ArtigosAnatomiaMembros superioresPunho e mãoMúsculos lumbricais da mão

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Músculos lumbricais da mão

Autor: Dr. Rafael Lourenço do Carmo • Revisor: Dra. Catarina Chaves
Última revisão: 30 de Outubro de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos

Os músculos lumbricais da mão (do termo lumbricidae, que em latim significa minhoca) são quatro pequenos músculos localizados no metacarpo, profundamente à fáscia palmar.

Estes músculos originam-se dos tendões do músculo flexor profundo dos dedos, e inserem-se nas aponeuroses dorsais (expansões extensoras) dos respectivos dedos. Eles são inervados pelos nervos mediano e ulnar.

Neste artigo, vamos discutir a anatomia dos músculos lumbricais da mão, incluindo as suas origens, inserções, inervações e funções. No final, iremos incluir uma nota clínica sobre estes músculos.

Informações importantes sobre os músculos lumbricais da mão
Músculo lumbrical da mão I	Origem: superfície lateral (radial) do tendão do flexor profundo dos dedos (tendão do segundo dedo) Inserção: aponeurose dorsal (expansão extensora) do segundo dedo Inervação: nervo mediano (C8, T1) Função: flexão do dedo na articulação metacarpofalângia e extensão do dedo nas articulações interfalângicas proximal e distal
Músculo lumbrical da mão II	Origem: superfície lateral (radial) do tendão do flexor profundo dos dedos (tendão do terceiro dedo) Inserção: aponeurose dorsal (expansão extensora) do terceiro dedo Inervação: nervo mediano (C8, T1) Função: flexão do dedo na articulação metacarpofalângica e extensão do dedo nas articulações interfalângicas proximal e distal
Músculo lumbrical da mão III	Origem: superfície lateral (radial) do tendão do flexor profundo dos dedos (tendão do quarto dedo) e superfície medial (ulnar) do tendão do terceiro dedo Inserção: aponeurose dorsal (expansão extensora) do quarto dedo Inervação: nervo ulnar (C8, T1) Função: flexão do dedo na articulação metacarpofalângica e extensão do dedo nas articulações interfalângicas proximal e distal
Músculo lumbrical da mão IV	Origem: superfície lateral (radial) do tendão do flexor profundo dos dedos (tendão do quinto dedo) e superfície medial (ulnar) do tendão do quarto dedo Inserção: aponeurose dorsal (expansão extensora) do quinto dedo Inervação: nervo ulnar (C8, T1) Função: flexão do dedo na articulação metacarpofalângica e extensão do dedo nas articulações interfalângicas proximal e distal

Conteúdo

Anatomia e inervação
1. Origem e inserção
2. Inervação
Função
Nota clínica
1. Patofisiologia e mecanismo
Referências

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Anatomia e inervação

Origem e inserção

Uma característica dos músculos lumbricais é que eles se originam em tendões, e não em estruturas ósseas. Isso faz com que a superfície de origem seja bastante móvel. Normalmente eles surgem na superfície lateral (radial) dos tendões do flexor profundo dos dedos. O terceiro e o quarto músculos lumbricais têm uma segunda cabeça que se origina na superfície medial (ulnar) do tendão adjacente.

Distalmente, os tendões dos lumbricais se inserem na aponeurose dorsal (expansão extensora) do dedo correspondente.

Inervação

Os primeiro e segundo lumbricais são inervados pelo nervo mediano (C8, T1).
Os terceiro e do quarto lumbricais são inervados pelo nervo ulnar (C8, T1)

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Função

Os músculos lumbricais movimentam os dedos II a V. Sua contração leva a uma flexão do dedo correspondente na sua articulação metacarpofalângica, bem como uma extensão do mesmo dedo nas articulações interfalângicas proximal e distal.

Músculos lumbricais da mão (verde) - vista anterior

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A razão das funções opostas é que os tendões cruzam a articlação metacarpofalângica na superfície palmar, mas distalmente se inserem na superfície dorsal do dedo. Esses movimentos combinados possibilitam um forte aperto da mão (por exemplo, ao segurar uma caneta).

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Nota clínica

Quando os tendões do flexor profundo dos dedos se rompem distalmente à origem dos lumbricais, ocorre um fenômeno interessante: quando se tenta fechar o punho, estranhamente os dedos se estendem.

Patofisiologia e mecanismo

Depois da ruptura dos tendões distais, os lumbricais se tornam a nova inserção do flexor profundo dos dedos. Isso significa que, mesmo que a pessoa conscientemente ative o músculo flexor, ele/ela na verdade move os lumbricais em seu lugar. E, uma vez que o flexor profundo dos dedos e os lumbricais são antagonistas nas articulações interfalângicas proximal e distal, a intenção de fechar o punho leva paradoxalmente à extensão dos dedos. Este fenômeno é clinicamente conhecido como "lumbrical-plus finger" e pode ocorrer após traumas ou amputações.

Referências

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Bibliografia:

M. Schünke/E. Schulte/U. Schumacher: Prometheus – LernAtlas der Anatomie – Allgemeine Anatomie und Bewegungssystem, 2nd edition, Thieme Verlag (2007), p. 316-317
J. E. Muscolino: The muscular system manual – The skeletal muscles of the human body, 2nd edition, Elsevier Mosby (2005), p. 680-682
R. Palti/M. Vigler: Anatomy and function of lumbrical muscles, Hand Clinics (2012), Issue 28(1), p. 13-17
H. Schmidt/U. Lanz: Chirurgische Anatomie der Hand, 2nd edition, Thieme Verlag (2003), p. 147

Ilustradores:

Músculos lumbricais da mão - vista ventral - Yousun Koh

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Kim Bengochea, Universidade de Regis, Denver

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