de seu ponto de origem, o nervo ulnar segue distalmente passando pela axila, braço e antebraço até chegar à mão. É um nervo misto que fornece inervação motora para vários músculos do antebraço e da mão, bem como inervação sensitiva para a pele da mão.
O nervo ulnar pode ser descrito como o principal nervo da mão, pois inerva a grande maioria dos músculos intrínsecos. É um dos nervos clinicamente mais relevantes do membro superior, devido ao seu curso mais superficial e sua importante função na mão.
Este artigo irá discutir a anatomia e a função do nervo ulnar, bem como suas funções clínicas.
Origem | Plexo braquial (C8-T1) |
Ramos | Ramos musculares, ramos articulares, ramo palmar, ramo dorsal, ramo superficial, ramo profundo |
Inervação |
Motora: Flexor ulnar do carpo e metade medial do flexor profundo dos dedos A maioria dos músculos intrínsecos da mão Sensitiva: Superfícies anteriores do dedo mínimo e da metade ulnar do dedo anelar e pele palmar medial Superfícies dorsais do dedo mínimo e da metade ulnar do dedo anelar e face medial do dorso da mão |
Origem e trajeto
O nervo ulnar é a continuação distal do fascículo medial do plexo braquial, proveniente das raízes de C8 e T1. Muitas vezes transporta fibras de C7 através de um ramo comunicante do fascículo lateral.
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Braço
O nervo ulnar, após emergir do fascículo medial, segue distalmente passando pela axila, medialmente à artéria axilar. Desce pela face medial do braço, medialmente à artéria braquial e ao músculo bíceps braquial, onde perfura o septo intermuscular medial do braço para entrar no compartimento posterior.
O nervo ulnar, corre depois anteriormente à cabeça medial do músculo tríceps braquial e, em 70% a 80% das pessoas, passa sob a arcada de Struthers, uma fina faixa aponeurótica que se estende da cabeça medial do tríceps ao septo intermuscular medial do braço.
Ele cursa entre o epicôndilo medial do úmero e o olécrano da ulna, no sulco para o nervo ulnar, e entra no compartimento anterior do antebraço. Posteriormente ao epicôndilo medial, o nervo ulnar é subcutâneo e facilmente palpável. Geralmente não apresenta ramos no braço.
Antebraço
Após entrar no antebraço, o nervo ulnar segue pelo túnel cubital, superficialmente às bandas posterior e oblíqua do ligamento colateral ulnar. Este canal é delimitado pelo epicôndilo medial, pelo olécrano e por uma banda fibrosa (ligamento arqueado de Osbourne), que une as duas cabeças do músculo flexor ulnar do carpo.
Aqui, o nervo ulnar emite ramos articulares para a articulação do cotovelo. Ele continua no compartimento anterior do antebraço passando entre as cabeças umeral e ulnar do músculo flexor ulnar do carpo.
O nervo ulnar percorre a face medial do antebraço, sobre o músculo flexor profundo dos dedos e profundamente ao músculo flexor ulnar do carpo. Perto do punho, o nervo emerge lateralmente ao flexor ulnar do carpo, acompanhando a artéria ulnar (cubital), que se encontra lateral a ele. Ambas as estruturas cursam superficialmente ao retináculo dos flexores (ligamento transverso do carpo) para entrar na mão imediatamente lateral ao osso pisiforme, onde são cobertas apenas por fáscia e pele.
No antebraço, o nervo ulnar dá origem a dois ramos musculares: um para o flexor ulnar do carpo e outro para a porção ulnar (medial) do flexor profundo dos dedos. A metade lateral do flexor profundo dos dedos e os demais músculos do compartimento anterior do antebraço são inervados pelo nervo mediano. Além disso, o nervo ulnar emite dois ramos cutâneos no antebraço: o nervo palmar e o nervo dorsal. Esses nervos fornecem inervação sensitiva da mão.
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Mão
Ao passar pelo punho, o nervo e a artéria ulnar entram na mão passando pelo canal de Guyon (canal ulnar). Esse canal é formado por um sulco entre o osso pisiforme e o hâmulo do hamato e coberto pelo ligamento carpal palmar.
Aqui, o nervo se divide em ramos superficial e profundo para fornecer inervação sensitiva e motora à mão.
Ramos e inervação
O nervo ulnar geralmente não possui ramos no braço. Já no antebraço, emite ramos articulares, musculares e os ramos palmar e dorsal. Seus dois ramos terminais na mão são os ramos superficial e profundo do nervo ulnar.
Ramos do antebraço
- Ramos articulares: assim que o nervo ulnar passa entre o epicôndilo medial e o olécrano, através do túnel cubital, ele dá origem a ramos articulares que fornecem inervação para a articulação do cotovelo.
- Ramos musculares: dois ramos musculares emergem do nervo ulnar no antebraço proximal. Eles fornecem inervação motora para o flexor ulnar do carpo e a metade medial do flexor profundo dos dedos.
Ramos da mão
- O ramo palmar, ou ramo cutâneo palmar do nervo ulnar, emerge do nervo ulnar no terço médio do antebraço. Ele cursa junto com a artéria ulnar até o antebraço distal, onde perfura a fáscia profunda. Fornece inervação sensitiva para a pele que cobre os ossos mediais do carpo, na base da porção medial da palma da mão.
- O ramo dorsal, ou ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar, emerge na porção distal do antebraço, proximal à articulação radiocarpal. Ele cursa posteriormente, profundo ao flexor ulnar do carpo, e perfura a fáscia profunda para entrar na face medial do dorso da mão. Aqui, ele se divide em dois ou três nervos digitais dorsais responsáveis pela inervação sensitiva da pele na região medial e dorsal da mão, bem como nas regiões proximais do dedo mínimo e da metade ulnar do dedo anelar.
- O ramo superficial do nervo ulnar fornece inervação sensitiva ao dedo mínimo e à metade ulnar do dedo anelar, além da pele da região medial da palma da mão. Também fornece inervação motora ao músculo palmar curto, na região hipotenar. Origina-se do nervo ulnar imediatamente distal ao osso pisiforme e frequentemente se divide em dois nervos digitais palmares.
- O ramo profundo do nervo ulnar emerge juntamente com o ramo superficial. Ele corre entre os músculos da região hipotenar na face profunda da palma, adjacente ao ramo palmar profundo da artéria ulnar. Fornece inervação motora para a grande maioria dos músculos da mão, como os músculos hipotenares (músculos abdutor, flexor e oponente do dedo mínimo), os interósseos (3 palmares e 4 dorsais), os dois lumbricais mediais, a cabeça profunda do flexor curto do polegar e o adutor do polegar.
Para resumir a inervação do nervo ulnar, podemos dizer que ele é responsável pela inervação motora do flexor ulnar do carpo, da metade medial do flexor profundo dos dedos e de todos os músculos intrínsecos da mão, exceto os dois lumbricais laterais, o oponente do polegar, o abdutor curto do polegar e o flexor curto do polegar.
O nervo ulnar fornece inervação sensitiva para as seguintes áreas da mão:
- Pele da face palmar e dorsal do dedo mínimo e da metade medial do dedo anular, além da porção palmar adjacente.
- Pele do lado medial do dorso da mão.
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Notas clínicas
Lesão do nervo ulnar
As lesões do nervo ulnar são bastante comuns e podem ocorrer em vários níveis ao longo de seu trajeto no membro superior. Os locais mais frequentes de lesão ou compressão são: posterior ao epicôndilo medial, no túnel cubital e no canal de Guyon. As lesões do nervo ulnar são caracterizadas por parestesia (formigamento), dormência e, dependendo da gravidade, podem levar a um comprometimento considerável da função motora e sensitiva da mão.
A apresentação característica de uma lesão do nervo ulnar é a “mão em garra”, chamada de "garra ulnar". Indivíduos com essa deformidade apresentam hiperextensão das articulações metacarpofalângicas (por falta de inervação dos dois lumbricais mediais e ação sem oposição dos extensores das metacarpofalângicas) e flexão das articulações interfalângicas dos 4º e 5º dedos (pela ação sem oposição do flexor profundo dos dedos). A gravidade dessa deformidade, no entanto, depende da localização da lesão. Lesões superiores (proximais), como abaixo do cotovelo, podem levar a uma denervação da porção ulnar do flexor profundo dos dedos, de modo que a aparência de flexão da mão pode não ser tão visível.
A perda sensitiva após lesão do nervo ulnar também depende do local da lesão. Isso normalmente é determinado pela avaliação da função do ramo dorsal que emerge no antebraço distal e inerva a face medial do dorso da mão.
Geralmente, quanto mais proximal, pior é uma lesão nervosa. No entanto, quando falamos do nervo ulnar, acontece o contrário. Isso ocorre porque o flexor profundo dos dedos (no antebraço) é parcialmente inervado pelo nervo ulnar, razão pela qual uma lesão proximal afeta a inervação dos músculos do antebraço e da mão. Uma lesão distal, por outro lado, denerva apenas os músculos da mão. Portanto, os flexores dos dedos ainda funcionam e fazem com que a mão tenha uma aparência pronunciada em garra nos dedos anular e mínimo. Uma lesão proximal leva a uma palma da mão aberta e há mais capacidade funcional para desempenhar suas ações. Esse fenômeno é chamado de paradoxo ulnar.
A compressão do nervo ulnar proximal geralmente ocorre quando uma pessoa mantém o cotovelo pressionado em uma superfície por um longo período de tempo, como, por exemplo, na janela do carro nos casos de motoristas que percorrem longas distâncias. Além disso, pode ser decorrente de uma lesão esportiva, principalmente em atletas de arremesso, como, por exemplo, nos arremessadores de beisebol, críquete e de dardo. O movimento rápido da articulação do cotovelo durante o arremesso, da flexão para a extensão, pode causar uma compressão nervosa.
Os ciclistas também sofrem frequentemente com lesões do nervo ulnar, pois repousam a borda medial da mão no guidão da bicicleta, resultando em compressão do hamato e, portanto, do nervo ulnar distal (neuropatia do guidão).
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