ArtigosAnatomiaMembros inferioresTornozelo e péFalanges do pé

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Falanges do pé

Autor: Dra. Lívia Lourenço do Carmo • Revisor: Dr. Rafael Lourenço do Carmo
Última revisão: 30 de Outubro de 2023
Tempo de leitura: 7 minutos

As falanges são ossos longos do pé, que se localizam distalmente aos ossos metatarsais. Assim como na mão, cada dedo é formado por três falanges que são chamadas de falanges proximal, média e distal. Entretanto, o hálux só possui duas falanges, uma proximal e uma distal. Ocasionalmente, só existem duas falanges no quinto dedo.

As falanges consistem em uma base proximal, uma diáfise e uma cabeça distal. Este artigo aborda a anatomia das falanges do pé, incluindo as áreas de fixações musculares, vascularização e ossificação, bem como patologias clinicamente relevantes.

Conteúdo

Anatomia
1. Articulações
2. Características
Fixações musculares
Vascularização
Inervação
Ossificação
Notas clínicas
Referências

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Anatomia

Articulações

As falanges do pé são muito mais curtas do que as da mão e possuem um comprimento total muito menor do que os ossos metatarsais. As bases da falanges proximais se articulam com as cabeças dos respectivos ossos metatarsais através das articulações metatarsofalângicas.

As cabeças das falanges proximais se articulam com as bases das falanges médias nas articulações interfalângicas proximais. As articulações interfalângicas distais são formadas entre as cabeças das falanges médias e as bases das falanges distais. Essas articulações em dobradiça permitem flexão e extensão, e são reforçadas pelos ligamentos plantares, bem como pelos ligamentos colaterais mediais e laterais.

Características

As bases das falanges proximais são côncavas para permitir a articulação com as cabeças metatarsais, já que elas possuem um formato de polia ou tróclea. Assim como nos ossos metatarsais, as diáfises das falanges proximais são convexas dorsalmente, mas côncavas na sua face plantar.

As pequenas falanges médias são mais largas do que as falanges proximais.

As falanges distais são mais planas e menores do que as da mão. Elas possuem uma base ampla para se articular com as falanges médias, bem como uma cabeça não articular. Uma tuberosidade irregular com formato de crescente está presente na superfície plantar das cabeças, e dá suporte às polpas dos dedos.

O pé é uma região com vários ossos. Mas você pode facilitar o seu aprendizado respondendo a testes e questionários. Memorize todos os ossos do pé com o teste abaixo:

Fixações musculares

Falanges proximais

Vários músculos do pé se fixam às falanges. Os músculos que se fixam às falanges proximais são:

Lumbricais - porção medial das quatro falanges laterais
Interósseos - ambos os lados das segunda, terceira e quarta falanges proximais

Falanges médias

Músculos que se fixam às falanges médias:

Flexor curto dos dedos - face plantar da base
Extensor curto dos dedos - face dorsal da base

Falanges distais

Dois músculos se fixam à falange distal do hálux:

Flexor longo do hálux - face plantar da base
Extensor longo do hálux - face plantar da base

Músculos que se fixam às quatro falanges laterais:

Flexor longo dos dedos - face plantar da base
Extensor longo dos dedos - face plantar da base

Vascularização

As artérias digitais dorsais irrigam as falanges proximais e médias. As falanges médias também recebem suprimento sanguíneo das artérias digitais plantares, que por sua vez irrigam as falanges distais.

Inervação

Os nervos digitais plantares e dorsais inervam todas as falanges.

Nervos digitais plantares próprios (vista inferior)

Ossificação

Ossificação é um processo de remodelamento ósseo no qual novos ossos são formados por osteoblastos, as células que sintetizam os ossos. Esse é um processo importante no desenvolvimento ósseo e envolve a transformação de cartilagem em osso. O local onde a ossificação se inicia é chamado de centro de ossificação.

O centro de ossificação das falanges distais é o primeiro a aparecer, entre a 9ª e a 12ª semana de gestação. Em seguida os centros de ossificação das falanges proximais aparecem, entre a 11ª e 15ª semana. O desenvolvimento das falanges médias normalmente ocorre logo após o das falanges principais.

Notas clínicas

Dedo em garra

As deformidades dos dedos dos pés podem causar dor intensa e quase sempre ocorrem nos quatro dedos laterais. O dedo em garra é uma deformidade que leva à dorsiflexão das articulações metacarpofalângicas e interfalângicas proximais e distais. Essa deformidade é mais comum em mulheres e em idosos. O dedo em garra pode ocorrer juntamente com algumas doenças neuromusculares como esclerose múltipla e paralisia cerebral. Ele também pode ser visto em doenças metabólicas como diabetes mellitus, bem como em doenças inflamatórias como artrite reumatóide.

Dedo em martelo

A deformidade mais comumente vista nos quatro dedos laterais é a deformidade em martelo. O uso de sapatos mal ajustados é a principal causa dessa deformidade, que leva à deformidade em flexão da articulação interfalângica proximal, bem como à hiperextensão das articulações metatarsofalângicas e interfalângicas distais. Métodos possíveis para o tratamento incluem o uso de talas nos dedos, bem como de calçados apropriados. Entretanto, se após esses métodos a dor permanecer de maneira intensa, a correção cirúrgica pode ser indicada.

Dedo em malho

A deformidade em flexão da articulação interfalângica distal é chamada de dedo em pé de martelo. Essa condição pode ser causada por trauma ou uso de calçados inapropriados e pode levar à formação de calos e deformidades ungueais. O tratamento não cirúrgico pode envolver órteses ou protetores dos dedos.

Fraturas

As fraturas dos dedos dos pés ocorrem mais frequentemente no quinto dedo e podem estar associadas à luxação do dedo. Essas fraturas normalmente ocorrem distalmente à articulação metacarpofalângica e geralmente são causadas por trauma, como pela queda de um objeto sobre o dedo ou a colisão do dedo com um objeto.

Referências

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S. Standring: Gray’s Anatomy The Anatomical Basis Of Clinical Practice, 40th Edition, Elsevier Health Sciences UK (2008), p. 2626.

Ilustrações

Falanges proximais do pé (vista lateral direita) - Liene Znotina
Falanges distais do pé (vista lateral direita) - Liene Znotina
Nervos digitais plantares próprios (vista inferior) - Liene Znotina

Tradução e revisão:

Lívia Lourenço do Carmo
Rafael Lourenço do Carmo

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Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver

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