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Articulação acromioclavicular

Ossos, ligamentos, movimentos e músculos da articulação do ombro.
Articulação acromioclavicular

A articulação acromioclavicular é uma articulação entre dois ossos da cintura escapular: a clavícula e a escápula. É uma articulação sinovial plana, com superfícies articulares que são aproximadamente do mesmo tamanho.

Como não há músculos que atuem diretamente nessa articulação, os seus movimentos são inteiramente passivos. É uma articulação multiaxial, permitindo movimentos de protração-retração, elevação-depressão e rotação axial.

A função desta articulação é permitir que a cintura escapular acompanhe os movimentos da articulação do ombro, em especial quando a articulação esternoclavicular atinge sua amplitude máxima de movimento. Além disso, a articulação acromioclavicular também permite a transmissão de força do membro superior para a clavícula.

Informações importantes sobre a articulação acromioclavicular
Tipo Articulação sinovial plana multiaxial
Superfícies articulares Acrômio da escápula
Extremidade acromial da clavícula
Ligamentos Intrínsecos: ligamento acromioclavicular superior, ligamento acromioclavicular inferior
Extrínsecos:
ligamento coracoclavicular (com partes conoide e trapezoide)
Inervação Nervo peitoral lateral
Nervo supra-escapular
Vascularização Artéria toracoacromial
Artéria supra-escapular
Movimentos Protração-retração
Elevação-depressão
Rotação axial

Este artigo irá discutir a anatomia e função da articulação acromioclavicular.

Conteúdo
  1. Superfícies articulares
  2. Cápsula articular e ligamentos
  3. Inervação
  4. Vascularização
  5. Movimentos
  6. Músculos que atuam na articulação acromioclavicular
  7. Luxação da articulação acromioclavicular
  8. Referências
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Superfícies articulares

A articulação acromioclavicular é a articulação entre a extremidade acromial da clavícula e a faceta clavicular do acrômio da escápula. A superfície articular clavicular é oval e ligeiramente convexa, enquanto que a superfície acromial é côncava. Ambas as superfícies articulares são revestidas por fibrocartilagem.

Normalmente, esta articulação não contém um disco articular, uma vez que as superfícies articulares são totalmente congruentes, ou seja, elas se opõem confortavelmente. No entanto, em alguns indivíduos onde a congruência entre as superfícies é incompleta devido a variações anatômicas ósseas normais, pode existir um disco incompleto (menisco) fixado ao ligamento acromioclavicular superior e situado entre as superfícies articulares. Muito raramente, pode ser encontrado um disco articular completo na articulação, ligando-se aos ligamentos acromioclaviculares superior e inferior. Além de seu arranjo totalmente congruente, a estabilidade da articulação acromioclavicular também é reforçada por uma cápsula articular e por dois conjuntos de ligamentos fortes.

Cápsula articular e ligamentos

A articulação acromioclavicular é completamente envolvida por uma cápsula fibrosa. Sua superfície interna é revestida por uma membrana sinovial, que delimita a cavidade sinovial da articulação. A cápsula é sustentada externamente pelo ligamento acromioclavicular e pelo músculo trapézio, no seu aspecto superior. A superfície capsular posterior é reforçada apenas pelo músculo trapézio, enquanto que a superfície anterior é sustentada pelo músculo deltoide. A parte inferior da cápsula não tem suporte muscular ou ligamentar adicional, e pode se tornar incompleta mais tarde na vida.

A articulação acromioclavicular é estabilizada por dois conjuntos de ligamentos:

  • Um par de ligamentos intrínsecos encontrados dentro da cápsula articular: os ligamentos acromioclaviculares superior e inferior
  • Um único ligamento extrínseco encontrado fora da cápsula articular: o ligamento coracoclavicular.

O ligamento acromioclavicular superior liga as superfícies superiores do acrômio e da extremidade acromial da clavícula. Uma parte das fibras do músculo trapézio se funde com este ligamento, estabilizando o lado superior da cápsula articular. Da mesma forma, o ligamento acromioclavicular inferior liga as superfícies inferiores do acrômio e da extremidade acromial da clavícula. É mais fino do que o seu homólogo superior e pode sofrer perfurações com a idade. Tem particular importância em indivíduos cujas superfícies articulares da articulação acromioclavicular não são congruentes, pois fornece um ponto de fixação para o disco articular, se este estiver presente.

Ligamento coracoclavicular

O ligamento coracoclavicular estende-se entre a extremidade acromial da clavícula e o processo coracoide da escápula. É constituído por uma parte trapezoidal e uma parte conoide. Essas partes se fundem em suas inserções coracoides e se estendem por diferentes planos em direção às suas respectivas inserções claviculares.

A parte trapezoide forma a parte anterolateral quadrangular do ligamento, estendendo-se entre a superfície superior do processo coracoide e a linha trapezoide na superfície inferior da clavícula.

A parte conoide inclui a parte cônica posteromedial, e se estende desde o tubérculo conoide da clavícula até à superfície posterior e à raiz do processo coracoide. A sua fixação coracoide situa-se lateralmente à incisura escapular e é contínua com o ligamento escapular transverso, que liga a incisura. Com isto, as partes conoide e trapezoide formam um espaço triangular orientado posterior e superiormente, preenchido por um coxim de tecido adiposo ou por uma bursa.

Compreenda a anatomia e a função da articulação sinovial explorando esta unidade de estudos.
 

Inervação

A articulação acromioclavicular é inervada pelos nervos peitoral lateral e supra-escapular. O nervo peitoral lateral é um ramo do fascículo lateral do plexo braquial, enquanto o nervo supra-escapular se origina do tronco superior do mesmo plexo.

Vascularização

A vascularização da articulação acromioclavicular vem das artérias toracoacromial e supra-escapular. A primeira é um ramo da artéria axilar, enquanto a segunda se origina da artéria subclávia através do tronco tireocervical.

Movimentos

A articulação acromioclavicular forma parte da articulação escapulotorácica, juntamente com a articulação esternoclavicular e a ligação entre os tecidos moles da escápula e a parede torácica posterior. A função dessa articulação é possibilitar os movimentos da escápula que posicionam a articulação glenoumeral no espaço.

Tendo a clavícula como estrutura óssea comum, os movimentos nas articulações acromioclavicular e esternoclavicular estão intimamente relacionados entre si. Mais especificamente, a função mais importante da articulação acromioclavicular é permitir uma maior amplitude de movimentos da cintura peitoral, ou seja, a partir do ponto em que a articulação esternoclavicular atingiu sua amplitude de movimentos máxima.

A articulação acromioclavicular é uma articulação multiaxial com três tipos de movimentos:

  1. Protração - retração
  2. Elevação - depressão (amplitude total de movimento de 15°)
  3. Rotação lateral - rotação medial (amplitude total de movimento de 30°)
Movimentos da articulação acromioclavicular

A protração e a retração do acrômio ocorrem em torno de um eixo vertical que passa pela extremidade lateral da clavícula, entre a articulação acromioclavicular e o ligamento coracoclavicular. A protração é limitada pela parte posterior da cápsula articular e pela parte conoide do ligamento acromioclavicular. Já retração é limitada pela parte anterior da cápsula e pela parte trapezoide do ligamento acromioclavicular.

A elevação e a depressão do acrômio, por outro lado, ocorrem em um eixo sagital. A elevação é limitada pela tensão em ambas as partes do ligamento coracoclavicular, enquanto a depressão acaba sendo limitada pelo contato entre o processo coracoide da escápula e a superfície inferior da clavícula.

A rotação do acrômio ocorre em torno de um eixo transversal que passa pela articulação acromioclavicular e pelo ligamento conoide. É importante para coordenar os movimentos do ombro com os da cintura escapular, pois permite a elevação total do braço em flexão. Os movimentos são limitados por ambas as partes do ligamento coracoclavicular.

A articulação acromioclavicular fica em uma posição fechada na abdução do braço a 90°, encontrando-se em posição aberta quando o braço está apoiado ao lado do corpo. O termo “padrão capsular” nas dores da articulação acromioclavicular refere-se à dor relacionada à extrema amplitude de movimento, principalmente à adução horizontal e elevação total do braço. A articulação permite movimentos acessórios em dois eixos (biaxial): protração-retração e elevação-depressão da extremidade lateral da clavícula.

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Músculos que atuam na articulação acromioclavicular

Os movimentos na articulação acromioclavicular são completamente passivos e dependem dos movimentos da escápula e da clavícula nas articulações escapulotorácica e glenoumeral.

A elevação e a rotação lateral da escápula na articulação acromioclavicular são produzidas principalmente pelas partes descendente e transversa do músculo trapézio, as quais tracionam o acrômio, a espinha da escápula e o terço lateral da clavícula em direção superomedial. Quando o músculo levantador da escápula se contrai ao mesmo tempo, ele neutraliza a rotação e o resultado final é a elevação da escápula.

Esses movimentos são seguidos pela depressão da extremidade medial da clavícula na articulação esternoclavicular.

A depressão e a rotação medial da escápula acontecem de forma passiva, devido ao relaxamento dos músculos responsáveis pela elevação, juntamente com a força da gravidade. Se necessário, o peitoral menor e as fibras mais inferiores do músculo serrátil anterior podem forçar a depressão da escápula, enquanto o levantador da escápula, os romboides e o peitoral menor são rotadores mediais ativos. Esses movimentos são seguidos pela elevação da extremidade esternal da clavícula na articulação esternoclavicular.

A protração da escápula na articulação acromioclavicular é produzida principalmente pelos músculos serrátil anterior e peitoral menor, enquanto a retração ocorre devido à contração das partes horizontal e ascendente do músculo trapézio e dos músculos romboides menor e maior. Na protração e na retração, a extremidade esternal da clavícula se move posteriormente e anteriormente na articulação esternoclavicular, respectivamente.

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Kim Bengochea Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver
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