Veia cava superior
A veia cava superior é uma veia curta mas calibrosa, localizada na região anterior direita do mediastino. O seu nome tem origem no latim, e está relacionado com sua semelhança com um grande cano em cadáveres: “cava” em latim significa “oca”.
A veia cava superior é muito importante para o funcionamento do sistema cardiovascular, pois contribui em grande parte para a entrada de sangue no átrio direito. Qualquer processo hipertensivo na metade direita do coração ou na circulação pulmonar afeta retrogradamente as veias cavas superior e inferior.
Este artigo irá discutir a anatomia e a função da veia cava superior.
Tributárias | Veia braquiocefálica Veia ázigos |
Área de drenagem | Metade superior do corpo (acima do diafragma) |
Drena para | Átrio direito do coração |
Anatomia
Embriologicamente, a veia cava superior é formada pelas veias braquiocefálicas direita e esquerda (também conhecidas como veias inominadas), que também recebem sangue dos membros superiores, de algumas partes da cabeça e do pescoço.
Não existem válvulas separando a veia cava superior do átrio direito, o que permite a condução do sangue em direção à veia jugular interna durante a contração do átrio e do ventrículo direitos, em direção à veia jugular interna (visualizável como pressão venosa jugular).
A veia cava superior tem início posteriormente à borda inferior da 1ª cartilagem costal direita e desce verticalmente atrás do 2º e do 3º espaços intercostais para drenar no átrio direito, ao nível da 3ª cartilagem costal. Sua metade inferior se encontra coberta por pericárdio fibroso, que é perfurado pela veia cava superior ao nível da 2ª cartilagem costal.
Função
A veia cava superior é uma das duas grandes veias através das quais o sangue volta do corpo para o lado direito do coração. Depois de circular pelo corpo sistemicamente, o sangue desoxigenado volta para o átrio direito do coração através da veia cava superior, que drena a metade superior do corpo, e da veia cava inferior (VCI), que drena a metade situada abaixo do diafragma.
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Notas clínicas
Obstrução da veia cava superior
A obstrução parcial ou completa da veia cava superior geralmente ocorre no contexto de câncer (câncer do pulmão, câncer metastático, ou linfoma). Clinicamente, a obstrução pode levar a ingurgitamento das veias na cabeça e pescoço, e causar dispneia (falta de ar), tosse, dor torácica, e dificuldades na deglutição.
Há um teste, chamado sinal de Pemberton, que pode ser realizado para identificar esta condição. Um sinal de Pemberton positivo é denotado por congestão facial e cianose (e/ou dificuldade respiratória) cerca de 1 minuto após o paciente elevar ambos os braços até tocarem os lados da face. Este sinal é indicativo de síndrome da veia cava superior, que é, frequentemente, o resultado de uma massa no mediastino.
Síndrome da veia cava superior
Esta síndrome se refere a um grupo de sintomas causados pela obstrução da veia cava superior. Mais de 90% dos casos de obstrução da veia cava superior se devem a câncer, geralmente carcinoma broncogênico, o que inclui o carcinoma de pequenas células e de não pequenas células do pulmão, ou ainda por linfoma de Burkitt, linfomas linfoblásticos, leucemias linfoblásticas agudas da linhagem pré-células-T, e outras leucemias agudas.
Os sintomas característicos são edema dos braços e da face, desenvolvimento de veias colaterais na região anterior da parede torácica, dispneia (falta de ar), dificuldades na deglutição, estridor e sintomas neurológicos (diminuição do estado de vigília, etc., devido a edema cerebral ou comprometimento das vias aéreas). Mais uma vez, o sinal de Pemberton pode ser usado para identificar a síndrome da veia cava superior.
Trombose da veia cava superior
A trombose frequentemente ocorre devido à formação de um trombo em torno de um cateter venoso central (CVC) de longa duração, especialmente em doentes com câncer que fazem uso de CVCs permanentes. O tratamento consiste em agentes trombolíticos ou anticoagulantes, e/ou na remoção do cateter.
Aneurisma da veia cava superior
Os aneurismas venosos com origem nas veias sistêmicas mediastínicas são extremamente raras, sendo a maior parte deles aneurismas fusiformes com origem na veia cava superior.
Veia cava superior esquerda persistente
A veia cava superior esquerda persistente é um remanescente embriológico, sendo a variação anatômica mais comum do sistema venoso torácico. Resulta de uma falha na involução da veia cava superior esquerda durante o desenvolvimento embriológico.
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