Esterno
O esterno é o osso que se encontra na linha média anterior do nosso tórax e faz parte da região anterior da caixa torácica. Sua função é proteger os órgãos torácicos de traumas. É uma estrutura onde se inserem vários músculos e também é o centro em torno do qual as 10 costelas superiores se fixam direta ou indiretamente.
Existem certas condições patológicas congênitas relacionadas ao esterno. Dentre elas as mais conhecidas são as deformidades morfológicas, que em alguns casos podem afetar os órgãos da cavidade torácica, principalmente nos casos de deformidades graves.
Função | Proteção dos pulmões, coração e vasos sanguíneos torácicos contra danos mecânicos |
Desenvolvimento embriológico | Desenvolve-se a partir de placas cartilaginosas direita e esquerda que se unem na linha média |
Partes |
Manúbrio - região mais superior que se articula com as clavículas e com o primeiro par de costelas Corpo - articula com as 3ª - 7ª costelas Processo xifoide - parte mais inferior |
Relações clínicas | Esternotomia, luxação da articulação esternoclavicular, fratura, pectus excavatum, pectus carinatum |
Neste artigo, discutiremos a embriologia, anatomia e relevância clínica do esterno.
Embriologia
- O esterno se desenvolve a partir de placas cartilaginosas direita e esquerda, que se unem na linha média.
- As costelas se desenvolvem a partir de seus centros de ossificação e se unem ao esterno na linha média.
- O manúbrio e o processo xifoide geralmente se desenvolvem cada um a partir de um centro de ossificação individual, mas os centros esternais são comumente bilaterais simétricos ou assimétricos.
- O processo xifoide não se une totalmente ao corpo do esterno até a idade adulta.
Anatomia
A palavra esterno se origina da antiga palavra grega "sternon", que significa tórax. O esterno também é conhecido como o osso do peito. É um osso plano que se articula com a clavícula e as cartilagens costais das 7 costelas superiores (costelas verdadeiras), enquanto a 8ª, 9ª e 10ª costelas (costelas falsas) estão indiretamente ligadas ao esterno através da cartilagem costal das costelas verdadeiras. O osso é dividido em três partes:
- O manúbrio.
- O corpo do esterno.
- O processo xifoide.
O esterno se localiza superficialmente na parte anterior do tórax e é facilmente palpável abaixo da pele na linha média. O osso cobre parcialmente e protege o coração e os grandes vasos, assim como a traqueia e o esôfago.
Manúbrio
O manúbrio é um grande osso quadrangular que se encontra acima do corpo do esterno. A borda inferior é mais estreita, bastante irregular, e se articula com o corpo, havendo uma fina camada de cartilagem entre tais partes. Na borda superior do osso, temos a incisura jugular ou incisura supraesternal, onde se inserem as fibras do ligamento interclavicular. As incisuras claviculares para a articulação com as clavículas são projetadas superior e lateralmente em ambos os lados da incisura jugular. As cartilagens costais da primeira costela e para parte da segunda costela também se articulam com o manúbrio em facetas na sua borda lateral.
As fibras esternais do peitoral maior e do esternocleidomastóideo se inserem na superfície anterior. A superfície posterior fornece inserção aos músculos esterno-hióideo e esternotireóideo. O ligamento esternopericárdico superior conecta o pericárdio (que fica na parte superior do mediastino médio) ao manúbrio. A borda inferior do manúbrio articula-se com o corpo do esterno no ângulo esternal, também conhecido como ângulo de Louis, encontrada ao nível da borda inferior da vértebra T4. O segundo par de cartilagens costais se insere no ângulo esternal. O segundo espaço intercostal pode ser palpado em ambos os lados dessa projeção e é o local para ausculta da área pulmonar e aórtica, à esquerda e à direita, respectivamente.
Corpo do esterno
O corpo do esterno é uma estrutura longa e plana, com uma superfície anterior convexa e uma superfície posterior côncava. Possui facetas em cada borda lateral, que se articulam com as cartilagens costais da 3ª à 7ª costelas, juntamente com parte da segunda cartilagem costal.
A cabeça esternocostal do músculo peitoral maior se conecta ao esterno, nos aspectos laterais de sua superfície anterior. A superfície posterior do corpo dá origem ao músculo transverso do tórax (inervado pelos nervos intercostais). A parte inferior é mais estreita e se articula com o processo xifoide.
Processo xifoide
O processo xifoide é uma pequena projeção óssea, geralmente pontiaguda. Possui semifacetas para parte da sétima cartilagem costal em seu ângulo súpero-lateral.
As fibras do reto abdominal e aponeurose dos oblíquos internos e externos estão inseridas na sua superfície anterior. A superfície posterior dá origem ao ligamento esternopericárdico inferior.
É também o local de inserção de parte do diafragma torácico. O suprimento sanguíneo do esterno origina-se da artéria torácica interna.
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Notas clínicas
Esternotomia / cirurgia cardiotorácica
A cirurgia cardiotorácica aberta requer que o esterno seja aberto para se acessar os órgãos torácicos. Esta técnica pode ser usada para cirurgia de artéria coronária e reparo aberto de aneurismas da aorta abdominal. No entanto, com o desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas radiologicamente guiadas, como o RAE (reparo de aneurisma endovascular), a esternotomia está sendo cada vez menos utilizada. As abordagens mais novas levam a um tempo de recuperação mais curto e menos morbidade para o paciente.
Luxação da articulação esternoclavicular
Esta é uma luxação incomum e, devido à sua localização próxima aos grandes vasos, é potencialmente perigosa. Os sintomas incluem dor local e, se os grandes vasos estiverem comprometidos, morte súbita.
Fratura do esterno
Esta é uma fratura rara e mais comumente é decorrente de acidentes automobilísticos ou outro tipo de trauma direto de alto impacto. O manúbrio é a parte do osso mais comumente acometida. Devido à sua proximidade, as costelas também são comumente fraturadas. Os órgãos vitais podem também ser comprometidos.
Biópsia de medula óssea
O esterno é usado como local para biópsia de medula óssea em pacientes obesos ou com sobrepeso, onde o acesso à crista ilíaca é limitado.
Pectus excavatum
Pectus excavatum é uma condição também conhecida como tórax em funil, em que o esterno e as costelas superiores crescem anormalmente, criando uma aparência de tórax afundado. As causas incluem síndrome de Marfan (defeito de fibrilina) e síndrome de Ehlers-Danlos (defeito de colágeno).
Pectus carinatum
É o oposto do pectus excavatum e ocorre quando as costelas e o esterno crescem de forma anormal, de forma que o esterno se projeta para fora. O tórax tem a forma de um pássaro, esta condição também é uma característica em muitas síndromes como a síndrome de Down, síndrome de Marfan e osteogênese imperfeita.
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