Vagina
A vagina é um órgão sexual que faz parte do sistema reprodutor feminino. Ela desempenha múltiplas funções, possibilitando a menstruação, o parto e a relação sexual.
A vagina também desempenha um papel importante na sexualidade feminina e no prazer sexual.
Localização
A vagina é um tubo fibromuscular que se estende desde o óstio externo da vagina, no vestíbulo vaginal, até o útero. Sua parede posterior tem aproximadamente 8 a 10 centímetros de comprimento, enquanto a sua parede anterior possui um comprimento de cerca de 7,5 centímetros.
A vagina se localiza posteriormente à bexiga e uretra e anteriormente ao reto, de forma que, em um corte sagital, ela pode ser vista entre essas estruturas seguindo um trajeto posterosuperior. Ela comunica-se com o canal do colo do útero na sua extremidade superior, formando um ângulo de 45 graus com o eixo uterino e de cerca de 60 graus com o plano horizontal. Esses ângulos, no entanto, podem variar dependendo de variações anatômicas individuais e do conteúdo da bexiga e do cólon.
Durante o ato sexual (coito), a vagina se expande tanto em comprimento quanto em largura. Conforme os dois terços superiores da vagina se expandem, o útero ascende para a pelve maior e o colo se eleva acima do assoalho vaginal.
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Anatomia macroscópica
Coloquialmente, o termo “vagina” é usado de forma incorreta para se referir à vulva. Do ponto de vista médico, a vagina é o canal muscular entre o hímen e o colo do útero.
A vulva inclui todos os órgãos genitais femininos externos, que são:
- monte do púbis
- lábios maiores
- lábios menores
- clitóris
- óstios externos da uretra e da vagina
- bulbo do vestíbulo
- glândulas vestibulares maiores e menores
O monte do púbis é uma massa de tecido adiposo que recobre o púbis anteriormente. A partir dele se originam os lábios maiores, que são pregas cutâneas que se estendem em direção ao ânus e têm a função de proteger o clitóris e os demais conteúdos da vulva.
O espaço entre os lábios menores é denominado vestíbulo vaginal. Quando os lábios menores são afastados, localizamos o clitóris no ponto de encontro dos mesmos anteriormente. Também no vestíbulo vaginal, observamos a abertura da uretra, também chamada de óstio externo da uretra ou orifício uretral externo, como um pequeno ponto ou fenda. Ela está localizada posteriormente à glande do clitóris e anteriormente ao óstio externo da vagina.
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O óstio da vagina (orifício vaginal externo) também se abre no vestíbulo vaginal, posteriormente ao óstio externo da uretra, como mencionado acima. Ele pode ser parcialmente coberto por uma membrana formada por uma dobra de mucosa, conhecida como hímen. O hímen é uma estrutura que se estende pela abertura vaginal e possui uma ou mais aberturas que permitem a passagem do fluido menstrual. Em crianças, ele geralmente tem um formato crescente, mas muitos outros formatos podem ser encontrados. O hímen usualmente se rompe para possibilitar o ato sexual, deixando em seu lugar fragmentos remanescentes denominados carúnculas himenais. Ele também pode se romper antes da primeira relação sexual com a introdução de absorventes internos, em exames médicos ou durante um exercício extenuante.
Os bulbos do vestíbulo são dois pares de tecidos eréteis localizados de cada lado do orifício vaginal, profundamente aos lábios menores. São estruturas homólogas ao bulbo do corpo esponjoso do pênis nos homens. Em sua extremidade posterior é possível observar as glândulas vestibulares maiores (glândulas de Bartholin), cujos ductos seguem profundamente aos bulbos do vestíbulo e se abrem no vestíbulo vaginal, secretando um muco durante o ato sexual. Já as glândulas vestibulares menores são pequenas glândulas que se abrem entre o óstio externo da uretra e o orifício vaginal, sendo responsáveis pela secreção de muco que umidifica o vestíbulo vaginal. Uma pequena quantidade das secreções vaginais também podem vir do útero.
Na extremidade mais interna do canal vaginal, na parte posterior da parede vaginal anterior, é possível observar o colo do útero, também conhecido como cérvice ou cérvix. No entanto, a vagina se estende um pouco além do colo uterino, e forma espaços em fundo-cego chamado de fórnices, que o circundam.
Na extremidade inferior da vagina encontram-se as rugas vaginais, que são cristas transversais que podem gerar atrito e contribuir para a estimulação sexual tanto dos homens quanto das mulheres durante o ato sexual. A vagina propriamente dita não contém glândulas, mas é lubrificada pelas glândulas que se abrem na vulva (conforme descrito anteriormente) e também por fluidos serosos oriundos da transudação de vasos sanguíneos da lâmina própria cervical.
Microambiente
Histologia
A parede da vagina é fina e elástica, consistindo em uma adventícia externa, uma camada muscular média e uma camada mucosa interna. Histologicamente, a vagina tem um epitélio escamoso estratificado não-queratinizado, com uma lâmina própria vascularizada espessa e uma camada muscular.
Durante a menstruação, a vagina permite a passagem e a eliminação dos produtos da descamação endometrial, o que ocorre mensalmente ao final da fase folicular. No decorrer do ciclo menstrual, o epitélio passa por mudanças sutis - o ritmo de descamação é maior durante a fase lútea ou progesterônica, e menor na fase folicular ou estrogênica.
Flora vaginal
A vagina de uma mulher saudável em idade fértil é ácida, com um pH que varia entre 3.8 e 4.5 devido à degradação do glicogênio por enzimas secretadas pelos bacilos de Döderlein (parte da flora normal da vagina), gerando ácido lático. O pH ácido ajuda a evitar ou retardar o crescimento de cepas patogênicas de microorganismos. O aumento do pH vaginal pode ocorrer após a ruptura de membranas no trabalho de parto, ou pode ser resultado do supercrescimento bacteriano, como no caso da vaginose bacteriana.
Em uma mulher saudável, a microbiota vaginal é composta principalmente por espécies de Lactobacillus. No entanto, o estresse ou desequilíbrios físicos/hormonais podem ocasionar mudanças que alteram o equilíbrio entre os microorganismos protetores e patológicos, causando desfechos desfavoráveis, tais como vaginose ou candidíase.
Vascularização
A vascularização da vagina é realizada principalmente pela artéria vaginal, um ramo da divisão anterior da artéria ilíaca interna. A artéria vaginal dá origem a vários ramos de ambos os lados da pelve que ajudam a irrigar a vagina. A região da vulva também recebe sangue das artérias pudendas externa e interna. A artéria pudenda interna e seus ramos (artérias labiais e do clitóris) irrigam a maior parte da pele, dos órgãos genitais externos e dos músculos do períneo.
Inervação
Existe uma maior concentração de terminações nervosas próximas à entrada da vagina (terço inferior), que proporcionam prazer sexual quando estimuladas. A maioria das terminações nervosas são oriundas do sistema nervoso autônomo. As fibras sensitivas se originam do nervo pudendo, enquanto as fibras que transmitem a dor se originam das raízes nervosas sacrais.
De forma geral, no entanto, a vagina não possui tantas terminações nervosas ao longo de seu comprimento, o que pode prejudicar a capacidade da mulher de ser estimulada sexualmente, ou até de atingir o orgasmo somente com o ato da penetração.
Apesar dos estudos científicos não serem consistentes quanto ao padrão de inervação da parede vaginal e de não evidenciarem áreas específicas de maior concentração nervosa, algumas mulheres, de fato, apresentam uma maior quantidade de terminações nervosas na parede vaginal anterior, o que pode levar a um aumento da sensibilidade e do prazer quando a essa região é estimulada. Portanto, considera-se que a zona erógena ou ponto G da mulher, também conhecido como ponto de Gräfenberg, se encontra na parede vaginal anterior. Nessas mulheres, o terço externo da vagina, próximo ao orifício vaginal, tem mais terminações nervosas, fazendo com que a região seja mais sensível ao tato em relação aos dois terços mais internos da vagina. Funcionalmente, acredita-se que a menor inervação da parte interna da vagina torne o período expulsivo do parto menos doloroso, já que uma alta concentração de terminações nervosas por toda a extensão da vagina significaria também mais dor nessas situações.
Notas clínicas
Doenças e infecções comuns que podem afetar a vagina incluem a candidíase vulvovaginal, a vaginite, o vaginismo, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e o câncer.
Vaginite
A vaginite é uma inflamação da vagina que pode ser causada por várias doenças vaginais ou até por um desequilíbrio da flora vaginal.
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem incluir:
- HIV/AIDS
- Papilomavírus humano (HPV)
- Herpes genital
- Tricomoníase
Os profissionais de saúde recomendam adotar práticas de sexo seguro através da utilização de preservativos masculinos ou femininos para evitar a transmissão dessas doenças.
Rastreamento de câncer
Para mulheres em idade reprodutiva, recomenda-se realizar a vacinação contra o HPV (de preferência antes do início das atividades sexuais), que pode evitar o câncer de colo de útero, e o exame citopatológico, ou de Papanicolau, em intervalos periódicos, que pode detectar o câncer precocemente caso ele já esteja presente. Recomenda-se iniciar o rastreio através do exame citopatológico em mulheres a partir dos 25 anos de idade que já tiveram atividade sexual; o exame, inicialmente, é realizado uma vez ao ano e, após dois exames negativos, a cada três anos, até os 64 anos de idade. Após essa idade, as mulheres que tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos não precisam mais realizá-lo.
O câncer vaginal é uma condição muito rara relacionada à idade avançada, e seus sintomas incluem sangramento vaginal anormal e/ou corrimento vaginal.
Cisto de Bartholin
O cisto de Bartholin pode ser causado por uma obstrução da glândula de Bartholin, gerando um processo inflamatório e uma massa local obstruindo o orifício vaginal.. Algumas vezes pode se associar a uma infecção bacteriana, mas não é transmitido sexualmente. O uso de antibióticos geralmente não é necessário, mas o tratamento depende da gravidade dos sintomas.
Prolapso vaginal
Conforme as mulheres envelhecem, ou se houver um enfraquecimento dos músculos pélvicos resultante de trauma ou do parto, um prolapso vaginal pode ocorrer. O prolapso vaginal ocorre quando uma parte do canal vaginal se projeta (prolapsa) pelo orifício vaginal. No caso de um prolapso pós-parto, pode ocorrer a descida do reto, do útero ou da bexiga através da parede vaginal enfraquecida. Nos casos graves a própria vagina pode prolapsar para a parte externa do corpo.
Alguns ginecologistas recomendam que as mulheres pratiquem os exercícios de Kegel para fortalecer os músculos do períneo e, consequentemente, fortalecer o assoalho pélvico, ajudando a prevenir o prolapso vaginal.
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