Videoaula: Histologia da tireoide
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A glândula tireoide não parece muito interessante, não é mesmo? Assim, acho que seu formato é até bacana, meio que parece uma borboleta. Mas tirando isso ela é só um pequeno pedaço mole e marrom de ...
Leia maisA glândula tireoide não parece muito interessante, não é mesmo? Assim, acho que seu formato é até bacana, meio que parece uma borboleta. Mas tirando isso ela é só um pequeno pedaço mole e marrom de tecido endócrino no nosso pescoço. Então, por que nos preocupamos tanto com ela? Bem, ela afeta muitas coisas, como o metabolismo, o desenvolvimento e a função cardiovascular. As coisas legais que a glândula tireoide faz podem ser melhor entendidas quando você conhece a sua estrutura microscópica. Então, que bom que você está aqui na nossa videoaula sobre a histologia da glândula tireoide!
Nessa videoaula nós vamos ver as estruturas microscópicas que fazem a glândula tireoide funcionar. Antes de começarmos, vamos dar uma olhada rápida no que aprenderemos hoje. Vamos começar revisando o que é a glândula tireoide, o que ela faz e onde ela está no nosso corpo - a parte básica. Depois nós vamos entrar nos detalhes microscópicos, começando com as estruturas glandulares e depois vendo as unidades funcionais em mais detalhes. Para finalizar, vamos ver tudo sobre um aspecto clínico.
Você está pronto? Então vamos lá!
Vamos começar com o básico sobre a glândula tireoide, olhando para ela numa perspectiva macroscópica. A glândula tireoide é um órgão do sistema endócrino encontrada no pescoço, anteriormente à traqueia e inferiormente à laringe. Ela tem um lobo direito e um lobo esquerdo, conectados por um istmo central na linha média, e um lobo piramidal adicional em quarenta por cento da população. Sua cor marrom-avermelhada se deve à sua rica vascularização.
A principal função da tireoide como um órgão endócrino é produzir hormônios. Três diferentes hormônios são produzidos e secretados pela glândula tireoide. Dois são hormônios à base de iodo, chamados de triiodotironina e tiroxina, também chamada de tetraiodotironina. Esses hormônios aumentam a taxa metabólica basal das células do corpo, fazendo com que elas trabalhem mais. Isso terá alguns efeitos indiretos, como o aumento da temperatura corporal e da frequência cardíaca. Nas crianças, eles estimulam o crescimento e o desenvolvimento do sistema nervoso central. O terceiro hormônio produzido pela glândula tireoide é a calcitonina. Esse hormônio age reduzindo a concentração de cálcio no sangue.
Muito bem, agora que nós vimos os aspectos básicos da glândula tireoide, o que você acha de irmos para o que interessa? Chegou a hora da histologia! A maior parte das lâminas que nós vamos ver nessa videoaula foram preparadas com os corantes hematoxilina e eosina, a chamada coloração HE. Nós te contaremos se alguma imagem tiver sido preparada com um corante diferente. HE é o corante histológico mais comumente usado devido a sua simplicidade e sua habilidade de definir claramente a morfologia básica de um tecido ao corar os núcleos e citoplasmas em cores diferentes. O componente hematoxilina é aplicado primeiro e cora os núcleos em azul, além das partes do citoplasma que contêm RNA. A amostra é então corada com eosina, que cora as proteínas e o citoplasma em vários tons de rosa.
Essa é uma lâmina histológica da glândula tireoide. Uma das coisas mais notáveis dessa imagem aumentada pelo zoom são os grandes espaços preenchidos por fluido que nós podemos ver em toda a glândula. Um dos papéis da glândula tireoide é armazenar alguns dos hormônios que ela produziu até que eles sejam necessários. Esses espaços permitem esse armazenamento. Vamos dar uma olhada mais de perto neles mais à frente.
Assim como a maior parte dos órgãos, a glândula tireoide é revestida por uma fina cápsula formada por tecido conjuntivo fibroso. Esse tecido conjuntivo se estende no parênquima da glândula e ajuda a dividir os lobos da glândula tireoide em lóbulos menores e de formato irregular. Na imagem da direita nós podemos ver parte de uma dessas extensões de tecido conjuntivo destacada em verde. Elas são chamadas de trabéculas. Na imagem da esquerda, nós podemos ver a mesma trabécula destacada em verde, mas agora conseguimos ver a subdivisão que ela cria dentro da glândula tireoide.
E aqui está um exemplo de um desses lóbulos que as trabéculas ajudam a criar. Lembre-se, um lóbulo é uma subdivisão dos lobos da glândula tireoide. Os lóbulos são separados uns dos outros por trabéculas. Dentro de cada lóbulo existe uma coleção de folículos, que nós vamos ver a seguir.
Os folículos tireoidianos, três dos quais nós podemos ver destacados agora em verde, são as unidades funcionais da glândula tireoide. Cada lóbulo contém um número de folículos de tamanhos variados. Nós vamos ver mais de perto as partes desses folículos mais à frente nesta videoaula.
Ao redor dos folículos fica o estroma da glândula tireoide. O estroma é a parte da glândula tireoide que dá suporte às unidades funcionais - os folículos. O estroma é formado por tecido conjuntivo reticular, parte do qual nós podemos ver agora destacado em verde. Além disso, dentro do estroma é onde nós encontramos os capilares fenestrados da glândula tireoide. Nós indicamos alguns desses capilares localizados entre as fibras de tecido conjuntivo. Mas como nós sabemos que eles são capilares?
Bem, eles possuem uma parede fina típica, formada por uma camada única de células endoteliais escamosas ou achatadas, que permitem uma passagem mais fácil dos líquidos do interstício ao redor, o que é especialmente importante em uma glândula endócrina, já que os hormônios que ela produz vão diretamente para a corrente sanguínea. E como estamos com sorte, nesse corte nós também podemos ver algumas hemácias coradas de vermelho vivo dentro dos capilares.
Então, esse estroma, formado por tecido conjuntivo reticular, contém não só capilares, mas também é onde nós vamos encontrar vasos linfáticos drenando a glândula tireoide e fibras nervosas simpáticas que vão agir no suprimento arterial da glândula tireoide.
Agora que nós temos uma boa ideia da estrutura geral da glândula tireoide, vamos dar uma olhada mais de perto nos folículos tireoidianos.
Os folículos tireoidianos são estruturas esféricas com cerca de 0,02 a 0,09 milímetros de diâmetro. Lembre-se que os folículos são as unidades funcionais da glândula tireoide, tendo suas partes envolvidas em aspectos da produção e do armazenamento de hormônios. Agora nós vamos identificar rapidamente essas partes antes de entrarmos em mais detalhes.
A primeira coisa que precisamos notar é que cada folículo é revestido por um epitélio folicular. Essa camada única de células epiteliais repousa sobre uma lâmina basal externa, que nós podemos ver destacada agora em verde. Dentro do epitélio folicular está o lúmen. O lúmen é preenchido por coloide, que é uma substância semi sólida que agora está destacada em verde. Nós vamos conversar mais sobre ela a seguir.
Muito bem, vamos voltar para o epitélio folicular. O epitélio folicular é um epitélio simples, o que significa que ele só possui uma camada de células. Entretanto, cada célula, pode variar em formato de colunar a cúbica ou até escamosa, dependendo do nível de atividade do folículo. Células epiteliais ativas são cúbicas ou colunares baixas, enquanto as células inativas são escamosas. O citoplasma tem aparência difusamente roxa, devido à presença de muito retículo endoplasmático rugoso que sintetiza os precursores dos hormônios tireoidianos. Nas suas extremidades apicais, essas células possuem microvilos de comprimentos variados. Essas células são responsáveis pela produção dos hormônios T3 e T4.
E agora vamos dar uma olhada mais de perto no coloide. O coloide é uma substância semi sólida rica em proteínas que preenche o lúmen das células foliculares. Em um corte corado por HE, o coloide é rosa brilhante, e podemos ver com frequência linhas claras passando por ele. Essas linhas são somente artefatos que ocorrem durante a preparação da lâmina. Na vida real, o coloide preenche uniformemente todo o folículo. Ele é formado por tireoglobulina, que é uma forma inativa de armazenamento dos hormônios tireoideanos. Existem hormônios tireoidianos suficientes, armazenados nos folículos, para regular o metabolismo do corpo por três meses.
Em resposta a um hormônio liberado pela glândula hipófise conhecido com TSH ou hormônio tireoestimulante, o coloide é reabsorvido pelas células foliculares por endocitose.
Nós realmente somos muito sortudos, pois podemos ver áreas de reabsorção ativa na nossa lâmina, que aparecem como essas bolhas claras arredondadas no coloide. As células foliculares então liberam T3 e T4 da sua forma armazenada e os envia para a circulação. Dentro do coloide de alguns folículos, cristais de oxalato podem ser encontrados. Esses são depósitos de oxalato de cálcio, comumente encontrados em folículos inativos de todos os indivíduos.
O último tipo celular da glândula tireoide que nós vamos identificar são as células parafoliculares, que nós podemos ver agora destacadas em verde. Como seu nome sugere, elas estão ao lado dos folículos, em vez de fazerem parte dele. Elas nunca entram em contato com o coloide. Esse grupo de células parafoliculares é encontrado perto de alguns folículos diferentes. As células parafoliculares também são chamadas de células C. Elas produzem o terceiro hormônio da glândula tireoide, a calcitonina. Esse hormônio ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue, especificamente reduzindo os níveis de cálcio ao diminuir a reabsorção óssea. Ele é um antagonista do paratormônio, que é liberado pelas glândulas vizinhas paratireoides.
Agora que nós identificamos todos os componentes da glândula tireoide em uma coloração HE, você acha que nós conseguimos identificá-los facilmente em uma preparação diferente? Uma coloração tricrômica foi usada para criar essa lâmina, por isso as cores estão diferentes. Entretanto, nós ainda podemos ver as unidades funcionais distintas da glândula tireoide - os folículos tireoidianos.
O epitélio folicular pode ser visto aqui ao redor do folículo, com as células parafoliculares também visíveis entre os folículos e o coloide visualizado em uma cor bem diferente, variando de lilás a vermelho escuro, no lúmen dos folículos. Se dermos uma olhada ainda mais de perto nós também podemos ver um capilar em um corte longitudinal aqui, com hemácias dentro dele.
E se algo der errado com nossa glândula tireoide? Se houver um ataque autoimune de seu tecido? O que você acha que nós veríamos histologicamente?
Vamos olhar para a condição da glândula tireoide que ocorre após um ataque autoimune - a tireoidite de Hashimoto. Essa condição envolve o sistema imune, atacando e destruindo o epitélio folicular da glândula tireoide, o que gradualmente reduz sua capacidade de produzir hormônios tireoideanos. Não existem sintomas específicos da tireoidite de Hashimoto. Seu início geralmente é bem gradual e quando os sintomas começam, eles são os mesmos do hipotireoidismo. O que faz sentido, já que o que está acontecendo é o resultado de uma redução dos hormônios tireoideanos. Para esses indivíduos com hipotireoidismo, a terapia de reposição hormonal é usada para melhora dos sintomas.
Muito bem, e agora você é um especialista na histologia da glândula tireoide. Antes de terminarmos, vamos recapitular o que nós vimos hoje.
Começamos olhando para a estrutura geral da glândula tireoide, notando as várias unidades de formato esférico dentro do tecido. Nós vimos que a glândula é revestida por uma fina cápsula, e que essa cápsula se projeta para dentro na forma de trabéculas, dividindo a glândula em porções menores. Essas divisões menores são chamados lóbulos tireoidianos. Dentro dos lóbulos tireoidianos nós descobrimos as unidades funcionais da glândula, chamadas de folículos tireoidianos. Ao redor deles e fornecendo suporte está o estroma da glândula tireoide, que é formado por tecido conjuntivo reticular. O estroma também é onde nós encontramos os capilares que irrigam a glândula tireoide.
Depois nós vimos os folículos tireoidianos e identificamos a camada única de epitélio folicular que reveste as unidades esféricas. Nós vimos essas células epiteliais sobre a lâmina basal e revestindo o lúmen do folículo. Dentro do lúmen, nós identificamos uma substância semi sólida rica em proteínas, que às vezes contém cristais de oxalato, quando inativa.
A última estrutura que nós vimos foram as células parafoliculares, encontradas entre os folículos e que produzem calcitonina. Finalmente, nós falamos sobre uma doença autoimune, a tireoidite de Hashimoto, que causa sintomas de hipotireoidismo.
E isso nos trás ao fim desta videoaula. Espero que tenha gostado e obrigada por assistir!